Continua após publicidade

Onde fazer trilhas na floresta sem sair do Estado de São Paulo

Pelo interior do estado ou nos arredores da capital, selecionamos 11 trilhas que vão te deixar, literalmente, sem ar. Confira:

Por Júlia Gouveia
Atualizado em 10 ago 2017, 16h19 - Publicado em 15 mar 2017, 17h42

Quem mora em cidade grande sabe bem: tem horas que a gente precisa fugir para algum lugar com muita natureza, muito verde e muita cachoeira para dar aquela reenergizada.

Para quem gosta de encarar uma boa trilha, a boa notícia é que pelo interior do Estado de São Paulo e nos arredores da capital não faltam lugares cheios de caminhos especiais prontos para serem desbravados.

São diversas possibilidades, desde as mais fáceis até aquelas que exigem um grande grau de esforço físico. Vamos nessa? Veja a nossa seleção a seguir:

TRILHAS DE INTENSIDADE LEVE

1. Trilha do Silêncio – São Paulo

parque do jaraguá_markhillary
O Parque Estadual do Jaraguá, na região noroeste da capital paulista (Mark Hillary/Flickr)

Por incrível que pareça, essa opção fica na cidade de São Paulo, dentro do Parque Estadual do Jaraguá, na região noroeste da capital.

O nome não é à toa: nesta trilha de 800 m (ida e volta), os visitantes podem experimentar a sensação de não ouvir mais os ruídos dos carros que trafegam nas Rodovias Anhanguera e Bandeirantes, que ficam próximas dali.

Neste pedaço de mata atlântica, há um riacho e dá também admirar as aves da região. Outro ponto bacana é que a trilha, além de ser auto-guiada, é adaptada para receber cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida e deficientes visuais.

Continua após a publicidade

O caminho é todo plano, com trechos com tablados de madeira e corrimões.

2. Trilha da Nascente do Riacho do Ipiranga – São Paulo

Trilha da Nascente do Rio Ipiranga no Jardim Botânico de São Paulo (SP)
(mauroguanandi/creative commons/Flickr)

Outra possibilidade de passeio em meio à natureza na capital, essa trilha fica no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, dentro do Jardim Botânico, no bairro da Saúde (região sul).

Também adaptada para cadeirantes, o percurso de 720 m (ida e volta) é totalmente suspenso em uma passarela de madeira – o que não danifica a vegetação rasteira.

Continua após a publicidade

Conforme se avança pela mata, é possível observar algumas árvores de palmito Jussara, planta ameaçada de extinção.

Ao fim da trilha, chega-se à nascente do histórico Rio Ipiranga – pelo parque há ainda outras 24 nascentes preservadas.

3. Trilha do Rio ParaibunaCunha

Trilha do Rio Paraibuna em Cunha, interior de São Paulo
(Reprodução/Parque Estadual da Serra do Mar/Reprodução)

Além do delicioso clima serrano, quem vai para Cunha pode ainda se aventurar por trilhas na Serra do Mar. Com 1,7 km de extensão de ida e volta, o grande trunfo dessa caminhada é andar ao longo do Rio Paraibuna.

Continua após a publicidade

Pelo trajeto, cercado de araucárias e palmeiras, é possível observar quedas d’águas, como a Cachoeira do Paredão a do Rio Paraibuna. A trilha é auto-guiada, tendo em alguns trechos até passarelas de madeira.

4. Trilha das Árvores Gigantes – Porto Ferreira

Trilha das Árevores Gigantes, no Parque Estadual de Porto Ferreira
O imenso jequitibá na Trilha das Árvores Gigantes, no Parque Estadual de Porto Ferreira (Marcelo Cava/Flickr)

Na região de Pirassununga, o Parque Estadual de Porto Ferreira guarda uma diversidade de vegetações. Pela trilha auto-guiada de 3,5 km (ida e volta) chamam a atenção no trecho de floresta estacional semidecídua o imenso exemplar de jequitibá, com 2,54 m de diâmetro e 30 m de altura, e outras grandes árvores, como figueiras, cedros e perobas.

Na primeira parte da trilha predomina a vegetação de cerradão, com plantas de médio porte, como pau-terra e pequi. O trajeto demora, em média, duas horas para ser percorrido em chão de terra e folhagens.

Continua após a publicidade

TRILHAS DE INTENSIDADE MÉDIA

5. Trilha do Poço das AntasIlha do Cardoso

Ilha do Cardoso – SP
A Ilha do Cardoso, no litoral extremo sul de São Paulo, é coberta pela Mata Atlântica (Alécio César/Flickr)

Quase na divisa com o litoral do Paraná, a Ilha do Cardoso tem 90% do seu território coberto por Mata Atlântica. Para ver de perto este cenário, a trilha de 8 km, dentro do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, começa em uma área mata de restinga (com bromélias, orquídeas e araçás) e depois avança para partes de mata de encosta e mata de planície litorânea, com alguns trechos alagadiços, o que dificulta um pouco a caminhada.

Pelo percurso, chama a atenção a drozera, planta carnívora, além da rica fauna, com papagaios-de-cara-roxa, pica-paus, tatus, veados-mateiros e, com sorte, dá para avistar pegadas de onça-parda. Aproveite para nadar no Poço das Antas. A trilha parte do Núcleo Perequê, e é preciso contratar guia.

