Florença: melhor época, hotéis, restaurantes, passeios
Cada curvinha perdida das estradas da Toscana reserva um deleite único, ora por uma igrejinha milenar esquecida, ora pela luz da tarde pincelando os campos de girassóis e vinhedos.
E, quando esse cenário encantado já parece ser o suficiente, eis que surge Florença, a cidade responsável – juntamente com Roma e Veneza – pelo status de “terra de sonhos” da Itália.
Desenvolvida às margens do Rio Arno, sobre o qual ainda perseveram sensacionais pontes ancestrais, a cidade de mais de 2 mil anos teve seu auge no Renascimento. Tal momento histórico contribuiu não apenas para a beleza dos casarões, com suas cúpulas ornamentadas, mas também para que ali se reunisse, ao longo dos séculos seguintes, uma grossa fatia da melhor arte já produzida em território italiano.
Estima-se que aproximadamente 40% do acervo artístico do país estão nos museus e nas ruas de Florença. Duas das galerias mais concorridas do mundo, Uffizi e Accademia, estão aqui, apresentando aos visitantes perplexos as melhores travessuras de Michelangelo, Botticelli e outros gênios.
Mas quem não encara uma fila por muito tempo não perderá a viagem se quiser só zanzar pelas ruas, pontes e esquinas da cidade, sempre prontas para revelar uma nova-velha surpresa.
QUANDO IR
O clima é agradável, as ruas ficam floridas e o calendário se enche de festivais de abril a junho, durante a primavera. O verão, entre julho e agosto, é época de alta temporada, além de ser bastante quente e seco, mas é ideal para ver os campos de girassóis da Toscana.
De setembro a outubro, no outono, o clima também é ameno, além de a cidade ficar mais tranquila, mas as chuvas podem atrapalhar os passeios ao ar livre. A partir de novembro, o frio invernal começa a dar as caras e os dias ficam mais curtos – as chuvas diminuem em janeiro, mas as temperaturas ficam mais baixas até março.
COMO CHEGAR
O Aeroporto di Firenze, a 5 km do centro da cidade, recebe voos nacionais e internacionais, incluindo de companhias de baixo custo – a Air France voa para lá com conexão em Paris, a KLM, com conexão em Amsterdã e a Alitalia, com conexão em Roma, entre outras companhias.
O aeroporto é ligado ao centro de Florença por ônibus diários operados pela Busitalia (eles param no ponto de ônibus da Via Santa Caterina da Siena, ao lado da estação de trem Santa Maria Novella). Também é possível ir do aeroporto à cidade de táxi, que tem preços tabelados, carro alugado e limusine.
Outra opção é chegar pelo Aeroporto di Pisa, a 1 km de Pisa. A Autostradale e a Caronna Tour operam ônibus até a estação Santa Maria Novella. Além disso, um trem conecta o aeroporto à estação Pisa Centrale e, de lá, é possível pegar trens até Florença.
Se você está na Europa, uma das maneiras mais fáceis de chegar a Florença é de trem. Os serviços ferroviários italianos são bastante confiáveis, rápidos e boa parte dos comboios são confortáveis. Roma, Veneza, Milão, Bolonha e Pisa são alguns dos destinos servidos tanto por trens regionais como de alta velocidade. O terminal ferroviário Santa Maria Novella fica bem no centro, próximo à igreja de Santa Maria Novella e ao Duomo. Saiba aqui como andar de trem pela Itália.
Também é possível chegar a Florença de ônibus, que são confortáveis, podem ser uma opção mais barata que trens e aviões e muitas vezes, oferecem até wi-fi e entretenimento de bordo. Procure por passagens nos sites BusRadar e GoEuro e veja aqui como viajar de ônibus pela Europa.
E, de uma maneira geral, as estradas são ótimas – desbravar a Toscana de carro é uma boa pedida.
COMO CIRCULAR
Definitivamente a melhor opção é conhecer Florença a pé. Boa parte do centro é plano e as principais atrações, opções de refeições e hospedagens encontram-se por ali, com curtas distâncias entre si: poucas quadras separam o Duomo da Piazza della Signoria e esta da Galleria dell’Accademia, por exemplo.
