Não é exagero. Tudo o que dizem sobre Paris é verdade. Poucos lugares do planeta marcam um antes e um depois tão claramente na vida de quem a visita. Habitada por pouco mais de 2 milhões de pessoas – sem contar a zona metropolitana –, a capital da França não foi presenteada com uma geografia que a diferenciasse especialmente por sua beleza natural, como o Rio de Janeiro, a Cidade do Cabo ou Veneza, por exemplo. Mas seu conjunto arquitetônico deslumbrante, o charme de suas ruas e avenidas e seus imponentes monumentos, aliados a séculos e séculos de história e um estilo de vida apaixonante, nos lembram a todo momento que estamos diante de parte do melhor que o ser humano foi capaz de construir – e, melhor ainda, preservar.
Cortada pelo Sena ao longo de quase 13 quilômetros, sobre o qual ergueram-se nada menos do que 37 pontes (algumas com verdadeiro status de atração turística), a Cidade Luz se faz de camadas. Não existe uma só Paris, existem várias. A Paris das artes, a da alta costura, a da boemia, a da gastronomia, a da fotografia… Decifrá-la pode demandar dias, anos, uma vida inteira. Sempre com uma bela pausa para um café (ou vários).
Para se orientar, basta lembrar que a cidade está dividida em 20 arrondissements, que são zonas demarcadas em formato de espiral. Eles são numerados a partir do centro da cidade – o que significa dizer que, quanto mais baixo o número, mais perto de tudo aquela região será. Há, ainda, a divisão em relação às margens do Rio Sena: Rive Droite é a Margem Direita, onde estão o Arco do Triunfo, a Champs-Elysées, o Louvre; Rive Gauche é a Margem Esquerda, onde fica a Torre Eiffel e o Musée d’Orsay. Terceira cidade mais visitada do planeta (em 2018 foram mais de 17 milhões de turistas), depois apenas de Bangkok e Londres, Paris está sempre cheia de novidades – e elas vão de novos centros culturais a lojas badaladas e hotéis inusitados (um deles flutua sobre o Sena!). Também há a Paris fora do óbvio, sempre uma surpresa. Voltar é sempre um alento.
QUANDO IR
As estações do ano costumam ser bem demarcadas em Paris, o que significa dizer que no verão faz calor de verdade (podendo chegar na marca dos 30ºC), no outono as árvores ficam lindas avermelhadas, na primavera a cidade se enche de flores e no inverno faz frio. Frio mesmo, muitas vezes perto de zero (mas a cidade também fica linda, especialmente nos raros momentos em que neva). Em relação às temperaturas, as estações ideais são a primavera e o outono, quando não há grandes extremos. Agosto é o mês oficial das férias na Europa e deve ser evitado, pois aqui elas são levadas a sério – muitos restaurantes e estabelecimentos em geral podem inclusive fechar as portas durante o mês inteiro (a cidade, ainda por cima, fica lotada).
COMO CHEGAR
Paris tem três aeroportos. A grande maioria dos voos diretos, vindos do Brasil, pousam no principal deles, o Aeroporto Charles de Gaulle. A Air France opera desde os aeroportos do Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza; a GOL e a KLM, desde São Paulo e Rio de Janeiro; e a LATAM, a Air China e a ANA, desde São Paulo. Para ir do aeroporto ao centro, distante cerca de 30 quilômetros, a maneira mais cômoda é de táxi. O serviço é tabelado: até a Margem Direita do Sena (Rive Droite), custa € 50; até a Margem Esquerda (Rive Gauche), € 55. É também possível usar outros meios de transporte. Há duas opções de ônibus: o Roissybus, que para perto da Ópera Garnier (cerca de uma hora, € 12,50), e o Le Bus Direct, que tem três linhas. A 2 vai até a Torre Eiffel (€ 18 para adultos e € 10 para crianças apenas ida e € 31 e € 20 ida e volta); a 3 vai até o aeroporto de Orly (€ 25 para adultos e € 13 para crianças apenas ida e € 37 e € 26 ida e volta); e a 4, até Montparnasse, com uma parada na Gare de Lyon (€ 18 para adultos e € 10 para crianças apenas ida e € 31 e € 20 ida e volta). Quem preferir pode, ainda, ir de trem. A linha regional RER B (€ 11,40 adulto e € 7,30 criança) vai até o centro, conectando com diferentes estações de metrô.
