Continua após publicidade

Porto de Galinhas: resorts, pousadas, praias e piscinas naturais

Por Barbara Ligero
Atualizado em 22 ago 2023, 15h58 - Publicado em 29 set 2022, 09h41

Porto de Galinhas, a cerca de 60km de Recife, deve muito de sua fama ao imenso conjunto de recifes que fica próximo da orla. Por causa dele, a vila de pescadores na cidade de Ipojuca transformou-se num respeitável polo turístico a partir do início dos anos 90: viajantes de todos os cantos do Brasil aportavam na vila para embarcar em jangadas e conhecer os recifes e as piscinas naturais. Surgiram hotéis, pousadas, resorts, condomínios residenciais e casas de veraneio para atender a um número crescente de visitantes. Tanta gente pisou nos recifes que a destruição da vida marinha foi uma questão de tempo. Nos últimos anos, o passeio praticamente foi relegado a segundo plano, perdendo espaço para os tours de bugue, as praias do sul ou mesmo as atividades dos resorts. Medidas foram tomadas para a recuperação desse patrimônio – agora, há um controle maior do tempo do passeio e da área visitada. Resta saber quanto tempo vai levar para que a medida dê resultado. Enquanto isso, os bugues, as praias e os resorts continuarão garantindo a diversão.

RESORTS, HOTÉIS E POUSADAS EM PORTO DE GALINHAS

O centrinho de Porto de Galinhas concentra as pousadas de pequeno e médio porte. Os resorts estão ao norte, na região entre a Praia do Cupe e a Praia de Muro Alto, enquanto as hospedagens mais rústicas ou voltadas para os surfistas estão ao sul, na Praia de Maracaípe

Dentre os resorts, o mais luxuoso é também um dos mais afastados. Instalado no final da Praia de Muro Alto, a 10 km do centro de Porto de Galinhas, o Nannai remete à Polinésia Francesa com bangalôs suspensos sobre espelhos d’água e piscinas privativas, todos com muita madeira e teto revestido de piaçava. É o preferido de casais em lua de mel, apesar de também aceitar crianças. As famílias, porém, preferem os apartamentos, menos glamurosos, mas ainda assim bem confortáveis, que ocupam uma construção próxima ao lobby. Quem se hospeda neles não sente falta das piscinas privativas: há um complexo aquático de 6 mil m². Além disso, o resort fica em um trecho do mar protegido por piscinas naturais, onde caiaque e stand-up paddle são atividades tão requisitadas quanto o spa da L’Occitane. O Nannai funciona com meia pensão (café da manhã e jantar), apesar de também oferecer petiscos na beira da piscina e montar um café da tarde no gramado.

View this post on Instagram

A post shared by NANNAI Muro Alto Slow Resort (@nannairesortespa)

Quem prefere se hospedar com regime all-inclusive pode considerar o Summerville, vizinho do Nannai. Quando abriu as portas em 2000, estrelando a leva de resorts em Porto de Galinhas, ele também criou uma tendência, na qual uma enorme piscina sai do lobby ou do restaurante principal e segue até a praia, ladeada por blocos de quartos e bangalôs. No meio do caminho, o conjunto de piscinas possui passarelas de madeira, toboágua, cascata, espreguiçadeiras e área infantil. A estrutura de praia é montada a uns cinco minutos de caminhada,  em frente à porção protegida por uma barreira de corais que garante águas calmas para remar os caiaques e stand-up paddles deixados à disposição. Capítulo à parte, o spa, na cara da praia, permite relaxar na massagem ou na jacuzzi vendo o mar. O resort também é uma boa opção para as famílias com crianças, já que há monitoria infantil, kid’s club e restaurante exclusivo para os pequenos.

View this post on Instagram

A post shared by Summerville Resort (@summervilleresort)

O Samoa Beach Resort, inaugurado em 2018, é novo no pedaço. Além dos quartos novinhos, ele tem como trunfo a localização no melhor trecho da Praia de Muro Alto, em frente à uma piscina natural. Já as piscinas artificiais do complexo possuem profundidades diferentes e são todas interligadas, além de contarem com um parquinho para as crianças.

Porém, a última novidade hoteleira de Porto de Galinhas fica na Praia do Cupe. Aberto em junho de 2022, o all-inclusive Westin é o primeiro da rede em território sul-americano e ocupa as antigas instalações do Porto de Galinhas Resort & Spa, que passaram por um boa reforma. O hotel chega com o foco voltado para o bem-estar: são duas piscinas, um spa, espaços para contemplação e três santuários onde são realizadas sessões de yoga e meditação.