Outra opção para se locomover por Florença são os ônibus municipais. Na cidade, a ATAF e a Li-nea são as empresas responsáveis pelas linhas, tanto de ônibus convencionais como de elétricos, os quais chegam mais perto do centro histórico. A passagem que dá direito a 90 minutos de uso e é vendido nas bilheterias da ATAF na Santa Maria Novella e em lojas autorizadas, como as tabacarias. Ao entrar no ônibus, é necessário validar o bilhete e guardá-lo durante o percurso. Saiba mais sobre como andar de ônibus na Itália aqui.
Há, ainda, uma linha de tram, espécie de bondinho que vai de Scandicci à Alamanni-Stazione, ao lado da Santa Maria Novella, em cerca de 22 minutos, com 14 paradas. Os bilhetes podem ser comprados nos mesmos locais em que são vendidas as passagens de ônibus e também nas máquinas automáticas localizadas em cada estação, por € 1,20 para 90 minutos.
Florença também tem algumas estações de trem, espalhadas por alguns bairros, mas a de Santa Maria Novella, a principal e mais central da cidade, é a mais utilizada pelos turistas. As demais estações podem ajudar na locomoção até o centro histórico, onde está a maioria das atrações – há trens que vão direto das estações Campo di Marte, Rifredi, Rovezzano, Castello e S. Marco Vecchio até a Santa Maria Novella, por exemplo.
Por fim, existe também a possibilidade de conhecer Florença com os ônibus de turismo em que os passageiros podem descer e subir no ônibus quantas vezes quiserem pelo período comprado; táxi ou bicicleta também são opções.
PASSEIOS
Duomo
O cartão-postal máximo de Florença é a Catedral de Santa Maria del Fiore, popularmente conhecida como Duomo. Com a construção iniciada em 1296, a igreja tem uma bela fachada de mármore verde, rosa e branco e uma enorme cúpula, projetada por Filippo Brunelleschi e decorada com afrescos de Giorgio Vasari e Federico Zuccari.
A entrada na Catedral de Santa Maria é gratuita, mas um bilhete de € 18, válido por 72 horas, dá direito à subir na cúpula e a conhecer as outras atrações do complexo: o Batistério de San Giovanni, uma das igrejas mais antigas de Florença, o Campanário de Giotto, com 414 degraus até o topo, a Cripta de Santa Reparata, que guarda as ruínas da antiga basílica sobre a qual a Catedral de Santa Maria del Fiore foi construída e o Museu dell’Opera, que reúne as esculturas originais criadas para decorar os monumentos do complexo.
Igrejas
Além do complexo do Duomo, Florença está repleta de igrejas, basílicas e catedrais antiquíssimas, que são (e guardam) verdadeiras obras de arte.
Pertinho da principal estação de trem da cidade, a Basílica de Santa Maria Novella data do século XIII e traz tanto elementos góticos quanto renascentistas em sua arquitetura. Além disso, a igreja guarda uma série de obras importantes, assinadas por nomes como Giotto, Brunelleschi, Botticelli e Masaccio, entre outros.
Na franciscana Santa Croce, é possível encontrar obras como o Crucifixo e a Anunciação de Donatello e os afrescos de Giotto e de Gaddi, além dos restos mortais de Michelangelo, Galileu e Maquiavel. Também fica na igreja a Scuola del Cuoio, onde é possível assistir ao trabalho dos artesãos e comprar produtos diversos. Recentemente, um fragmento do teto da igreja caiu de uma altura de 30 metros e matou um turista espanhol.
Antigo mercado de grãos, a Igreja de Orsanmichele é famosa pelas estátuas de santos que decoram seu exterior, feitas por escultores como Ghiberti, Verrocchio e Donatello. Muitas das esculturas expostas hoje são cópias, mas o Museu de Orsanmichele, no andar superior, guarda as originais.
Já a Abadia de San Miniato al Monte, considerada uma das obras-primas da arquitetura românica na Toscana, fica em um dos pontos mais altos de Florença e descortina uma vista incrível da cidade. Do lado de dentro, chamam atenção a Capela do Cardinal de Portugal, feita por artistas como Antonio Manetti e Luca della Robbia; a Capela do Crucifixo, de Michelozzo, e o mosaico do abside, datado do século XIII.