Orly é o aeroporto mais próximo do centro da cidade, a cerca de 20 quilômetros. Uma corrida de táxi até a Margem Direita custa € 35; até a Margem Esquerda, € 30. De ônibus, há duas opções. A melhor é a linha 1 do Le Bus Direct, que vai até Étoile|Champs-Elysées (€ 12 para adultos e € 7 para crianças apenas um trecho e € 20 e € 14, respectivamente, ida e volta). Há, ainda, o OrlyBus, que vai até a estação Denfert-Rochereau em cerca de 30 minutos (€ 8,70). De trem, a viagem é feita da combinação do OrlyVal, um trem moderninho, conectado ao RER B, que chega até as estações centrais ligadas ao metrô. O bilhete custa € 13,25 (adulto) e € 6,60 (criança)..
Quem vem de outras cidades da Europa, especialmente voando low-cost, pode, ainda, desembarcar em Beauvais, o mais distante dos três aeroportos que servem a capital francesa (a 90 quilômetros de distância). A viagem de táxi não é tabelada, e pode sair salgada: entre € 170 e € 210, dependendo da hora do dia. O trajeto demora entre uma hora e uma hora e meia. Mais econômico, o shuttle de ônibus conecta o aeroporto com a região de Porte Maillot (estacionamento Pershing, perto do acesso às linhas de trem RER C e 1 do metrô) – custa € 15,90 (adulto) e € 9,90 (criança) apenas um trecho ou € 29 e € 19,80, respectivamente, ida e volta.
COMO CIRCULAR
O esporte favorito na cidade é flanar. Realmente é caminhando que os maiores encantos de Paris são descobertos. Para cobrir distâncias maiores, há táxis e transportes alternativos como o Uber, mas o metrô é a melhor maneira. Inaugurado no ano 1900, é um dos mais antigos do mundo, e hoje percorre exatos 203 quilômetros da cidade, parando em 302 estações. Há, ao todo, 16 linhas, sendo 14 principais e duas suplementares (3bis e 7bis). Até 2024, outras quatro estações devem ser inauguradas. Isso significa dizer que há sempre uma parada por perto. Os bilhetes individuais de papel, chamados t+, são os mesmos usados nos ônibus, trams e trens regionais da zona 1. Recentemente eles começaram a ser substituídos por um cartão magnético recarregável chamado Navigo Easy (paga-se € 2 pelo cartão, mais os carregamentos para o transporte propriamente dito). As viagens unitárias saem a € 1,90; comprando em lotes de 10, o valor é € 14,90 (ou € 1,49 por unidade). Os cartões podem ser comprados e recarregados em qualquer estação.
Quem vai usar o transporte público por vários dias pode optar por algumas modalidades de passes que valem para turistas. O Navigo Découverte é o mais econômico e vantajoso, pois é de uso ilimitado em todos os meios de transporte e tem a opção de valer nas cinco zonas, inclusive nos transportes aos arredores como Versailles e Marne-la-Vallée, onde fica a Disneyland. O problema é que ele vale apenas por uma semana (começando sempre na segunda-feira e terminando no domingo) ou um mês (do primeiro ao último dia), o que tem um efeito limitador. O preço para as cinco zonas é € 22,80 por semana ou € 75,20 por mês, mais o custo do cartão (€ 5). Quem optar por cobrir menos zonas paga desde € 19,85. Esse é um cartão nominal, que precisa de uma fotografia 3X4 para ser emitido (nas estações). Um passe similar, mas que inclui os transportes públicos até os aeroportos, é o Paris Visite. Ele é mais caro e pode ser comprado para períodos de um a cinco dias. O valor para um dia nas cinco zonas é € 25,25; para cinco dias, € 65,80. Quem preferir a modalidade que cobre apenas o centro de Paris (zonas 1 a 3) paga € 12 em um dia e € 38,35 em cinco dias. Por fim, há o Mobilis, que vale por um dia, com preços que dependem das zonas. O mais barato cobre apenas duas zonas e custa € 7,50; o mais caro, para as cinco zonas, custa € 17,80.
Quer curte andar de bicicleta pode também usar o sistema Vélib, em passes de um ou sete dias. O passe de um dia custa € 5, sem cobranças extras para utilizações de até 30 minutos por vez. Entre 30 minutos e 1h é cobrado € 1. Acima de uma hora, € 1 a cada 30 minutos. Existem também bikes elétricas, e a primeira meia hora custa € 1; entre meia hora e uma hora, € 2; e acima de uma hora, € 2 a cada 30 minutos. O passe de uma semana custa € 15, com as mesas cobranças adicionais. Para usar o serviço, é preciso fazer uma inscrição antes.
