Roteiros pela Nova York de ‘Sex and The City’
Uma seleção de atrações, restaurantes e lojas que serviram de locação para a franquia e ainda estão em funcionamento
Mais de vinte anos depois da exibição do seu primeiro episódio, Sex and The City ganhou uma nova série que continuará tendo como foco a amizade entre a escritora Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), a advogada Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) e a dona de casa Charlotte York (Kristin Davis), mas agora com as personagens na faixa dos 50 anos. A estreia do revival And Just Like That aconteceu no dia 9 de dezembro e a cada semana serão disponibilizados novos capítulos na plataforma de streaming HBO Max.
O enredo sobre mulheres brancas e da alta classe de Nova York pode não agradar a todos, especialmente pelas piadas que não envelheceram bem. Mas é inegável que a série original continua pairando sobre o cânone da cultura pop, redefiniu a forma como sexo e o prazer feminino são tratados na televisão e moldou a nossa percepção sobre a Big Apple.
A sitcom foi um sucesso em parte porque fez parecer incrível a ideia de morar em Manhattan na virada do milênio – e consagrou uma série de endereços que entraram para a lista de desejo dos turistas. Veja, a seguir, um roteiro pelas locações mais emblemáticas de Sex and The City em Nova York (contém spoilers das seis temporadas da antiga série e dos dois filmes):
Roteiro 1 – West Village, Greenwitch Village, Meatpacking District e Soho
Comecemos pelo apartamento da protagonista Carrie Bradshaw. Apesar de ficar supostamente na East 73rd Street, o prédio de tijolos marrons que aparece em cena fica na realidade na Perry Street. Tirar uma foto sentado nas escadas em frente à porta virou um clássico entre os fãs de Sex and The City, de forma que os reais moradores se viram obrigados a colocar placas e correntes na entrada alertando que se trata de uma propriedade privada.
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A menos de dois minutos de caminhada está um dos endereços que devem boa parte da sua fama à série, a Magnolia Bakery. Seus cupcakes se tornaram um sucesso de venda depois que passaram a fazer parte do cotidiano da personagem de Sarah Jessica Parker e a loja abriu uma porção de outras unidades pelo mundo. Mas a original, que aparecia na tela da televisão, segue firme e forte na 401 Bleecker Street: o Carrie Cupcake, que homenageia a protagonista, leva baunilha e buttercream.
Não muito longe dali, a unidade da The Pleasure Chest na 156 7th Avenue South foi a sex shop onde Charlotte adquiriu um vibrador logo na primeira temporada. Depois disso, a loja vendeu mais de 10 mil unidades do modelo do brinquedo, chamado de “rabbit”, que se tornou mundialmente famoso.
Três quadras adiante, a Two Boots to Go da 101 7th Avenue South é onde Carrie e Miranda acabam indo comer fatias de pizza depois de saírem insatisfeitas de um novo restaurante vegano da ilha no começo da sexta temporada. Hoje, a pizzaria se destaca justamente pela variedade de sabores veganos. Outra ironia: a advogada reclama de seu namorado Steve Brady (David Eigenberg) naquele episódio, mas acabaria se casando com ele alguns capítulos adiante e a quatro minutos dali, no Jefferson Market Garden: espaço escolhido por ela para fugir de qualquer clichê de casamento.
De lá, suba toda a Greenwich Avenue até a West 14th Street para conhecer a loja da Diane von Fürstenberg, renomada estilista belga. Era ali que Carrie estava fazendo compras quando ligou para sua amiga e relações públicas Samantha Jones (Kim Cattral) para contar que se casaria com Big (Chris Noth) no primeiro longa-metragem de Sex and The City. Já no segundo filme, as quatro amigas tomam um brunch juntas na Cafeteria da 119 7th Avenue.
O jantar de ensaio de casamento da protagonista também aconteceu a poucos passos dali, no elegantérrimo restaurante Buddakan da 9th Avenue. Para provar o menu degustação inspirado no Sudeste Asiático (a partir de US$ 80 por pessoa), é preciso reservar com antecedência.
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Mas ainda mais concorrida é a Soho House New York, a uma quadra de distância. O hotel aparece em um episódio da sexta temporada da série que mostra o quarteto sendo expulso da piscina na cobertura, apesar da suposta influência de Samantha como relações públicas. Inaugurado em 2002, o espaço continua super exclusivo e recebeu a festa de despedida de solteira de Meghan Markle. É preciso se tornar membro de um clube para se hospedar ali e ter acesso ao bar, ao restaurante, ao spa e, claro, à tal piscina na cobertura.
