Na última década, a preocupação com a despoluição e revitalização de rios ganhou força pelo mundo. Um exemplo é Paris, que vem trabalhando em melhorar a qualidade do Sena desde 2015, de olho nas Olimpíadas de 2024. A ideia é que, depois de um século, os banhos voltem a ser liberados no rio.
O Rio Pinheiros, em São Paulo, ainda está longe desse estágio. Mas o fato dos trabalhos já estarem dando pequenos sinais de melhora faz crescer a esperança de que um dia ele chegue lá. Enquanto isso, diversas iniciativas tentam voltar os olhares de paulistanos e visitantes para as suas margens – e sem torcer o nariz.
A mais recente foi encabeçada pela Heineken, que inaugurou ali um bar flutuante. O Heineken Floating Bar abriu no dia 30 de setembro e vai funcionar até 29 de outubro, sempre de sexta-feira a domingo, das 16h às 22h.
O espaço tem bar de drinks e petiscos e apresentações de DJs. Os ingressos são gratuitos, mas disputados: os lotes para o próximo fim de semana são disponibilizados às quartas-feiras, a partir das 17h, no site. Veja como foi a minha visita:
Como chegar
O ponto de partida para o Heineken Floating Bar é um estacionamento em frente ao Shopping Cidade Jardim, na Marginal Pinheiros. Depois de estacionar o carro (paga-se R$ 35) ou desembarcar do Uber, uma Kombi do novo modelo 100% elétrico busca os visitantes e leva até a entrada do Parque Bruno Covas. Ali foi instalado um contêiner verde, que faz as vezes de recepção e sala de espera: é então que você apresenta o ingresso, registra sua comanda e aguarda sua vez.
O bar só pode receber até 100 pessoas por vez e são liberados 200 ingressos por dia. Para evitar ficar na espera, a dica é chegar no horário de abertura, às 16h. Eu cheguei às 19h30, mas não tive que aguardar muito: havia apenas seis pessoas na minha frente. Logo um carrinho de golfe apareceu para nos levar até a margem do rio, onde fica uma ponte flutuante que atravessamos a pé. Dali, a vista para o bar impressiona, com luzes de LED verde girando para todos os lados enquanto a música eletrônica toca em alto volume.
Ao alcançar o outro lado da margem, ainda é preciso caminhar pela ciclofaixa até chegar a um lounge com banheiros, área para fumantes e o caixa para pagamento. Logo em frente está a rampa que dá acesso ao bar flutuante.
O bar flutuante
Parecido com uma balsa, o Heineken Floating Bar é tão grande (são 400m²) que não há muvuca mesmo quando ele está em sua capacidade máxima de visitantes. Pode ser que todas as banquetas e pufes espalhados pelo ambiente estejam ocupados, mas a ideia é mesmo curtir de pé.
Um palco no canto esquerdo recebe as duas apresentações de DJs da cena eletrônica que acontecem a cada dia (confira a programação musical no site). O som é alto, no estilo balada, mas ainda assim dá para conversar.
No centro fica um bar imenso, que serve chope (R$ 15) da Heineken, claro. Há também drinques clássicos reinventados, todos preparados com cerveja: experimentei o Apple Hops (R$ 35), que mistura gin, xarope de maçã verde, suco de limão e Heineken. O sabor é diferentão: a cerveja misturada com gelo fica um pouco aguada e sem gás. Preferi continuar no chope. Há também a opção de tomar a long neck sem álcool da Heineken (R$ 12), o novo refrigerante da marca Clash’D (R$ 8) ou água (R$ 6).
Achei boas as opções de comidinhas. O pastel de palmito com vinagrete de maçã verde (R$ 31, com seis unidades) estava bem gostoso. Há também porção de coxinhas (R$ 36, com seis unidades), batata-frita (R$ 28), burrata (R$ 67), steak tartar (R$ 68) e trio de mini burger (R$ 47). Para repor a glicose depois de tantos chopes, tem pavlova de frutas vermelhas (R$ 29) e brigadeiro de colher (R$ 19).
E o rio?
Mas o que todo mundo quer saber é: funciona essa ideia de bar flutuante? Será que o rio cheira mal? Será que o bar balança muito? E se começar a chover?
Comecemos pelas margens que, formadas por uma gramínea rasteira, podem ser um pouco lamacentas. No dia da minha visita, havia algumas cordas e ferramentas deixadas ali, mas nada que impactasse a paisagem.
Em relação ao balanço da plataforma, ele é quase imperceptível. E quanto ao cheiro, surpreendentemente, não senti nenhum odor desagradável. Meu palpite é de que o bar dispare alguns aromatizadores de ambiente, ainda que eu não tenha sentido nenhum perfume em específico.
Por questões de segurança, o bar não funciona em dias de chuvas. Em tempo: lá no meio do rio o vento é gelado, então vale ir bem agasalhado.
Fiquei no Heineken Floating Bar até o fechamento às 22h. Assim que a DJ terminou o set, uma voz de locutor ecoou pelos altos-falantes: era o “Rio Pinheiros” falando conosco, agradecendo a presença e pedindo para que cuidássemos dele.
O flutuante é uma parceria da Heineken com a Fundação SOS Mata Atlântica e todo o lucro do bar é revertido para ações que contribuam para a melhoria do rio e de seu entorno.
Foi um programão! De dentro do Heineken Floating Bar, a perspectiva que sem tem da Marginal é outra: ela parece até mais silenciosa e tranquila. Do Rio Pinheiros então, nem se fala. Nunca tinha imaginado que passaria uma noite de sábado sobre ele, curtindo e descobrindo São Paulo por outro ângulo.
Serviço
Como conseguir ingressos? Os ingressos são disponibilizados gratuitamente pelo site às 17h nas quartas-feiras. Como a quantidade é limitada, pode ser bem difícil de conseguir. A dica é entrar no site às 16h59, fazendo a solicitação assim que as reservas abrirem. Durante a minha visita, encontrei um casal de Campinas que não havia conseguido ingressos. Eles foram até a recepção, falaram do desejo de conhecer o flutuante e foram orientados a aguardar na fila de espera. Mais pro final da noite, vi que o casal tinha conseguido entrar. Eles foram na raça porque não há nenhuma garantia de que a estratégia funcione novamente.
Onde? Ciclovia Rio Pìnheiros Margem Oeste – Acesso Parque Bruno Covas. De frente para o Shopping Cidade Jardim. Para GPS e transporte por aplicativos, basta digitar “Heineken Floating Bar”.
Quando? O Heineken Floating Bar funcionará nos dias 20, 21, 22, 27, 28 e 29 de outubro, das 16h às 22h.
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