Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Você já foi a Olinda? Não? Então vá – e trago aqui as melhores dicas

Uma declaração de amor para um dos destinos que é, sem nenhum exagero, um dos mais interessantes da América Latina

Por Adriana Setti
Atualizado em 7 fev 2023, 11h20 - Publicado em 21 dez 2022, 19h33
As cores da Rua do Amparo em um (raro) momento de quietude.
As cores da Rua do Amparo em um (raro) momento de quietude. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Não me conformo como Olinda pode ser tão subestimada pelos turistas brasileiros. Declarado Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco em 1982, o centro histórico dessa cidade pernambucana, coladinha em Recife, é um dos destinos mais interessantes do Brasil e, provavelmente, de toda a América Latina. Olinda faz o seu sangue ferver, quente, vibrante, colorida, explosiva, autêntica e levemente caótica. A musicalidade aflora de cada paralelepípedo: frevo, maracatu, afoxé, caboclinho… Na cidade que pariu Chico Science e conquistou Alceu Valença, o carnaval é mais do que um acontecimento, é um estado de espírito.

A lembrança de Chico Science está por todos os lados.
A lembrança de Chico Science está por todos os lados. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Música na veia

Em três dias na cidade, vibrei com uma canja da orquestra do Grêmio Musical Henrique Dias, me acabei no ensaio do Maracatu Nação Pernambuco; me emocionei com o Afoxé Oxum Pandá; mergulhei em outros ritmos pernambucanos nas noites mágicas do Casbah e, por pouco, não pego um quase-Carnaval na Pitombeira dos Quatro Cantos. Sorte? Não. Em Olinda sempre tem coisa boa rolando, ainda mais nos meses que antecedem a grande apoteose de fevereiro.

Fim de tarde no sobe e desce das ladeiras.
Fim de tarde no sobe e desce das ladeiras. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Se uma alma carnavalesca não habita o seu corpo, você vai se apaixonar por Olinda mesmo assim. O centro histórico da cidade mais colorida de Pernambuco descortina casarões seculares em um sobe e desce que faz arder a panturrilha mas afaga os olhos com igrejinhas de Pinterest, centros culturais, incontáveis ateliês de artistas de mão cheia e vistas que fazem perder o pouco fôlego que sobra ao fim de cada ladeira. E quando a garganta seca e o suor escorre até da canela – como é quente, meu deus! –, os botecos pé sujo mais sedutores esperam por você, como a gloriosa Bodega do Véio e o Peneira. Nessa hora, também vale provar a esperta Duvália, uma cerveja local, ou as artesanais da animadíssima Cavalote.

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Do nada, uma musiquinha de qualidade rolando na calçada. Isso é Olinda.
Do nada, uma musiquinha de qualidade rolando na calçada. Isso é Olinda. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Fogo na panturrilha

Da Praça do Carmo, flane até encontrar os Quatro Cantos, epicentro do Carnaval e da vida boêmia de Olinda, mate a sede nos os botecos da Rua do Amparo e tente escolher a sua igrejinha mais instagramável: de São Pedro Apóstolo, da Misericórdia, da Nossa Senhora do Monte… No fim da tarde, todos os caminhos levam ao alto da , de onde se tem uma vista de enfartar do skyline de Recife e do mar. É o lugar certo para laricar uma tapioca e comprar artesanato de qualidade na Artes do Imaginário Brasileiro. Quer ajuda para não se perder no rolê a saber mais sobre a história e a vibe da cidade? A Graça, da Olindatur, é uma figuraça e sabe tudo.

Basílica e Mosteiro de São Bento: escolha a mais instagramável.
Basílica e Mosteiro de São Bento: escolha a mais instagramável. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Olinda tem alguns museus bacanas também, apesar do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco estar fechado para reforma. O Museu do Mamulengo reúne mais de mil fantoches tipicamente pernambucanos. Alguns dos famosos bonecos que animam o carnaval descansam na modesta, mas interessante, Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda. E ainda vale xeretar na Casa Balea, um mix de galeria, loja e espaço de eventos.

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Em tempo: conhecer Olinda em um bate-volta de Recife é um sacrilégio. Rola fazer o contrário, se hospedar lá e tirar uma tarde para dar um giro pelo Recife Antigo, que é a parte mais interessante da capital (o deslocamento demora uns 20 minutos de carro de aplicativo). Fique uns dois ou três dias para curtir a vibe noturna, especialmente nos fins de semana.

Fachadas de Pinterest em Olinda.
Fachadas de Pinterest em Olinda. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Onde comer

Qualquer morador de Olinda dirá que o Oficina do Sabor  é o melhor restaurante da cidade. Acredite. O jerimum recheado com camarão e lagosta ao molho de maracujá é uma loucura. Voltei lá dois dias seguidos. Fora isso, a vista é incrível e o terraço refresca a alma. Outro que não tem erro é o Patuá, que faz uma mariscada épica e também tem um terracinho bacana com vistas. O melhor sanduba da cidade é vendido em uma janelinha no Sabor da Ladeira 

Onde ficar

A linda sala-galeria do meu Airbnb.
A linda sala-galeria do meu Airbnb. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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O Airbnb onde me hospedei fez toda a diferença na experiência. A localização era imbatível: a poucos passos da Praça do Carmo, mas numa rua silenciosa onde acordava com passarinhos cantando. A sala é uma mini galeria de arte e há três suítes disponíveis para aluguel. No olho do furacão, a Pousada dos Quatro Cantos tem uma pequena piscina em um lindíssimo casarão. Outra na mesma pegada é a Pousada do Amparo. Para um upgrade, fique no Hotel 7 Colinas, que tem quartos espaçosos e uma grande piscina com jardim – nas horas mais quentes do dia, quando Olinda meio que hiberna, um lugar pra se molhar é providencial. Busque outras opções de hospedagem em Olinda.

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