Estrategicamente localizado entre as águas do Tejo e as colinas do Chiado, o Cais do Sodré começou a deixar para trás seus dias de caos e decadência alguns bons anos atrás. O antigo reduto de marinheiros, de noitadas de gosto duvidoso e de alguns dos after hours mais famosos e underground de Lisboa ganhou um belo banho de tinta há quase 10 anos e pouco a pouco foi entrando nos guias de viagem como destino incontornável. Isso nota-se de imediato: andando pelas ruas, o que menos se ouve é português. Também é fato que, ao entrar numa loja, café ou restaurante, provavelmente os funcionários se dirigirão a você em inglês. Mas é inegável: o bairro está bombando mais do que nunca.
Poucos dias atrás, a britânica Time Out publicou a sua famosa lista dos bairros mais cool do mundo, feita a partir de uma pesquisa com mais de 20 mil pessoas e experts dos quatro cantos. Entre os 51 escolhidos, atrás apenas de Colonia Americana, na cidade de Guadalajara, no México, o Cais do Sodré virou notícia. Escreveu a publicação: “ancorado pela Rua Cor de Rosa (a Rua Nova do Carvalho deslumbrantemente pintada) e pelos seus guarda-chuvas coloridos, este é o bairro onde os jovens chefs mais promissores de Lisboa abrem novos restaurantes; onde as pequenas empresas estão ganhando vida; onde bares e boates muito amados estão finalmente renascendo das cinzas dos últimos anos.”
Para a Time Out, o dia perfeito começa com um café da manhã no Dear Breakfast, segue com uma visita à loja de roupas +351 e um almoço no Time Out Market (claro) – onde recomendam o arroz de pato d’O Frade. Depois, é hora de uma imperial no Quiosque de São Paulo, na praça logo ao lado, seguido de jantar no Tricky’s e uma balada “onde a noite te levar”.
Eu acrescentaria mais alguns imperdíveis da região nesta lista:
– as pizzas espetaculares da Lupita, dos brasileiros Duda e Marcelo, servidas em (poucas) mesas minúsculas acompanhadas por vinhos naturais e cervejas artesanais, arrastando uma multidão de fiéis apaixonados;
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– os gyozas e o curry vegano do Orteá Collection, o restaurante mais verde e lindo dos arredores;
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– o pão de queijo e os cafés espetaculares do Baobá, um café que torra os grãos trazidos diretamente de uma fazenda no interior de São Paulo in loco;
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– a música de vinil, os drinks e as comidinhas do bar Dahlia (sobre o qual já falei aqui);
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– os croissants do Café Janis;
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– o restaurante Cavalariça, que ainda não fui em Lisboa mas por amar o da Comporta acho que vale estar na lista;
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– a beira-Tejo, logo ali!
A quem interessar possa: os famosos after hours de outros tempos logo, logo estarão de volta. Europa, Jamaica e Tokyo se preparam para mais uma encarnação de roupa nova depois de um longo tempo de portas fechadas.
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