Que crianças tendem a ter uma imaginação extraordinária todos nós sabemos. Talvez seja por isso que a família de Benjamin Ingel demorou quase um ano para descobrir que o menino tinha em sua posse um dente de dinossauro de mais de 120 milhões de anos.
Benjamin estava brincando na areia de uma praia da Lagoa de Knysna, na África do Sul, olhando as pedrinhas como crianças costumam fazer (e vários adultos também!), quando encontrou uma rocha um tanto diferente – e fez história.
De acordo com a criança, quando ele pegou o pedra na mão, ela logo se desmanchou, revelando um item de cor escura e de formato um tanto peculiar.
O contorno da figura realmente se assemelhava a um dente. A mãe do garoto, desacreditada, concluiu que o objeto deveria ser apenas um pedaço de plástico incomum, devido a aspecto oleoso exterior.
A sorte de Benjamin, entretanto, se deu porque ele se apegou ao item e resolveu guarda-lo no seu armário. Sem desistir de sua descoberta, buscou a ajuda de seu avô. O senhor decidiu, então, mostrar o fragmento a alguma pessoa especializada no assunto, que poderia por um fim à dúvida.
O idoso entrou em contato com dois amigos geólogos, que se espantaram com o achado. Intrigados com a possível importância do espécime, notificaram o paleontólogo Robert Gess, do Museu Albany, na cidade de Grahamstown, que convidou o menino ao local para testes no objeto.
Ali, o mistério chegou ao fim e Benjamin comprovou que estava certo desde o começo. Seu “pedaço de plástico” revelou-se como sendo a presa de um Alossauro, um dos maiores dinossauros carnívoros do período Jurássico tardio.
Como se não fosse suficiente, a descoberta de Benjamin fica ainda mais fantástica. O exemplar é o único achado paleontológico documentado da região sulafricana de Knysna e, por si só, um item muito raro, mesmo no cenário mundial de paleontologia, já que existem pouquíssimos dentes dessa espécie.
Veja o dente e o relato um tanto quanto fofo de Benjamin e sua aventura no vídeo abaixo:
Caso a aventura do menino tenha causado inspiração, o Brasil é dono de um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. No local, há os indícios dos mais antigos habitantes de todo o continente americano e um acervo riquíssimo, inclusive com vestígios de dinossauros.