PASSEIOS
Bairros especiais
Já que flanar é o verbo preferido de se conjugar em Paris, vale se dedicar com afinco aos pontos mais interessantes para gostosas andanças sem rumo. O Marais, na Margem Direita, é, sem dúvida, um deles. Antigo bairro da nobreza francesa, é hoje um dos mais vanguardistas da cidade, recheado de lojas de design, galerias, ateliês e cafés cheios de charme. Os bistrôs, as mesinhas nas calçadas e a vibe boêmia fazem do sobe-e-desce de Montmartre outra das regiões mais atraentes, assim como a Bastille, região que concentra ótimas feiras, restaurantezinhos gourmet e bares animados. Do outro lado do rio fica o Quartier Latin, que tem esse nome devido ao fato de que, até a Revolução Francesa, no final do século 18, o latim era seu idioma oficial, graças à presença ali de uma das universidades mais famosas do mundo: a Sorbonne, fundada no século 13. Hoje a vibe local é jovem e também boêmia. Seu vizinho Saint-Germain-des-Pres, orientado ao redor da igreja de mesmo nome (do século 11!), de estilo românico, é das regiões mais elegantes da cidade.
Grandes Monumentos
Ir a Paris e não ir à Torre Eiffel é como ir a Roma e… Erguida inicialmente como um monumento temporário para a Exposição Universal de 1889, a torre-símbolo da cidade tem 324 metros de altura e, lá do alto, descortina uma vista imbatível. Considerada a atração mais visitada do mundo, ela atrai quase 7 milhões de pessoas por ano. Para evitar as longas filas, vale comprar o ingresso pela internet com antecedência. Vale ter em mente, no entanto, que Paris é mais Paris com a torre no cenário – e que, uma vez dentro dela, isso não vai acontecer… De toda forma, há inúmeros cantinhos especiais para fotografá-la.
Tão famoso quanto, o Arco do Triunfo foi erguido em 1836 para comemorar a vitória de napoleão Bonaparte na Batalha de Austerlitz. Estrategicamente localizado na Étoile, rotatória de onde partem 12 avenidas (sendo uma delas a Champs-Élysées), tem um mirante no topo, a 50 metros de altura – prepare-se para subir 284 degraus! Outro grande postal parisiense, a Opera, ou Palais Garnier, com seu interior rebuscado em tons de vermelho e dourado, revela toda a opulência da segunda metade do século 19, quando foi construída. É possível fazer um tour por seus bastidores, mas a melhor maneira de conhecê-la é mesmo assistindo um espetáculo.
Museus Incontornáveis
Muito se fala da Mona Lisa de Leonardo da Vinci, da Vênus de Milo e da Vitória de Samotrácia, mas o Musée du Louvre, maior museu do mundo, é, claro, muito mais que suas obras-primas mais famosas – há cerca de 35 mil peças em exposição (o acervo egípcio é espetacular). Vale programar bem a visita com antecedência, ter sempre o mapa do museu em mãos e escolher o que mais interessa no acervo para otimizar o tempo. Instalado numa antiga e linda estação de trens da Belle Époque, de 1.900, o Musée d’Orsay tem como destaque telas de Monet, Van Gogh e Cézanne, entre outros grandes nomes impressionistas e pós-impressionistas. O Centre Pompidou tem um ótimo acervo de arte moderna embalado por um edifício ousado projetado pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers, de ares industriais com tubulações aparentes. Do lado de fora, a Fonte Stravinsky tem esculturas de Niki de Saint Phale. Do lado de dentro, quase mil obras de artistas como Picasso, Calder e Francis Bacon estão em exposição. Dono do mais completo acervo de obras do mestre dos mestres das esculturas Auguste Rodin (ou relacionados ao gênio de alguma forma), o Musée Rodin exibe esculturas de diversos materiais – de cera a bronze –, além de pinturas, rascunhos e fotografias. Estão lá O Pensador, As Portas do Inferno e O Beijo. Depois de permanecer fechado por quatro anos, o Musée National Picasso reabriu em grande estilo em junho 2014 com a ideia de renovar constantemente as peças em exposição, partindo de um acervo de cerca de 5 mil obras do mestre espanhol. Está instalado no belíssimo Hôtel Aubert de Fontenay, do século 17.
