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Algarve: roteiros em Sagres, Lagos, Faro, Estoi, Tavira e mais

Tudo o que você precisa saber para planejar a sua viagem pela mais famosa costa portuguesa

Por Rachel Verano
Atualizado em 22 Maio 2023, 13h21 - Publicado em 31 jul 2019, 19h17

Vilas de casinhas brancas e chaminés mouriscas, dunas, falésias. Na costa sul, a mais badalada de Portugal, são mais de 200 quilômetros de praias onde o sol brilha quase o ano inteiro. Emoldurado por serras como a de Mochique e cercado por terras interioranas com deliciosos ares de campo, o Algarve ocupa o extremo sul português. A região é a síntese das férias perfeitas para quem não cogita a possibilidade de se afastar do mar. Aqui o litoral é ora recortado por falésias e grutas, ora um ininterrupto areal dourado. O que não muda nunca é o mar, de águas verdes e azuis transparentes e, melhor dos mundos, sensivelmente menos frias do que no restantes do país. Aqui, restaurantes gourmet estrelados pelo Guia Michelin dividem a cena com deliciosas tasquinhas familiares. Fazendas e quintas costumam ter grandes hotéis e resorts como vizinhos. E para coroar, iates e barcos de pescadores colorem harmonicamente as baías.

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Mas não existe apenas um Algarve, eles são muitos – e muito distintos. Quer resorts de luxo, campos de golfe e até cassinos? Tem. Entre as cidades de Portimão e Quarteira, com Albufeira a meio caminho, a região adquire status de celebridade internacional. Pense em piscinas gigantescas, spas e lojas de grife, uma badaladíssima marina. Prefere praias selvagens, com boas ondas e climinha mais pé no chão (ou melhor, na areia)? Seu lugar é Sagres, com lindos e intocados arredores. Considerada por muito tempo o ponto mais ocidental da Europa (hoje sabe-se que é o Cabo da Roca, nos arredores de Sintra), há praias especialmente famosas pelo surfe. Pouco mais de 30 quilômetros a separam de uma das maiores estrelas da região: Lagos, onde a beira-mar esculpe pináculos, grutas e falésias impressionantes. Prefere mais vilas pequeninas e autênticas, parques naturais, paisagens que incluem salinas e uma vibe mais rústica? Então siga para o trecho entre Tavira e a fronteira espanhola.

Mas o Algarve também tem história. Lagos, a capital e principal porta de entrada, por exemplo, tem um bonito centro histórico cercado de muralhas e recheado de construções seculares imponentes. Silves, nos arredores de Albufeira, é dona de um dos mais impressionantes e bem conservados castelos mouros de Portugal, com mais de mil anos de idade. Almancil tem uma das mais belas coleções de azulejos do país e sua Igreja Matriz de São Lourenço data da primeira metade do século 18. Para completar o clima, boa mesa. Oito dos 26 restaurantes estrelados pelo Guia Michelin em Portugal estão por aqui, somando uma constelação de 10 estrelas.

As falésias surreais do Algarve, na Ponta da Piedade, arredores de Lagos
As falésias surreais do Algarve, na Ponta da Piedade, arredores de Lagos (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

QUANDO IR

O Algarve é, essencialmente, um destino de praia – e, portanto, o ideal é ir no calor. É quando as vilas ganham vida, os restaurantes e bares reabrem, as “esplanadas” (espaços ao ar livre) voltam a surgir e ficam mais animadas. O período ideal vai do fim da primavera ao fim do verão, sendo os meses de junho a setembro os ideais. Agosto é o mês oficial das férias europeias, e tudo vai estar mais cheio, concorrido e, muitas vezes, mais caro. Os deslocamentos entre as cidades e as praias mais famosas podem ter engarrafamentos e estacionar pode ser mais difícil. Podendo, evite. Vantagem de pegar praia na região: a água é significativamente menos gelada do que na costa do Atlântico voltada a oeste – de maneira geral, vale a regra: quanto mais perto da fronteira espanhola, mais agradável. No outono e no inverno pode chover e fazer frio de verdade, com temperaturas abaixo dos 15ºC.

