Imagem Blog Comer & Beber em São Paulo Um prato feito com as novidades e os clássicos da gastronomia paulistana. Para quem está de passagem ou moradores de uma vida. É só se servir! Por Arnaldo Lorençato, crítico de restaurantes da VEJA SÃO PAULO.
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Copan: opções gastronômicas no mais icônico edifício de São Paulo

As linhas arquitetônicas singulares do Copan, no centro da cidade, abrigam deliciosas alternativas para comer e beber bem

Por Iracy Paulina / Edição: Arnaldo Lorençato
Atualizado em 25 set 2023, 22h43 - Publicado em 15 set 2023, 10h05
Edifício Copan, São Paulo, Brasil
O sinuoso Copan, na Avenida Ipiranga, quebra os ângulos retos dos demais edifícios do centro de São Paulo (Sérgio Tauhata/Veja SP)
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De formato sinuoso, o Edifício Copan é um dos principais cartões-postais do centro da capital paulista. Seu projeto foi encomendado pela prefeitura de São Paulo ao escritório do arquiteto Oscar Niemeyer, entre vários outros que deveriam ser executados para comemorar os 400 anos da cidade, celebrados em 1954. Porém, o edifício só foi inaugurado mesmo em 1966, com execução a cargo do arquiteto Carlos Lemos.

Niemeyer pensou em um projeto em curvas, bem diferente dos edifícios convencionais que povoavam o centro naquela época, todos em ângulos retos. Seguia o conceito do Rockfeller Center de Nova York, o de um edifício que combinava um grande centro comercial com área residencial.

Quem admira a fachada singular do Copan nem imagina que ali vivem mais de 2 mil pessoas em seus 1.160 apartamentos, que vão de quitinetes (termo hoje atualizado para estúdios) a unidades com três dormitórios.

Com mais de 70 lojas, o centro comercial já abrigou até um cinema. A visitação a suas instalações está suspensa, mas os turistas podem matar um pouco da curiosidade e, de quebra, usufruir de uma bela experiência gastronômica, indo a um dos bons estabelecimentos instalados ali. São seis os destaques: Bar da Dona Onça, Cuia Restaurante e Bar, Paloma, Fel, Tem Umami! e Pão de Queijo Dona Zelda.

E quem disse que não tem bônus? Tem, sim. Aproveitando que você está pelo Copan, vale fazer comprinhas em algumas das lojas de seu complexo comercial. Você é de livros? Tem a ótima livraria Megafauna. Quer continuar nos comes & bebes? Visite a loja de queijos artesanais Queijuz e a Cachaçaria SP.

Veja mais detalhes a seguir e vá conferir!

Bar da Dona Onça

Avenida Ipiranga, 200 – Edifício Copa, lojas 27/29 – (11) 32572016

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Fácil reconhecer o Bar da Dona Onça. Geralmente, uma fila de clientes vai se formando ao pé do Edifício Copan, enquanto aguardam a vez de ocupar uma das disputadas mesas grudadas umas nas outras. Felizmente, para amenizar a espera é possível abrir os trabalhos com uma das boas caipirinhas da carta (prove a de caju e limão-taiti) ou um dos mais de vinte drinques, como o leite da onça (vodka, leite condensado, leite em pó e leite de coco).

Depois, já bem acomodado, você pode escolher com calma o que vai comer entre as inúmeras receitas disponíveis no bar tocado pela “onça” Janaína Torres Rueda. O croquete de carne de panela pode ser um bom começo: ele chega em seis unidades, com sabor concentrado, e pede o acompanhamento da IPA da casa, fabricada pela Blondine. Mas há outras tentações de entradinhas, como a pancetta de porco frita e servida com pimenta fermentada ou o bife à cavalo, espécie de canapé formado por cebola crocante, purê de tubérculo do sítio Rueda, coxão mole e ovo de codorna.

Para prosseguir a refeição, o stinco de porco com feijão tropeiro úmido e couve-manteiga fininha e frita é banhado com bastante molho da própria carne. Quem preferir algo mais leve, pode investir na seleção de massas feitas na casa (caso do ravióli de burrata, com tomate italiano e manjericão) ou no arroz da terra com legumes do sítio Rueda.

