Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Igreja Colònia Güell, um segredo de Gaudí pertinho de Barcelona

A igreja da cidadezinha que abrigava os funcionários da fábrica têxtil do principal mecenas de Gaudí foi um ensaio para a Sagrada Família

Por Adriana Setti
Atualizado em 26 set 2019, 14h44 - Publicado em 16 mar 2018, 09h43
O interior da igreja da Colònia Guëll: ensaio para a Sagrada Família (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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A relação do todo-poderoso industrial Eusebi Güell (cujo sobrenome soa familiar a qualquer turista que vá a Barcelona) com o arquiteto Antoni Gaudí foi longa e rendeu algumas das maluquices arquitetônicas que tornam a cidade única. O criador da Sagrada Família projetou o Palau Güell – residência do empresário, no bairro do Raval – e também famosíssimo Park Güell, que originalmente seria um condomínio (aproveito para comentar que o parque está passando por uma restauração e que algumas áreas emblemáticas estão fechadas temporariamente).

No século 19, o sujeito precisava ser muito cabeça aberta para permitir que um arquiteto imprimisse formas tão revolucionárias à sua própria residência. Mas Güell sacou que tinha em mãos um artista que estava fazendo história e acabou atuando como seu mecenas ao longo da vida. Entre outras coisas, deu carta branca para que Gaudí construísse a igreja da Colònia Güell, uma mini cidade em Sant Boi de Llobregat, a 20 quilômetros do centro de Barcelona, onde viviam os operários da fábrica têxtil do magnata catalão.

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O exterior da igreja: qualquer semelhança com a Sagrada Família não é mera coincidência (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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(Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Detalhes da torre da igreja (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Os bancos de madeira, cheios de curva, também foram projetados por Gaudí (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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A pia batismal que é modernismo puro: ferros retorcidos e uma enorme concha natural (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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(Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Quem conhece um pouco a obra de Gaudí logo notará que a igrejinha é um pequeno rascunho da Sagrada Família. O gênio encarou a obra como um laboratório para testar inovações arquitetônicas, como os arcos parabólicos, a adaptação do edifício ao relevo e a utilização de materiais reciclados. O artista também soltou a sua imaginação ao desenhar o mobiliário, entre eles uma louquíssima pia batismal feita com uma concha gigante e ferros retorcidos – modernismo catalão em estado puro.

Fora da igreja, a Colònia Güell é um lugarzinho agradabilíssimo, com um parque, restaurantes aconchegantes e bares com mesa na calçada. Se é sua primeira vez em Barcelona, os passeios dentro da cidade serão suficientes para preencher a agenda. A Colònia Güell é para uma segunda ou terceira vez (moro há 18 anos aqui e confesso que só agora conheci esse segredinho). Ou então para quem quer se aprofundar na obra do arquiteto que revolucionou o skyline de Barcelona.

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O jeitinho da Colònia Güell, a mini cidade onde viviam os operários da indústria têxtil do senhor Güell (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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(Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Como chegar: a Caolonia Güell é acessível com as linhas S3, S9 e S8 do ferrocarril (trem regional), partindo da estação Plaça de Espanya. A viagem demora 45 minutos.

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