Portugal: roteiro ALTERNATIVO de 15 dias pelo eixo Porto-Lisboa
O percurso Porto-Lisboa feito por uma rota alternativa passa por cidadezinhas do Douro, da Serra da Estrela, do Alentejo profundo
Você já viu neste link um roteiro clássico do Porto até Lisboa, passando por Coimbra, Sintra e Óbidos. Agora, confira 15 dias pelos caminhos menos percorridos do mesmo eixo Porto-Lisboa e conheça uma Terrinha mais alternativa, mas não menos incrível!
Dia 1 – Porto
Inaugurado em 2017, o District Offices & Lifestyle ocupa cinco andares de um antigo edifício de estilo neoclássico, erguido no século 18, no coração do centro histórico.
Ali, em meio a paredes ora de pedra, ora revestidas de azulejos, há escritórios moderninhos, espaços de coworking, lojas de design, salão de cabeleireiro e, novidade das novidades, um monte de delícias no espaço Tasty District, que ocupa as antigas garagens da Polícia de Segurança Pública.
Passeie com calma e almoce por lá – as opções vão dos ramens do Japo aos sabores do Português de Raça, onde são servidos bons grelhados no carvão e uma já famosa francesinha XL. Há ainda um bar de vinhos, outro de coquetéis, cafés e um espaço que vende crepes doces.
Ao caminhar pelos arredores, passa-se pelos principais cartões-postais do Porto – por isso mesmo, a dica é ir a pé até a região da Rua de Miguel Bombarda, reduto de galerias e lojas bacanas. São 20 minutos até lá, com vista da Sé, passagem pela Estação de São Bento e pela Torre dos Clérigos.
Quando chegar, desacelere para descobrir seus encantos, caso da L de Luz, loja de luminárias vintage; dos objetos de décor e papelaria da Patch Porto e dos achados no Centro Comercial Bombarda, em lojas supercharmosas.
Depois estique até o Parque das Virtudes (Passeio das Virtudes, 14), um segredinho dos moradores com lindas vistas do Douro, ainda mais especial ao pôr do sol. Leve um livro, abanque-se no gramado entre vários níveis de jardins e despeça-se do dia. Após o relax, vá ao bar de mozarelas (todas da região da Campanha, na Itália) do Puro 4050.
Dia 2 – Porto
Impossível passar pelo Porto e não sucumbir ao charme da zona da Ribeira, com suas casinhas coloridas. Croissants, ovos mexidos, suco de laranja… As delícias do “pequeno almoço” do Pestana Vintage Porto, novinho depois de uma reforma, só competem com as vistas do Douro. Cacife uma mesa ao ar livre e comece o dia. Para não hóspedes, é bom reservar.
De lá, siga para a foz do Douro, onde o rio cede espaço a um Atlântico de águas revoltas e geladas. Um calçadão acompanha a orla e rende caminhadas até a Praia da Luz. Quando bater a fome, rume para um dos melhores restaurantes da cidade: o Pedro Lemos, com uma estrela no Michelin. O chef colhe os legumes e verduras em sua própria horta orgânica e prepara receitas de base portuguesa.
À tarde, pode seguir sem pressa pelo vizinho Parque da Cidade, maior área verde urbana de Portugal (são 800 mil metros quadrados!), que chega até a beira-mar. Quem estiver com crianças vai gostar do Sealife Porto, aquário onde é possível alimentar tartarugas e ficar cara a cara com tubarões.
No fim do dia, atravesse para a Vila Nova de Gaia e saboreie uma bela vista do Porto a partir do hotel The Yeatman. O jantar pode ser informal, no The Orangerie: na entrada, há delícias como o foie gras com rabo de boi e peras. Ou com pompa, no restaurante gourmet premiado com a segunda estrela pelo Michelin de 2017 – ambos tocados pelo chef Ricardo Costa.
“O Porto tem endereços muito interessantes. A Escovaria de Belomonte vende vassouras, pincéis de barbear e lindas piaçavas feitas à mão. Existe até uma loja que ainda vende rolhas, no Centro: a Casa das Rolhas (Rua Mouzinho da Silveira, 13/15, +351/222-050-837), supergira. Também adoro a casa do Jardim Botânico e o Miradouro Ignez para tomar um copo no fim do dia.” Juliana Torres, Dona do The Biggest Cloakroom in the World, no Porto |
Dia 3 – Porto-Amarante
- Percurso em estradas: 55 km
- Tempo de deslocamento: 45 min
A meio caminho entre o Porto e o Vale do Douro, Amarante é uma graça de cidade, com pouco mais de 10 mil habitantes, cortada pelas águas do Rio Tâmega. Do Porto até lá são 45 minutos pela A-4.
Dona de um centro histórico com um bonito casario, tem como principal cartão-postal a Ponte de São Gonçalo, erguida em três arcos, no século 18, onde antes havia uma estrutura medieval. Junto com o convento e a igreja de mesmo nome, ela forma um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos da região.
Deixe o dia passar entre caminhadas e delícias. O restaurante A Eira é dedicado aos sabores ibéricos. Portugal comparece no menu com bochechas de porco e nacos de vitela maronesa com batatas ao murro. Deixe a sobremesa para a Confeitaria da Ponte. Feito à base de ovos e amêndoas, o doce São Gonçalo é irresistível.
Num casarão do século 16, o hotel Casa da Calçada é a dica para passar a noite – tem ainda um ótimo restaurante, o Largo do Paço.
Dia 4 – Amarante-Lamego
- Percurso em estradas: 95 km
- Tempo de deslocamento: 1h40
Na saída de Amarante pela autoestrada A-4, não demora até aparecerem os vinhedos do Douro na paisagem. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a região que compreende a primeira denominação de origem do mundo, decretada pelo marquês de Pombal, em 1756, é um espetáculo construído em socalcos nos solos de xisto que margeiam o rio.
Cada curva da estrada é a promessa de belos cliques. O destino é a cidade de Lamego, ideal para se hospedar pelas próximas duas noites. Imerso em 15 hectares de vinhedos, o Quinta de Casaldronho Wine Hotel produz, além de vinhos in loco, azeite do próprio olival. Com ótima estrutura de lazer e spa, o Six Senses Douro Valley ocupa uma mansão do século 19 e tem lindos interiores contemporâneos.
Check-in feito, hora de cair na estrada. Se já estiver com fome, o restaurante Castas e Pratos, em Peso da Régua, do outro lado do Douro, é a pedida. Para acompanhar a bela oferta de vinhos da região, são boas apostas o magret de pato com frutos vermelhos e o bacalhau em crosta de amêndoas.
A dez minutos de caminhada dali fica o Museu do Douro, uma bela introdução ao mundo dos vinhos da região. Para completar a programação temática, reserve a parte da tarde para visitar uma vinícola, com direito a degustação. Uma das melhores alternativas dos arredores é a Quinta da Pacheca, em Lamego.
Dia 5 – Douro
- Percurso em estradas: 75 km
- Tempo de deslocamento: 1h30
Dia de sair sem rumo, provar muitos vinhos e se perder entre vinhedos com lindas vistas do Douro. Inclua no roteiro alguns programas estratégicos. Pode ser uma passadinha pela estação de comboios de Pinhão, decorada com lindos painéis de azulejos; uma visita a mais uma quinta produtora de vinhos. Para amantes da arquitetura, a Quinta do Portal tem uma grande atração: um edifício assinado por Siza Vieira, um dos mais renomados arquitetos portugueses.
No almoço, uma bela escolha é o DOC, à beira-rio de Folgosa. Ali, o chef Rui Paula propõe receitas regionais de apresentação moderninha, como a maronesa com delicadas batatas recheadas.