A igreja mais antiga de Florença é, provavelmente, a Basílica de San Lorenzo. Consagrada em 393 d.C e reconstruída por Brunelleschi no século XV, à pedido dos Médici, a basílica guarda púlpitos de bronze feitos por Donatello, o túmulo do escultor e a Biblioteca Medicea Laurenziana, com cerca de 11 mil manuscritos da coleção dos Médici. As Capelas dos Médici (a Sagrestia Nuova, de Michelangelo, e a Capela dei Principi, feita de mármore e pedras semipreciosas), onde estão enterrados alguns dos membros da família, que já foi a mais poderosa de Florença, ficam no mesmo complexo.
Fundada em 1250, a Basílica Santissima Annunziata ficou famosa por guardar a Anunciação, uma imagem considerada milagrosa: acredita-se que um anjo teria terminado o afresco enquanto o pintor, abatido por não conseguir fazer os detalhes no rosto da Virgem Maria, dormia. A basílica foi completamente reformada no século XV por Michelozzo e Leon Battista Alberti e ganhou uma rica coleção de afrescos de Andrea del Sarto, Pontormo e outros representantes do Maneirismo, movimento artístico que se desenvolveu paralelamente ao Renascimento.
Reconstruída por Michelozzo no século XV, a Basílica de San Marco tem afrescos, capelas desenhadas por Giambologna e até um mosaico da Virgem Maria que acredita-se datar do século VIII. Mas a estrela do complexo é o Museu de San Marco, que ocupa uma parte do antigo convento dominicano adjacente à Igreja: lá, é possível encontrar uma enorme coleção de afrescos e pinturas de Fra Angélico, entre outras obras.
Outra das obras-primas de Brunelleschi, a Basílica de Santo Spirito começou a ser construída em 1444, mas o arquiteto só viveu para ver dois anos de construção – Antonio Manetti, Giovanni da Gaiole e Salvi d’Andrea, seus seguidores, foram os responsáveis pela finalização do projeto. Além da arquitetura em si, a basílica também guarda um crucifixo de madeira de Michelangelo, um vitral de Perugino, esculturas de Bernardo Rossellino e Andrea Sansovino e mais obras.
Preste atenção também na Igreja de Santa Maria Maggiore, uma das mais antigas da cidade: lá, uma inusitada escultura de cabeça, chamada pelos locais de Berta, está pendurada em uma das paredes. Duas teorias tentam explicar sua existência: uma diz que Berta é uma homenagem a uma mulher que doou um sino para a igreja; a outra, que ela foi amaldiçoada e petrificada na parede por um prisioneiro acusado de bruxaria.
Museus
Berço do Renascimento, Florença vive e respira arte – 40% do acervo artístico italiano está aqui, afinal. Não é de se espantar, então, que alguns dos melhores museus do mundo estejam aqui.
É o caso da Galleria degli Ufizzi, onde está o mais importante acervo renascentista do mundo, com obras de Boticelli, Rafael, Michelangelo e outros mestres do período. O museu, que ocupa um edifício projetado por Giorgio Vassari e guarda a coleção de arte dos poderosos Médici, está organizado por período histórico e artista – além dos renascentistas, a visita completa (que alguns dizem demorar pelo menos quatro horas) vai te levar de peças bizantinas ao barroco Caravaggio, entre outras. Preste atenção também nas janelas da Uffizi, que enquadram vistas privilegiadas para a Ponte Vecchio, o Palazzo Vecchio e a Cúpula do Duomo.
O Corredor de Vasari, que liga a Galleria degli Uffizi ao Palazzo Pitti, é, ele próprio, um museu, com sua série de porta-retratos de grandes artistas e pinturas dos séculos XVI e XVII – contudo, o Corredor está fechado para renovações e a previsão é que abra para o público ainda em 2018.
Apesar de ainda levar o nome de seu primeiro dono, o Palazzo Pitti também já pertenceu aos Médici e a outras duas dinastias, os Habsburgo-Lorena e os Savoia. Hoje, porém, o prédio, construído a partir de um projeto de Brunelleschi, é a sede dos Appartamenti Reali, decorados com móveis das três famílias (no primeiro andar) e de quatro museus.
