Verde, limpa, organizada. Esta é a impressão geral de Curitiba (PR), se comparada à maioria das outras capitais do Brasil.
É verdade que nos últimos tempos ela deixou de ser uma “cidade-modelo”, mas mesmo assim surpreende pela beleza e conservação de seus parques, museus, construções históricas e outros pontos turísticos.
No charme das construções e na gastronomia, o visitante sente a forte influência cultural da imigração europeia – italiana, polonesa, ucraniana e alemã. A visita à capital do Paraná é uma oportunidade de degustar, por exemplo, uma porção de pierogi (uma espécie de ravióli da Polônia) ou um bem preparado einsbein (joelho de porco, típico da Alemanha).
Apesar de sua vocação turística, Curitiba tem uma estrutura mais voltada aos visitantes que vão à cidade a trabalho. Mas o que parece ser um problema pode ser uma solução: se nos dias de semana a hotelaria fica lotada com o turismo de negócios, ela se esvazia aos sábados e domingos – ótimos dias para conseguir um desconto nas diárias!
Procure uma passagem promocional (ou pegue o carro ou o ônibus) e venha passar 48 horas em Curitiba. Nós temos o roteiro ideal para aproveitar o máximo da cidade em pouco tempo. Veja a seguir!
Dia 1: passeio no ônibus turístico com Jardim Botânico e um chope no fim
Quem gosta de praticidade deve escolher um hotel no Centro ou, melhor, no Batel. Assim, ficará mais fácil se deslocar pela cidade, caso você não esteja de carro.
Nossa sugestão para o primeiro dia é tomar um ônibus de dois andares da Linha Turismo, que passa por 25 pontos de interesse e tem um sistema de áudio com explicações em português, inglês e espanhol.
O ponto inicial desta linha é a Praça Tiradentes, marco zero da cidade, onde está a Catedral Basílica da Nossa Senhora da Luz. O primeiro ônibus sai deste local às 9 horas. Mas você pode embarcar em qualquer um dos pontos de interesse.
O tour completo, sem paradas, leva 3h, mas você tem direito a descer e fazer reembarques. Aproveite o primeiro dia (e a Linha Turismo, se for o caso) para ter uma visão geral da cidade e conhecer, pelo menos, o Jardim Botânico e o Museu Oscar Niemeyer.
Torça para que o sol dê as caras na sua visita ao cartão-postal da cidade, o Jardim Botânico, com entrada grátis. É lá que você vai tirar aquela foto clássica para mostrar aos familiares na frente de um grande jardim florido, com a bela estufa ao fundo. Encantador para quem gosta de botânica, mas costuma ser bem cheio aos fins de semana. Então chegue cedo para fugir das multidões.
O próximo ponto do roteiro por Curitiba é o Museu Oscar Niemeyer, conhecido pelo edifício em formato de olho. Além de admirar a arquitetura impactante, o visitante pode apreciar obras contemporâneas. Há duas exposições permanentes, o Pátio das Esculturas, ao ar livre, e o Espaço Niemeyer, voltado à obra do arquiteto.
Antes de subir de volta ao ônibus, aproveite para conhecer o Bosque do Papa João Paulo II, área verde atrás do Museu Oscar Niemeyer, com entrada grátis. O espaço, inaugurado após a visita do papa em 1980, abriga o memorial da imigração polonesa, em sete casas de tronco. Uma delas é uma loja de artesanato, boa para compras de souvenires, como os tradicionais ovos pintados à mão.
Provavelmente, nesta altura do campeonato, seu estômago já estará reclamando de fome. Faça então a próxima parada no bairro de Santa Felicidade, onde há restaurantes italianos que servem rodízio de massa.
É aqui que está o maior restaurante do Brasil, o Madalosso, com capacidade para até 4,6 mil pessoas. Entre lá se estiver disposto a comer loucamente, sem vergonha de parecer um ogro. E saia rolando para a próxima atração.
No período da tarde, já abastecido, você pode conhecer o Centro Histórico. Se o Museu Paranaense já estiver fechado (funcionamento até as 16h aos sábados e domingos; entrada grátis), deixe a visita para o segundo dia. Continue pela Rua Keller. Na Praça João Cândido, você passará pelo Palácio Garibaldi (apenas visita externa), que fica em frente ao famoso Relógio das Flores.