COMO CHEGAR

Para quem vem do Brasil, a melhor porta de entrada do país é Lisboa, estrategicamente posicionada no centro português e, justamente por isso, relativamente perto de tudo. As cias aéreas TAPAzul e LATAM operam voos diretos para a capital.

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Uma vez em Lisboa, dá para ir até o Algarve de avião – o Aeroporto de Faro, a capital da região, fica a cerca de 7 quilômetros do centro. A TAP opera voos diariamente para lá. Também é possível seguir viagem até as principais cidades algarvias nos trens operados pela CP (em Portugal chamados comboios, com saídas das estações de Entrecampos ou Oriente) ou de ônibus – chamados de autocarros. A principal empresa é a Rede Expressos, com saídas das estações (diga “gares”) do Oriente ou Sete Rios. Mas a melhor alternativa, para ter uma maior liberdade de explorar as cidadezinhas e melhores praias da região, é ir de carro. A Rental Cars busca as melhores tarifas entre as operadoras locais, inclusive as low-cost. Mas atenção: fazer o seguro total, seja através do site, seja no próprio balcão da locadora, é altamente recomendável. A distância de Lisboa a Faro, por exemplo, é de cerca de 280 quilômetros; a Albufeira, 260 quilômetros; a Sagres, no extremo ocidente, 330 quilômetros; e a Tavira, já na porção oriental da região, 305 quilômetros.

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COMO CIRCULAR

A melhor maneira de explorar o Algarve é de carro. Só assim se chega nas cidades menores ou nas praias mais exclusivas e afastadas. Mas é também possível recorrer aos comboios regionais (trem) ou autocarros (ônibus) – nesse quesito, a Eva Transportes é uma boa pedida, com ligação aos principais destinos locais.

Praia de Benagil: ponto de partida para explorar a região
Praia de Benagil: ponto de partida para explorar a região (Bruno Barata/Reprodução)

PASSEIOS

Sagres e arredores

O canto onde Portugal “faz a curva” faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, dono de algumas das praias mais bonitas do país. Logo depois da divisa com o vizinho Alentejo, elas respondem pelo nome de Aljezur, Vila dos Bispo e… Sagres. Essa última, casa de cerca de 2 mil pessoas, é uma boa base para explorar essa que é a porção mais jovem e descolada do Algarve. Esqueça os resorts e hotelões com manias de grandeza; aqui reinam os hotéis e pousadas menores e de ares minimalistas. É o canto preferido da moçada e dos surfistas, e suas praias (muitas protegidas por falésias) costumam ser mais selvagens e ter boas ondas. Não espere centenas de espreguiçadeiras, DJs e garçons na areia. Ao contrário: praias sem muita infra, onde o que mais importa é o visual. Estrategicamente localizada na ponta que é um dos extremos da Europa, tem mirantes que descortinam belas vistas para a imensidão azul.

Há quatro praias principais nos arredores. A mais central é a Mareta, uma extensa faixa de areia banhada por águas tranquilas, protegidas pelas falésias. Também pertinho do centro fica a Praia do Tonel, a caminho do Cabo de São Vicente. Aos pés de altas falésias, tem boas ondas e é uma das queridinhas dos surfistas. Para chegar às areias de Beliche é preciso descer uma escada junto às falésias. A sensação é a de ter descoberto o paraíso – raramente cheia, tem águas transparentes, ora com ondas, ora tipo piscina. Por fim, na outra extremidade, a caminho da Vila do Bispo, fica a Praia do Martinhal, extensa e com águas calminhas.