No térreo e no mezanino, o Tesoro dei Granducchi guarda a coleção de artigos para casa dos Médici, como vasos de pedras preciosas e talheres de prata. Já no primeiro andar, fica a Galleria Palatina, com uma coleção de pinturas dos séculos XVI e XVII (incluindo obras de Rafael e Caravaggio). No segundo andar, a Galleria d’Arte Moderna tem pinturas e esculturas que abrangem do fim do século XVIII ao início do século XX e o Museo della Moda e del Costume exibe roupas e acessórios dos últimos 400 anos. Para completar, os Jardins de Boboli, atrás do Palazzo Pitti, são uma extensa área verde onde é possível encontrar estátuas, fontes, cavernas, um anfiteatro e mais.
Outro dos grandes museus de Florença é a Galleria dell’Accademia, casa do Davi de Michelangelo ( essa é a original; existem duas réplicas dele na cidade) e também de outras três estátuas do artista. A galeria ainda guarda obras de Boticelli, Giambologna e Domenico Ghirlandaio, entre outros, arte gótica e uma vasta coleção de instrumentos musicais.
O Palazzo Vecchio, que já foi sede do governo fiorentino e residência dos Médici, abriga, hoje, um museu. Lá, os visitantes podem admirar os salões e aposentos dos Médici, ricamente decorados com afrescos e painéis de artistas como Bronzino e Vasari; esculturas de Michelangelo e Donatello; o Studiolo di Francesco I, uma das obras-primas de Vasari e a Sala dos Mapas, com um grande globo terrestre e diversos mapas mundi que mostram como a Terra era conhecida no século XVI. Além disso, é possível visitar a Torre de Arnolfo, com 95 metros de altura, e o parque arqueológico, com ruínas de um antigo teatro romano.
Museus que contam da vida e das contribuições de personagens famosos nas histórias de Florença e da Itália também não faltam. Leonardo da Vinci está representado no Museo Leonardo da Vinci, que guarda réplicas de suas engenhocas e pinturas mais famosas e explora os estudos de anatomia feitos pelo gênio. Desenhos, modelos, esculturas e pinturas de Michelangelo ajudam a contar sua história e de sua família na Casa Buonarroti, enquanto o Museo Casa di Dante explora a vida e o trabalho de Dante Alighieri, autor d’A Divina Comédia.
Para os amantes de ciência, o Museo Galileo guarda telescópios, relíquias e outras invenções de Galileu Galilei, as coleções de objetos científicos dos Médici e dos Habsburgo-Lorena e diversos instrumentos, que astronomia, geografia, química, elétrica e outras áreas do conhecimento. Já quem gosta de moda pode visitar o recém-reinaugurado Gucci Garden, que explora a história e a identidade da grife italiana e seu renascimento nos últimos anos.
O Museo degli Innocenti também vale a visita – ele conta os seis séculos de história do Istituto degli Innocenti, instituição dedicada a acomodar e cuidar de crianças abandonadas, e a evolução arquitetônica do prédio (que foi projetado por Brunelleschi), além de trazer oitenta obras de arte, de artistas como Boticelli e Ghirlandaio, e workshops para crianças. Outro lugar interessante é o Museo Nazionale del Bargello, localizado em uma fortaleza que já foi usada como prisão – ele abriga importantes esculturas Renascentistas, de mestres como Donatello, Verrocchio e Michelangelo, além de tapeçarias, móveis, medalhas e outras obras e objetos de períodos variados.
Não deixe de conhecer também a Officina Profumo Farmaceutica di Santa Maria Novella, a farmácia mais antiga da Europa, toda decorada e cheia de móveis do século XVII e produtos diversos, como sabonetes, cremes e colônias, e o Museo Stibbert, com um acervo de 50 mil itens, que inclui armaduras e armas europeias, islâmicas e japonesas, sarcófagos, quadros e vestimentas.
Outros passeios
Florença é uma cidade cheia de imponentes museus e lindas igrejas, mas também guarda várias praças e mercados, que contribuem para sua fama de ser um grande museu a céu aberto e permitem muitas atividades ao ar livre.
Um dos cartões-postais de Florença, a Ponte Vecchio foi a única ponte a cruzar o rio Arno até 1218. Hoje, ela é tomada por joalherias (devido à influência dos Médici, que substituíram os açougues da ponte pelas lojas de joias quando construíram o Corredor de Vasari, que passa por parte da ponte) e outros comércios e à noite, quando as lojas fecham, atrai casais devido a sua atmosfera romântica. Para vê-la de outra perspectiva, vale fazer um passeio de renaioli pelo Arno, que lembram as gôndolas de Veneza.
