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Chapada dos Veadeiros: passeios a partir de São Jorge

Vilarejo mais descolado da região, São Jorge abriga a portaria principal do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e está repleto de atrações

Por Fernando Leite
Atualizado em 10 ago 2021, 13h26 - Publicado em 2 mar 2018, 17h34

Veja informações recentes sobre a Chapada dos Veadeiros no Facebook da SociParques, concessionária que administra o lugar. Leia também os posts com passeios a partir de Cavalcante e Alto Paraíso de Goías. E confira uma seleção de hospedagens por lá.

Prosseguindo com a série de posts sobre a Chapada dos Veadeiros, iniciada aqui, falarei agora sobre São Jorge, a simpática vila que abriga a portaria principal do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, mas que também fica próxima de vários outros passeios bacanas – o ideal é dedicar ao menos 3 dias inteiros por lá. Dica importante: como há limite de visitantes diários no Parque, estar lá às 9h da manhã é praticamente uma obrigação. Do contrário, corre-se o risco de bater com a cara na portaria.

1 – Saltos do Rio Preto e Cachoeira do Garimpão

Cachoeira do Rio Preto Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros Goiás
Os imponentes saltos do Rio Preto, dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Rui Faquini/Agência Goiânia de Turismo/Divulgação)

Eis o atrativo mais clássico do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Trata-se de uma trilha de 11 km (ida e volta) em um percurso um pouco acidentado e com solo cheio de pedrinhas.

Guias são dispensáveis, basta seguir as setas amarelas (que às vezes demoram para aparecer) ou pegar carona com algum grupo por se tratar de uma trilha bem povoada. Capriche na água, lanche, boné e protetor solar.

Logo de cara, a trilha passa por um trecho de um antigo garimpo. Após 40 minutos de caminhada em um trecho considerável de descida, chega-se ao cartão-postal do dia, o Mirante dos Saltos do Rio Preto. Descer até a base é impossível, porém, mais alguns minutos e chega-se à Cachoeira do Garimpão, que tem 60 m de queda e piscina natural.

No caminho de volta para a portaria, as Corredeiras do Rio Preto servem como um ótimo refresco para finalizar a jornada. Pessoas com mobilidade reduzida podem fazer apenas esse trecho portaria-corredeiras-portaria, que não exige grande esforço e é quase todo plano.

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Onde fica: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Distância de São Jorge: 1 km

Com ou sem guia: sem

2 – Cânion 2 do Rio Preto e Cachoeira dos Cariocas 

Um dos poços da trilha do Cãnion 2, dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Um dos poços da trilha do Cãnion 2, dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Willian Gulgielmin/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

O percurso é um pouco maior (12 km ida e volta), mas o terreno mais amistoso. O único trecho bem íngreme é o acesso para a Cachoeira dos Cariocas.

Seguindo as setas vermelhas, encara-se uma trilha com pouca sombra e algumas pontes suspensas. O Cânion 2 é formado por dois poços e uma estreita passagem. Quase todo mundo vai se banhar no poço mais abaixo, mas com descida tranquila.

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Um desvio no meio do caminho, que a maioria deixa para a volta, leva à Cachoeira dos Cariocas, cujo acesso é por uma pirambeira. Com 30 m de queda, o lugar guarda ainda uma prainha de areias brancas e um bom poço para relaxar.

Onde fica: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Distância de São Jorge: 1 km

Com ou sem guia: sem

3 – Travessia das Sete Quedas

As sete quedas são o ponto máximo da maior travessia do parque nacional
As sete quedas são o ponto máximo da maior travessia do parque nacional (Edson Faria Junior/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Aberta em 2013, é o grande trekking dentro de Veadeiros, com 23 km de extensão. O percurso pode ser realizado apenas no período da seca, entre junho e outubro e pode ser percorrido em dois dias – ou três, se você preferir ficar um dia inteiro curtindo as cachoeiras. Bem menos procurada que as demais, é o programa perfeito para quem busca imersão.

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A jornada passa por um longo trecho de cerrado e campos rupestres. Os três primeiros quilômetros são feitos na mesma trilha que leva ao Cânion 2. Uma bifurcação aparece e os caminhantes devem seguir as setas laranjas, onde oficialmente começa a trilha.

Ladeando o Cânion 1, os primeiros 10 km são planos, culminando no Rio Preto, onde marcações laranjas nas margens indicam o ponto certo da travessia. O trecho final do dia (7 km) é através de uma antiga trilha usada por garimpeiros.

As chamadas Sete Quedas, um conjunto de pequenas cachoeiras, fica ao lado da área de camping.

No segundo dia, a caminhada é bem mais sossegada, são apenas 6 km. Porém, a trilha termina na estrada para Alto Paraíso, a 12 km de São Jorge. Se você não pedir carona ou contratar um traslado, tem que retornar caminhando esse tanto.

Para fazer o trekking é imprescindível fazer o agendamento no site ecobooking.com.br.

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Onde fica: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Distância de São Jorge: 1km

Com ou sem guia: É recomendável um guia (CAT de São Jorge)

4 – Trilha da Seriema

Se você viaja com crianças pequenas ou tem dificuldades de locomoção, essa é a sua trilha.

Siga as setas azuis e encare um percurso plano de apenas 800 m que tem como destino uma pequena queda no Córrego Rodoviarinha – o curso d’água só se forma na época de chuva, entre outubro e março.

