O mundo encantado das tapas grátis de Granada, na Espanha
A cidade onde pagar para almoçar e jantar está fora de cogitação
Já li pelos guias e blogs da vida que servir uma comidinha grátis com cada bebida é uma coisa típica dos bares da Espanha. Quisera. Aqui em Barcelona, por exemplo, escorre uma lágrima do meu olho direito quando a cervejinha vem acompanhada de três amendoins. E essa é mais a regra do que a exceção em se tratando do país como um todo. A coisa muda totalmente de figura na Andaluzia. E a verdadeira shangrilá das comidinhas grátis tem um nome: Granada. Bem-vindo ao maravilhoso mundo das tapas na faixa.
É uma questão vital: para cada drinque servido, seja no boteco ou no gastrobar, um pratinho de comida é depositado no balcão. Os poucos bares da cidade que não fazem isso são os “diferentes”. A coisa é tão parte da cultura local que muitos granadinos – principalmente os mais de 60 mil estudantes matriculados na universidade local – comem mais na rua do que em casa e raramente desembolsam dinheiro para almoçar e jantar.
E não basta servir uma comidinha qualquer para conquistar a clientela. Num terreno tão competitivo, os incontáveis bares de Granada – taí uma cidade boêmia – se puxam para preparar guloseimas apetitosas. E há uma regra implícita: quanto mais incrementado (e caro) o drinque, maior a recompensa. Sendo assim, basta usar a intuição para descobrir os reis do pedaço. Está entupido de gente? Pode entrar.
De qualquer forma, aqui vão alguns endereços a ter em conta:
Um moderninho em uma cidade onde imperam os bares antigões. A carta tem ceviches, carpaccios, tatakis e causas peruanas. E as comidinhas grátis variam conforme o dia.
Simpaticíssima mistura de empório e bar, este lugarzinho despretensioso vende pães, queijos e verduras orgânicas. Serve tapas à base de produtos locais para acompanhar a carta de vinhos predominantemente naturais. E também vende e serve cervejas artesanais da região, como Al-Andalus, Sacromonte e Puchero.
Encardido pelo tempo, com direito a cabeça de touro na décor, paredes de azulejo, presuntos que pendem do teto e vinho direto do barril: andaluz até a medula. Fica cheíssimo todo santo dia e tem boa reputação pelas tábuas de frios.
Em uma pracinha fofa do Albaycín, é famoso pelos caracoles (escargot).
Os andaluzes fritam bem como ninguém e aqui é o lugar certo para dar um “boost” no colesterol e correr paro o abraço. A berinjela frita é um mito.
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