A Piazza della Signoria é considerada o coração político da cidade, já que lá fica o Palazzo Vecchio, que hoje é sede da prefeitura florentina. Dividem o espaço, ainda, uma das réplicas do Davi de Michelangelo, a Fontanna del Nettuno, de Ammannati, o Gucci Garden e as várias estátuas da Loggia del Lanzi, uma espécie de museu de esculturas ao ar livre. Repare também na fachada do lado direito do Palazzo Vecchio, onde há o desenho do perfil de um homem na pedra – reza a lenda que a figura foi feita por Michelangelo, e mais, enquanto ele estava de costas para o muro e com as mãos atrás do corpo.
A segunda réplica do Davi fica, é claro, na Piazzale Michelangelo, que tem, além disso, uma vista panorâmica da cidade, que enquadra o Duomo, a Ponte Vecchio, a Santa Croce e vários outros monumentos e atrai uma multidão para assistir ao pôr do sol. Já na Piazza della Repubblica, bem no centro da cidade, um imponente arco dos tempos do Império Romano chama a atenção logo de cara – a praça é, ainda, a casa de um famoso carrossel e de vários cafés e restaurantes e costuma receber diversas apresentações de artistas de rua.
Pertinho da Basílica de San Lorenzo, o Mercato di San Lorenzo é sucesso tanto entre os locais quanto entre os turistas, com suas barraquinhas de roupas, lembrancinhas, chapéus, bolsas e outros artigos de couro. Do lado, fica o Mercato Centrale, um mercadão alimentar coberto que funciona como um mercado tradicional no primeiro andar e tem restaurantes e quiosques no segundo.
Outro importante mercado alimentar de Florença é o Mercato di Sant’Ambrogio, uma espécie de feira livre com barracas de embutidos, frutas, vegetais, pães, queijos, carnes e diversos outros produtos. No Mercato del Porcellino, a tradição é passar a mão no focinho do javali de bronze que fica na entrada – dizem que dá sorte! Dentro do mercado, os lojistas vendem tapeçarias, produtos de couro, roupas, bijuterias e souvenires.
Por fim, vale visitar também o Mercato delle Pulci, literalmente um mercado de pulgas que vende de tudo um pouco, de produtos de artesanato a livros, móveis e luminárias – o local, imperdível para quem gosta de antiguidades, abre todos os dias, mas no último domingo do mês fica ainda maior, com várias barracas adicionais espalhadas pelas ruas ao redor.
Walking Tour
Florença tem tanta arte, cultura e história que, de vez em quando, a melhor forma de conhecer a cidade é através de passeios a pé. Bem humorados e ricos em detalhes, estes walking tours estão entre os melhores investimentos para conhecer alguns detalhes curiosos da joia renascentista. Um dos melhores são os grupos organizados pela Art Viva.
SUGESTÃO DE ROTEIRO
Dedique ao menos dois dias para conhecer Florença. No primeiro dia, explore o complexo do Duomo, visite a Accademia, tome um café na Piazza della Signoria e caminhe pela Ponte Vecchio. No segundo, chegue bem cedo para conhecer a Galleria degli Uffizi, reservando ao menos 3 horas para conhecer suas obras de arte. O Bargello, o Palazzo Pitti e a Basílica de San Lorenzo são algumas das muitas opções para visitar durante a tarde. Ou simplesmente, perca-se pelas ruas da cidade ou dê um jeito de ficar mais tempo por aqui. Se puder estender um pouco a viagem, veja aqui um roteiro para passar 72 horas perfeitas em Florença!
A cidade é ótima também como base de exploração da região da Toscana. Em um dia, você pode conhecer Pisa e Lucca. Com um pouco mais de tempo, não deixe de ir a Siena e San Gimignano, ou mesmo aos vinhedos de Chianti ou Montepulciano.
FIRENZE CARD
Se você vai ficar pelo menos 3 dias em Florença, considere comprar o FirenzeCard, um passe com validade de 72 horas, que dá direito à uma entrada em 72 museus e igrejas (incluindo a Uffizi, a Accademia, o Palazzo Pitti e o Palazzo Vecchio), com acesso prioritário, por €72. Há também uma outra modalidade, o FirenzeCard+, que além dos benefícios acima, também dá acesso ilimitado aos ônibus da cidade, por mais €5.