View this post on Instagram

A post shared by The Westin Porto de Galinhas All-Inclusive Rede MARRIOTT (@thewestinportodegalinhas)

O novato é vizinho do também all-inclusive Enotel. Localizado em um trecho da praia com ondas fortes, o resort investiu em seu complexo aquático, que inclui piscina de ondas, rio lento e brinquedão para as crianças – que também se divertem com a equipe de monitoria, as quadras esportivas e a sala de jogos. Vale alertar que, em períodos de alta ocupação, as filas para pegar comida podem ser longas. 

Logo ao lado, o Kembali não aceita menores de 18 anos e serve um elogiado café da manhã. Os quartos moderninhos, em sua maioria com vista para o mar, possuem decorações diferentes entre si, apesar de cada andar do hotel seguir uma temática: Bali, balneário, música ou retrô. 

View this post on Instagram

A post shared by Kembali Hotel Design (@kembalihotel)

A cinco minutos do trecho mais agradável da Praia do Cupe, o Ocaporã  possui uma estrutura menor que a dos resorts, mas também é all-inclusive. Na mesma praia, mas em um trecho com ondas mais fortes, o Vivá Porto de Galinhas Resort funciona em regime de meia pensão e pensão completa e conta com sete piscinas, quadra de beach tennis e sala de cinemas para sessões noturnas. Já o Hotel Village Porto de Galinhas têm ganhado os feeds do Instagram por causa das fotos que mostram os seus bangalôs “super luxo”, com piscinas de parede de vidro na varanda (conceito que começou com o Essenza, o hotel que inaugurou o luxo em Jericoacoara). O Village também aposta em recreação e brinquedão de madeira para as crianças e apresentações musicais todas as noites para os adultos.

View this post on Instagram

A post shared by Hotel Village Porto deGalinhas (@hotelvillageporto)

No centrinho, as hospedagens são mais simples. Porém, pesa a conveniência de estar mais perto dos restaurantes, das piscinas naturais, do ponto de partida dos passeios de bugue e das agências que organizam passeios. Uma das pousadas mais elogiadas é a Quatro Estações, a cinco minutos a pé da praia e dona de uma piscina aquecida. Outra opção é a Pousada Porto e Mar, em uma rua tranquila da vila.

Na Praia de Maracaípe, a Pousada Xalés de Maracaípe recebe os hóspedes em chalés coloridos, espalhados por um gramadão cheio de coqueiros. Há redes penduradas em frente à praia e uma ampla piscina. Na Pousada Maracabana, chama atenção a localização, em frente a um trecho do mar que tem boas ondas para os surfistas, e o lanche da tarde de cortesia. Além disso, alguns quartos possuem banheiras de hidromassagem com vista para o mar. 

View this post on Instagram

A post shared by Pousada Xalés de Maracaípe (@xalesmaracaipe)

Ainda mais ao sul e, portanto, mais distante da vila de Porto de Galinhas, o Serrambi Resort deve ser acessado por uma estrada esburacada, mas fica em uma praia com mar claro e calmo. Da piscina, os hóspedes assistem ao pôr do sol. Funciona em sistema de meia pensão.

Busque outras opções de hospedagem em Porto de Galinhas pela Booking

Busque outras opções de hospedagem em Porto de Galinhas pelo Airbnb

PASSEIOS EM PORTO DE GALINHAS

Passeio de bugue -> Os passeios de bugue são uma boa forma de conhecer as praias de Porto de Galinhas e identificar quais você vai querer voltar depois, por conta própria. Mais tradicional, o percurso conhecido como “ponta a ponta” parte do centrinho, segue para o norte até a Praia do Cupe e a Praia de Muro Alto e depois vai no sentido sul até a Praia de Maracaípe, com paradas para banho. Vale alertar que o trajeto é feito pela estrada, e não pela areia. A Luck Receptivos é uma das empresas que organiza passeios de bugue.

View this post on Instagram

A post shared by Luck Receptivo (@luckreceptivo)

Passeio de jangada -> Existem três principais passeios de jangada. O primeiro parte da Praia da Vila e leva para ver as piscinas naturais que estão próximas à costa (o passeio depende da maré baixa, veja no tópico “tábua de marés”). Como a vida marinha quase não existe mais, todos fotografam a famosa formação rochosa que lembra o mapa do Brasil. Outras jangadas saem da Praia de Maracaípe e seguem até as piscinas naturais de Maracaípe, com quantidade maior de peixinhos. O terceiro passeio acontece pelo Rio Maracaípe, de onde as jangadas saem em busca de um exemplar de cavalo-marinho, que é capturado pelos barqueiros e, em seguida, devolvido à água. Saiba mais no site da Associação dos Jangadeiros de Porto de Galinhas.

