Atualizado em outubro de 2019
Impulsionada pela abertura da estação de metrô Pinheiros em 2011, a metamorfose dessa área entre o Largo da Batata e o Rio Pinheiros foi rápida e notável. Onde antes predominavam casinhas antigas e poucos prédios residenciais, agora tem um leque variado de restaurantes, bares – o que cravou de vez o apelido de Baixo Pinheiros. Confira também a seleção dos melhores restaurantes, bares, lojas e galerias de Pinheiros, o bairro mais cool do momento em São Paulo.
Restaurantes
Difícil saber o que agrada mais aqui: se é a casinha azul e branca com bar e balcão abertos cheios de plantinhas, se é a proposta da cozinha de receitas clássicas do Piauí, se é o gostinho de comidas como o palitinho de tapioca com geleia de pimenta ou a paçoca de carne de sol com manteiga de garrafa. Rua Cardeal Arcoverde, 2773.
O chef Marcelo Laskani faz receitas de inspiração italiana, com toques criativos da casa. Vêm lindamente apresentadas a paleta de cordeiro, com gnocchi de berinjela, gel de menta e coalhada. No almoço, tem ótimo menu executivo. Rua Ferreira de Araújo, 314.
A alma da casa é caipira, com um mural colorido que mostra duas mulheres mexendo uma gamela. A cozinheira Lisandra Amaral prepara pratos que variam com o dia: às vezes, é cozido de carne com farofa de feijão-verde; em outras, lombo com tutu e couve. Rua Padre Carvalho, 771.
Se instalou ali em 2008, com salão compacto e garçons tatuados, e pouco mudou desde então. É daqueles restaurantes que você fica sempre atentado a voltar, muito por causa do filé à milanesa , enorme, fininho e crocante, servido com risoto de limão-siciliano. Para vegetarianos, raviolli de gorgonzola com castanhas e redução de balsâmico e amoras. Rua Ferreira de Araújo, 419.
Espaço moderninho com pé-direito alto, paredes de tijolos e varanda. Mesmo enxuto, o menu deixa em dúvida o que pedir: ojo de bife ao molho béarnaise com fritas ou polvo grelhado com batatas e aioli da casa. Nos fins de semana, tem mexilhões e bacalhau assado, e, no almoço. Rua Natingui, 1548.
Bares
Seguindo a tendência de investir numa coquetelaria sem frescuras, o bar tem pinta de garagem, com uma varanda com varal de luzinhas e interior com paredes de tijolos onde os clientes ficam mais em pé que sentados. Os drinques com nomes espirituosos são criação de Márcio Silva, que já rodou a Europa e trabalhou no Subastor: o “maldade é pura bobagem”, por exemplo, é feito de rum com especiarias, bourbon, gengibre, limão e club soda, e o “yas-mina-pira” tem vermute, saquê, licor de damasco e bitters de chocolate e laranja. Rua Costa Carvalho, 84.
Antes na Rua Augusta, o bar mudou para o Largo da Batata com um espaço tipo saloon, com bichos empalhados, esculturas em neon e quadrinhos com motivos religiosos na parede. Bandas independentes de jazz, blues, folk e rock se apresentam nos fins de semana – veja a programação na página do Facebook. Boas comidinhas acompanham, como a minicoxinha de rabada. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 724.
Vinum est
A proposta de apresentar o vinho como protagonista vem da proprietária, a italiana Anna Rita Zanier, sommelière com passagem de 16 anos pela loja Expand. Aqui, os vinhos são servidos sem afetação, em taças de acrílico. Para comer, massas e tábuas de queijos e embutidos. Há jantares harmonizados para grupos fechados, cursos e degustações. Rua Ferreira de Araújo, 329.
Point cervejeiro de respeito, aberto num tempo em que ali ainda não era Baixo Pinheiros, tem desde achados de pequenos produtores nacionais até grandes nomes importados, totalizando mais de 500 rótulos. A lista do que é oferecido nas 40 torneiras de chope é atualizada no site. Rua Vupabussu, 305.
Não há novidade neste pioneiro do Baixo Pinheiros, mas também não tem erro. É só pedir o bolinho de costela e a caipirinha de rapadura. Vale a visita até para ficar em pé na calçada, já que o boteco com jeitão carioca está constantemente lotado do almoço à happy hour. São servidas ainda pratadas como o filé-mignon acebolado. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 64.
