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Canadá suspende limite de horas de trabalho para intercambistas

Medida visa combater a escassez de mão de obra e beneficia os estudantes que precisam trabalhar para se manter no exterior

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 4 nov 2022, 10h54 - Publicado em 25 out 2022, 15h44
Toronto, Canadá
O skyline de Toronto, que recebe muitos estudantes brasileiros. (Sandro Schuh/Unsplash)
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O Canadá determina que os intercambistas podem trabalhar no máximo 20 horas por semana enquanto não estiverem em férias de inverno ou verão. Mas isso está prestes a mudar – ou, pelo menos, temporariamente. O ministro de Imigração, Refugiados e Cidadania, Sean Fraser, anunciou no dia 7 de outubro um projeto que irá suspender esse limite entre 15 de novembro de 2022 e 31 de dezembro de 2023, beneficiando os alunos internacionais que estudam no país em período integral. A medida visa combater principalmente a escassez de mão de obra no pós-pandemia: o nível de desemprego está em 5,2% e a estimativa é que existam um milhão de oportunidades de emprego. 

O diretor da agência de intercâmbio SEDA, Helicon Alvarez, afirma que, apesar do custo de vida no Canadá variar conforme a cidade, em geral é possível viver bem no país com uma renda mensal de CAD$ 1.500. “O salário mínimo no país é de CAD$ 13 por hora, o que significa que uma renda bruta mensal de CAD$ 2.080 para os estudantes que trabalhem de segunda a sexta-feira, oito por dias”, completa. O desafio é conciliar essa carga horária de trabalho com os estudos: o governo canadense ressaltou que os estudantes devem estar matriculados em cursos técnicos, de graduação, pós-graduação ou MBA e estar estudando em período integral. Ou seja, aqueles que estiverem fazendo apenas cursos de idiomas ou reduzirem a carga horária de seus cursos para meio período não serão elegíveis para assumir empregos fora do campus.

O Canadá possui cursos de diferentes áreas, durações e preços. Um curso técnico de seis meses de Customer Service na Toronto School of Management custa CAD$ 5.750. Já a pós-graduação de um ano em Product Management na Fleming College Toronto sai por CAD$ 16.000, enquanto o MBA de dois anos na University Canadá West custa CAD$ 32.000. “Um facilitador é que a maioria dos cursos não precisam ser pagos 100% no Brasil. Boa parte do investimento pode ser paga no decorrer do curso e, eventualmente, com os recursos que o aluno estiver ganhando com seu próprio trabalho no Canadá”, acrescenta Alvarez.

Entre os principais destinos de intercâmbio, o Canadá recebeu mais de 620 mil estudantes internacionais e emitiu quase 450 mil novos vistos de estudante em 2021. Por causa da pandemia, as emissões de novos vistos estão demorando mais do que o normal, mas o ministro Sean Fraser destacou que já foram processados mais de 452 mil solicitações de vistos de estudante entre janeiro e agosto de 2022, um aumento de 23% em comparação com os 367 mil processados no mesmo período de 2021.

A procura pelo Canadá para programas de intercâmbio se deve, em partes, aos incentivos do governo canadense para que os estudantes permaneçam no país. Um deles é o Post-Graduation Work Permit, modalidade de visto que permite trabalhar no país por até três anos após a conclusão do curso. A Espanha adotou um programa semelhante em julho.

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