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Uma vez na região, vale visitar o Cabo de São Vicente onde, durante a Idade Média, acreditava-se que o mundo acabava. Do topo das altíssimas falésias tem-se belas vistas do Atlântico. Ali fica um farol em atividade, com alcance de quase 100 quilômetros. Outra atração imperdível é a Fortaleza de Sagres, mandada construir pelo Infante D. Henrique no século 15. Dessa época sobram apenas ruínas e a principal atração local (além das vistas impressionantes): a Rosa dos Ventos, com mais de 40 metros de diâmetro, que teria servido de orientação na época das grandes navegações. As muralhas datam do século 18. Dentro da fortaleza funciona um pequeno museu.

O surreal Algar de Benagil: cenário de outro planeta
O surreal Algar de Benagil: cenário de outro planeta (Nuno Valadas/Reprodução)

Lagos e arredores

Baías pequenas recortadas por falésias coloridas, impressionantes pináculos no mar, pertinho da praia, águas verde esmeralda calminhas e transparentes. A costa algarvia nos arredores de Lagos é dona de algumas das praias mais cênicas de todo o país. Como se não bastasse, o centrinho da vila também é um charme. Cercado por trechos de uma antiga muralha, ele concentra ruelas cheias de lojinhas e restaurantes que tornam um passeio por aqui programa incontornável no fim do dia.

Há três praias principais nos arredores de Lagos. A maior delas é a Meia Praia, dona de um areal que se estende por quatro quilômetros. É a que tem a maior infraestrutura de lazer: de restaurantes a bares e clubes de praia, passando por aluguel de equipamentos para esportes náuticos. Mas são as praias menores aquelas que revelam o lado mais especial da costa por aqui: pequenas baías de águas verdes, calmas e transparentes, protegidas por altas falésias com direito a grutas e pináculos no mar. A de Dona Ana é considerada a mais bonita, mas a do Camilo é páreo duro.

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Numa das extremidades da cidade, a cerca de 4 quilômetros do centro, a Ponta da Piedade é um mirante que escancara a mais bela vista da região: a das baías e prainhas emolduradas por falésias coloridas. Quem vai de carro observa tudo do alto – no pôr do sol é especial. Mas é possível também chegar pelo mar, em passeios que saem da marina.

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Entre Lagos e Portimão, o litoral desenha os mais belos cenários algarvios, nos arredores de destinos como Alvor, Carvoeiro, Ferragudo. Um passeio de barco é sempre uma boa pedida. Inclua uma escapada à Praia da Marinha, linda! Mas fica em Benagil uma das atrações imperdíveis da região: o Algar de Benagil, uma improvável formação que desenha grutas impressionantes, com um curioso buraco no teto que deixa passar a luz natural. Para chegar lá, só pelo mar, em passeios de caiaque ou barco que saem das praias dos arredores.

Rumo ao interior, a pequena cidade de Silves, com pouco mais de 10 mil habitantes, guarda um tesouro no alto de sua colina: uma das principais e mais bem conservadas fortificações muçulmanas erguidas durante a ocupação moura da Península Ibérica. Com muralhas avermelhadas e impressionantes, o Castelo de Silves foi erguido entre os séculos 8 e 9 e tem importantes resquícios dessa época.

Faro é a principal porta de entrada do Algarve.
Faro é a principal porta de entrada do Algarve. (Sergei Gussev/Flickr)

Centro

Capital e principal porta de entrada do Algarve, Faro tem pouco mais de 100 mil habitantes e um bem conservado centro histórico, que é uma das joias da região, chamado de vila-a-dentro. Cercado por muralhas, ele é pontilhado de ruas calçadas, casarões dos séculos 18 e 19 e se estende até o mar. Seu coração é o Largo da Sé, recheado de laranjeiras, onde fica o Paço Episcopal. Preste atenção no lindo Arco da Vila, de 1812. Com mais de 5 quilômetros de extensão, a praia local fica na Ilha de Faro, uma língua de areia bem em frente à cidade e ao aeroporto que tem, de um lado, o mar; do outro, a ria. Há uma boa infraestrutura, com bares, restaurantes e centros de esportes náuticos.