Outros museus e centros culturais imperdíveis
Difícil encontrar um lugar onde se possa compreender melhor a história parisiense do que no Musée Carnavalet, o mais antigo entre os municipais (fundado em 1880). Em um impecável par de casarões do século 16, guardam-se centenas de milhares de obras de arte, móveis, documentos e outras relíquias, incluindo descobrimentos arqueológicos do ano 4.600 a.C.. Fãs de Monet simplesmente não podem perder as gigantescas panorâmicas das séries das Ninféias no Musée de l’Orangerie, em pleno Jardin des Tuileries. A arte produzida em todos os outros continentes que não a Europa é a prioridade no espetacular Musée du Quai Branly, que tem mais de 5 mil peças, entre máscaras, instrumentos musicais, roupas e outros artefatos.
Apenas a arquitetura do Palais de Tokyo, com traços ousados e uma combinação incrível de concreto e ferro, já justificaria a visita, mas as exposições são sempre uma aula de vanguarda. Não perca a ótima livraria, com acervo focado em arte e design. O mergulho na cultura árabe já começa nas linhas do edifício do Institut du Monde Arabe, inspiradas nas tradicionais janelas de treliça do Oriente Médio – um projeto fascinante do superarquiteto Jean Nouvel. O museu narra a história do universo árabe e costuma haver exposições temporárias interessantes.
Paris ganhou duas atrações curiosíssimas. Primeiro veio o L’Atelier des Lumières, inaugurado em 2018, o primeiro centro inteiramente dedicado às artes digitais na cidade. O espaço recebe mostras interessantíssimas. Em 2019 foi a vez do Fluctuart, um centro de arte urbana que simplesmente flutua no Sena. São três andares e mil metros quadrados de pura modernidade no Quai d’Orsay.
Igrejas, catedrais e cemitérios
Um dos maiores cartões-postais de Paris, a Notre Dame, na Île de La Cité, erguida entre os séculos 12 e 14, foi devastada por um incêndio no dia 15 de abril de 2019. Os trabalhos de reconstrução estão a pleno vapor, mas ela está fechada para visitação por tempo indeterminado. A poucos metros de distância, na mesma ilha, a Sainte-Chapelle, do século 13, é considerada um dos monumentos góticos mais impressionantes de Paris – repare nos impressionantes vitrais. Ela foi encomendada pelo rei Luis XIV para abrigar suas preciosidades religiosas, caso da coroa de espinhos de Cristo, que depois foi levada para a Notre Dame. No topo da colina de Montmartre, a Basilique du Sacré-Coeur, que começou a ser construída em 1875, descortina uma das vistas mais famosas de Paris. Não sem razão, sua escadaria (com mais de 200 degraus!) está sempre cheia de gente – funciona como um camarote para o cenário.
Em Paris, até os cemitérios podem ser atrações turísticas. Considerado o mais visitado do mundo, o Père Lachaise é um oásis inaugurado em 1804 na região de Belleville. Mas o que leva multidões até lá são seus “moradores” mais ilustres, caso de Jim Morrison, Édith Piaf, Chopin, Balzac, Proust… Outro famoso é o Cimetière du Montparnasse, que abriga as tumbas de Serge Gainsbourg e Samuel Beckett, por exemplo.
Jardins e praças icônicos
Nada mais a cara de Paris do que fazer um piquenique, ler um livro ou simplesmente ver a vida passar sem pressa num parque. Belo oásis no meio da cidade, com nada menos do que 230 mil metros quadrados na região do Quartier Latin, o Jardin du Luxembourg está intimamente ligado à história da realeza francesa desde o século 17. É, provavelmente, o mais bonito e imperdível da cidade, recheado de gramados gostosos, lagos e construções imponentes. Estrategicamente localizado entre o Louvre e a Place de la Concorde, de onde parte a Champs-Elysées, o Jardin des Tuileries foi projetado pelo mais requisitado paisagista barroco do século 17, André Le Nôtre (o mesmo que assinou os lindos jardins de Versailles). Repare nas fontes e canteiros simétricos. Aos pés da Torre Eiffel, o imenso gramado dos Jardins du Trocadéro são providenciais para uma pausa antes ou depois de visitar o monumento. Quem viaja com crianças vai encontrar um carrossel que faz sucesso com os pequenos ali pertinho, além de sombras gostosas. Outra boa opção para famílias é o Jardin des Plantes, construído na primeira metade do século 17 como um jardim de plantas medicinais às margens do Sena. Além de ser uma gostosa área verde, abriga atrações de peso para o público infantil (e não só), caso do Muséum National d’Histoire Naturelle (não perca da Galeria da Evolução!) e do zoológico. Entre as praças mais famosas da cidade, destaque para a linda Place des Vosges, um exemplo de simetria e desenhos geométricos, e, embora não seja uma área verde, a elegante Place Vendôme, endereço de grandes grifes coroada por uma coluna de inspiração romana encomendada por Napoleão.
