Do check-in ao avião: o caminho das bagagens despachadas
Visitamos os bastidores do Terminal 3, em Guarulhos, onde a viagem da mala começa muito antes dela embarcar na aeronave
Você já parou para pensar o que acontece com a sua bagagem depois de despachá-la no balcão do check-in? O caminho que a mala percorre nos bastidores do aeroporto até o bagageiro do avião passa por várias etapas que, muitas vezes, a gente nem imagina. Bom, eu não imaginava. Visitei os bastidores do Terminal 3 do aeroporto de Guarulhos para entender a jornada de uma bagagem, do saguão até o avião. Vem comigo:
Etiquetagem:
A primeira etapa da viagem da bagagem começa no balcão do check-in. Lá, ela é pesada, medida e recebe o seu “cartão de embarque” – uma etiqueta que contém todas as informações sobre o trajeto que será percorrido. É nessa etapa também que ela será classificada como frágil, sensível ou prioritária.
Esteiras e mais esteiras:
Depois de despachada, a mala segue por esteiras rolantes. O Terminal 3 (de voos internacionais) de Guarulhos tem nada mais nada menos do que seis quilômetros e meio de esteiras destinadas ao transporte de bagagens. Para visitar esse verdadeiro labirinto rolante precisei colocar um capacete e usar protetores de ouvido. Se por um lado o espaço é estreito e apertado, por outro o barulho do maquinário e dos aviões é descomunal.
Durante os mais de seis quilômetros, a mala passa por uma máquina de raio-x que analisa o seu conteúdo. Caso a bagagem seja reprovada, ela passará por um novo nível de inspeção num outro raio-x operado por uma pessoa. Se for identificado algum material proibido, como armas, munições e outros objetos suspeitos, as autoridades são acionadas.
Depois de inspecionadas, as malas seguem para uma nova rota de esteiras com compartimentos individuais. Aí vem a parte do “chute” – nome que os próprios funcionários atribuem a essa etapa. A partir do escaneamento da etiqueta, cada compartimento “sabe” exatamente para qual rampa (que mais se parece com um funil) a bagagem deverá ser “chutada”. As máquinas dessa etapa são mais altas do que a rampa em que as malas descerão, então é preciso que a máquina dê um empurrão, que no caso é o dito chute. No terminal de voos internacionais de Guarulhos há vinte dessas rampas, que são organizadas conforme os voos do dia. Ao saírem do funil, as malas aterrissam em outra esteira, onde quatro pessoas estão a postos preparadas para identificar a bagagem e colocá-las em seu contêiner específico.
Mesmo com a divisão das esteiras, essa etapa requer muita concentração e organização. Existe uma série de regras para alocar as malas: objetos frágeis devem ser colocados em contêineres especiais; cargas vivas, como animais de estimação, são levadas pessoalmente até a aeronave; já as bagagens de passageiros prioritários ou que estejam viajando na primeira classe devem ser colocadas por último no bagageiro para serem as primeiras retiradas no destino.
Finalmente, depois de organizados, os contêineres são acoplados a um trator e levados até o bagageiro da aeronave.
Bom, até aqui parece que as malas ficaram viajando por horas nos bastidores do aeroporto, não é? Nada disso. Todos os processos são meticulosamente calculados. O tempo médio do trajeto da bagagem entre o balcão de check-in, passando pelo raio-x, até aterrissar na rampa específica do seu voo é de dois minutos e meio – tive que ver para crer nessa rapidez. Consegue imaginar o trampo que é pedir para voltar uma mala já despachada porque o passageiro esqueceu de guardar uma coisinha?
Acompanhamento
As bagagens são rastreadas até chegarem no bagageiro. E, depois, só voltam a ser localizáveis quando as etiquetas são escaneadas novamente no destino (ou no aeroporto de conexão). O sistema utilizado para o acompanhamento de malas despachadas em Guarulhos é fornecido pela SITA. Toda vez que a etiqueta da mala é bipada, uma mensagem é enviada ao sistema, informando sua localização. Todas as informações são acompanhadas em tempo real no Centro de Controle Operacional.
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