A meros 10 quilômetros de distância, a pequenina Estói, casa de pouco mais de 3.500 habitantes, é praticamente uma viagem aos tempos em que o Algarve era não mais que uma coleção de pacatas vilas piscatórias e serranas. Ali, o improvável aconteceu e ela sobreviveu imune ao turismo de massa – pelas suas ruelas calçadas, ladeadas por um gracioso casario caiado e à sombra de árvores floridas, ainda se vive sem pressa, ao compasso das conversas no café. Seu coração bate mais forte na matriz da praça principal, um lindo templo que data do século 15. Seu altar é todo esculpido em madeiras de embarcações. Mas a grande estrela local é uma pérola rococó erguida no século 18 e recheada de jardins esculpidos em diferentes níveis, interligados por escadarias, com direito a fontes e esculturas. Dono de uma fachada rosada, lindos vitrais e painéis de azulejos, o Palácio de Estoi tem salões históricos espetaculares decorados com estuques e pinturas de artistas portugueses e italianos, raros exemplares de laranjeiras e palmeiras e uma capela de estilo Luís XV. Apesar de hoje ser hotel e restaurante, ele está aberto a visitas.

A oeste de Faro se esparrama o Algarve mais badalado, dos grandes resorts, das baladas, das marinas, dos restaurantes gourmet. Nesse cenário, Albufeira ocupa uma posição central estratégica. Seu centro antigo conserva as casas branquinhas, as ruas estreitas e íngremes e o arco mourisco na Travessa da Igreja Velha, onde existiu uma mesquita. A Igreja Matriz data do final do século 18 e guarda uma venerada imagem de Nossa Senhora da Conceição. Mas o que atrai milhares de turistas é mesmo seu litoral. São 30 quilômetros de costa, com mais de duas dezenas de praias. As mais centrais são a do Peneco, a principal, sempre lotada; e a dos Pescadores. As melhores, no entanto, estão mais afastadas. Duas das mais descoladas, que reúnem a moçada, são a Praia do Evaristo, com grandes pedras, e a da Rocha Baixinha, também chamada de Praia dos Tomates. A Praia da Galé tem uma boa infraestrutura para esportes náuticos. A Praia da Falésia, mais família, é famosa, como o próprio nome indica, pelas bonitas falésias de tons avermelhados que a emolduram. A de Santa Eulália é ampla, ótima para banho e concentra bons restaurantes nos arredores.

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Pouco mais de 15 quilômetros separam Albufeira do maior playground de adultos da região: Vilamoura, nos arredores da cidade de Quarteira, cujo epicentro é uma sofisticada marina ao redor da qual se espalham lojas, restaurantes, grandes hotéis e até cassinos. Seguindo um pouquinho mais chega-se aos domínios de Almancil. A cidade seria apenas mais uma vila algarvia de vida pacata não tivesse sido escolhida como a sede de dois enormes complexos de lazer: a Quinta do Lago e o Vale do Lobo, dois condomínios recheados de hotéis de luxo e campos de golfe. No verão, sua população se multiplica vertiginosamente. A infraestrutura está à altura de tamanha demanda turística, especialmente estrangeira. Estão concentrados aqui nada menos que três restaurantes premiados com uma estrela pelo Guia Michelin.

Panorâmica de Tavira, no Algarve
Panorâmica de Tavira, no Algarve (Jacek Sopotnicki/Getty Images)

Tavira e o canto oriental

Dunas, ilhas e ilhotas de areia que se estendem até onde a vista alcança. Salares. O mar logo ali. A cereja do bolo? Um universo de pássaros que inclui flamingos cor de rosa que chegam a alcançar até um metro e meio de altura. Ao longo de 60 quilômetros, entre os municípios de Loulé e Cacela Velha, já quase na fronteira com a vizinha Espanha, a beira-mar desenha um complexo de lagunas e rios que forma uma paisagem única. Trata-se do Parque Natural da Ria Formosa, eleito uma das sete maravilhas naturais de Portugal, ecossistema que ocupa uma área de mais de 18 mil hectares e apresenta um Algarve diferente do que se costuma ver nos cartões-postais. Mas não menos fascinante.

