Confesso que fui visitar as salinas de Rio Maior (leia mais neste post aqui) completamente sem expectativas. Mas logo que cheguei lá… plim, foi paixão à primeira vista. Isso porque eu mal cheguei e fui parar automaticamente dentro da Loja do Sal.
E a Loja do Sal é uma preciosidade dessas que a gente fica muuuuuito feliz só de descobrir a existência.
É tudo de encher os olhos: mil temperos de mil sabores, flor de sal, sal terapêutico, chocolate 70% com flor de sal… Mas, mais linda que os produtos é a história.
A Loja do Sal está na quarta geração – a ciência de extrair um dos sais mais puros do mundo é passada de pai para filho na família Lopes desde o final do século 19. Hoje, o guardião da tradição é o senhor Fernando Lopes, que trabalha escoltado pelos dois filhos. Desse encontro resultou a mistura da técnica com um pé no futuro.
Um olhar mais atento às prateleiras de madeira naquela tarde de sábado me aguçou os sentidos: em letras diminutas numas embalagens lindas eu li sal de azeitona; sal de algas; sal de baunilha. Dentro da etiqueta, uma historinha, uma receita. E a assinatura: Ljubomir Stanisic, o chef por trás “do melhor restaurante do mundo” segundo a revista inglesa Monocle (o Bistro 100 Maneiras, no Chiado, que já, já ganha um post).
Uma conversa despretensiosa com a esposa do senhor Fernando (que estava trabalhando na secagem do sal nas piscinas em frente à loja) esclareceu tudo: a loja faz parcerias não apenas com Ljubomir, mas com os melhores chefs do país, que por outro lado cozinham com o sal deles (porque ninguém é bobo nem nada).
Mais: aquelas embalagens fofas que estavam ali podiam ser encontradas nas principais delis do país (“a preços bastante diferentes”, segundo nos confidenciou).
Ao que interessa (ainda mais): a Loja do Sal levou medalha de ouro no Concurso Nacional de Sal e Condimentos Tradicionais Portugueses de 2017 pelo sal e pela flor de sal. E a lista dos suvenires mais saborosos do país acaba de engordar mais um pouquinho.