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Bate e volta de São Paulo: restaurantes entre 100km e 150km

Empada frita em Salto, queijos em Amparo e Joaquim Egídio, picanha em Jaguariúna, alambique com café da manhã em Porto Feliz e "comida de mãe" em Tietê

Por Caroline Dalla Vecchia
Atualizado em 1 set 2023, 12h37 - Publicado em 25 ago 2023, 08h51

Não é preciso se afastar muito de São Paulo para conhecer o cotidiano rural e provar produtos como queijos e cachaças artesanais diretamente da fonte — e isso pode ser uma boa escapada para um fim de semana. Em outra reportagem falamos sobre algumas opções de bate e volta e restaurantes que estão a até 100 quilômetros da capital. A seguir, veja outras seis opções de destinos que são um pouquinho mais distantes, mas que também valem a viagem. Confira um mapa ao final da matéria.

 

Salto, a 105 km de São Paulo

Restaurante e Pizzaria Scallet

Avenida Nove de Julho, 752 – Centro

Uma das “atrações” da cidade de Salto é a empada frita, patrimônio gastronômico local. Estima-se que a receita exista desde 1940, quando mulheres apelidadas de “empadeiras” fritavam os quitutes. Hoje, elas ainda são vendidas nas festas da cidade, nas quermesses das igrejas e no Restaurante Scallet, que as servem desde 1970.

Eu sou suspeita para falar sobre empadas fritas, pois nasci e cresci em Salto e por cerca de 16 anos, confesso, não conhecia a versão assada, que só ali descobri ser a mais comum. Mas acredito que o preparo seja difícil de desagradar quem prefere uma massa mais fina e frita (é claro). E apesar de ter sido gourmetizada com sabores como salmão e camarão, os tradicionais frango, palmito e carne seca ainda conquistam mais corações. Além das empadas, o restaurante também serve o almoço (à la carte e self service) e pizzas à noite.

Aproveite e conheça: descendo a Avenida Nove de Julho até o fim, chega-se ao Complexo da Cachoeira e ao Parque da Usina, as principais atrações de Salto ao redor do Rio Tietê (veja o que mais fazer na cidade neste link). Essa região também é próxima da estação do Trem Republicano, que faz o passeio entre Salto e Itu (saiba mais aqui).

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Joaquim Egídio (distrito de Campinas), a 107 km de São Paulo

Cabanha Campestre 53

Rod. José Bonifácio Coutinho Nogueira, km 15 – Lote 53

Nesse distrito de Campinas, descobri que “cabanha” é uma palavra originada do espanhol que significa uma pequena criação de gado caprino e ovino. E no caso da Cabanha Campestre 53, ela se refere às mais de 50 ovelhas com nome e sobrenome que estão sob os cuidados da família Pimenta dos Santos em uma Área de Proteção Ambiental (APA).

A família começou a visitar criações de cabras e ovelhas há cerca de trinta anos quando a filha mais velha do casal manifestou alergia a leite de vaca. Mas a ideia de ter seu próprio rebanho só foi colocada em prática em 2017. Desde então, eles se dedicam ao cuidado dos animais e à produção de queijos a partir do leite de ovelha — convenientemente, os quatro membros da família têm formações nas áreas da química, engenharia e biologia. Além disso, a filosofia do lugar é totalmente ligada à sustentabilidade e ao slow food já que, por ser uma APA, a cadeia produtiva não pode deixar resíduos ou afetar o ambiente.

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Como a produção é totalmente artesanal, a cabanha só abre duas vezes por mês, aos sábados de manhã, para um grupo de até vinte e cinco pessoas. O passeio inclui um tour guiado, em que é possível conhecer (e alimentar) as ovelhas, entender a criação dos animais e ver como é feito o queijo pecorino do tipo toscano. Ao final, a degustação é quase uma aula de maturação, pois são oferecidos queijos de diferentes idades, evidenciando a diferença de sabor e textura entre eles. Fora o pecorino, a família também produz o boursin em textura de requeijão, e um doce de leite que deixa todo mundo apaixonado por ser mais saboroso e menos enjoativo que o de leite de vaca. As datas dos passeios são divulgadas no Instagram da Cabanha Campestre 53. O passeio custa R$ 75 por adulto (crianças de até 10 anos e idosos acima de 65 pagam R$ 50) e é preciso reservar com, pelo menos, uma semana de antecedência.