Tavira, o principal destino da região, é um encanto. Não bastasse seu belo centro histórico dono de lindas fachadas coloridas e gastas e ruelas calçadas de pedras, a cidade ainda é guardada pelas ruínas de um castelo, tem lindas igrejas e uma bela ponte de origem romana com sete arcos sobre o Rio Gilão. Nos arredores há vilas charmosas que são belos destinos para férias low-profile, caso de Cacela Velha e Monte Gordo.

Para chegar até algumas praias da região, é preciso pegar barquinhos para vencer a ria. É assim em Tavira, para chegar até a Ilha de Tavira; é assim em Cabanas de Tavira, para se chegar à praia de mesmo nome; é assim em Cacelha Velha e no Sítio da Fábrica para chegar até a Praia de Cacela Velha, uma das mais especiais da região. Com o fim da ria vêm as praias extensas, de grandes areais, ideais para dias inteiros de dolce far niente. Anote estes nomes: Praia Verde, Manta Rota, Praia de Monte Gordo. E então logo aparece no horizonte o Rio Guadiana, sinalizando que, na margem do outro lado, já é a Espanha que dá as boas-vindas.

Lagos, a capital e principal porta de entrada, tem um bonito centro histórico cercado de muralhas e guarda construções seculares imponentes.
Lagos, a capital e principal porta de entrada, tem um bonito centro histórico cercado de muralhas e guarda construções seculares imponentes. (Claude Wians/Flickr)

Parques aquáticos

Quem viaja com crianças encontra um belo cenário de diversões na região. Há bons parques aquáticos que fazem a festa dos pequenos (e nem tão pequenos assim!). No Zoomarine, nos arredores de Albufeira, além de brinquedos, escorregadores e piscina de ondas, é possível nadar com golfinhos e alimentar arraias. Há, também, show de acrobacias com golfinhos. Não muito longe, o Xflow Surf Spot Portugal tem um simulador de ondas de surf com instrutores a postos para ensinar o esporte. É também possível jogar paintball. O Aquashow, na Quarteira, tem opções mais radicais – é o caso, por exemplo, da montanha-russa aquática, que termina com um bom banho. Mas tem também piscina de onda, uma jacuzzi gigante e um playground infantil molhado. Nos arredores de Portimão, o Slide & Splash ocupa uma área de 7 hectares com piscinas, toboáguas gigantes e brinquedos. Oferece ainda serviços de massagem e fish spa. Por fim, o Aqualand, em Alcantarilha, repete a fórmula com piscina de onda, escorregadores e atrações como o rio lento, para ser percorrido com toda a calma em bóias.

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ONDE FICAR

O ideal, aqui, é escolher uma base de hospedagem e, a partir dela, programar day trips e passeios de bate-e-volta para explorar a costa. O Algarve é, provavelmente, a região portuguesa com a maior oferta hoteleira. Todos os representantes das grandes redes internacionais presentes no país têm unidades ali, ao lado de boas opções made in Portugal, caso dos grupos Pestana ou Tivoli – esse último com unidades que merecem destaque na Praia do Carvoeiro (o Tivoli Carvoeiro Algarve Resort) e em Vilamoura (o Tivoli Marina de Vilamoura). As Pousadas de Portugal, instaladas em construções históricas, também têm boas unidades locais, como a Pousada de Sagres, que descortina lindas vistas do mar do alto das falésias, ou a Pousada Palácio de Estói, que ocupa um belo palacete do século 18, a principal atração da cidadezinha.

O selo Design Hotels tem dois hotéis estratégicos na região, um em cada ponta: o Memmo Baleeira, em Sagres, de ares moderninhos e com um gramadão bem em frente ao mar; e o Praia Verde Boutique Hotel, nos arredores da praia de mesmo nome, em Castro Marim, já quase na fronteira com a Espanha. Imerso em uma área verde e dono de uma gostosa piscina, tem ambientes predominantemente brancos e um bom restaurante que privilegia os produtos locais.

