Pantanal: quando ir, como chegar, hotéis, passeios e mais
Esqueça o medo, suba em um cavalo e maneje o gado como um verdadeiro peão em uma fazenda pantaneira. Ou siga a longa tradição pesqueira e percorra centenas de rios e afluentes em busca de piranhas, dourados, pacus e outros, dentre mais de 250 espécies de peixes. Aqui o Pantanal é que manda, com seus períodos de seca ou cheia – é, afinal, uma das maiores planícies inundáveis do planeta, com 210 000 km², divididos em Norte e Sul.
Isso é o que vai ditar a programação do turista, com mais passeios na água ou por terra (percorrer parte dos 145 km da Transpantaneira é perfeito para conhecer a paisagem da região). Tudo à volta é enriquecido por uma variadíssima biodiversidade, um banquete para os sentidos. Somadas, as espécies de mamíferos, aves, peixes e répteis ultrapassam mil, e o maior ícone entre elas é a onça-pintada. Essa fauna habita cenários com recortes de Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, charco e Mata Atlântica. Perfeito para um safári fotográfico, não?
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O QUE FAZER
Para conhecer bem o Pantanal, os que gostam de pescar dedicam seu tempo aos barcos-hotel. Se a ideia é ver bichos, dá para fazer ecoturismo usando o day use de hotéis ou sem pressa, hospedando-se em uma das fazendas, que geralmente têm pensão completa e organizam passeios. Há trilhas, safáris fotográficos, observação de aves, passeios de barco e a cavalo e atividades junto com os peões. Essa é a essência pantaneira. Para facilitar a consulta, vamos dividir o Pantanal em Norte (Barão de Melgaço, Cáceres e Poconé) e Sul (Aquidauana, Corumbá e Miranda):
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PANTANAL NORTE
QUANDO IR
Chuvas e altitude determinam os períodos de seca, vazante e cheia na região, e variam a cada ano – consulte o hotel antes de viajar. Costuma chover muito forte entre dezembro e fevereiro. O Pantanal Norte costuma alagar a partir de fevereiro ou março e as águas começam a baixar em um ou dois meses.
COMO CHEGAR
Voos vindos das principais capitais chegam aos aeroportos de Cuiabá e Campo Grande. A partir de Cuiabá, siga pela MT-060 até Poconé (104 km), pela MT-040 para Barão de Melgaço (111 km), e pela BR-070 até Cáceres (215 km). Da rodoviária local saem ônibus para esses destinos.
COMO CIRCULAR
De carro, barco ou avião, negocie o transporte ao fazer reserva nos hotéis mais afastados. Se a opção for por carro, atente para os períodos de chuva, mais frequente entre outubro e março – somente os veículos 4×4 encaram os atoleiros.
ESTRADAS DO PANTANAL – TRANSPANTANEIRA
No projeto original da rodovia, sua extensão de quase 400 km cruzaria o Pantanal, ligando Poconé (MT) a Corumbá (MS). Mas a obra foi encerrada com a estrada terminando em Porto Jofre, às margens do Rio Cuiabá. São apenas 2 km asfaltados, mais 143 km de cascalho e terra batida, entrecortado por mais de 120 pontes (31 de concreto, o restante de madeira).
Há campos abertos, mata e aterros que represam as águas das cheias e formam verdadeiros refúgios para jacarés, capivaras, tuiuiús e veados. Percorrer o caminho bem cedo (entre 5h e 8h) ou a partir das 17h faz toda a diferença: as aves estão empoleiradas nas árvores, e outros animais também dão as caras com maior frequência.
Nos primeiros 65 km, a partir de Poconé, concentram-se as pousadas, que normalmente abrem o restaurante a não-hóspedes; na parte final, o caminho é mais deserto, e a chance de ver onças, por exemplo, aumenta, especialmente nos trechos próximos ao Rio Cuiabá.
Carros de passeios só trafegam bem na época da seca, entre abril e setembro; no período de chuvas, até os 4×4 podem ter problemas. É essencial sair de Poconé com tanque cheio e estepe em dia, já que não há postos de combustível.
UM DIA PERFEITO
O grande programa nesse trecho do Pantanal é hospedar-se em Poconé, madrugar e percorrer os 143 km da Transpantaneira, para ver jacarés na beira dos rios e revoadas de pássaros. Agendando, também dá para passear de barco no hotel Araras Eco Lodge.
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ONDE FICAR
Há três tipos de hospedagens no Pantanal. As voltadas para os ecoturistas costumam incluir refeições e, em alguns casos, passeios nas diárias. Os hotéis para pesca são mais simples e, na maioria dos casos, incluem barco e piloteiro na tarifa – durante a piracema (de outubro a fevereiro), quando é proibido pescar, recebem ecoturistas. Nos barcos-hotel, dorme-se em cabines com camas e as refeições estão incluídas no pacote.