Dia 6 – Lamego-Viseu
- Percurso em estradas: 60 km
- Tempo de deslocamento: 40 min
Pouco mais de 40 minutos rumo ao sul separam a região de Lamego de Viseu, a capital de ares cosmopolitas da região da Beira Alta, espécie de antessala das serras do centro do país. Com um belo casario histórico, Viseu tem cerca de 70 mil habitantes e pulsa com novidades gastronômicas e culturais e atrações tradicionais.
De um lado, tem-se o Museu Nacional Grão Vasco (Paço dos Três Escalões, Adro da Sé, +351/232-422-049), com obras do mais famoso pintor português dos anos 1500, e sua vizinha Sé (Adro da Sé), a catedral de granito do século 13 onde há um museu de arte sacra. Do outro, surgem iniciativas como a da Quinta da Cruz (Estrada de São Salvador, +351/232-423-343), espaço de arte contemporânea com exposições temporárias de peso.
Nos últimos anos, a cidade entrou no circuito dos festivais de música, mostras de cinema, arquitetura, teatro e dança. Vale conferir a agenda do Teatro Viriato e dos Espaço Carmo’81 e Jardins Efêmeros, onde acontecem apresentações multidisciplinares.
No almoço e no jantar, é hora de mergulhar nos sabores locais. De casa nova, a Taberna da Milinha é um bar de tapas concorrido que serve mini-hambúrgueres. Reservar é fundamental. No Dux Palace, o sucesso são receitas como o folhado de cabrito ou o bife ao molho de queijo da Serra da Estrela. Para acompanhar, vinhos da região vizinha do Dão.
Em um antigo hospital do século 19, a Pousada de Viseu fica no Centro e tem uma gostosa piscina, ótima para passar a noite.
Dia 7 – Viseu-Oliveira do Hospital
- Percurso em estradas: 130 km
- Tempo de deslocamento: 3h
Margeando a Serra da Estrela, onde fica o ponto mais alto do país, a 1.993 metros de altura, está a melhor novidade dos últimos tempos desse canto de Portugal, que, não raro, se cobre de branco no inverno.
À beira do Rio Alva, com prainha particular, o Aqua Village Health Resort & Spa, a menos de 60 quilômetros de Viseu, inaugurou uma nova era nas hospedagens da região. Aqui os quartos são amplos e podem ter banheiras que se abrem para o verde, o restaurante serve refeições gourmet e o spa abusa das fontes termais, com tratamentos especiais e piscinas quentinhas. Massagem? Que tal um relax em uma estrutura suspensa na copa de uma árvore?
Aproveite a localização do hotel, em Caldas de São Paulo (região de Oliveira do Hospital), para um bate e volta a Piódão, vilinha a 45 minutos de distância com menos de 180 habitantes. Construída há séculos em uma das encostas da Serra do Açor, é uma das mais encantadoras aldeias históricas de Portugal.
Aqui as casas foram erguidas com pedras de xisto e, por isso, são todas negras. Destacam-se na paisagem as igrejas, branquinhas. Almoçe por lá no restaurante O Fontinha, que serve pratos regionais como o cozido à portuguesa.
Dia 8 – Serra da Estrela
- Percurso em estradas: 80 km
- Tempo de deslocamento: 2h10
No verão, a mais famosa serra portuguesa é cenário de caminhadas, banhos de rio, noites estreladas e piqueniques. No inverno, entram as lareiras, as receitas fumegantes, a bruma sobre as montanhas. O ano inteiro, porém, brilha a sua mais famosa atração: o queijo de pasta amanteigada e amarelinha, de recheio tão mole que pode ser comido de colher (de preferência, na companhia de um vinho do Porto, uma broa de milho quentinha e marmelada).
O percurso de hoje passa pelas terrinhas de charmosas aldeias de pedra e pipocadas por rebanhos de ovelhas. Bem-vindos ao Parque Natural da Serra da Estrela.