Alguns hotéis ficaram famosos como sendo dos melhores da região. Um deles é o Pine Cliffs Hotel, A Luxury Collection Resort, por exemplo, uma grande construção branca, arejada, com quartos espalhados no alto dos promontórios da Praia da Falésia, em Albufeira. Um elevador panorâmico leva até a praia, onde há um bar-restaurante pé na areia e as piscinas lembram os grandes clubes. Há, ainda, um campo de golfe com um famoso buraco em cima da falésia. Em Porches, o Vila Vita Parc está imerso em mais de 20 hectares de jardins e tem nada menos que 11 opções de bares e restaurantes, um deles premiado com duas estrelas Michelin (o Ocean). Na região da Marina de Vilamoura, o Anantara se destaca com suas piscinas cercadas de palmeiras, seu beach club recheado de day beds na areia da praia e seu spa com uma gostosa piscina interior. Com clima de campo, mas a poucos minutos do mar, em Moncarapacho, o Vila Monte Farm House é cheio de cantinhos especiais – são lounges espalhados pelos jardins, varandas recheadas de almofadas, uma piscina providencial com quedas d’água e espreguiçadeiras espalhadas pelo gramado debaixo das árvores.

Perfeitas para quem viaja em família, as unidades da rede Martinhal incluem atrações para todas as idades. No hotel Martinhal Sagres, há cinco kids clubs, cinco piscinas, pista de bicicross e oficinas de tênis e futebol para os pequenos, a poucos passos da praia. No Martinhal Quinta, há sala de jogos com Playstation e Wii, piscina com escorregadores, cama elástica, tanque de areia… e ainda um pequeno campo de golfe perfeito para treinar as tacadas em família. Outra boa opção para quem viaja com os filhos é o Monte Rei Golf & Country Club, um grande condomínio com casas grandes e superconfortáveis, piscinas, campo de golfe e ótimos restaurantes. Ele fica cerca de 8 quilômetros interior adentro, sendo a linda praia de Cacela Velha a mais próxima.

Na mesma porção oriental do Algarve, o The Prime Energize, em Monte Gordo, tem uma gostosa piscina no rooftop, onde há também um animado bar de coquetéis no verão. E, a grande novidade, debruçado sobre o Rio Guadiana, fronteira natural entre Portugal e Espanha: o Grand House Algarve, em Vila Real de Santo António, um cinco estrelas com ares boutique dono de um badalado beach club pé na areia.

A fachada rosada do Palácio de Estoi: joia rococó no coração do Algarve
A fachada rosada do Palácio de Estoi: joia rococó no coração do Algarve (Bruno Barata/Reprodução)

ONDE COMER

O Algarve é extenso e, estando em Portugal, podemos ter a certeza de comer bem em praticamente todo lugar. Vale, no entanto, evitar os restaurantes pega-turista, aqueles clássicos onde os garçons ficam na porta tentando pescar desavisados, com menus traduzidos para milhares de idiomas. Isso só acontece nas cidades maiores, como Albufeira, mas é bom ficar de olho. Regra geral, vale seguir o faro e a chance de se decepcionar vai ser pequena. Mas alguns restaurantes da região já viraram clássicos e são altamente recomendados. É o caso do Caniço, plantado no meio da falésia de uma enseada minúscula e fofa no Aldeamento da Prainha, em Alvor. Chega-se pelo alto, pelas ruas de um condomínio, e, ao sair do elevador… uau! O visual é arrebatador. O menu privilegia os sabores mediterrâneos, com ênfase em peixes e frutos do mar. Há bons vinhos para acompanhar.