Entre as sobremesas açucaradas, o sorvete de baunilha feito na casa vem acompanhado de doce de leite e farofa de granola da Onça. Quer algo mais simples, apenas para não passar direto por essa etapa? Prove o singelo bolo gelado de coco – fica melhor ainda se for acompanhado de um cafezinho, feito com grãos especiais de pequenos produtores e com microtorrefações especializadas.

Bar da Dona Onça, Edifício Copan, São Paulo, Brasil
O croquete de carne de panela é uma das entradas do Bar da Dona Onça (Lucas Lima/Divulgação)
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Cuia Restaurante e Bar

Avenida Ipiranga, 200 – Edifício Copan, loja 48 – (11) 93100-7700

Integrado à livraria Megafauna, no térreo do Edifício Copan, o Cuia Restaurante e Bar é tocado pela chef Bel Coelho e sua afinada equipe. Eleita a primeira chef revelação do COMER & BEBER, em 2004, Bel mostra nas preparações criadas para o Cuia uma culinária brasileira contemporânea mesclada a técnicas de vários países, privilegiando ingredientes orgânicos e de pequenos produtores. Não à toa, a casa mereceu o título de melhor restaurante bom e barato do COMER & BEBER 2021.

Como petisco, o tartare de wagyu beneficia-se da maionese de pimenta baniwa e mix de sementes tostadas com fritas. Outra entrada tentadora, especialmente para os não carnívoros, são os pasteizinhos de queijo Serra da Canastra com cebola caramelizada e molho picante de jabuticaba.

Na lista de pratos principais, um bom exemplo das reinterpretações que a chef faz de um Brasil apetitoso é o peixe do dia servido na companhia de salada de feijão manteiguinha e farinha d’água ao molho de tucupi. A versão da casa para a tradicional receita do filé Oswaldo Aranha apresenta o mignon grelhado na companhia de arroz, farofa, chips de batata bolinha e purê de alho assado.

Se a necessidade é só fazer um lanchinho rápido, a qualquer hora do dia, o restaurante tem também o que oferecer, como o cuscuz de milho acompanhado de creme de queijo Quina e Quark, chips de batata doce e ovo frito.

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As sobremesas são um capítulo à parte de gostosuras inventivas. Caso da que combina curau, sorbet de goiaba e telha de pipoca com amendoim. Ou o toucinho do céu de castanha do Pará com creme de puxuri e laranja.

Cuia Café, Edifício Copan, São Paulo, Brasil
Peixe do dia com salada de feijão-manteiguinha, farinha d’água e molho de tucupi do Cuia (Ligia Skowronski/Veja SP)

Paloma

Avenida Ipiranga, 200 – Edifício Copan, lojas 67 e 68 – Instagram: @paloma___sp

Combinação de restaurante, bar e loja de vinhos, o Paloma também fica no térreo do Copan, em um salão claro forrado de azulejos brancos. Os vinhos são a atração principal da casa e ficam expostos em prateleiras que circundam uma das enormes colunas de sustentação do edifício icônico. Há cerca de 50 opções de rótulos de variados estilos, servidos em copos de vidro, não em taças. Um exemplo é o espanhol Ganadero, das Bodegas Canopy, um tinto fresco feito apenas com garnacha. Para consumo em dose, todos os dias há três opções (um branco, um rosado e um tinto), que variam sempre.

De sua cozinha, que está entre as melhores de wine bars na cidade, saem porções como as sardinhas confitadas e acompanhadas de hommus de feijão branco. Para um lance rápido, há sanduiches na focaccia, com recheios como o de tofu defumado, tomate assado, folhas e pesto. Entre os pratos principais, um dos destaques é o schnitzel, o filé à milanesa de tradição alemã feito com copa-lombo e acompanhado com aspargos e purê de batata.

Bem ao lado, os donos mantêm outra casa, o bar de drinques Fel (loja 69), que costuma ser menos concorrido.