Dois centros culturais estarão perto: à esquerda está o Solar do Rosário, casarão do século 19, com galeria de arte e restaurante, e à direita está a Fundação Cultural Palacete Wolf, espaço dedicado à leitura.
Seguindo sua caminhada, no Largo da Ordem, você encontra o Memorial Curitiba, espaço para atividades culturais, e as igrejas da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas e do Rosário dos Pretos de São Benedito, ambas do século 18. Aos domingos, há uma feira nesta área.
Cansado de bater perna? Um bom ponto para fazer a pausa aí mesmo no Largo da Ordem, onde está o Bar do Alemão, que desde 1979 serve o submarino, chope com uma dose de steinhaeger. Saúde! (Você vai precisar no dia seguinte, para fazer várias caminhadas)
Dia 2: feira do Largo da Ordem, Ópera de Arame e restaurantes consagrados
Se for domingo volte ao Largo da Ordem, no Centro, para aproveitar uma das maiores feiras do país, com barracas de artesanato e antiguidades (9h às 14h). Pertinho está o Museu Paranaense, que está em um palacete de 1928 e fecha cedo (de terça a sexta, das 9h às 18h, e aos sábados e domingos, das 10h às 16h).
Aproveite a manhã para conhecer também os parques Tingui e Tanguá, ambos com entrada grátis. A visita ao pequeno Tingui só vale para fotografar o Memorial Ucraniano, réplica de uma igreja ortodoxa eslava. Ah, é uma segunda oportunidade de comprar artesanato do Leste Europeu.
Próximo de Tingui está o Tanguá, um dos parques mais bonitos da cidade. Ele está dividido em duas partes. Na parte alta estão os espelhos d’água e chafarizes, com uma vista espetacular da área verde. Tire muitas fotos e desça a ladeira para conhecer a parte baixa do parque, para relaxar na caminhada em volta do lago e admirar a cachoeira (não se empolgue demais, é artificial). Respire fundo para voltar à parte alta do parque.
A Ópera de Arame (foto acima) não está muito longe, então não deixe de conhecê-la. Trata-se de uma grande estrutura de metal tubular, com teto e parede transparente, erguida sobre um lago. O espaço recebe peças e shows, mas a entrada para visitação é grátis.
Hora do almoço, nham, nham! Para uma fome de leão, que tal experimentar a culinária alemã no Cantinho do Eisbein? A casa serve clássicos como o eisbein (joelho de porco) e kassler (costeleta de porco defumada). Para quem prefere comida variada, a sugestão é o Quintana, no Batel, com bufê feito com ingredientes orgânicos. Também no Batel está o Lucca Café Especiais, que tira os melhores expressos de Curitiba.
Ainda sobrou ânimo? Vá até a Torre Panorâmica, de 110 metros, com vista de 360 graus que permite ver toda a região metropolitana em dias claros. Aproveite para tentar reconhecer todos os pontos que você visitou em tão pouco tempo – sim, foram muitos!
Uma alternativa de passeio para o período da tarde é caminhar pelo Parque Barigui, muito frequentado pelos curitibanos que correm, andam de bicicleta ou praticam outras atividades esportivas ao redor do lago.
Nesta região está o Museu do Automóvel, com exposição de mais de 50 veículos (funciona de terça a sexta, das 13h30 às 16h45; sábado e domingo das 10h às 12h e das 13h30 às 17h45).
Para terminar seu roteiro com muita classe, agende uma mesa no Durski, que tem um salão elegante, serve receitas internacionais e tem uma das melhores cartas de vinho do Brasil – são 2.500 rótulos de 23 países.
Outro restaurante imperdível é o Manu, de cozinha contemporânea. Com receitas inovadoras e equilibradas, Manoella Buffara serve ingredientes frescos e incomuns em menus de quatro, seis ou oito pratos. E aí você vai voltar para casa com a impressão de que Curitiba é verde, limpa, organizada e… Deliciosa!