Rio Sena
O Sena é a principal “avenida” de Paris, e um passeio de barco é dos melhores city tours que se pode fazer na cidade. Em cerca de uma hora, é possível ver de perto alguns dos principais highlights da cidade de um ponto de vista completamente diferente – o Louvre, o Hôtel de Ville, o Musée d’Orsay, a Place de La Concorde e o seu famoso obelisco vindo do Egito no século 19… os cartões-postais vão desfilando um a um na sua frente. Diferentes empresas operam os passeios, com pontos de partida ao longo do rio. Há, geralmente, duas modalidades: os passeios tradicionais e os que incluem refeições. A Vedettes du Pont Neuf tem saídas aos pés da ponte que lhe empresta o nome e cobra desde € 14 (€ 7 para crianças) pelo passeio de uma hora. Ao almoço, o valor com a refeição é € 42 (€ 29 para crianças) e, na hora do jantar, € 72 (€ 35 para crianças). Há alternativas interessantes como aquela que inclui champanhe ao fim do dia (€ 24,50, duração de 1h30) e outra que é uma boa opção ao jantar, com vinho, queijos e frios (€ 33,50 e € 22,50 para crianças). Outra opção é a Bateaux Mouches, que tem saídas perto da Ponte d’Alma. O passeio sai a € 14 (€ 6 para as crianças); o almoço, € 69 (€ 37 para crianças); e o jantar, desde € 79 (€ 37 para crianças).
Lojas de departamento
Mais do que grandes templos do consumo, as lojas de departamento francesas são instituições incontornáveis. Uma das mais antigas, a Le Bon Marché abriu as portas em 1852. Hoje parte do portfólio do grupo LVMH, é um dos endereços mais exclusivos da cidade – suas escadas rolantes, que se cruzam formando X, são um charme. A Printemps abriu as portas em 1865 e ocupa o número 64 do elegante Boulevard Haussmann com nada menos do que 50 mil metros quadrados de preciosidades que vão de roupas e sapatos a artigos de decoração para a casa. Na mesma avenida fica outro ícone: as Galleries Lafayette, inauguradas em 1895 com sua emblemática cúpula de vidro a 33 metros de altura. No final de março de 2019 foi inaugurada uma unidade em plena Champs-Elysées que causou furor no mundo da moda parisiense.
ARREDORES DE PARIS
Parques Disney
Disneyland e Walt Disney Studios. São dois os parques Disney a pouco mais de 30 quilômetros de distância de Paris, em Marne-la-Vallée. É possível chegar lá de RER, os trens metropolitanos. A linha A, em direção a Marne-La-Vallée/Chessy, parte das estações Châtelet-Les-Halles, Gare de Lyon e Nation, todas comunicadas com a rede de metrô. De carro, o acesso é pela A-4, chamada de Autoroute de L’Est, saída 14. Outra alternativa é embarcar nos ônibus das agências de turismo locais ou em carros e vans particulares operados por empresas de transporte – na Minha Viagem Paris, o trajeto de ida e volta com motorista brasileiro custa a partir de € 200 (até três pessoas) ou € 250 (até oito pessoas).
Giverny e a casa de Monet
A 75 quilômetros de distância, Giverny guarda um dos melhores segredos dos arredores da capital francesa. Lá está a casa onde viveu, de 1883 a 1926, Monet, o mais célebre representante do Impressionismo, movimento que revolucionou a pintura moderna. A Fondation Claude Monet abriga os espetaculares e intactos jardins tão obcecadamente retratados pelo mestre das leves pinceladas e dos contrastes entre luz e cor. Você também verá por lá o cenário da famosa série Nymphéas, 19 painéis nos quais Monet trabalhou entre os anos de 1900 a 1926 e que hoje estão em exposição no Musée de l´Orangerie, em Paris. Monet permaneceu na cidadezinha até o fim da vida. Ele morreu em 1926, deixando um grande legado artístico. Agências como a City Vision promovem passeios guiados, mas é fácílimo (e mais barato) chegar lá por conta própria. A partir da estação Saint-Lazare de Paris partem trens da SNCF para a cidade de Vernon (cerca de 45 minutos). Uma vez em Vernon, um ônibus que parte da frente da estação (em horários conjugados com o trem) faz o transfer até Giverny, a menos de 10 quilômetros de distância. A marcação no chão indica o caminho até o ponto.