É possível comprar o FirenzeCard pela internet ou em diversos pontos turísticos da cidade, como as bilheterias da Igreja de Santa Maria Novella, do Palazzo Pitti e da Galleria degli Uffizi. Ele começa a valer a partir da primeira entrada em um museu e, no caso do FirenzeCard+, a partir da validação no primeiro ônibus.
Faça as contas para ver se a compra vale a pena: some os ingressos de todas as atrações que deseja visitar e, se necessário, dos ônibus, além das entradas prioritárias de alguns museus (a Uffizi e a Accademia sempre têm filas). Vale considerar ainda a época do ano, já que na alta temporada outras atrações também lotam.
ONDE FICAR
A oferta de quartos concentra-se dentro do Centro Histórico, que é ainda a melhor região para se hospedar, devido à proximidade com a maior parte das principais atrações. Como em boa parte da Itália, há desde simples estabelecimentos familiares, excelentes para conhecer a cultura local e a boa mesa, a hotéis-butique, repletos de móveis de design, objetos de arte e, vez por outra, restaurantes com toques contemporâneos.
A 300 metros do Duomo e pouco mais de 500 da Uffizi, o Hotel Pendini tem gerência familiar desde 1879 e conta com afrescos e móveis de época, além de recepção 24 horas e café da manhã. Também próximo do Duomo, o B&B Le Stanze del Duomo tem quartos com banheiro privativo e ar-condicionado e apartamentos com sala de estar e cozinha compacta, mas serve o café da manhã em um restaurante parceiro a 3 minutos de distância.
Mais simples, o B&B La Signoria di Firenze está a 20 metros da Piazza della Signoria e oferece wi-fi grátis e café da manhã. A 100 metros da Piazza della Signoria, o Stanze del David Place fica no quarto andar de um edifício do século XV e oferece quartos elegantes com ar-condicionado, base para iPod e cofre para notebook. Luxuoso, o Hotel Savoy tem quartos elegantes decorados em estilo contemporâneo com frigobar e TV de tela plana, um restaurante e um bar. Já o Cavalieri Palace Luxury Residences tem apartamentos modernos com wi-fi, TV e ar-condicionado.
Há alguns bons hotéis que valem pela relação entre custo e benefício no entorno da estação ferroviária de Santa Maria Novella. A localização é boa para quem deseja visitar outras cidades de trem.
A 200 metros da estação, o Hotel Londra tem decoração moderna, estacionamento gratuito e sauna e academia livres para o uso dos hóspedes. O Hotel Santa Maria Novella está a 5 minutos a pé da estação e tem um bar e uma cobertura com vista para a Basílica de Santa Maria Novella. Já o B&B La Residenza Dell’Orafo tem quartos com isolamento acústico e ar-condicionado e oferece o café da manhã em uma confeitaria próxima.
No Grand Hotel Minerva, há uma piscina no último andar e um terraço com vista para o centro histórico, além de recepção 24 horas, um restaurante e um bar. O Hostel Archi Rossi também conta com terraço e jardim, além de lavanderia e spa. O B&B La Nannina, por sua vez, tem quartos modernos com banheiro privativo e serve um café da manhã italiano todos os dias.
Junto ao rio Arno encontram-se alguns dos melhores hotéis de Florença, com vista deslumbrante, decoração de muito bom gosto e serviço impecável. Oltrarno, na outra margem do rio, é um bairro mais residencial e oferece a experiência de uma Florença autêntica.
A 2 minutos a pé da Ponte Vecchio, o Ponte Vecchio Suites & Spa tem suítes elegantes com cozinhas compactas, café da manhã italiano servido no quarto, academia gratuita e spa. Com vista para o rio, o luxuoso Hotel Lungarno pertence à família Ferragamo e conta com arte contemporânea original e obras do século XX, incluindo um Picasso e banheiros com produtos da Salvatore Ferragamo e é casa do Borgo San Jacopo, estrelado pelo Guia Michelin. A Residenza d’Epoca Via Santo Spirito 6 é uma tradicional casa florentina com quartos e apartamentos em 3 andares, cada um com uma cozinha compartilhada e máquina de lavar, além de wi-fi gratuito e café da manhã.