O negroni está tão em alta que ganhou bar dedicado a ele: o drinque feito de gim, vermute tinto e bitter italiano é servido com variação de preço que depende das marcas das bebidas. A mistura também é usada em outros coquetéis em que adicionam elementos como grapefruit, mezcal e infusão de chá. Para matar a fome, há pizzas individuais estilo napolitano, como a de presunto cru e brie. Rua Padre Carvalho, 30.
Rua Guaicuí
Quem passa pela Rua Guaicuí desacredita que era uma viela escura e vazia até 2015, quando o bar Pitico chegou com cadeiras de praia e bons kebabs. Bombou, e outras casas vieram. O Baixo Pinheiros Bar tem petiscos brasileiros; a hamburgueria Bigorna surgiu no food truck homônimo. Os donos do Pitico abriram mais uma casa, o Mica, com comidinhas asiáticas. A queridinha sorveteria Frida & Mina abriu uma portinha na rua em fevereiro de 2019. No alvorecer de 2020, inaugurou uma nova filial da ótima pizzaria Bráz Elettrica. A rua virou um novo point boêmio, ou melhor, quase um fenômeno.
Comidinhas
Ninguém resiste a esta doceria fofa, com jardinzinho e salinhas com sofás e papéis de parede estampados. Mais ainda, ninguém resiste à vitrine de doces açucarados, daqueles para comer até enjoar, como o bolo surpresa, com pão de ló recheado de brigadeiro tradicional e coberto de brigadeiro branco e farofa de biscoito. A torta de pera também vai muito bem. No almoço, eles preparam combos de sanduíches, saladas e quiches. Rua Padre Carvalho, 91.
Dentro de uma casa com salão de beleza e galeria de arte que evidenciam a transformação do Baixo Pinheiros, virou lugar para café da manhã e brunch nos fins de semana com sua tostada de abacate, ovos mexidos e bacon. Os ovos pochê são novidade, servidos com pão de cerveja, tomate assado, espinafre e cogumelos salteados com molho hollandaise. Rua Ferreira de Araújo, 1056.
A estrela da casa é o mil-folhas na versão original ou com doce de leite. Todos os anos o lugar promove um festival do doce francês (até 13 de outubro de 2017), que traz novos sabores como pistache e maracujá com banana, de quinta a domingo. Recentemente, lançou uma nova linha de panificação, com croissant e pain au chocolat. Rua Ferreira de Araújo, 376.
A lanchonete com salão acanhado e balcão que dá para a rua tem fórmula simples e infalível. Você monta seu hambúrguer com os ingredientes apresentados em um quadro (cheddar e cebola caramelizada no pão com gergelim vão muito bem). Para beber, há sempre uma seleção de cervejas artesanais. Rua Padre Carvalho, 18.
Galerias e lojas
Especializada em arte popular brasileira contemporânea, expõe, até outubro, as esculturas de madeira e cera da gaúcha Conceição dos Bugres. Rua Ferreira de Araújo, 625.
Vende sapatos alternativos e confortáveis feitos de couro – papetes, botas, sapatilhas, sandálias. Rua Vupabussu, 105.
Com alma carioca, a loja vende roupas de marcas do Rio, como Totem, Cantão, Oh Boy e Via Mia, e também criações próprias. Rua Padre Carvalho, 20.
A boutique de carnes conta com seleção de cortes resfriados de gados angus, hereford e wagyu. O espaço moderninho construído a partir de materiais de demolição tem uma varanda com churrasqueira usada para eventos, degustações e aulas de culinária, e vende ainda molhos e cervejas artesanais. Rua Ferreira de Araújo, 330.
A região do Baixo Pinheiros é agraciada com a presença do Sesc, que, além do restaurante bom e barato para almoçar durante a semana, tem programação cultural de peso, com shows, peças e cursos imperdíveis. Cheque a agenda no site.
Hotéis e hostels
Hotel-butique num sobrado próximo à Praça Benedito Calixto, tem quartos charmosos com décor industrial, um restaurante com terrraço e jardim e uma galeria de arte.
Hostel com boa localização para transitar por Pinheiros, Vila Madalena e Baixo Pinheiros a pé. Com bar e terraço, tem quartos individuais e coletivos.
Hotelão de rede, tem boa localização (Rua Capote Valente), quartos simpáticos com toques que remetem ao skyline de São Paulo e piscina térmica. mercure.com;