Palácio de Versailles
A ideia, aqui, é viajar diretamente ao século dos exageros retumbantes e do requinte extremo do rei Luís XIV e da rainha Maria Antonieta. No auge de sua megalomania, foram instalados ali nada menos que seis mil membros da corte – não sem razão foram construídos 700 quartos no palácio (depois de uma longa reforma, o quarto de Maria Antonieta reabriu para visitação). Tão impressionantes quanto o décor do palácio são os seus jardins, projetados por André Le Nôtre. O Château de Versailles fica a cerca de 20 quilômetros de Paris. Uma das maneiras mais fáceis de chegar até lá é através da linha de trens regionais RER C, um percurso feito em cerca de meia hora. Há três estações na cidade – a mais próxima do Palácio (apenas 10 minutos de caminhada) é a Château Rive Gauche.
PASSES TURÍSTICOS
Sejamos realistas: as principais atrações de Paris são caras. Veja alguns exemplos: no Louvre, a entrada custa € 15; no d’Orsay, € 14; no Musée Rodin, € 12; no Palácio de Versailles, € 20. Isso faz com que o Paris Museum Pass possa ser vantajoso para quem pretende visitar muitos desses lugares. Ele pode ter duração de dois (€ 48), quatro (€ 62) ou seis dias (€ 74), sempre consecutivos. O número de visitas por dia é ilimitado. Outras vantagens: não é preciso enfrentar as longas filas das bilheterias e é permitido voltar em quantos museus quiser. Mais de 60 museus e monumentos são cobertos pelo passe, incluindo todos os principais (mas atenção, a Torre Eiffel não faz parte!). Uma conta simples de se fazer para saber se vale a pena é: vai visitar mais de duas grandes atrações por dia? Vale. Não sabe ou vai ficar mais relax? Melhor comprar as entradas avulsas. Antes de começar a usar o passe vale se certificar de que os museus estarão abertos naqueles dias (é comum eles fecharem às segundas ou terças-feiras, por exemplo). Há, ainda, um outro passe, chamado Paris Pass, que combina as vantagens do Paris Museum Pass com um passe de transporte nas zonas 1 a 3 e atrações como os famosos ônibus de dois andares. Mas o preço é salgado e, na ponta do lápis, acaba por não valer a pena. Ele custa entre € 130 (dois dias) e € 245 (seis dias).
ONDE FICAR
Capital do país que mais recebe turistas no mundo, Paris tem todo um universo de hospedagens – de simples bed & breakfast a suntuosos cinco-estrelas, passando por uma ampla variedade de hotéis de redes internacionais. Nesse quesito o destaque vai para o grupo Accor, que de cara sai em vantagem por ser francês e tem unidades espalhadas por toda a cidade, inclusive de suas redes budget como Ibis (as unidades Bastille Faubourg St-Antoine e Styles Paris République estão entre as melhores e mais concorridas).
A localização é, sem dúvida, determinante da experiência que se terá na cidade, embora haja sempre um metrô por perto conectando o resto da cidade em poucos minutos. No Marais, um dos bairros mais simpáticos, têm um bom custo-benefício o Beaumarchais, com quartos funcionais e toques coloridinhos no décor; e o (atenção para não confundir!) Caron de Beaumarchais, com ares de hotel-boutique e uma fachada azul que é um charme, em contraste com o papel de parede florido do interior. Estão ambos a poucos passos de galerias e lojas cheias de charme. Já nas fronteiras do bairro, o My Hotel in France Marais tem quartos bonitinhos e preços imbatíveis para a região.
Não muito longe, o Hôtel Providence é um achado. Lindos papéis de parede, bonitas banheiras, mesinhas numa varanda… há vários elementos que contribuem para isso. São apenas 18 quartos cheios de bossa, cada um decorado de um jeito, e um terraço providencial para um aperitivo. A poucas quadras de distância, outra bela descoberta é o Hôtel Panache, na gostosa esquina das ruas du Faubourg Montmartre e Geoffroy Marie. Os ambientes esbanjam charme e peças de design de ares retro.