O primeiro destino é Seia. Palco da única estação de esqui de Portugal (não espere grandes coisas…), fica lá também uma das melhores pedidas para o almoço. O salão do restaurante Cabeço das Fragas tem belas vistas dos arredores e um desfile de delícias, que vai da entrada – o folhado de alheira é de dar água na boca – à sobremesa.
Pé na estrada pelo sobe e desce cheio de curvas e Manteigas aparece no caminho. O ponto final do circuito é Covilhã, já do outro lado da cadeia de montanhas, onde a lista do que fazer inclui o curioso Museu do Queijo (Rua dos Casaínhos, Peraboa, +351/275-471-172).
O jantar pode ser no gostoso Varanda da Estrela, em que o queijo é também rei, em pratos como o bacalhau cremoso servido na sua casca, ou no restaurante do Puralã Wool Valley Hotel & Spa, nossa recomendação para passar a noite, onde há receitas como a cataplana de carnes de caça.
Dia 9 – Covilhã-Marvão
- Percurso em estradas: 170 km
- Tempo de deslocamento: 2h
Extensos campos forrados ora de oliveiras, ora de vinhedos que seguem até onde a vista alcança. Aqui e ali, vilas branquinhas, outras de traços medievais. Silos, rebanhos conduzidos por pastores à moda antiga, um sol sempre a brilhar.
O Alentejo é o destino dos próximos dias – e começamos rente à fronteira com a Espanha, onde a preocupação com a defesa do território fez nascer belos castelos e cidadelas, séculos atrás.
De Covilhã até Marvão, próximo destino, a viagem leva duas horas pela A-23 seguida da EP-2. A vila pequenina, no coração da Serra do Sapoio, fica no topo de um promontório de mais de 800 metros de altura. Lá no alto, uma muralha do século 13 termina em um castelo, de onde se tem lindas vistas, inclusive de terras espanholas.
São poucas as ruelas principais, boas para percorrer a pé e com vagar. Hospede-se na histórica Pousada de Santa Maria do Marvão, que ocupa quatro casarões, no Centro. Seu restaurante prepara uma gostosa perdiz com especiarias.
Outro bom restaurante é o Varanda do Alentejo. Para começar, vá de moelinhas alentejanas; na sequência peça o ensopado de cordeiro; e não hesite em pedir a sericaia, espécie de bolo conventual molhadinho servido com ameixas em calda.
“Tenho dois lugares preferidos no percurso entre o Porto e Lisboa: o primeiro é o Trainspot, em Marvão, uma guesthouse instalada numa antiga estação de trens. O segundo, o Surfers Lodge, em Peniche, que tem uma piscina no topo e é o point para assistir a um pôr do sol fantástico.” Joana Neves, Publicitária |
Dia 10 – Marvão-Estremoz
- Percurso em estradas: 120 km
- Tempo de deslocamento: 2h10
Alguns quilômetros antes de chegar a Estremoz e a cidadezinha já desponta na paisagem com seu cartão-postal: a Torre de Menagem, erguida totalmente em mármore, no século 13, na “parte alta”, o centro histórico cercado de muralhas. A vila é uma graça, e percorrer suas ruas é como entrar num túnel do tempo, com direito a castelo e a um dos mais antigos conventos franciscanos do país, de estilo barroco.
Depois do reconhecimento local, dê uma escapada para a Vila Viçosa, a apenas 20 quilômetros, em que todas as atenções se voltam para o imponente Paço Ducal, com fachada de mármore de 110 metros e interiores ricamente decorados.
De volta a Estremoz, passe a noite no Pateo dos Solares, um casarão histórico de três andares. Dos melhores restaurantes, A Cadeia Quinhentista fica em uma antiga carceragem da cidade, do século 16, e tem deliciosas mesas ao ar livre.
