A reabertura do continente europeu para turistas vem acontecendo de maneira gradual, com medidas sanitárias sendo reavaliadas de tempos em tempos. As mudanças constantes geram uma porção de dúvidas sobre os novos protocolos e documentos necessários. Pensando nisso, perguntamos aos nossos seguidores no Instagram como está sendo viajar pela Europa neste momento: da chegada à imigração aos testes de Covid-19 que foram necessários para voltar para o Brasil, passando ainda pelos preços encontrados em cada país.
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Como não poderia ser diferente, as respostas variam de acordo com a nação escolhida e a data da viagem. Porém, os relatos em geral demonstram uma surpreendente facilidade em circular pelo continente. Os comprovantes de vacinação são solicitados no embarque e na chegada, mas a cobrança pelo documento é quase zero nos deslocamentos dentro do bloco, seja de ônibus, carro ou trem. Por outro lado, foi praticamente unânime a dificuldade em viajar pela Europa diante da desvalorização do real.
Veja, a seguir, os relatos de seguidores divididos por países:
Alemanha
A Alemanha estipulou que todos os viajantes devem apresentar um formulário preenchido e comprovante em inglês de vacinação completa com Pfizer, AstraZeneca, Janssen ou Moderna (a Coronavac não é reconhecida pelo país). A maior parte dos viajantes estão obtendo o documento através do aplicativo do Conecte SUS, mas a seguidora @san_bertoco relatou que conseguiu entrar na Alemanha usando um comprovante de vacinação emitido pelo Poupatempo Digital. Isso porque, na época, o Conecte SUS ainda não emitia certificados para quem havia tomado vacinas diferentes, problema que foi solucionado recentemente.
“O documento é pedido não só na chegada ao país como em todos os restaurantes e atrações turísticas. Os preços dos hotéis estão ok e as atrações estão com fila normal” – @san_bertoco
Espanha
Além de um QR Code gerado pelo site do governo, a Espanha exige a apresentação de um dos três documentos a seguir: comprovante em espanhol de vacinação completa com Pfizer, AstraZeneca, Janssen, Moderna ou Coronavac; resultado negativo em inglês para um RT-PCR feito 72 horas antes da chegada ou para um teste de antígeno feito 48 horas antes da chegada; ou laudo médico com diagnóstico positivo para a Covid-19 nos últimos seis meses. Porém, nada disso exclui a possibilidade de ter que fazer um novo teste de Covid-19 após o desembarque no aeroporto, gratuitamente, como aconteceu com o @brunoprado, o @luizeduardo431, o @andre74 e a @apcampiglia.
“O euro faz com que os gastos no dia a dia sejam inviáveis. Uma água na rua sai por volta de R$ 15 e um café, R$ 20. Almoçar não sai por menos de R$ 60. As atrações estão cheias e não há exigência de uso de máscara na rua, somente nos transportes e atrações” – @brunoprado.
“As ruas e os transportes públicos estavam bem cheios, mas não tivemos dificuldade em conseguir mesa nos bares e restaurantes e entrar nos pontos turísticos. Percebi uma certa demanda reprimida pela Covid-19: havia um turismo interno espanhol muito forte na Andaluzia”. – @luizeduardo431
“Acabo de voltar de Madrid e achei bem cheia, especialmente locais turísticos como a San Ginés. Domingo, por exemplo, passei em três restaurantes para conseguir comer um cocido – e ainda esperei por uma hora. Prado igualmente cheio e a área dos bares de Chueca animada. Foi minha sétima vez por lá e me surpreendi com a efervescência, dada a retomada incipiente” – @giselarech.
“Acabei de voltar de Madrid. Os voos estavam lotados, mas a cidade não estava muito cheia. A maioria das pessoas sem máscaras nas ruas. As coisas estão caras porque nossa moeda está desvalorizada. Não vale trazer quase nada, só vinhos. Mesmo assim, achei que valeu cada centavo. Os espanhóis me trataram muito bem!” – @deinha_c
A nossa colunista Adriana Setti, que mora na Espanha, listou outros prós e contras de viajar para o país agora.