Quer ficar pertinho da Champs-Elysées numa novidade moderninha e badalada? Anote este nome: Amastan. Ambientes descolados, um pequeno jardim, biblioteca… e apenas 24 quartos. Nos arredores do Louvre (são apenas 10 minutos de caminhada), o Hotel Bachaumont esbanja um irresistível charme art deco. Com diárias frequentemente acima dos € 250, é aquela opção ideal para quem quer conforto sem falir. Na mesma região do museu, mas a caminho da Place de la Concorde, o Hôtel La Tamise, bem em frente ao Jardin des Tuileries, está instalado num lindo edifício do século 19 e tem, coincidentemente, 19 quartos. Sua escada é um escândalo de linda.
Que tal um hotel flutuante sobre o Sena, com direito a uma piscina com infinite view para o rio, um bar badalado e quartos com janelas sobre as águas? Pelo menos uma experiência única – e um ponto de vista pra lá de inusitado – é o que propõe o Off Paris Seine. Com as bóias em formato de cisne dourado, então, é para ir direto para o Instagram! Ao contrário do que se imagina, o hotel tem tarifas bastante razoáveis para toda a modernidade que propõe: preços que começam em pouco mais de € 100 para um quarto duplo. Design a preços acessíveis é, também, a proposta do Mama Shelter, nos arredores do Père Lachaise, onde os quartos foram desenhados por Philippe Starck e, no restaurante, o superchef Guy Savoy assina algumas receitas perfeitas para dividir. Tem um rooftop badalado. Outra alternativa de proposta semelhante é o Generator Paris, um famoso hostel design que tem quartos privativos moderninhos e fun.
Embora um tema bastante controverso em Paris, alugar um apartamento é sempre uma boa (e econômica) opção para quem viaja em família ou com amigos. Outra boa alternativa nesse quesito é o Yooma Urban Lodge – abriu as portas em 2016, tem quartos moderninhos que acomodam até seis pessoas e tem todo o aparato que bebês e crianças pequenas precisam em viagem, como banheiras com trocadores e cozinhas com aquecedores de mamadeiras em todos os andares.
Mas se o que você procura é o luxo dos luxos, mesmo nesse quesito pode difícil escolher. Todos os tops da hotelaria mundial estão presentes na capital francesa com propostas tentadoras, spas espetaculares, restaurantes que são verdadeiras constelações. Para dificultar um pouquinho mais, muitos dividem a mesma vizinhança, como é o caso do Hôtel de Crillon, que reabriu em 2017 depois de anos em reforma com suítes decoradas por ninguém menos que Karl Lagerfeld; do Ritz, que dispensa apresentações; do legendário Le Meurice e do Plaza Athenée com suas icônicas varandas de toldo vermelho floridas, todos nos arredores da Place de la Concorde. Nem o preço costuma variar entre eles, que têm diárias que começam quase em € 1.000.
ONDE COMER
Em poucos lugares do mundo se come como em Paris, seja um crepe na rua, seja uma refeição tradicional em um bistrô ou um prato que mais parece obra de arte em um restaurante estrelado. Qualquer restaurantezinho tem potencial de deixar saudades e, por isso, a pedida é ser destemido e enfrentar desconhecidos. Deve-se evitar, apenas, os endereços pega-turista, muito perto de grandes atrações, onde os menus traduzidos para dezenas de idiomas já entregam de bandeja a (falta de) proposta, aliados muitas vezes a garçons que vêm te catar no meio (literalmente) da rua.
Alguns endereços são clássicos que valem a pena, entre eles o Bistrot Paul Bert (22 Rue Paul Bert, 75011), frequentemente apontado como um dos melhores e mais típicos da cidade. No menu, pratos como o saboroso leitão com maçãs e, de sobremesa, sopa quente de cerejas com sorvete de baunilha. Com uma sopa de cebola cuja fama já ultrapassou as fronteiras, o Au Pied de Cochon é outra boa aposta. Em Montmartre, o Le Bistro de la Galette é especializado, como o próprio nome indica, em galettes, espécie de trouxinhas de massa folhada com os mais variados recheios, de frutos do mar a pato com ameixa. Com uma boa seleção de vinhos em taça e gostosos pratos de bistrô (peças as ostras no verão!), o Café de la Nouvelle Mairie (19 Rue des Fossés Saint-Jacques, 75005) é um segredinho bem guardado nos arredores do Jardin de Luxembourg.
