Continua após publicidade

Após séculos de impasses, tumba de Jesus é reformada em Jerusalém

Após uma trégua e acordos de paz entre as religiões cristãs, a tumba de Jesus, na Basílica do Santo Sepulcro, foi restaurada em prol da sua conservação

Por Julia Latorre
Atualizado em 21 mar 2017, 17h41 - Publicado em 21 mar 2017, 15h20
Igreja do Santo Sepulcro, Jerusalém, Israel
Cristãos e turistas fazem fila para entrar na Edícula, um dos cantos mais sagrados da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, Israel (Noam Chen - Ministerio de Turismo de Israel/Flickr)
Continua após publicidade

Mesmo com séculos de disputa quanto à sua tutela, a Basílica do Santo Sepulcro, local que, segundo a fé cristã, foi enterrado o corpo de Jesus Cristo, na Cidade Antiga de Jerusalém, será reaberta no dia 22 de março após a conclusão de reformas no túmulo de Jesus.

Apesar de a Basílica já ser um ponto antigo e tradicional de visitas por quem  pisa em Jerusalém, nos últimos 10 meses ela passou por reformas para que o local do sepultamento, pela primeira vez, ficasse bem exposto ao público. A igreja é o ponto final da Via Dolorosa, um percurso que turistas fazem a pé pela cidade velha, revivendo os últimos passos de Jesus antes de ser cruxificado.

Igreja Santo Sepulcro, Jerusalem
Interior da Basílica do Santo Sepulcro (Thinkstock/Thinkstock)

Restauradores e cientistas trabalharam sobre uma pequena estrutura conhecida como Edícula, erguida em 1810 e modificada pelos britânicos em 1930 para proteger o local contra o desmoronamento após um terremoto, ocorrido em 1927. A missão deles era limpar e restaurar o monumento que é considerado a tumba de Jesus pelos cristãos.

A Edícula fica em uma parte central da Basílica, e por ser muito pequena, é permitido entrar no máximo três pessoas por vez, tornando o entorno aglomerado por filas de pessoas ansiosas para tocar na pedra que simboliza o local onde Jesus teria sido sepultado depois de morrer da cruz (e antes de ressuscitar).

Continua após a publicidade

Durante a reforma, partes danificadas foram substituídas, paredes e estruturas foram reforçadas, o mármore foi tratado e afrescos seculares apareceram novamente revelando inscrições originais que estavam ocultas e tons de rosa e bege. Outras partes da Basílica também receberam cuidados. É o caso do alto da cúpula que agora tem uma cruz greco-ortodoxa que, segundo os historiadores, estava no projeto original da Edícula.

Edícula - tumba de Jesus Cristo na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, Israel
Pessoas aglomeram-se em frente à minúscula porta da Edícula, para entrar por alguns segundos dentro da suposta tumba de Jesus (israeltourism/creative commons/Flickr)

Essa restauração só foi possível graças a um acordo entre três grandes congregações religiosas e seu apoio financeiro: grega ortodoxa, armênia e católica romana, que compartilham a tutela da igreja mas têm um histórico de conflitos.

Continua após a publicidade

A partir do dia 22 de março, a Basílica será reaberta e o principal apelo de todos que se mobilizaram para isso é que a comunidade e os fiéis visitantes ajudem a manter o local conservado.

Uma das preocupações é evitar com que fiéis grudem velas nas paredes externas da Edícula – a cera da vela, ao longo dos séculos, causou danos ao mármore e à madeira da pequena construção.

Publicidade