Uma opção mais viável é conhecer a Trapeze School of New York, que Carrie experimenta para escrever um de seus artigos para a revista Vogue. O diretor executivo da escola, Dave Brown, disse em entrevista que aparecer na série foi a “melhor coisa que lhes aconteceu”, visto que logo no dia seguinte ao lançamento do episódio já havia se formado uma fila de duas semanas de espera. Duas décadas depois, as aulas de trapézio à beira do Rio Hudson continuam acontecendo e custam entre US$ 45 e US$ 70.
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Antes de se casar e tornar uma dona de casa em tempo integral, Charlotte trabalhava em uma galeria de arte não muito distante dali, na 141 Prince Street, já no bairro do Soho. A locação era a Louis K. Meisel Gallery, especializada em obras de arte fotorrealistas e costuma receber exposições temporárias. Ficam na mesma rua o The Mercer Kitchen, no número 99, onde Miranda compartilha com as amigas seus planos de mudar de casa depois que descobre que Steve a traiu, e o Raoul’s, onde Miranda e Carrie passam o Valentine’s Day – dois restaurantes que aparecem no primeiro filme.
A uma quadra de distância, o italiano Cipriani Downtown é onde Charlotte estava quando leu, no The New York Times, a notícia de que Big estava noivo na série. Outra opção para o jantar é o Balthazar, restaurante francês inaugurado em 1997 em que Carrie e Samantha têm dificuldade em conseguir uma mesa – até que a protagonista empresta um absorvente para a recepcionista.
A loja de sapatos favorita de Carrie Bradshaw era a Manolo Blahnik, onde ela afirma ter tido uma experiência quase religiosa comprando um par de saltos. A única loja do estilista espanhol em Nova York ficava na West 54th Street, mas fechou as portas inesperadamente em novembro de 2019. Também não existe mais o cinema de rua Clearview Ziegfeld na West 54th Street, onde acontece a première do novo filme de Smith Jerrod (Jason Lewis), ex-affair de Samantha, em Sex and The City 2.
Roteiro 2 – Midtown, Central Park e Upper East Side
Conforme Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha foram conquistando o seu espaço na selva de concreto, as locações da série e, principalmente, dos filmes, subiram para a porção mais central de Nova York. Mas o ponto de partida deste segundo roteiro apareceu ainda na segunda temporada, quando Big conta a Carrie que está noivo de outra mulher durante um almoço no Eleven Madison Park. Ao saber da notícia, a escritora deixa o seu cosmopolitan para trás e sai do salão aos tropeços antes de mesmo de provar a comida. Uma pena, já que o restaurante recebeu três estrelas pelo Guia Michelin e foi eleito um dos melhores restaurantes do mundo pelo World’s 50 Best Restaurants em 2017. Depois de ficar 15 meses fechado durante a pandemia, ele reabriu em junho de 2021 com um menu 100% vegano assinado pelo chef suíço Daniel Humm.
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Outro capítulo conturbado do casal Carrie e Big aconteceria 15 quarteirões para cima, na New York Public Library da Fith Avenue. No primeiro filme de Sex and The City, a escritora escolhe o espaço que abriga “todas as grandes histórias de amor” para realizar a sua cerimônia de casamento. Construído entre 1902 e 1911 no estilo beaux-arts, a estrutura de mármore branco guarda mais de sete milhões de livros e aparece duas vezes no longa-metragem. A primeira cena mostra a McGrown Rotunda, no segundo andar da biblioteca. Já a segunda se desenrola principalmente no Astor Hall, perto do saguão principal – impossível esquecer Carrie descendo as escadarias com seu pomposo vestido branco depois de ficar sabendo que o noivo tinha dado para trás.
A essa altura, você já estará bem perto de vários restaurantes de Nova York que apareceram ao longo das temporadas. O Da Marino, na 220 West 49th Street, é um italiano clássico com toalhas quadriculadas onde Carrie tem um jantar romântico com Big, que arranha algumas palavras em italiano e canta “It was a very good year”, de Frank Sinatra. Outro date da escritora aconteceu no Russian Samovar, na 256 West 52nd Street, quando ela flertava com Aleksandr Petrovsky. Uma curiosidade é que o ator que interpretou o personagem, Mikhail Baryshnikov, é um dos proprietários reais do restaurante. Já o baixista de jazz Ray (Craig Bierko) preferiu levar Carrie para um encontro no Monkey Bar da 60 East 54th Street, decorado com murais coloridos. Por fim, também fica nos arredores o restaurante The Modern, dentro do MoMA. É ali que, no primeiro filme de Sex and The City, Carrie anuncia que está noiva, provocando um grito histérico e inesquecível de Charlotte.
