Imagem Blog Piacere, Itália! Depois de passar um mês rodando a Toscana, Bárbara Ligero caiu de amores pela terra da bota e se matriculou em um curso de italiano. Atualmente, está aprendendo a gesticular com perfeição
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Como andar de ônibus na Itália

Quem for viajar pelo país sem carro, saiba: as linhas de metrô são poucas e o sistema de ônibus é bem diferente do brasileiro!

Por Barbara Ligero
Atualizado em 5 fev 2020, 16h36 - Publicado em 30 jan 2018, 18h17

Na minha mais recente viagem para a Itália, estava sem carro e tive que desvendar o transporte público do país.

Metrô é coisa rara por lá. Há poucas linhas em Nápoles, Brescia, Turim, Catânia e Gênova. Apenas Milão e Roma possuem uma rede considerável e, nesse caso, o funcionamento é como em outras cidades do mundo, sem grandes mistérios.

O ônibus, por sua vez, é utilizado no país inteiro e pode causar confusão na cabeça dos brasileiros. Veja alguns pontos que podem gerar dúvidas:

Onde compro os bilhetes?

Na Itália, a tabacaria é lugar de comprar… bilhetes de ônibus! (Fredrik Rubensson/Flickr)

Via de regra, não é possível pagar pela sua viagem dentro dos ônibus – não há nenhum cobrador ou máquina que exerça essa função. Os bilhetes devem ser comprados antes do embarque, em bancas de jornais e principalmente nas tabacchi (tabacarias).

Basta procurar uma placa azul ou preta com um “T” branco pelas ruas, entrar no estabelecimento e pedir por biglietti per l’autobus. Eventualmente irão te entender. No caso específico de Milão e Roma, as passagens também podem ser compradas dentro das estações de metrô.

Como são os pontos de ônibus?

Parada de ônibus (turísticos e convencionais) em Roma (Kristof Verslype/Flickr)

Eu vi tanto pontos de ônibus estruturados, com banco e cobertura, quanto simples placas fincadas na calçada. Seja qual for o caso, há sempre um papel pendurado em algum lugar informando os ônibus que passam por ali e em quais horários. Porém, a forma como os italianos dividem e chamam os dias da semana pode ser estranha para nós, então anote aí:

  • Feriale ou FR = Segunda a sábado
  • Festivo ou FS = Domingo e feriados
  • Lunedì a Venerdì = Segunda a sexta

Repare também se há alguma indicação de prazo de validade na folha, pois os horários costumam mudar do verão para o inverno, das férias para o ano letivo. Algumas placas também indicam quais são as fermate (paradas) de cada ônibus.

Como pego ônibus?

O ônibus está chegando… e agora? (Kenneth Lu/Flickr)

Essa foi a parte em que eu mais me atrapalhei. Após longas observações, conclui que os italianos tem duas maneiras de sinalizar que querem embarcar. O mais comum é eles inclinarem levemente o corpo em direção à rua ao verem seu ônibus se aproximar, mas há também quem faça um gesto com a mão bem discreto (quem diria, logos eles!).

Depois, é só embarcar pela porta da frente e – muito importante – procurar por uma maquininha ali perto. Assim como acontece com os trens, é preciso timbrar a sua passagem e guardá-la consigo durante todo o percurso. Volta ou outra, um fiscal entra no ônibus checando os bilhetes e, caso você não tenha validado o seu, terá de pagar uma multa. Confesso que eu mesma, uma vez, na pressa de sentar, me esqueci de passar o papelzinho na máquina – por sorte, nenhum fiscal apareceu naquele dia.

Na hora de descer, é só apertar o botão, como fazemos no Brasil. Se tiver alguém impedindo a sua passagem, vale perguntar scende? (vai descer?), que pronuncia-se “xênde”.

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Como foi a experiência?

O silêncio predomina nos ônibus italianos (Roberto Taddeo/Flickr)

A pontualidade dos ônibus está mais para brasileira do que para suíça. Talvez por azar, não houve uma única vez em que o meu ônibus chegou na hora ou com uma margem pequena de atraso. Ainda assim, a estimativa de horário era ok se comparada a total imprevisibilidade que temos com o transporte público em São Paulo.

Tirando isso, só tenho elogios. Os ônibus são limpos, bem conservados, possuem ar condicionado e geralmente estão vazios – só me lembro de ter viajado em pé duas vezes, e ainda assim havia bastante espaço ao meu redor. Para saber qual rota pegar, aplicativos como o Google Maps funcionam bem.

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Siga-me no Instagram: @barbara.ligero

 

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