Dia 11 – Estremoz-Évora
- Percurso em estradas: 60 km
- Tempo de deslocamento: 40 min
Évora, a capital do Alentejo, está a pouco mais de meia hora de Estremoz e reserva algumas das melhores surpresas da região. Cercada de oliveiras centenárias e de vinhedos premiados, tem também imponentes monumentos históricos, como o Templo de Diana, erguido no século 1, nos tempos da ocupação romana.
Pise fundo no freio e aproveite o destino para descansar, beber bons vinhos e comer muito bem – aqui estão alguns dos melhores restaurantes do país, caso do Fialho, uma verdadeira instituição local que já adquiriu status de atração turística. A dica é se sentar e deixar os pratinhos de delícias aterrissarem: presuntos crus, queijos artesanais, empadas, cogumelos, saladinha de polvo…
Outra boa opção fica colada à Praça do Giraldo, coração da cidade: o Café Alentejo, cuja cozinha prepara no capricho receitas como a empada de porco alentejano e o rabo de boi.
A meros cinco minutinhos do Centro fica uma das maiores e mais famosas vinícolas portuguesas, a Adega Cartuxa, onde é produzido o famoso Pêra-Manca, um dos melhores (e mais caros) tintos do país. A visita guiada dura cerca de uma hora e meia e inclui diferentes tipos de degustação.
Se preferir se hospedar nos limites do centro histórico, uma boa pedida é o charmoso The Noble House; mas, se a ideia é estar imerso no campo, o Convento do Espinheiro é o refúgio perfeito.
Dia 12 – Évora-Lisboa
- Percurso em estradas: 145 km
- Tempo de deslocamento: 1h50
Que tal uma despedida da roça portuguesa em grande estilo? A meia hora de Évora, já a caminho de Lisboa, fica um dos mais encantadores hotéis no campo de Portugal. Com projeto de interiores do arquiteto paulistano Marcio Kogan, o L’And Vineyards, em Montemor-o-Novo, tem um restaurante premiado com uma estrela no Michelin na edição 2017 do guia.
Da cozinha, comandada pelo chef Miguel Laffan, saem pratos que parecem obras de arte, caso do peito de pato curado em citrinos com pak choi (couve chinesa) e molho de amendoim e soja. No cardápio das sobremesas, há opções como uma poética lichia “in the sky with diamonds”, com iogurte, pinhão caramelizado e sorvete de peras.
Pronto, hora de ir para Lisboa. A entrada na capital é apoteótica: cruza-se a linda Ponte 25 de Abril, sobre o Tejo, com uma panorâmica de 180 graus sobre a cidade. Ao chegar, devolva o carro e prepare-se para explorar a pé as novidades da metrópole que, felizmente, soube crescer à medida do homem.
“A cena musical em Lisboa tem lugares muito especiais, caso do Tejo Bar, em Alfama, onde você encontra músicos do mundo inteiro tocando a noite toda em revezamento. Já dei canja lá várias vezes. Também adoro o Espelho d’Água, em Belém, onde tem sempre gente legal se apresentando – do Brasil, de Portugal, da África… Não podem faltar ainda a Fábrica Braço de Prata, o B.Leza, no Cais do Sodré. Por fim, a Padaria do Povo, em Campo de Ourique, está virando modinha entre os músicos.” Bernardo Lobo, Músico |
Dia 13 – Lisboa
Comece o dia no bairro que é a bola da vez em Lisboa: o Príncipe Real. As novidades da região incluem as lojinhas de design português cheias de charme da Embaixada, os ceviches e tacos do El Clandestino, a linda esplanada nos fundos da pizzaria ZeroZero, os sanduíches de bacalhau d’O Prego da Peixaria e até um reduto de grifes brasileiras cheias de glam, como a Irmãos Campana e a Maria Oiticica, na Casa Pau Brasil.