As locações continuam pelos arredores do Central Park. A loja de departamentos de luxo Bergdorf Goodman, que aparece em cenas de compras do quarteto em Sex and the City 2, fica colado no The Paris Theatre, onde Carrie gostava de assistir filmes clássicos sozinha, e do emblemático The Plaza Hotel, em frente ao qual a protagonista confrontou Big durante sua festa de noivado com outra mulher. Mais um capítulo dramático da vida romântica da personagem de Sarah Jessica Parker se desenrola em meio às fontes de água do Columbus Circle, cenário para o término do noivado entre a escritora e Aidan Shaw (John Corbett).
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Um pouco mais adiante, o bar do The Empire Hotel aparece em Sex and The City 2, quando a atriz Penélope Cruz faz uma participação especial encenando uma conversa sugestiva com o personagem Big. É possível que, no caminho até lá, ao percorrer a West 59th Street, você tenha se deparado com carruagens que levam para passeios de gosto duvidoso pelo parque. Carrie fez o programa duas vezes, uma com Big e outra com Petrovsky. Caso queira repetir a experiência, 30 minutos custam US$ 120 (reservas aqui).
Adentrando o Central Park, o The Loeb Boathouse é o icônico restaurante à beira do lago onde casais apaixonados remam barquinhos. Carrie e Big, no caso, acabam caindo dentro da água – e a atriz Sarah Jessica Park teve que tomar uma injeção de antitetânica depois de cortar o pé gravando o episódio, que faz parte da terceira temporada.
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O casal acaba tendo seu final feliz quando vão morar juntos em um apartamento luxuoso na Fith Avenue, em Upper East Side. O prédio supostamente fica no número 1010, mas na realidade as cenas foram gravadas mais perto da 82nd Street. Antes disso, porém, Carrie ainda conversaria sobre desilusões amorosas com sua assistente Louise (Jennifer Hudson) no bonito Bemelman’s Bar, dentro do hotel The Carlyle, a seis quadras de distância.
O sul da ilha de Manhattan também aparece em Sex and The City. Na terceira temporada, as amigas pegam uma balsa na 4 Whitehall Street rumo à Staten Island, passeio que pode ser facilmente repetido. Também é um programa clássico de Nova York atravessar a Brooklyn Bridge, como Miranda e Steve fizeram no primeiro filme ao decidirem dar uma segunda chance ao casamento.
Bônus – Sex and The City pelo mundo
O primeiro cenário internacional a aparecer em Sex and The City é Paris, para onde Carrie Bradshaw se muda com Aleksandr Petrovsky nos dois últimos episódios da série. Os dois ficam hospedados no icônico Hôtel Plaza Athénée, em um dos quartos que realmente tem vista para a Torre Eiffel, e almoçam no restaurante classudo Le Salon Organza. No dia seguinte, a escritora vai logo conhecer a loja mais icônica da Dior na 30 Avenue Montaigne e, já com saudades de casa, passa em frente ao famoso restaurante L’Avenue antes de parar para ligar para sua amiga Miranda na Fontaine Saint-Sulpice. No episódio seguinte, Carrie almoça com a ex-mulher de Petrovsky no asiático e moderninho Kong, com vistas panorâmicas para o Rio Sena, e caminha perto da Pont Neuf. Mas é na Pont des Arts que ela tem o seu final feliz (ou nem tanto) com Big.
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Depois de ser largada no altar no primeiro filme da franquia, Carrie embarca com as amigas em supostas férias para o México. Na realidade, as cenas foram gravadas em uma propriedade chamada Vilal Lizton em La Piedra State Beach, Malibu. Os produtores do longa-metragem escolheram o lugar porque já pretendiam utilizar uma mansão na Malibu Road, não muito longe dali, como a nova casa da personagem Samantha Jones na Califórnia.
Em Sex and The City 2, por fim, o grupo de amigas parte para uma viagem promissora a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. A verdade, porém, é que o filme foi rodado inteiramente no Marrocos. Boa parte, aliás, em Marrakesh. As personagens ficam na Royal Suite do hotel Sahara Palace, mas é no Amaneja que a protagonista janta o seu ex-noivo Aidan. Também aparecem em cena a Praça Jemaa el-Fna e a Medina. As cenas de caminhada pelo deserto foram gravadas nas dunas de Ouarzazate, enquanto o passeio de camelo e o almoço em uma tenda beduína aconteceu em Merzouga. Já a praia que aparece no filme fica em Essaouira.
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