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Fel

Avenida Ipiranga, 20 – Edifício Copan, loja 69 – tel (11) 32372215

Agraciado com o título de melhor bar de drinques de São Paulo pelo guia COMER & BEBER 2020, o Fel está instalado em um pequeno salão onde ganha destaque o balcão. Sua proposta é resgatar drinques antigos – nem sempre clássicos, mas que já existiram em algum lugar do passado e do mundo –, sempre fazendo adaptações aos insumos atuais. 

Por isso, a carta de coquetéis é renovada a cada ano. Nela, é possível conferir a fonte que inspirou o drinque e também o seu perfil. 

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Cítrico e refrescante, o benson hill tem seu berço na Londres do século XIX. Em sua composição, reúne brandy, cordial de limão-taiti e suco de limão-siciliano.

De perfil oloroso, o new life surgiu nos anos 1930, em Sidney, e reaparece em uma mistura equilibrada de jerez amontillado, vermute tinto, xarope grenadine e absinto. 

Para os que apreciam sabores puxados para o amargo, o old man (bourbon, licor Grand Marnier, vermute e angostura) remete à Madri de 1912. 

Fel, Edifício Copan, São Paulo, Brasil
O Fel renova anualmente a sua carta de drinques, adaptados aos dias atuais (Clayton Vieira/Veja SP)

Pão de Queijo Dona Zelda 

Avenida Ipiranga, 200 –  Edifício Copan, loja 76 – tel. (31) 9781-8118

O Pão de Queijo Dona Zelda tem como atração o famoso salgado feito seguindo uma tradicional receita mineira que a proprietária, a advogada Athená Rodrigues, aprendeu com a avó, Zilda (chamada de Zelda pelo marido).  

O resultado é uma casquinha dourada e interior denso e macio, conseguido com a mistura de dois tipos de queijo da Serra da Canastra. Eles têm tempos de cura diferentes e são trazidos de São Roque de Minas (MG). 

A filial, decorada com móveis garimpados de familiares, serve também o salgado com uma diversidade de recheios, com destaque para algumas versões exclusivas (não encontradas na Vila Madalena). É o caso da mortadela crocante e da de queijo de cabra e mel. Além disso, há rodízio de sabores, toda semana tem uma novidade (como o recheado com queijo minas frescal, pesto da casa e tomate confit). 

Pão de Queijo Dona Zelda, Edifício Copan, São Paulo, Brasil
Dois tipos de queijo da Serra da Canastra são usados no Pão de Queijo Dona Zelda (Gabriela del Moro/Veja SP)

Tem Umami!

Avenida Ipiranga, 200 – Edifício Copan, lojas 74  e 33 – tel. (11) 95357-4422

Em um cantinho de apenas 11 metros quadrados no térreo da galeria comercial do Copan, a Tem Umami! é um misto de padaria e café. No aconchegante espaço, com balcão de cimento queimado e seis lugares (bem disputados), a padeira Juliana Cunha Batarce e o fotógrafo Danilo Machado de Quadros Júnior oferecem o principal item da casa: panetone, produzido o ano inteiro.

Feito com fermentação natural, esse pão natalino está disponível ali em três sabores: o tradicional, com pedacinhos de doce de limão e laranja em vez das frutas cristalizadas; chocolate 50%; e o brasileiro, com cupuaçu orgânico desidratado, banana-passa, chocolate branco misturado a doce de leite artesanal. O cliente pode comprar inteiro e levar para casa ou saboreá-lo em fatias ali mesmo. 

Para consumir na hora, tem também a simplicidade deliciosa do bolo de fubá cortado em quadrados e preparado com queijo muçarela. Uma tentação que pede a companhia de um cafezinho, disponível na opção coado, com grãos fornecidos pela Tocaya Torradores de Café. 

Em uma frente mais recente, a casa abriu um espaço em outra lojinha da galeria para vender sorvetes no estilo soft, aqueles em que a massa gelada sai rodopiando da máquina. 