Almoce por lá e, à tarde, vá conferir as boas-novas da região da Avenida da Liberdade. Para ter um gostinho de como anda a moda portuguesa, passe no showroom da Freakloset, marca de sapatos customizáveis e ultramodernos da jovem estilista Joana Lemos.
De lá, rume para o protagonista da avenida mais famosa e fashion da cidade atualmente: o espaço JNcQUOI, que, em três andares, reúne bar com um esqueleto de dinossauro no alto, um restaurante superbadalado, a loja Fashion Clinic e uma filial da francesa Ladurée, com seu colorido universo de macarons.
Garanta uma reserva no restaurante e, antes de se sentar para jantar, pegue o elevador do vizinho Hotel Tivoli e vá até o último andar, onde o Sky Bar descortina vistas incríveis da cidade, acompanhadas de bons coquetéis, como o champagne lovers, que leva sorvete de limão, morango, infusão de gim e champanhe, ou o romantic movie, com rum, sorvete de baunilha, framboesa e champanhe.
Dia 14 – Lisboa
O LX Factory já não é novidade, mas continua sendo um dos espaços mais simpáticos de Lisboa. Vale passar umas horinhas ali no complexo que tomou conta de uma antiga tecelagem do século 19 em Alcântara, vasculhando lojinhas de design, cafés biológicos e o sensacional acervo de revistas importadas do MAG Kiosk, instalado em um contêiner. Sem mencionar o bolo de chocolate da Landeau.
De lá, vá mergulhar (literalmente) em um dos melhores openings da cidade, o SUD Terrazza, complexo que reúne bares, restaurante italiano, pizzaria e uma piscina debruçada sobre o Tejo, com vistas da Ponte 25 de Abril e do Cristo Rei, na margem oposta.
Depois do fantástico pôr do sol na região, concentre-se no Chiado. Comece a noite com um drinque no rooftop The Insolito e vá provar as delícias do chef Ljubomir Stanisic em seu badalado Bistro 100 Maneiras, eleito o melhor restaurante do mundo pela revista inglesa Monocle – reservar com antecedência é fundamental.
“A minha livraria preferida em Portugal fica em Lisboa: é a Ler Devagar, na LX Factory.” Tatiana Salem Levy, Escritora |
Dia 15 – Lisboa
De tempos em tempos, as metrópoles do mundo apostam em determinadas regiões como promessa da vez. O movimento é sempre parecido: zonas degradadas são recuperadas lentamente, deixam de ser redutos de insegurança, recebem artistas atraídos pelos baixos preços e pelo astral alternativo e, pronto, da noite para o dia estão na moda.
Em Lisboa, essa região hipster atende pelo nome de Marvila e fica a meio caminho entre o bairro de Xabregas e o Parque das Nações. Espaços modernos de coworking, ateliês e restaurantes despontam por ali, ao lado de galpões que guardam maravilhas como o Cantinho do Vintage, que vende de telefones antigos a placas, letreiros e móveis.
Curiosamente, ele só abre às segundas à noite (das 21h às 23h) e aos sábados (das 10h às 18h). Mas a região já valeria a visita pelas delícias de ares natureba do Café com Calma, que serve um gostoso brunch aos sábados – exceto nos meses de verão.
Termine o dia no gostoso Largo da Graça, recém-reformado, e despeça-se da cidade às mesinhas ao ar livre do miradouro mais bonito da região, com lindas vistas de Lisboa. Prometa voltar – mas, antes de ir embora, faça um brinde no Botequim, um dos segredinhos mais especiais da cidade.
Dinheiro: O euro Fuso: De 2h a 4h à frente do horário de Brasília, dependendo da época do ano Documentos: O passaporte precisa estar válido por três meses no momento da saída de Portugal. Como chegar: A TAP voa para Lisboa a partir de dez capitais (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) e para o Porto a partir do Rio de Janeiro e São Paulo. A Azul voa de Campinas para Lisboa. |
Publicado na edição 264 da Revista Viagem e Turismo
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