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Onde fica: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Distância de São Jorge: 1 km

Com ou sem guia: sem

5 – Cachoeira do Segredo

Depois de muitas travessias de rios, a Cachoeira do Segredo é o grande prêmio
Depois de muitas travessias de rios, a Cachoeira do Segredo é o grande prêmio (André Dib/Divulgação)

O nome já entrega: uma cachoeira em que o sol incide apenas no mês de outubro, só pode ser chamada de Segredo. Apesar dos perrengues que descreverei a seguir, é um dos passeios mais divertidos da parque nacional.

A jornada rodoviária inclui um trecho de 11 km em asfalto, seguido de 2 km em uma estradinha de terra. O que é nada se comparado ao que vem a seguir. A partir da portaria, são 6 km de trilha que, apesar de não ter nenhum grande aclive ou declive, cruza por 14 vezes (sim, 14!) os rios Segredo e São Miguel. Ou seja, vai molhar o calçado (dê preferência a uma papete). O lado positivo é que existem vários pontos de banho pelo caminho, o melhor deles numa prainha cheia de peixinhos bem no meio do caminho. Sugiro aproveitar muito bem essa prainha, pois a cachoeira do Segredo, que despenca de 115 m de altura, tem um poço de banho profundo e gelado – lembre-se, o Sol não costuma aparecer por lá.

Onde fica: acesso pela Estrada para Colinas do Sul

Distância de São Jorge: 13 km (2 km de terra)

Com ou sem guia: não é obrigatório, mas devido às travessias de rio é recomendável (Travessia)

6 – Cachoeira do Abismo e Mirante da Janela

Paisagem na janela
Paisagem na janela (Aurélio Reis/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Encostado no Parque Nacional, é um programa dois em um que culmina em um dos cenários mais deslumbrantes da Chapada.

Os 4 km de trilha são bem distribuídos. Nos dois primeiros, o trajeto é todo plano e muito fácil de ser percorrido até alcançar a Cachoeira do Abismo, que só tem água nos meses chuvosos, de outubro a maio. O poço dourado convida ao banho.

Um pouco de esforço físico é exigido nos dois quilômetros derradeiros. Há trechos com escadas de madeira, outros feitos com auxílio de cordas, além de algumas partes planas.

No final da trilha, difícil quem não fique embasbacado. Uma formação rochosa com formato de janela emoldura os Saltos do Rio Preto. Parece um quadro naturalista, um visual arrebatador.

Onde fica: acesso pela GO-239 para Alto Paraíso de Goiás

Distância de São Jorge: 3 km

Com ou sem guia: sem

7 – Vale da Lua

Formações surreais no Vale da Lua, próximo da vila de São Jorge
Formações surreais no Vale da Lua, próximo da vila de São Jorge (Lucia Horta/Wikimedia Commons)

Certamente ao ouvir relatos sobre a Chapada dos Veadeiros, alguém deve ter comentado sobre o Vale da Lua. Junto com o Parque Nacional é a atração mais visitada da região, ou seja, lota de gente. Então, antes de mais nada, programe-se para chegar bem cedo, do contrário será muvuca na certa.

A pessoa que deu esse nome à atração acertou na mosca, ela realmente remete a uma cratera lunar, com a superfície cinza irregular. Mas, na verdade, a causa foi a erosão fluvial do Rio São Miguel. Como não poderia deixar de ser há três boas piscinas naturais para banho.

Da portaria às rochas, percorre-se uma trilha bem sossegada de 600 m. Recomenda-se calçar tênis, afinal a superfície escorregadia das rochas dificulta quem está de chinelo.

Onde fica: acesso pela GO-239 para Alto Paraíso de Goiás

Distância de São Jorge: 9 km

Com ou sem guia: sem

8 – Cachoeira Morada do Sol

Cachoeira Morada do Sol, em São Jorge: queda pequena com belo mirante
Cachoeira Morada do Sol, em São Jorge: queda pequena com belo mirante (Lucia Carvalho Horta/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Depois do Vale da Lua, o Rio São Miguel dá as caras novamente, aqui numa espécie de complexo de atividades. Da portaria, dirige-se 2,5 km em estrada de terra até o começo da trilha plana e sombreada de 2 km. Com apenas 5 m e um poço para banho, a Morada do Sol não mereceria tanta consideração.

Porém, a 100 m da cachoeira, o Mirante do Vale das Andorinhas garante uma bela vista de um cânion. Um pouco mais adiante, uma sequência de piscinas naturais é propícia para o ócio total.

Onde fica: acesso pela Estrada para Colinas do Sul

Distância de São Jorge: 6 km

Com ou sem guia: sem

9 – Encontro das Águas

Encontro das Águas: atração bem família nos arredores de São Jorge
Encontro das Águas: atração bem família nos arredores de São Jorge (Vinícius Moreira de Souza/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Sabe de quem falaremos? Dele, claro, o Rio São Miguel que aqui, junto com o Rio Tocantinzinho, forma um atrativo bem legal para quem viaja com crianças pequenas. Para chegar lá, deve-se pegar a rodovia para Colinas do Sul e depois encarar 6 km em uma estradinha de terra cheia de buracos.

A trilha é bem tranquila, com mata mais fechada que a média local: leva-se 1 km até o mirante do alto do cânion, onde se observa o encontro dos rios, e mais 1 km em terreno um pouco mais íngreme até as prainhas para você se deixar levar.

Onde fica: acesso pela estrada para Colinas do Sul

Distância de São Jorge: 19 km (6 km de terra)

Com ou sem guia: sem

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