Pertinho da Ponta da Piedade, nos arredores de Lagos, o restaurante O Camilo vale pelo visual: suas paredes de vidro descortinam lindas vistas do mar. As passarelas de madeira, logo em frente, são um constante convite a explorar os melhores ângulos. A vitrine, logo na entrada, já escancara as delícias mais frescas do dia. As amêijoas e ostras vêm da Ria de Alvor e são deliciosas. Pé na areia na Praia dos Caneiros, em Ferragudo, o Rei das Praias estende seus domínios para a beira-mar nos meses de verão, com espreguiçadeiras providenciais. O visual, de qualquer canto, é incrível, com os pináculos que emergem do mar. Para começar, há ceviches e boas saladas, como a de atum fresco. Na sequência, as escolhas recaem sobre o peixe assado inteiro em crosta de sal, o espaguete com amêijoas e camarões, o arroz de lagosta…

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Na porção oriental da costa algarvia fica um endereço incontornável. Se tiver que escolher um único restaurante na região, que seja o Noélia (antigamente chamado Noélia e Jerónimo), em Cabanas de Tavira, endereço simples, sem frescuras e queridinho dos maiores chefs do país. As filas são frequentes e recomenda-se reservar (embora seja dificílimo que atendam o telefone). A espera é recompensada com delícias preparadas à base de peixes e frutos do mar sempre frescos pela própria Noélia, a cozinheira que dá nome à casa. Para começar, uma ótima pedida é a canja de amêijoas, o grau máximo de comfort food. Na sequência, peça o atum braseado com arroz de gengibre e manga. Amantes de polvo não podem perder a outra estrela local: Casa do Polvo Tasquinha, um restaurante em Santa Luzia (conhecida como a “capital do polvo” em Portugal) onde o molusco é preparado de diferentes maneiras – todas deliciosas. Tem polvo à lagareiro com batata doce e amêndoas, arroz de polvo, feijoada de polvo, polvo à galega…

No quesito refeições gourmet o Algarve também surpreende. A região rivaliza com Lisboa em número de restaurantes duas estrelas, a cotação máxima atribuída a casas portuguesas pelo Guia Michelin. São duas por aqui, curiosamente capitaneadas por chefs austríacos: o Ocean, no hotel Vila Vita Parc, onde Hans Neuner propõe releituras ousadas de clássicos algarvios, brincando com texturas e temperaturas; e o Villa Joya, no resort de mesmo nome, palco de Dieter Koschina. Espere menus degustação de três dígitos, pompa e circunstância. Há, ainda, seis restaurantes premiados com uma estrela. Metade deles fica na região de Almancil: Gusto, dos chefs Heinz Beck e Daniele Pirillo, no Conrad Algarve, na Quinta do Lago; Henrique Leis, do chef de mesmo nome; e São Gabriel, do chef Leonel Pereira. Os outros três são o Bon Bon, em Carvoeiro; o Vista, em Portimão; e o Willie’s em Vilamoura. Natural da região, o chef Rui Silvestre é a grande aposta local para angariar mais uma estrela. Ele é o nome por trás da ótima cozinha do Vistas, no Monte Rei Golf & Country Club.

O restaurante Rei das Praias tem uma sala virada para o mar.
O restaurante Rei das Praias tem uma sala virada para o mar. (Restaurante Rei das Praias/Reprodução)

DOCUMENTOS

Quem viaja para a Europa a turismo pode ficar até 90 dias sem necessidade de visto e precisa ter o passaporte válido por pelo menos seis meses. O grupo de países que integram o Espaço Schengen, do qual Portugal faz parte, exige, ainda, um seguro de viagem com cobertura de pelo menos €30.000.

DINHEIRO

A moeda de Portugal é o Euro. Evite levar dólares ou outras moedas, pois as casas de câmbio já não são muito comuns (e costumam cobrar taxas salgadas). É possível sacar dinheiro da conta corrente no Brasil em moeda local nos caixas automáticos (chamados Multibanco) – apenas certifique-se de que o seu cartão está habilitado para a função (pode ser necessário fazer desbloqueios ou os chamados “avisos de viagem”). Nem todos os estabelecimentos portugueses aceitam cartões internacionais, sejam eles de débito ou crédito. É comum só aceitarem os cartões bancários nacionais, especialmente nas cidades menores do interior. Na dúvida, vale ter sempre algum cash.

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