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Índios, cassinos e guitarras na trajetória do Hard Rock, a rede de hotéis e restaurantes que virou um império

Por Fernando Souza
Atualizado em 16 dez 2016, 08h34 - Publicado em 6 jul 2012, 17h18

“Nossos ancestrais venderam Manhattan por uma ninharia. Vamos comprá-la de volta, um hambúrguer por vez”, declarou Max Osceola, da tribo indígena seminole, ao adquirir a rede Hard Rock, por US$ 965 milhões, em 2006. Famosos pelos negócios no ramo dos cassinos, os seminoles não reconquistaram Nova York, mas assumiram um império. Hoje, além dos 138 restaurantes e das quatro arenas de shows, o Hard Rock detém 14 hotéis em destinos como Bali, Cingapura e Vegas. Em 2012, a grife já inaugurou um hotel na Cidade do Panamá e promete abrir mais dois no México (Cancún e Vallarta). em 2013, o braço hoteleiro estreia na Europa (Hungria) e no Oriente Médio (Dubai e Abu Dhabi).

O COMEÇO

Londres, 1971. No auge dos riffs e solos de guitarra, dois jovens americanos montam um restaurante temático em Old Park Lane, o Hard Rock Cafe. Anos depois, para distinguir seu assento cativo, Eric Clapton, o próprio, pediu: “Posso pendurar minha guitarra na parede?” Yes, sir. Não demorou para que outra guitarra fosse entregue no café. “A minha é tão boa quanto a dele. Com amor, Pete”, escreveu Pete Townshend, líder da banda The Who.

CLAPTOMANIA

A memorabilia iniciada por Clapton soma hoje 73 mil peças espalhadas pelos 53 países onde o Hard Rock está. O acervo é alimentado em leilões por aquisições de particulares e doações. Entre as preciosidades estão uma Harley-Davidson de Elvis Presley, uma guitarra de Jimi Hendrix, o ônibus usado pelos Beatles em Magical Mistery Tour e o diploma de Stevie Wonder da Xavier University. Em braile.

Hambúrguer do Hard Rock Cafe 

JUNKIE FOOD

Nos cafés, o rock’n’roll das relíquias e caixas de som ambienta uma cozinha extracalórica, baseada em burgers. Também são famosos os suvenires das lojas. Camisetas, moletons, óculos, chaveiros, pins e bonés, sempre estampados com o logo do Hard Rock e o nome da cidade local, fazem os clientes divulgar a marca pelo mundo. Os três restaurantes abertos no Brasil, porém, não caíram nas graças dos roqueiros – as casas em Salvador e no Rio fecharam, e a de Belo Horizonte aposta em noites regadas a samba e forró.

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