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ONDE COMER
Não há como comer mal na Toscana. Ingredientes finos e frescos vindos de toda a região (e também das vizinhas do norte Vêneto e Emilia-Romagna) abastecem as despensas e alimentam os fogões das boas casas de Florença.
Alguns restaurantes agradam bem os turistas estrangeiros, oferecendo práticos menus com entrada, prato principal, vinho da casa e café (de vez em quando, uma boa sobremesa também está inclusa). Os preços são atraentes, as opções muito boas e o preparo, correto.
Algumas especialidades locais incluem a bistecca alla fiorentina — um mastodôntico corte de carne, grelhado ou assado, o crostini alla Toscana (uma torrada com fígado de galinha) e zuccotto, um delicioso bolo recheado de amêndoas. Isso sem falar nos ótimos vinhos da região, como o Vernacciia di San Gimignano, Vino Nobile de Montepulciano, o Brunello de Montalcino e o Chianti Classico.
A Trattoria Sabatino é um restaurante com mais de 60 anos de história, ideal para experimentar a culinária florentina à preços baixos. Também histórica, a Trattoria da Mario tem menu sazonal e bons preços, mas costuma ficar lotada, principalmente de turistas. Mais frequentada por locais, a Trattoria Sergio Gozzi, a Trattoria La Casalinga e a Trattoria Sostanza têm clima simples e caseiro e também servem bons clássicos toscanos. A Trattoria 4 Leoni é outra boa opção para provar especialidades locais a preços acessíveis.
Também são dedicados à tradicional culinária toscana três dos cinco restaurantes do chef celebridade Fabio Picchi na cidade: o requintado Cibrèo Ristorante, o econômico Cibrèo Caffé e o Cibrèo Trattoria, focado em massas.
Para experiências diferentonas, tente os outros restaurantes de Picchi – o Teatro del Sale combina buffet e apresentações teatrais e o Ciblèo tem menu com fusão entre as culinárias asiática e italiana – ou o moderno, criativo e refinado Il Santo Bevitore.
Florença também tem excelentes lanchonetes para aquele sanduíche rápido na hora do almoço. Os fartos panini do All’Antico Vinaio são famosos na cidade e o cliente pode escolher os ingredientes ou pedir em alguma das sugestões da casa. No Semel e na SandwiChic, os recheios dos panini levam ingredientes toscanos, como trufas, pera, queijo pecorino e cogumelos porcini.
Para experimentar sanduíches de lampredotto (de estômago bovino) e trippa, aposte no carrinho do L’Trippaio di Firenze, na Via Gioberti, ou no quiosque da Nerbone, dentro do Mercato Centrale. Os crostinis da Fiaschetteria Nuvoli, cobertos por patês de fígado de frango, linguiça e alcachofra, entre outros, também são uma boa opção.
`Para tomar um drink e petiscar antes do jantar, experimente bares como o intimista Il Santino, com crostinis, carpaccios e paninis no menu ou o Gallery, onde você paga pela bebida e pode se servir à vontade de um buffet de aperitivos; ou então vá aos wine bars Casa del Vino e Le Volpi e L’Uva, onde a bebida é acompanhada de frios, linguiças, bruschettas, crostinis e sanduíches.
Por fim, não deixe de ir às pasticcerias e gelaterias para os doces. Há mais de 50 anos, a Pasticceria Nencioni serve doces tradicionais como a sfoglia recheada de pera, ricota e chocolate e o budino di riso, uma tortinha de pudim de arroz. Já o Caffè Gilli, todo em estilo belle époque, existe desde 1733 e é perfeito para comer o café da manhã tipicamente italiano, composto de um doce e um café.
Para provar os gelatos italianos, experimente a clássica Gelateria dei Neri, com sabores como caramelo salgado e chocolate em diversos tipos e versões, a Perchè No!…, com um dos melhores gelatos de pistache da cidade, sabores como chá-verde e lavanda e as boas granitas vendidas durante o verão e a Gelateria Il Procopio, com boas opções de gelatos sem lactose e glúten.
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Informações ao viajante
Línguas: Italiano
Saúde: Não há demandas específicas