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Roteiro rodoviário pela Mantiqueira (Paulista e Mineira)

Belas paisagens e clima de romance em um passeio de muito frio pela Serra da Mantiqueira

Por Fernando Leite
Atualizado em 9 set 2021, 22h44 - Publicado em 16 abr 2012, 18h20

O pedaço da Serra da Mantiqueira concentrado entre o Vale do Paraíba e a Rodovia Fernão Dias pode ser considerado o suprassumo entre os destinos montanheses a até 200 km da cidade de São Paulo.

Agraciada com um asfalto novinho em folha, após anos de tormenta, Monte Verde aposta no aumento do número de visitantes. Gente que chega para passear nas lojinhas e restaurantes da avenida principal, namorar nas inúmeras pousadas – especialmente as que têm lareira no quarto – e subir nos picos a procura da melhor vista da Mantiqueira. Aqui vale uma dica: a Pedra Redonda tem a subida mais tranquila e sua vista é tão boa quanto as outras montanhas, apenas fica num patamar inferior.

Abaixo dessa cadeia de montanhas – são apenas 12 quilômetros de trilha, surge São Francisco Xavier, ou São Xico, como é carinhosamente chamada. Quem não se arriscou no trekking, pode seguir de carro para a bucólica vila, com as mãos na direção, um olho na estrada e outro no céu: são 50 km em que apenas os 11 km iniciais são pavimentados.

A partir daí começa uma estradinha de terra, com poucos trechos planos e muitas áreas extremamente lisas em dias chuvosos. O mínimo sinal de arrependimento finda quando se chega na pracinha central da vila: colorida, cheia de lojinhas no seu entorno e uma recôndita igreja no miolo.

Visite a loja de Maly Caran, especializada em cremes e sabonetes. Se o centrinho converge lojinhas, bares e restaurantes, as aconchegantes pousadas estão espalhadas pela área rural – muitas não aceitam crianças.

Se foi penoso chegar a São Xico, agora é hora de muito asfalto com um visual incrível. Siga pela estradinha municipal até Monteiro Lobato e vire à esquerda rumo Minas Gerais, subindo por uma serra repleta de araucárias pelo caminho e ao longe. Após o acesso a Santo Antônio do Pinhal, mire seus olhos à direita e contemple a belíssima Pedra do Baú.

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Após entrar em Minas, voltar para São Paulo e regressar a Minas (sim, o traçado da rodovia é esse), siga as placas que indicam Gonçalves, um destino que está dando o que falar, uma unanimidade positiva na Mantiqueira.

O cenário gastronômico compreende restaurantes de culinária caipira a casas com perfil contemporâneo, passando por chefs que utilizam alimentos orgânicos. Caminhando pelo centro, é quase impossível não parar nas lojas e esvaziar a carteira com especiarias, luminárias e cachaças. Para explorar a região, a pedida é encarar um divertido passeio de jipe ou a cavalo.

Retornando ao estado de São Paulo, a próxima parada do roteiro é São Bento do Sapucaí. Muitos associam a Pedra do Baú com Campos do Jordão, mas a formação rochosa pertence a São Bento. Somente com a ajuda de um guia e muita disposição para vencer as ferratas (degraus presos à rocha) consegue-se alcançar o topo da pedra. Entretanto, não é exigida nenhuma habilidade para chegar no alto da vizinha Bauzinho – e o carro chega bem pertinho dali. No bairro do Quilombo, não deixe de conhecer a obra e bater um bom papo com Ditinho Joana, um grande escultor de jacarandás.

Do outro lado da montanha – na verdade a 34 quilômetros por uma estrada estreita e sinuosa, Campos do Jordão brilha como o destino mais efervescente da Mantiqueira, duelando com a gaúcha Gramado pelo título de principal destino de inverno do Brasil.

É só a temperatura baixar para o centrinho do bairro de Capivari ser invadido por turistas com casacos, luvas e gorros a procura de fondues, vinhos e chocolate quente. Gente que quer ver e ser vista, acenando para as câmeras de televisão postadas na pracinha de Capivari. Durante o mês de julho, o Festival Internacional de Inverno garante lotação máxima e coloca a música erudita no mais alto pedestal. Nessa época, o preço das diárias sobe consideravelmente e transitar pela cidade requer muita paciência.

Na saída de Campos do Jordão, a parada no mirante do km 44 da Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro garante uma linda vista do Vale do Paraíba (inferior a do Pico do Itapeva, mas com menos gente para atrapalhar o momento).

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Por muito tempo, Santo Antônio do Pinhal foi rotulada como uma Campos do Jordão mais barata. Pousadas charmosas quebraram esse paradigma. Some a isso um interessante roteiro de compras e bons restaurantes e temos um dos mais simpáticos destinos serrano do estado. Não vá embora sem provar o bolinho de bacalhau servido na Estação Eugênio Lefèvre, por onde passa o bondinho que vai para Campos do Jordão.

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