Os crepes e galettes, aliás, são uma instituição local – e se forem feitos com farinha de trigo sarraceno à moda bretã, tanto melhor. Dois lugares incontornáveis para provar essas delícias são o Breizh Café, que desde janeiro de 2019 tem três endereços em Paris (no Marais, no Odéon e em Montorgueil), e a Crêperie Pen-Ty. Um dos sabores mais tradicionais é o Complete: queijo emmental, presunto e um ovo frito para coroar. Para fechar com chave de ouro, peça uma cidra para acompanhar.
No quesito comidinhas famosas, que podem ser embaladas para viagem e se transformar em piqueniques mais que perfeitos, duas opções são incontornáveis: o falafel perfeito do L’As du Fallafel, no Marais, sempre com filas na porta; e os sanduíches de trufa da Maison de la Truffe (com cinco endereços na cidade, inclusive na Place de la Madeleine).
Em busca de uma memorável refeição gourmet? Paris é o lugar certo para isso – há mais de 150 estrelas Michelin espalhadas pela cidade, sendo nove casas com a cotação máxima de três estrelas. Reservas com bastante antecedência são fundamentais. Além de criações surpreendentes, alguns endereços oferecem experiências incríveis no pacote – como o Le Jules Verne, estrategicamente localizado na Torre Eiffel, no segundo andar, com lindas vistas da cidade. Depois de fechar para uma grande reforma, ele abre suas portas em julho de 2019.
Entre os endereços da moda, atualmente merecem destaque o badalado Pink Mama, uma trattoria de sotaque italiano que é puro charme, em Pigalle; a brasserie La Belle Epoque, de ares tradicionais e comida bem gostosa a poucos passos da Avenue de l’Opera; e um novo point no Trocadero que escancara belas vistas da Torre Eiffel: o moderninho Girafe, famoso pelos pratos de ostra e caviar, mas dono de um menu que inclui ceviches, tartares, saladas e frutos do mar (prepare o bolso!).
Doces
Qualquer louco por doce que se preze é capaz de trocar uma refeição por uma das sublimes joias de açúcar à venda nas famosas docerias parisienses. Pierre Hermé é o nome definitivo para macarons, tortinhas finas que são uma verdadeira perdição e toda a sorte de viennoiserie (o nome que se dá à categoria de delícias folhadas que inclui os croissants e pains au chocolat, para citar os mais famosos). A Ladurée figura na lista dos clássicos incontornáveis. Foi a marca que lançou os macarons para o mundo – e segue ainda hoje fazendo alguns dos melhores que há, ao lado de sobremesas ultra delicadas. Ganaches, bombons e trufas de chocolates de várias texturas, aromas e temperos assinados por um dos maiores chefs do mundo estão à venda na Le Chocolat Alain Ducasse. E há quem diga que o melhor chocolate quente de Paris é servido no inverno na elegantérrima Chocolaterie Jacques Génin. A Hugo et Victor parece, de fato, uma joalheria: as preciosidades moldadas em chocolate e caramelo ganham realce em paredes escuras e vitrines sofisticadas. Bonbonnières recheadas de balas coloridas, tartelettes, mini docinhos com carolinas de chocolate e baunilha e profiteroles (caramelizados!) fazem a festa na Sebastien Gaudard, na Rue des Martyr. A Pâtisserie des Rêves, que significa Confeitaria dos Sonhos, não podia ter escolhido nome melhor. A felicidade vem em forma de madeleines, mille-feuilles, brioches e macarrons acolhidos em lindas redomas. Por fim, no quesito sorvetes, há pelo menos dois nomes imperdíveis: Amorino, que serve icônicos glaces em forma de flor em várias unidades espalhadas pela cidade (os sabores de pistache e avelãs são imperdíveis); e Berthillon, a marca registrada da Ille Saint-Louis, o clássico dos clássicos.
DOCUMENTOS
Quem viaja para a Europa a turismo pode ficar até 90 dias sem necessidade de visto e precisa ter o passaporte válido por pelo menos seis meses. O grupo de países que integram o Espaço Schengen, do qual a França faz parte, exige, ainda, um seguro de viagem com cobertura de pelo menos € 30.000.
DINHEIRO
A moeda da França é o Euro. Evite levar dólares ou outras moedas, pois as casas de câmbio já não são muito comuns (e costumam cobrar taxas salgadas). É possível sacar dinheiro da conta corrente no Brasil em moeda local nos caixas automáticos, por uma pequena taxa – apenas certifique-se de que o seu cartão está habilitado para a função (pode ser necessário fazer desbloqueios ou os chamados “avisos de viagem”).
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