França
Entrar na França é relativamente fácil: basta apresentar comprovante de vacinação com a dose única da Janssen há pelo menos 28 dias ou com a segunda dose da Pfizer, AstraZeneca ou Moderna há pelo menos sete dias. Porém, desde o início de agosto o país exige a apresentação de um passe sanitário para poder entrar em cafés, bares, restaurantes, teatros, shoppings, museus, atrações turísticas e transportes públicos de longa distância. Os estrangeiros podem solicitar o documento através da internet (veja o passo a passo), mas ele nem sempre fica pronto a tempo da viagem (veja um plano B caso isso aconteça). Além disso, os relatos dos seguidores foram divergentes em relação à exigência do passe sanitário:
“Uma pessoa do nosso grupo teve o passe sanitário negado, mas em todos os locais a apresentação do certificado de vacinação foi suficiente. Crianças não usam máscara nem em ambientes fechados. Para os adultos, não é obrigatória a utilização ao ar livre.” – @ce_chemin
“Na França, tanto os hotéis quanto os restaurantes pediam o passe sanitário francês. No geral, os pontos turísticos estão vazios” – @anarodrigue
Holanda
Para ter entrada liberada, a Holanda pede que os viajantes apresentem comprovante de vacinação completa há pelo menos 14 dias com Pfizer, AstraZeneca, Janssen ou Coronavac e preencham uma declaração com os dados referentes ao imunizante. Além disso, é necessário completar um formulário de saúde e fazer um teste de Covid-19 antes do embarque: pode ser o RT-PCR no prazo de 48 horas ou o antígeno no prazo de 24 horas. O grande desafio é que para acessar bares, restaurantes, museus, atrações turísticas e outros lugares fechados na Holanda, é obrigatório apresentar um QR Code gerado pelo aplicativo CoronaCheck. Como o sistema só reconhece os comprovantes de vacinação emitidos por países europeus, a alternativa para os brasileiros é inserir no aplicativo, a cada 24 horas, resultados negativos para testes de Covid-19, uma solução cara e pouco prática. No entanto, seguidores da VT no Instagram encontraram caminhos alternativos. A @uchajacobini resolveu o problema utilizando o passe sanitário da França. Já o @fabianohoff relatou que algumas farmácias fazem a conversão do comprovante de vacinação brasileiro para um documento aceito em qualquer país da União Europeia.
“Restaurantes muito cheios e Airbnbs caríssimos. Na Holanda, parece que a pandemia acabou mesmo: ninguém usa máscara!” – @l_srrrrr
“Na imigração, perguntaram se eu era vacinada e mostrei o comprovante de vacinação do ConecteSUS – deu tudo certo! As atrações tinham fila e foi preciso comprar ingresso para o Museu Van Gogh, em Amsterdã, com quatro dias de antecedência” – @fernandaytm
Portugal
Assim como a Espanha, Portugal está facilitando bastante a entrada de viajantes estrangeiros. Basta apresentar um resultado negativo para um teste do tipo RT-PCR feito 72 horas antes do embarque – não é preciso sequer comprovar a vacinação contra Covid-19. Por outro lado, o governo português também decidiu adotar o uso do passaporte sanitário. Oficialmente, o comprovante emitido através do Conecte SUS não é aceito, de forma que os brasileiros devem mostrar o resultado de testes de antígeno feitos nas últimas 48 horas ou de RT-PCR feito nas últimas 72 horas.
“Em Lisboa, existem contêineres que fazem o teste de antígeno gratuitamente, inclusive para estrangeiros. Fiz em um na Praça dos Restauradores chamado Walk-Thru. O resultado chega por e-mail em até 24 horas” – @paulavmiranda
“A imigração em Lisboa estava com bastante fila, mas a entrevista foi rápida e só me pediram o passaporte. O teste de Covid-19 já tinha sido solicitado antes do embarque no Brasil. Hospedagem e alimentação estão ficando mais caros” – @linedeleo
“Acabei de chegar de Portugal, que está cheia de turistas da própria Europa” – @gabibosseljon
A nossa colunista Rachel Verano, que mora em Portugal, deu mais detalhes de como está a situação por lá.
Suíça
Para ingressar na Suíça, basta apresentar o comprovante de vacinação emitido através do Conecte SUS: as vacinas aceitas atualmente são Pfizer, AstraZeneca, Janssen, Moderna, Sinopharm e Coronavac. Porém, para entrar atrações turísticas, restaurantes e eventos em ambientes fechados é preciso ter um passe sanitário suíço. A conversão do documento brasileiro custa CHF$ 30, mas não pode ser feita caso a pessoa tenha tomado Coronavac. Nesse caso, a solução é realizar testes de antígeno a cada 48 horas em laboratórios credenciados e inserir os resultados no aplicativo do governo para obter o QR solicitado nos estabelecimentos. O relato dos seguidores da VT indica, no entanto, que na prática o documento não está sendo tão pedido assim:
“Acabei de voltar da Suíça. Pediam o comprovante de vacinação em locais fechados e eu apresentava o documento em inglês emitido pelo Conecte SUS. Meu pai tomou a Coronavac e não foi barrado em nenhum lugar. Não tivemos que ficar fazendo testes de Covid-19.” – @cristinaralemes
“O passe sanitário da Suíça era cobrado somente pelos lugares fechados, mas muitos aceitam o comprovante de vacinação brasileiro sem nem olhar o que está escrito. Vi muitos turistas suíços e de países vizinhos, mas é raro pegar filas ou encontrar aglomerações.” – @linedeleo
“Estou na Islândia. Tive que fazer teste de antígeno e apresentar o certificado de vacinação. O brasileiro foi aceito, mas tem que ser a versão em inglês emitida pelo Conecte SUS. Não é necessário usar máscara em lugar nenhum, seja o espaço aberto ou fechado. E os lugares estão bem cheios de turistas. As coisas aqui são bem caras, então vale a pena passar no supermercado, comprar algumas coisas e fazer lanches para o almoço” – @pedaldoico
“Estou na Polônia. Não pediram nada em relação à Covid-19. O uso de máscara não é obrigatório e a cidade parece estar com o movimento normal” – @aline_kot
Retorno ao Brasil
Na volta da Europa para o Brasil, todos os viajantes com mais de 12 anos deve apresentar resultado negativo para um teste RT-PCR realizado até 72 horas antes do embarque ou para um teste de antígeno feito com até 24 horas de antecedência, além de preencher a Declaração de Saúde do Viajante (DSV). Os documentos são solicitados nos balcões das companhias aéreas no momento do check-in.
“Para voltar da Suíça, fiz o teste de antígeno no próprio dia em que embarcaria para o Brasil. Fiz no Deintest em Zurique e foi bem rápido e barato: custou CFH$ 35 e o resultado saiu em 20 minutos. Só é preciso baixar antes o aplicativo Covid Alert, porque você receberá o resultado por ali” – @cristinaralemes
“Antes de voltar da Holanda, fiz o teste de antígeno no The Corona Lab. Agende com antecedência. Te mandam o resultado em 30 minutos por e-mail” – @fernandaytm
“Fiz o teste de antígeno para retornar para o Brasil no Aeroporto de Frankfurt. O resultado saiu em 10 minutos. Custou € 29″ – @anarodrigue
“Em Lisboa, existem contêineres que fazem o teste de antígeno gratuitamente, inclusive para estrangeiros. Fiz em um na Praça dos Restauradores chamado Walk-Thru. O resultado chega por e-mail em até 24 horas” – @paulavmiranda
“Para voltar para Espanha, fiz o teste RT-PCR, que custou € 100. O teste rápido de antígeno é bem mais barato” – @andre74
Veja todos os comentários dos seguidores sobre como está sendo viajar pela Europa aqui.
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