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Minas Gerais: esculturas de Aleijadinho voltam para Congonhas

Retiradas em outubro de 2023, as esculturas passaram por um processo que visa eliminar parasitas que ameaçavam a integridade do material

Por João Antonio Streb
Atualizado em 2 out 2024, 22h43 - Publicado em 2 out 2024, 16h00
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Esculturas restauradas representam etapas da via-crúcis (André Brasil/Iphan/Reprodução)

Após quase um ano de sua remoção, as 64 obras de Antônio Francisco Lisboa – mais conhecido como Aleijadinho – voltaram para as Capelas dos Passos da Paixão de Cristo, em Congonhas (MG). As esculturas, que representam a trajetória de Jesus Cristo até a crucificação, tinham sido retiradas em outubro de 2023 para passar por um processo de desinfestação.

Os trabalhos de Aleijadinho estão espalhados pelo interior mineiro, em cidades como Ouro Preto, Sabará, São João Del Rei e, claro, Congonhas.

Quais são as principais obras de Aleijadinho em Congonhas?

As grandes contribuições atribuídas a Antônio Francisco Lisboa na cidade ficam no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. As estátuas reformadas são aquelas que compõem a representação da Via Sacra, contando o caminho de Jesus até a crucificação e sendo parte das Capelas dos Passos da Paixão de Cristo.

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Santuário do Bom Jesus do Matosinhos, rodeado por esculturas de Aleijadinho, é a grande atração da cidade (André Líbero/CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons)

Ornamentando a escadaria do santuário estão aquelas que são consideradas a obra prima do artista: as esculturas dos 12 Profetas. Revitalizadas pela última vez em 2023, essas peças são emblemáticas desde a confecção. O mineiro teria esculpido os Profetas quando a lepra – que causava limitações nos seus movimentos – já estava em estágio mais avançado, entre 1800 e 1805, com auxílio de ferramentas especiais e ajudantes. A doença teria sido o motivo do artista receber o apelido infame que perdura até hoje.

Como foi feito o processo de desinfestação?

As esculturas foram removidas para proteger os materiais utilizados nas obras: Aleijadinho utilizava pedra-sabão e cedro-rosa nas esculturas, deixando as peças vulneráveis à ação do tempo e alguns parasitas, como é o caso do cupim. O método escolhido foi a anóxia, que consiste em inserir o material numa bolha, adicionar um gás inerte e retirar o oxigênio do interior, deixando assim por 45 dias até eliminar os cupins.

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Esculturas passaram por processo de anóxia, embaladas com gás inerte de modo a matar os parasitas (André Brasil/Iphan/Reprodução)

Depois de serem desembaladas, as obras passam por imunização com produtos protetores, mirando na prevenção de novas infestações futuras.

Como chegar até Congonhas

Para quem deseja ir de avião, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (Aeroporto Tancredo Neves), em Confins, é o mais próximo. Partindo de BH, basta pegar a rodovia BR-040 em sentido sul, em direção ao Rio de Janeiro. A cidade de Congonhas fica a cerca de 85km de distância, levando pouco mais de 1 hora de carro saindo da capital mineira.

Partindo de São Paulo, o melhor caminho é seguindo pela BR-381 até o trevo de Lavra, onde você deverá acessar a BR-265 até Barbacena. De lá, basta pegar a BR-040 até Congonhas. A viagem leva cerca de 9 horas.

Saindo do Rio de Janeiro também é utilizada a mesma rodovia, num trajeto que passa por Petrópolis, Juiz de Fora, Barbacena e Conselheiro Lafaiete, levando algo próximo de 7 horas até Congonhas.

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