Alguns dos hotéis de ecoturismo promovem uma imersão maior no Pantanal. São fazendas em que a proximidade da fauna, da flora e o atendimento caseiro fazem a diferença. Bons exemplos são o Araras Eco Lodge, em Poconé e a Pousada do Rio Mutum, em Barão de Melgaço
Para os aficionados por pesca, o Recanto do Dourado, em Cáceres e o Porto Jofre Pantanal, em Porto Jofre no fim da Transpantaneira são boas opções de hotéis, enquanto o barco-hotel Lenda do Pantanal, que sai de Cáceres navegando pelo Rio Paraguai, é o mais estruturado da região.
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ONDE COMER
Ambientes simples, serviço familiar e pratos caseiros são comuns por aqui. No cardápio, predominam os peixes, mas não é difícil encontrar carne bovina. Entre os restaurantes mais tradicionais está o Kaskata Flutuante, em uma embarcação ancorada no Rio Paraguai, em Cáceres.
Busque hospedagem em Barão de Melgaço, Cáceres ou Poconé
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PANTANAL SUL
QUANDO IR
Diferente da parte setentrional, no Pantanal Sul, as águas começam a subir em maio. O período em que há maior chance de pegar estradas secas e trafegáveis é entre julho e setembro.
COMO CHEGAR
Partindo de Campo Grande, pegue a BR-262 até Aquidauana (146 km), Miranda (218 km) e Corumbá (441 km). Saindo da rodoviária da cidade, ônibus vão para os três destinos. O aeroporto de Corumbá recebe um vôo de Campo Grande operado pela Azul – mas com escalas/conexões, a viagem pode demorar mais do que a de ônibus.
COMO CIRCULAR
De carro, barco ou avião, negocie o transporte ao fazer reserva nos hotéis mais afastados. Se a opção for por carro, atente para os períodos de chuva, mais frequente entre outubro e março – somente os veículos 4×4 encaram os atoleiros.
ESTRADAS DO PANTANAL – ESTRADA-PARQUE PANTANAL
Aberta no final do século 19, tem pista mais estreita do que a Transpantaneira – aqui, ver animais nas margens é mais difícil. São 120 km, com muitas pontes de madeira, que ligam a região de Lampião Aceso, em Corumbá, à BR-262, na altura do Buraco das Piranhas.
Para fazer o percurso em carro de passeio, só na época de seca, entre julho e setembro. Na cheia, a estrada vira um rio, e pode ser literalmente percorrida de barco.
Além de aproveitar a viagem para observar diversas espécies de aves, pelo caminho há cenários como o Maciço de Urucum. No km 68, há a travessia de balsa no Rio Paraguai, no distrito de Porto da Manga, e a famosa Curva do Leque. A partir dali, são mais 51 km de terra até a BR-262, onde estão os hotéis. O único posto de combustível fica em Passo da Lontra (a 8 km do Buraco das Piranhas).
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UM DIA PERFEITO
Agende um day use em um hotel de ecoturismo de Aquidauana, onde ficam fazendas como Aguapé e Pequi, que fazem de safári fotográfico até passeios a cavalo. Antes do retorno, coma um pacu ou pintado no restaurante O Casarão.
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Outra opção é aproveitar o day use da Fazenda San Francisco, comprar cestaria, potes e panelas de barro no Centro Referencial da Cultura Terena/Museu do Índio e percorrer, com calma, toda a Estrada-Parque, nas proximidades de Corumbá.
ONDE FICAR
Para ver os tipos de hospedagem pantaneira, leia acima no Pantanal Norte. Entre os hotéis situados em fazendas estão o Refúgio da Ilha e o Refúgio Ecológico Caiman, em Miranda, a Fazenda Pequi, em Aquidauana e a Pousada Xaraés e, na Estrada-Parque, a 135 km de Corumbá. Nesse último município, há bons hotéis para a pesca, como o Lontra Pantanal, às margens do Rio Miranda, e os barcos-hotéis que navegam pelo Rio Paraguai em busca das 250 espécies de peixes pantaneiros: com 26 camarotes, o Kalypso é a maior embarcação.
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ONDE COMER
Receitas pantaneiras podem ser provadas nas hospedagens que fazem day use com almoço incluído. A mais estruturada para esse serviço é o Passo do Lontra Parque Hotel, na Estrada-Parque, a 120 km de Corumbá. No centro de Aquidauana, o restaurante O Casarão serve pratos com pacu, pintado e tambaqui.
COMIDA TÍPICA
Peixes do Pantanal – São mais de 250 espécies catalogadas, mas os peixes consumidos à mesa não passam de dez. Em quase todos os cardápios, o pintado, de carne saborosa, aparece grelhado, em filés, no espeto e na mojica – um ensopado com cubos de peixe e mandioca cozida. Igualmente saboroso, o pacu tem carne gordurosa e repleta de espinhas. A receita campeã é a costela frita, conhecida como ventrecha.
Popularmente chamada de pera, a piraputanga tem carne avermelhada quando cozida. O dourado, de população reduzida, aparece pouco na culinária local. Considerados menos nobres, peixes como o curimbatá são mais difíceis de encontrar. Entre os sabores incomuns, o menu pantaneiro apresenta o caldo de piranha. Em época de piracema (janeiro/fevereiro e novembro/dezembro), a pesca é proibida e nos restaurantes há apenas pescados congelados ou criados em cativeiro.
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