O que saber antes de andar de metrô em Paris
Respondemos algumas questões a respeito do metrô parisiense levantadas pelos nossos seguidores do Instagram
Ao fazer uma viagem internacional, na maioria das vezes vamos nos deparar com um sistema de transporte público completamente diferente do que estamos acostumados no dia a dia. Falando especificamente de metrôs, a situação se complica ainda mais, já que, das 27 capitais que nosso país possui, apenas cinco contam com tal sistema: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e Brasília.
Isso faz com que muitos brasileiros tenham a primeira experiência com um metrô em sua viagem internacional.
Ainda que São Paulo tenha a maior malha metroviária do país, com seis linhas e pouco mais de 100 km de extensão, o sistema da capital paulista ainda está muito longe de atingir o tamanho das linhas de metrô de outras cidades mundo afora, como Nova York (com 465 km) ou Londres (408 km).
Paris possui um sistema de metrô mais modesto, com pouco mais de 200 km de extensão, mas que ainda confunde muita gente com suas mais de 300 estações. Aproveitando que nossa publicação no Instagram rendeu discussões sobre esse tipo de transporte, criamos um guia com comentários dos nossos seguidores, para aqueles que se sentem perdidos ou inseguros na hora de conhecer os trilhos da Cidade Luz.
“Funciona super bem, me leva para todos os lugares! Super fácil de entender! Incrível!” @fabconstantA cidade conta com mais de 350 estações de metrô, que são divididas em 16 linhas entre cinco zonas diferentes. Assim como em Londres, entre as zonas 1 e 3 estão as principais atrações turísticas, como o Museu do Louvre, a Torre Eiffel e Notre Dame. Já nas zonas 4 e 5 estão bairros mais residenciais e atrações fora do centro da cidade, como o Palácio de Versalhes e a Disneyland Paris, além dos aeroportos Charles de Gaulle e o Orly. Vale lembrar que Paris ainda conta com a Rede Expresso Regional (RER), trens regionais que complementam a rede de metrô, chegando a lugares mais afastados, como é o caso das atrações nas zonas 4 e 5. “Quando fomos andar primeira vez no metrô Paris pegamos a linha errada. Estávamos indo para Versalhes mas fomos parar muito longe do destino… Aquele dia aprendemos andar no metrô de Paris. Saudades.” @elainetburin |
“Não consegui usar, não achei onde comprar o ticket.” @marcias62
A maneira mais fácil de comprar o bilhete é utilizando as máquinas automáticas disponíveis dentro das estações, que possuem cores chamativas e tela sensível ao toque. Os tickets também podem ser adquiridos em guichês, no entanto não são todas as estações que contam com um.
O Ticket T+ é o bilhete mais comum entre os turistas na cidade, já que cada unitário tem o valor de € 1,90 e pode ser utilizado por 90 minutos para se conectar com os principais meios de transporte da cidade. Esta opção também é vendida com dez unidades, que sai por €14,90.
Além dele, outra opção que pode valer a pena, dependendo da duração da sua viagem, é o Navigo Découverte, um cartão de viagens ilimitadas por todas as zonas da cidade. Ele pode ser comprado na versão semanal (€22.80) ou mensal (€75.20). No entanto, dois pontos podem fazer você repensar sobre adquiri-lo:
- Para emiti-lo é necessário procurar um guichê que tenha cartões disponíveis para venda (dependendo do horário eles podem ter acabado), ter uma foto 3×4, que pode ser tirada em alguma estação de metrô que possua uma cabine fotográfica, e pagar uma taxa de € 5, que não é reembolsável.
- A versão semanal só funciona de segunda a domingo, independente do dia que comprá-lo. Então, se você chegar em Paris na sexta-feira, no domingo a noite seus créditos irão expirar, e você terá de fazer uma nova recarga.