View this post on Instagram

A post shared by Jangadeiros Porto de Galinhas (@ajpg_oficial)

Passeio de catamarã -> A embarcação parte da Barra do Sirinhaém, ao sul, e segue rumo à Praia dos Carneiros, com piscinas naturais e faixa de areia sombreada por coqueiros. O roteiro ainda passa pela Praia de Guadalupe, com direito a um banho de argila, e o retorno ocorre pelo manguezal do Rio Formoso. Algumas modalidades do passeio também podem incluir a Ilha de Santo Aleixo (uma das empresas que vai até lá é a Pontual Receptivo)

View this post on Instagram

A post shared by Pontual Receptivo (@pontualreceptivo)

Praias -> Em Porto de Galinhas, uma mesma praia pode ter um trecho com piscinas naturais e outro com ondas fortes. Na Praia de Muro Alto, quase dominada por resorts, uma barreira de corais forma um verdadeiro lago de águas calmas e os ventos atraem caiaques e pranchas de windsurfe. A porção mais ao norte da Praia do Cupe, conhecida como Pontal do Cupe, também tem piscinas naturais na maré baixa. Já na porção sul, o mar tem ondas fortes e não é recomendado para banho. A água é ainda mais agitada na Praia do Borete, mais recomendada para os surfistas. A Praia da Vila, em frente ao centrinho de Porto de Galinhas, guarda as famosas piscinas naturais que fizeram a fama do destino e barracas na areia servindo petiscos.

Porto de Galinhas, Pernambuco, Brasil
A visita às famosas piscinas naturais de Porto de Galinhas acontece na maré baixa. (Cleferson Comarela/Wikimedia Commons)

Na Praia de Maracaípe, o perfil é mais jovem devido aos quiosques descolados, às ótimas ondas para surfe e os bons ventos para kitesurfistas. Mas o trecho mais ao sul, conhecido como Pontal de Maracaípe, é menos movimentado e possui ondas mais fracas. Para quem está com crianças, a Enseadinha é a melhor pedida porque tem mar calmo durante qualquer maré. Porém, não há estrutura de praia e é preciso atravessar um trecho raso do Rio Maracaípe para chegar. Serrambi, por fim, as águas são calmas e esverdeadas e a faixa de areia, larga. Quem quiser se aventurar mais ao sul encontra dois segredos bem guardados, a Praia das Cacimbas e a Praia Toquinho. Pouco frequentadas por turistas, elas recebem basicamente quem ocupa as casas de veraneio locais e são abençoadas por uma grande barreira de pedras que forma uma piscina natural de águas mornas na maré baixa. Na Praia do Cupe, o mar tem ondas fortes no trecho sul, que não é recomendado para banho. Siga para a porção mais próxima à Praia de Muro Alto, onde há piscinas naturais na maré baixa.

Biofábrica de corais -> Os visitantes são levados de jangada para flutuar de snorkel sobre uma biofábrica, estrutura que serve como berçário para novos corais. Depois, eles conhecem a base flutuante onde fragmentos de corais são preparados para a restauração e plantio. É preciso reservar com antecedência através do site.

View this post on Instagram

A post shared by BioFábrica de Corais (@biofabricadecorais)

Projeto Hippocampus

Durante a pandemia, o Projeto Hippocampus fechou para o público a sua sede em Porto de Galinhas, onde mantinha aquários com várias espécies do peixe. Mas o projeto, criado em 1995 em Porto Alegre, continua existindo e tem como objetivo acompanhar e proteger a vida dos cavalos-marinhos no litoral brasileiro.

TÁBUA DE MARÉS DE PORTO DE GALINHAS

Os passeios de jangada às famosas piscinas naturais de Porto de Galinhas só acontecem quando a maré está baixa. As embarcações começam a sair duas horas antes do mar chegar ao nível mínimo (mais próximo do zero) – e esse momento varia a cada dia. Tábuas de marés são afixadas em murais nos hotéis e nas pousadas ou na própria barraca da cooperativa dos barqueiros, no final do calçadão da Rua Esperança. Mas, se quiser se planejar com antecedência, consulte as tábuas de marés de cada mês do ano nesse site. Como já foi dito, o ideal é que a maré esteja o mais próximo de zero e, no máximo, 0,5 – acima disso o passeio não valerá a pena. Tenha em mente ainda a fase da Lua. Na cheia e na nova, as piscinas ficam mais rasas e cristalinas. Na crescente e na minguante, a maré não é tão baixa e, por isso, os recifes ficam menos expostos.