Pode-se escolher entre dois sabores. Um é rotativo. Outro tem todo dia: o de baunilha servido com cupuaçu em calda, farofinha doce e um pedaço de doce de leite com flor de sal feito na casa dentro da casquinha de fubá com um pouco de ganache de chocolate meio amargo (quem preferir a simplicidade, pode dispensar todos os acompanhamentos e ficar só com a massa gelada na casquinha, com preço mais em conta). 

Para saborear com vagar essa delícia, o cliente pode se acomodar em uma das cadeiras de praias disposta na frente da loja (não há espaço interno para sentar). 

Tem Umami!, Edifício Copan, São Paulo, Brasil
Panetone tradicional, vendido o ano inteiro pelo Tem Umami! (Clayton Vieira/Veja SP)

BÔNUS 

Megafauna 

Avenida Ipiranga, 200 – Edifício Copan, loja 53 – tel. (11) 91015-0156

Aberta em novembro de 2020, a Megafauna nasceu sob a coordenação de Fernanda Diamant, curadora da Festival Literário Internacional de Paraty (FLIP) em 2019, e com a proposta de dar uma chacoalhada no mercado livreiro, promovendo um espaço de diálogo e reflexão. 

Para reunir o acervo de cerca de 11.000 livros, conta com uma equipe de curadores que buscavam a diversidade, incluindo títulos tanto das pequenas quanto das grandes editoras. Boa parte dos volumes estão dispostos na vitrine de vidro, como um convite para fisgar quem circula pela galeria. As seções contemplam os mais diversos interesses dos leitores, como ficção, poesia e música, arte, ensaio, humanidades, infantil e quadrinhos, entre outros. 

Além dos livros, a Megafauna também promove uma programação com encontros e debates que vale a pena conferir. Alguns deles giram em torno de temas que mudam a cada três meses, e também orientam seleções de livros, dicas, sempre buscando enfatizar a diversidade de autores e assuntos. 

Megafauna, Edifício Copan, São Paulo, Brasil
Cerca de 11 mil títulos estão disponíveis nos 200m² da Livraria Megafauna (Francio Holanda/Divulgação)

Queijuz 

Avenida Ipiranga, 200 – Edifício Copan, loja 28 – tel. (11) 96407-9176 e (11) 3231-4988

Queijos brasileiros são a especialidade da casa comandada por Letícia Vilas Boas. São feitos de leite de vaca, ovelha, cabra e búfala por pequenos produtores do Brasil inteiro, embora boa parte venha especialmente de Minas Gerais. E não fica por aí. A casa também tem uma seleção de itens que fazem boa companhia aos queijos, como vinhos, antepastos, chutney, geleias, doces, embutidos e mel. Se a ideia é dar um mimo para alguém, a loja conta com tábua de frios e também cestas especiais reunindo vários de seus produtos (claro, tendo o queijo como item principal). 

Queijuz, Edifício Copan, São Paulo, Brasil
Tábuas da Queijuz: boa opção para presentear (Eduardo Krajan/Veja SP)

Cachaçaria SP 

Avenida Ipiranga, 200 – Edifício Copan, loja 15 – tel. (11) 3214-6260

Ao abrir a Cachaçaria SP, em 2018, os sócios Luis Fernando Pero Ferreira, Mariana Dias Ferreira e Rodrigo Monteiro Fuhrmeister desejavam oferecer um local onde a cachaça de alambique fosse a protagonista. A ideia era atender turistas locais e internacionais amantes desse popular destilado nacional. Não podiam ter escolhido ponto melhor, portanto, ao optar pelo Copan. Em suas prateleiras, a Cachaçaria SP acomoda uma seleção de mais de 250 rótulos vindas principalmente de Minas Gerais. Mas há opções de outros estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Pernambuco, Paraíba, Santa Catarina, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Pará e Maranhão. Além de comprar e levar as garrafas, é possível também participar de experiências e degustações guiadas no local. 

Cachaçaria SP, Edifício Copan, São Paulo, Brasil
Os destilados mineiros são protagonistas nas prateleiras da Cachaçaria SP (//Divulgação)

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