“Quando estive lá havia uma greve, então não conheci!” @jpdelaviaNão é porque é Paris que tudo são mil maravilhas. Greves acontecem por lá e acabam afetando não só os moradores locais, mas também turistas desavisados. A última e mais longa greve na cidade começou no início de dezembro de 2019 e durou cerca de um mês, afetando os planos de quem estava na cidade. A paralisação ocorreu devido ao projeto de reforma da previdência francesa, e diversos serviços e pontos turísticos tiveram sua programação afetada, como foi o caso do Museu do Louvre, que teve de fechar algumas salas por falta de funcionários, e o Palácio de Versalhes, que, como é acessado a partir da linha RER C, sofreu com o baixo número de visitantes naquela época do ano. “Em janeiro deste ano estive em Paris em meio à greve, o que acabou prejudicando um pouco o deslocamento. Muitas estações fechadas, muitas com horário reduzido. Em um dos dias peguei um vagão lotado e tinha um grupo de trabalhadores indo para uma manifestação, eles iam pedindo doações e toda vez que alguém dava eles cantavam ‘merci madame/monsieur’.”@fabilameirinha |
“Um horror.. Parece um buraco sujo.. Por ser Paris, decepciona.” @lelobrasil
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos da França (INSEE), em 2014, cerca de 3.000 pessoas viviam nas ruas de Paris, e quase um terço desse número passava as noites no metrô da cidade. Em um censo levantado pelo SAMU Social, em 2019, 20% dessas pessoas possuíam algum tipo de renda, formal ou informal, que não era suficiente para conseguir uma moradia na cidade.
Vale lembrar que a RATP, empresa que administra o transporte público de Paris, possui desde o final da década de 1990 um programa que propõe soluções de alojamento temporário para os moradores em situação de rua, mas que, muitas vezes, são rejeitadas.
“Acho o metrô de Paris deprimente… Utilizo pouco quando vou lá… Em uma das vezes, estava indo visitar a casa de Camille Claudel, onde ela viveu até ser internada em um sanatório, e notei um morador rua deitado entre os nichos da estação, lendo jornal… Acho que deve morar por lá… Fiquei muito atenta e, ao esperar o trem, tomava cuidado de ficar encostada na parede, pois vi uma reportagem sobre pessoas serem empurradas por malandros para os trilhos…Tenso! Acho muito legal conhecer os metrôs dos lugares, mas tem alguns que não valem muito a pena…” @tudooquemeilumina
Leia outros relatos dos nossos seguidores:
“Primeira palavra que vem à cabeça quando penso no metrô de Paris: escadas! Fiquei impressionada com o tamanho das estações e o sobe e desce de escadas!” @andressaplacides
“Nem se compara o metrô de Paris com o de Londres… Em Paris qualquer pessoa, por mais leiga, por mais que não conheça francês (como eu) consegue andar por toda a cidade através de seu metrô. Londres é muito confuso.” @deforni
“Já passei maus bocados no metrô de Paris por falta de escadas (rolantes). Viajávamos com meu filho de 6 meses e tínhamos que carregar o carrinho dele pra cima e pra baixo… Algumas estações tinham escadas enormes. Tanto que fizemos um trocadilho dizendo que “Sortie”, que quer dizer saída em francês, na verdade deveria ser traduzido como escada!! Mas de metrô se chega a qualquer lugar! Muito legal!” @fatimaricart
“Muito fácil andar de metrô em Paris!!! Mas prefiro andar a pé, sempre tem uma surpresa no meio do caminho!” @elainedaelli
“Fui assaltada dentro do metrô de Paris. Esse é o episódio mais memorável que eu tenho do metrô de Paris e de todos os metrôs que já andei no mundo.” @vilasboasgi
“Como é muito antigo, tem muitas escadas, mas não tem escada rolante em todas. Eu cheguei do aeroporto carregando uma mala enorme e pesada. Estava quase morrendo puxando a mala de degrau em degrau pra subir uma escadaria enorme. Até que veio um francês e pegou minha mala sem dizer nada e levou quase correndo até o topo. Até levei um susto e fiquei me perguntando se ele estaria me assaltando mas sem forças pra correr atrás…” @lucianeschiavinato
“No metrô que fui a Paris, nos corredores o cheiro de urina é muito forte.” @herikalemos
“Eu me lembro de ter passado meu maior pesadelo: na noite de Réveillon (porque caipira passa virada na torre, né?!), logo após a virada, todo o mundo foi para a estação de metrô mais próxima. Era uma multidão de gente para acessar a estação, entrar nos trens, muitas pessoas acabaram machucadas e foram empurradas para longe do grupo que estavam. Triste. Nunca vi tanta gente na minha vida.” @juregiolli