RESTAURANTES EM PORTO DE GALINHAS

Enquanto os hotéis estão bem distribuídos pelas praias da região, os restaurantes se concentram na vila de Porto de Galinhas. O mais consagrado é o Beijupirá, que batizou a rua onde abriu as portas em 1991. A palavra é, na verdade, o nome do peixe que deu fama à casa, servido com molhos agridoces. Mas o lugar também prepara o pouco ortodoxo camarão com molho bechamel e abacaxi, servido dentro da fruta. 

View this post on Instagram

A post shared by Beijupirá (@beijupira)

A Rua Beijupirá também é endereço do Domingos, decorado com um piano branco, móveis brancos e mil badulaques pendurados no teto. Da cozinha saem peixes e frutos do mar, mas também filé mignon, magret de pato, carne de codorna e coelho. Ainda na mesma rua, o La Crêperie tem mesinhas ao ar livre e dezenas de sabores de crepes salgados e doces.

View this post on Instagram

A post shared by Domingos Porto de Galinhas (@domingosrestaurante)

Para comer à beira-mar, siga para a Rua das Piscinas Naturais. Na esquina com a Rua da Esperança, em frente ao ponto de saída das jangadas, está o descontraído BarCaxeira, de paredes coloridas e penduricalhos. Carro-chefe da casa, o escondidinho com purê de macaxeira aparece em diferentes versões – entre as mais pedidas estão a de carne de sol e a de camarão. 

View this post on Instagram

A post shared by BarCaxeira (@barcaxeira)

São poucos passos até chegar ao Peixe na Telha, que serve na telha não só peixes como também moquecas e PFs com carne de sol. O pé na areia Munganga Bistrô também está ali perto, especializado em frutos do mar. Outra opção no centrinho é o La Tratoria, de comida italiana e sobremesas chocolatudas. Fica na Rua dos Navegantes, que corta a Rua da Esperança.

View this post on Instagram

A post shared by Restaurante Peixe na Telha (@peixenatelha)

O Beijupirá possui uma filial na Praia de Muro Alto, para atender aos hóspedes que não querem se afastar muito de seus resorts. Quem está na Praia do Cupe pode optar pelo Cabidela da Natália: ela e o marido abatem as galinhas e usam o sangue como base para o molho, de sabor surpreendentemente suave. O ensopado vai à mesa com arroz, feijão-verde e farofa de abóbora. O lugar também prepara buchada de bode. 

COMPRAS EM PORTO DE GALINHAS

O artesão Gilberto Carcará usa troncos e raízes de coqueiros mortos como matéria-prima para criar peças inusitadas – como as simpáticas galinhas, que estão espalhadas por toda a vila. Ele também faz quadros com madeira reciclada e esculturas a partir de cocos secos. O acesso ao seu ateliê é pelo quilômetro 7 da PE-009.

View this post on Instagram

A post shared by Gilberto Carcará (@carcara_portodegalinhas)

No centrinho, mais exatamente na Rua Beijupirá, a Dèjá Vu vende bijuterias criativas e coloridas feitas à mão. Algumas peças levam cristais nobres e pérolas cultivadas. Merece destaque ainda a Gatos de Rua, onde o designer Beto Kelner expõe roupas, bolsas, acessórios e itens para casa modernos e coloridos, todos feitos a partir de materiais reciclados. Fica na Rua da Esperança.

View this post on Instagram

A post shared by Gatos de Rua by Beto Kelner (@gatosderua.bk)

COMO CHEGAR EM PORTO DE GALINHAS

Porto de Galinhas está a 52 km do Aeroporto Internacional de Recife, de onde é possível pegar um táxi (a Coopseta mantém um quiosque por lá) ou chamar um Uber, caso não tenha um transfer privativo esperando por você (a Pontual Receptivo é uma das empresas que faz o serviço). Quem está de carro deve pegar a BR-101 até a PE-009. 

Busque os melhores voos para Recife

COMO CIRCULAR POR PORTO DE GALINHAS

Não é difícil se locomover por Porto de Galinhas. Quem se hospeda na vila está perto de tudo. E alguns hotéis e pousadas mais afastados têm traslado até o centrinho em horários determinados. A consistente frota de táxis e a possibilidade de chamar um Uber também auxiliam na locomoção pela região. A vila é toda asfaltada, mas o acesso a algumas praias não, o que pode dificultar o acesso em dias de chuva.

QUANDO IR PARA PORTO DE GALINHAS

O clima é quente durante o ano inteiro. A estação seca vai de setembro a fevereiro, enquanto o período de março a julho tem chuvas mais frequentes. Uma dica é viajar em setembro ou novembro, quando o sol já aparece com frequência e os preços ainda são menores que os praticados na alta temporada, em dezembro, janeiro e fevereiro.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade