Conhecer por dentro a mansão onde viveu o homem mais poderoso da história recente do Brasil é apenas um dos motivos para visitar a Casa Roberto Marinho, no Rio de Janeiro. Escondido no bairro do Cosme Velho, aos pés da Floresta da Tijuca e do Cristo Redentor, o casarão que acolheu o fundador da Rede Globo por 60 anos – de 1943 até sua morte, em 2003 – foi convertido em centro cultural em 2018. Atualmente, seus salões forrados de mármore abrigam uma espetacular exposição sobre Burle Marx (1909-1994), o maior paisagista brasileiro, que também é autor do mítico mosaico que compõe o calçadão de Copacabana.
Artista completo
Ainda que tenha sido reconhecido internacionalmente por seu estilo paisagístico, o paulistano Burle Marx também era pintor, escultor, designer e até cantor. O Tempo Completa repassa várias facetas de sua trajetória com pinturas, desenhos e protótipos, alguns deles expostos pela primeira vez. Mas, caso não dê tempo de visitar a mostra, que vai até 6 de fevereiro, parte importante de sua obra sempre estará guardada na mansão do Cosme Velho, cujo jardim foi um dos primeiros trabalhos residenciais do paisagista.
Oásis carioca
Repleto de espécies nativas, o jardim é um oásis no turbilhão do Rio de Janeiro, concebido para ser uma transição entre a Floresta da Tijuca e a cidade. Os famosos flamingos que eram pets do mandachuva da Globo não estão mais ali, mas o laguinho continua cheio de carpas ornamentais.
Um dos pontos altos da visita ao casarão, que foi habitado por Lily Marinho, viúva de Roberto, até a sua morte, em 2011, é assistir ao filme que mostra como era a decoração original – no cinema privado do casal. Em 15 minutos, a câmera passeia pelos cômodos principais, repletos de tapetes, tapeçarias, candelabros, esculturas, luminárias, antiguidades e obras de arte de fazer cair o queixo. Entre telas e esculturas, você verá o que a Globo não mostrava: fotos de banquetes nababescos com a presença de políticos, figurões, artistas e intelectuais, de Dorival Caymmi e Tom Jobim, pasando por Tônia Carrero, Paulo Autran, Tarcísio Meira, Glória Menezes…
MAM particular
Engordado ao longo de mais de 60 anos, o acervo da Casa Roberto Marinho é de fazer inveja ao MAM: Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Cadido Portinari, Victor Brecheret, Alfredo Volpi, Tomie Ohtake… Apesar do foco no modernismo brasileiro, também tem exemplares de diversos artistas estrangeiros, como Marc Chagall, Giorgio de Chirico, Fernand Léger e Salvador Dalí.
A entrada custa R$ 10 (grátis às quartas-feiras).
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