Aproveite e conheça: depois do café da manhã na Cabanha, vale caminhar no centrinho de Joaquim Egídio, onde há construções históricas transformadas em bares, cafés e restaurantes. Ali perto há outras fazendas que também recebem visitas, como a Fazenda Santa Maria, que faz produtos derivados de jabuticaba e pode ser alugada como hospedagem pelo Airbnb, e a Fazenda Floresta, que está instalada num casarão de 1830 e tem fazendinha, horta orgânica, trilhas de bicicleta, café da manhã colonial e almoço. Além disso, Joaquim Egídio tem parques de mata preservada e o Museu Aberto de Astronomia (MAAS), com exposições, sessões de observação no planetário e oficinas de foguetes para todas as idades.

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Porto Feliz, a 120 km de São Paulo

Alambique Porto Brasil

Estrada Municipal Porto Feliz x Sorocaba, km 6, Propriedade Irmão Brasílio – Bom Retiro

Na zona rural de Porto Feliz, a cerca de 24km de Sorocaba, o Alambique Porto Brasil é a realização dos sonhos do Vinicius Thomazetto, que recebe os visitantes e fala com muito carinho sobre cada etapa do processo de produção da cachaça. Nos tonéis trazidos da Espanha e de Minas Gerais, o produtor faz as cachaças de amburana, jequitibá, bálsamo e carvalho, além do licor de jequitibá com mel, o limoncello e licores das frutas da estação.

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O passeio guiado começa nos fundos do pequeno alambique, onde a cana-de-açúcar é cortada e moída (e a plantação fica logo ao lado, no mesmo sítio). Depois, o Vinicius fala sobre como funciona o maquinário e como é a fermentação do açúcar em álcool, com direito a subir até a boca do panelão e sentir o cheiro do mosto. Na sala ao lado, onde ficam os tonéis, a visita termina com a degustação de todas as cachaças e licores. Além disso, se combinado com antecedência, o passeio também pode incluir um café da manhã com pães artesanais, feitos pela mãe do Vinicius (a Dona Chica), geleia de limão siciliano com cachaça e queijos feitos em uma propriedade vizinha. O tour guiado e a degustação custam R$ 10 por pessoa e o café da manhã custa R$ 25. Ambos precisam ser reservados com antecedência pelo telefone ou Whatsapp (15) 99123-4001.

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Aproveite e conheça: assim como Salto e Santana de Parnaíba, Porto Feliz faz parte do Roteiro dos Bandeirantes e conta um pouco dessa história com os monumentos do Parque das Monções. Além disso, o passeio até o alambique pode ser combinado com uma esticada para a vizinha Itu, a “Cidade dos Exageros” onde fica o tradicional restaurante Bar do Alemão (veja o que fazer em Itu aqui), ou para a outra vizinha, Tietê, da qual falarei mais abaixo.

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Jaguariúna, a 125 km de São Paulo

Botequim da Estação

Avenida Jaguary, 600, Centro, Jaguariúna

A localização, em plena estação ferroviária de Jaguariúna, é o que faz o charme desse restaurante. O Botequim da Estação existe desde 1991, mas ganhou relevância em 2006, quando foi criada a rota de Maria Fumaça entre Campinas e Jaguariúna. Esse, inclusive, é um bom passeio para os fins de semana para quem curte locomotivas antigas (veja os preços e horários neste link).

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O cardápio tem como base as panquecas, massas e carnes bovinas, sendo que o carro-chefe da casa é a picanha na pedra. O prato veio quatro bifes de picanha, arroz branco, feijão-carioca, salada de alface e rúcula, vinagrete e farofa portuguesa.

Aproveite e conheça: para além do passeio de trem, quem vai à Jaguariúna pode fazer uma esticada até Pedreira, uma cidade produtora de porcelanas, peças em MDF e de decoração em geral; ou até Holambra, onde há campos de flores e atrações relacionadas à colonização neerlandesa (veja o que fazer em Holambra neste guia).

