Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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O espetacular interior da Sagrada Família, em Barcelona

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h24 - Publicado em 28 set 2015, 17h26

É um luxo poder acompanhar de perto a metamorfose de uma das obras arquitetônicas mais singulares em andamento na atualidade. Esticando um pouco o pescoço, consigo ver a Sagrada Família do meu terraço. Também passo com frequência pela porta – e uma amiga que organiza churrascos de arromba mora numa cobertura justo em frente. Entrar no templo, no entanto, não é algo rotineiro na minha vida (ou de qualquer morador da cidade). Cada vez que isso acontece volto a me emocionar como se fosse a primeira. Afinal de contas, até que a igreja inaugure em 2026, ela nunca é a mesma.

“O templo é feito pelo povo e nele se reflete; é uma obra que está nas mãos de Deus e na vontade da população”, disse Antoni Gaudí. Pode parecer piegas, mas eu piro muito nessa ideia de, a modestíssimo modo, fazer parte dessa história. Não é balela. Os visitantes não apenas observam a obra em andamento, como também contribuem para que siga em frente ao pagar a entrada. Desde o início, a Sagrada Família foi erguida com as doações dos moradores de Barcelona e, posteriormente, com a renda do turismo. Somos mais de 3,2 milhões de “contribuintes” ao ano.

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Religioso e obsessivo, o arquiteto catalão dedicou mais de 40 anos de sua vida exclusivamente à Sagrada Família, até morrer atropelado por um bonde em 1926. Seu túmulo está alojado na cripta sem muito alarde, talvez em respeito a sua personalidade arredia. Iniciada em março de 1882, a igreja hoje em dia tem “apenas” oito das 18 torres que apontarão ao céu quando a igreja estiver concluída. A maior delas, centralizada, representará Jesus e, com 170 metros de altura (as atuais chegam a 120 metros), será coroada com uma grande cruz tridimensional, marcando a estrutura mais alta do skyline de Barcelona.

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Gaudí tinha uma obsessão pelas formas orgânicas e buscava inspiração na natureza – repare que em sua obra há pouquíssimos ângulos e linhas retas. Essa conexão fica mais evidente do que nunca no interior da Sagrada Família, um verdadeiro bosque de pedras, com colunas que se dividem em ramos, como árvores. O modesto ensaio fotográfico que você vê neste post retrata exatamente isso. Se você nunca esteve aqui, não ligue para o spoiler. A Sagrada Família é algo que arrebata ao vivo, mesmo que você já tenha visto milhões de imagens.

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