Continua após a publicidade

6. Trilha dos Monumentos Históricos Caminhos do Mar – São Bernardo do Campo/Cubatão

Estrada do Caminho do Mar_Governo do Estado de São Paulo
Pelas curvas da Estrada do Caminho do Mar, é possível observar a baixada santista (Governo do Estado de São Paulo (Luciano Marra/A2 Fotografia)/Flickr)

Mais do que o contato com a natureza, aqui o visitante conhece mais sobre a própria história de São Paulo e do Brasil.

Ligando o litoral ao planalto paulista, a rota que deu origem à Estrada Velha de Santos já era usada desde a época da colônia e foi fundamental para escoar o café e outras mercadorias produzidas na capital para o porto de Santos.

Fechada para carros há mais de 30 anos, os visitantes podem percorrer seus 18 km (ida e volta; dá para fazer apenas um dos sentidos) repletos de curvas a pé ou de bike.

Pelo caminho, há diversos monumentos históricos, como o Pouso de Paranapiacaba, local onde os motoristas costumavam fazer paradas para descansar; o Rancho da Maioridade, erguido em homenagem a Dom Pedro II; e a Calçada de Lorena, primeiro trecho da estrada a ser pavimentado no fim do século 18. Não é preciso contratar guias, mas a visita custa R$ 28 e precisa ser agendada (mais informações aqui).

7. Trilha da Cachoeira no Parque da Cantareira – São Paulo

Parque da Cantareira_Luciano Marra
Pela trilha no Parque da Cantareira, é possível ver animais nativos, como o macaco-sauá (Luciano Marra/Flickr)

Na zona norte da capital, o Parque Estadual da Cantareira guarda 7.900 hectares de Mata Atlântica, se espalhando para municípios vizinhos, como Mairiporã, Guarulhos e Caieiras.

No Núcleo do Engordador, que recebeu esse nome por ter abrigado uma antiga fazenda de engorda de gado, fica essa trilha que leva não à uma, mas três cachoeiras onde se pode tomar banho (do Tombo, do Engordador e do Véu). Com formato circular, a rota tem 3,5km de extensão e pode ser desbravada em duas horas.

8. Trilha do Rio Betari no Petar – Apiaí/Iporanga

PETAR em Iporanga, Brasil
Os cenários ao longo do Rio Betari, no Petar (Sérgio Amaral Resende/Flickr)

O Parque Estadual Turístico do Alto da Ribeira (Petar) é conhecido por abrigar um conjunto de mais de 300 cavernas, porém seus caminhos ao ar livre também impressionam.

No Núcleo Santana, a íngreme Trilha do Rio Betari tem um trajeto de 7,2 km (ida e volta) e é feito pela mata ciliar que protege o rio. Pelo caminho, é preciso atravessar corredeiras, andar em pedras e até em pontes.

Há paradas nas cachoeiras do Betarizinho e Andorinhas, que deságua em um lindo cânion, além de passar pela boca da caverna Água Suja.

Cachoeira do Sem Fim no Petar,  Iporanga (SP)
Há várias outras trilhas dentro do Petar, em Iporanga (SP) – uma delas será ideal para o seu nível de condicionamento físico e tempo disponível; na foto, a Cachoeira do Sem Fim (MARCOS KIM/Divulgação)

TRILHAS DE INTENSIDADE ALTA

9. Trilha do Pico do Baepi – Ilhabela

Para quem quer ir além das praias, essa trilha no Parque Estadual de Ilhabela de 7,4 km (ida e volta) é um bom desafio. O objetivo é chegar ao cume do pico, que fica a 1.048 m de altura, de onde se tem uma visão panorâmica do arquipélago.

Durante o percurso de seis horas com muitas subidas e terreno irregular, os trilheiros vão percebendo as mudanças de vegetação e podem se deparar até possivelmente com a presença de nevoeiros.

Na flora local, espere encontrar com jequitibás, figueiras e perobas. É necessário o acompanhamento de um guia.

10. Trilha Divisor das Águas no Parque Intervales – Ribeirão Grande

Vista aérea do Parque Estadual Intervales,  Ribeirão Grande (SP)
O Parque Estadual Intervales, em Ribeirão Grande, guarda diversas cavernas (Claudio Rossi/Flickr)

Próximo ao Petar, o Parque Estadual Intervales, em Ribeirão Grande, também conserva uma vegetação abundante com algumas cavernas pelo caminho.

O trajeto de 14 km (ida e volta) reservas boas emoções como adentrar nas grutas do Fogo, do Fendão, da Mãozinha e a da Santa – em alguns trechos, a travessia das cavernas é feita dentro da água e em ambiente escuro (é preciso levar lanternas) ou em chão de lama.

No caminho, uma das paradas é para admirar a centenária figueira-amarela (especialistas estimam que ela possua mais de 500 anos).

11. Trilha do Corisco – Ubatuba/Paraty

É preciso ter bom preparo físico para aguentar os 20 km de trilha, com média de nove horas de duração. A trilha é considerada histórica, ligando os municípios de Ubatuba (São Paulo) e Paraty (Rio de Janeiro) – no século 18, era utilizada para escoar a produção de açúcar, álcool e cachaça.

Percorrendo o Parque Estadual da Serra do Mar e o Parque Nacional da Serra da Bocaina, o trilheiro se deparará com algumas dificuldade, como a variação de altitude (que vai do nível do mar a 760 m), trechos bem íngremes e pontos em que a mata cobre a trilha, exigindo bastante atenção para não se perder.

O percurso inicia-se no bairro do Corisco, em Paraty, e termina na Casa da Farinha, antigo engenho do século 19, no bairro Sertão da Fazenda, dentro do Núcleo Picinguaba da Serra do Mar, em Ubatuba.

Publicidade
Publicidade