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Amparo, a 140 km de São Paulo

Fazenda Atalaia

Rodovia SP 352 – (Rod. Antonio Cazalini), Km 137,5, Alferes Rodrigues

Não é exagero dizer que a Fazenda Atalaia é a grande estrela das Rotas Gastronômicas paulistas. O lugar é um destino completo, com construção histórica, passeio guiado, restaurante e muitos queijos, pelos quais eu percorreria novamente quantos quilômetros fossem só para comer um pedacinho.

A fazenda em si existe há cerca de 160 anos, quando a principal cultura local era o café. As terras estão há três gerações na família de Paulo Rezende, que é agrônomo e sonhava em viver dos cafezais dos pais. Enquanto isso, sua esposa Rosana começou a fazer queijo frescal na própria cozinha de casa e vendia para conhecidos. Aos poucos, a produção de queijos foi superando a do café, as árvores deram lugar às vacas e cabras e, em 2016, o Tulha foi o primeiro queijo brasileiro a conquistar uma medalha de ouro no World Cheese Awards.

O Tulha é um queijo de longa maturação (no caso, um ano), ou seja, ele é endurecido e ideal para comer ralado ou em lascas. No mercado, esses queijos normalmente são todos chamados de parmesão, mas seria uma heresia chamá-lo assim. Isso porque, além do sabor salgado característico, o Tulha tem um gosto único que está ligado ao fato de ser maturado numa sala (ou ‘tulha’, daí o nome) com paredes de taipa — ou seja, é um terroir próprio do Brasil.

A Atalaia ainda produz outros tipos de queijos e, da tábua de degustação (R$ 150), eu também morreria pelo Alvorada, que em 2018 ganhou medalha de bronze no IV Prêmio Queijo Brasil. Esse é um produto da família dos queijos de mofo azul, que levam o fungo Penicillium roqueforti na composição, mas diferentemente dos gorgonzolas mais comuns, este tem um sabor que parece carregar a essência da fazenda.

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Das quartas-feiras aos domingos e feriados, a Fazenda Atalaia serve café da manhã das 9h às 11h, e almoço das 12h30 às 15h (veja os cardápios aqui). As tábuas de degustação podem ser pedidas a qualquer hora do dia e a loja do local abre durante toda a semana. O tour guiado pela fazenda acontece aos finais de semana, às 10h e às 14h30. Para participar basta chegar com pelo menos 15 minutos de antecedência e pagar R$ 45 por adulto ou R$ 35 para crianças de 6 a 12 anos.

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Tietê, a 145 km de São Paulo

Restaurante Maggiorana

Praça Dr. José Augusto Corrêa, 46 – Centro

Localizado no ponto zero da cidade, o restaurante Maggiorana ocupa um casarão histórico lindamente restaurado. O almoço é self service (R$ 79 o quilo) e trata-se de “comida de mãe”, pois quem ainda manda na cozinha é dona Neusa Bueno Marcelo, proprietária juntamente com o filho Rogerio e a nora Denise.

Do cardápio, o que mais sai é o frango ou costela com polenta, servida quente e molinha, como deve ser. Todos os dias, são servidas cerca de 60 opções de comida, churrasco e massas preparadas na hora. Além disso, o Maggiorana faz um festival de massas as quintas-feiras, sábados e domingos, serve várias opções de risotos aos finais de semana, e sextas-feiras são dedicadas à culinária árabe. No balcão das sobremesas estão os quitutes que deram origem à história do restaurante, pois dona Neusa começou a trabalhar com cozinha quando fazia doces para casamentos — e vale a pena experimentar o camafeu de nozes.

Aproveite e conheça: depois do almoço, é uma boa pedida caminhar pelas construções históricas ao redor da praça onde está o Maggiorana. Dali, são 7 minutos a pé até o Centro, onde ficam próximas a Igreja Matriz da Santíssima Trindade e a Capela São Benedito (que tem uma relíquia do padroeiro em exposição). Ao lado das igrejas, há ainda um pequeno museu que vale a visita por ficar dentro da antiga cadeia de Tietê.

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O programa Sabor de SP, criado pela Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, mapeou regiões e criou circuitos gastronômicos; são eles: o Circuito das Frutas, o Caminho do Queijo, a Rota das Flores e o Roteiro dos Bandeirantes.

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