A região abriga rios cristalinos, cachoeiras de 100 metros e enormes paredões de pedra, rodeados pela vegetação do Cerrado. Para chegar às atrações, o visitante precisa estar disposto a caminhar: as trilhas de acesso chegam a 5 km, com trechos íngremes e pedregosos (em algumas é necessária a presença de guia). Como recompensa, quase todos os percursos terminam em poços, que surgem na base de quedas-d’água ou no meio de formações rochosas. Muitos dos atrativos naturais estão em propriedades particulares, espalhadas em Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante ou São Jorge. É nesta última que fica a entrada para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, considerado Patrimônio Mundial Natural pela Unesco desde 2001.
Em Alto Paraíso, ecoturistas enchem a cidade, sobretudo em julho, em busca das cachoeiras. Com vários hotéis e restaurantes, a cidade também atrai os místicos. A presença de minas de cristais nas redondezas e o fato de que a região está quase na mesma latitude de Machu Picchu (entre os paralelos 13 e 14) ajudam a convencer de que Alto Paraíso tem uma energia especial. Não à toa, há diversas lojas de artigos esotéricos, curiosas construções em forma de gota e pirâmide, centros de meditação e muitas e muitas histórias sobre óvnis e ETs.
Mais da metade da área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros pertence à cidade de Cavalcante. Mas, como ela ainda não tem uma portaria para os visitantes, a diversão fica por conta das atrações escondidas nas propriedades particulares das cercanias, a maior parte acessada por estradas de terra. As cachoeiras do Prata e as de Santa Bárbara, por exemplo, estão entre as mais bonitas da região. Muitos casais e famílias também procuram Cavalcante a fim de curtir a viagem sem sair de suas bem-estruturadas pousadas – algumas delas erguidas em antigas fazendas.
Embora seja distrito de Alto Paraíso de Goiás, São Jorge, a pequena vila de casas coloridas e ruas de terra, tem vida própria. Muitos turistas preferem se hospedar aqui para aproveitar a atmosfera tranquila e a possibilidade de caminhar, sem pressa, entre as lojas de artesanato, os bares e os restaurantes cada vez mais charmosos do centrinho. Outro ponto positivo é a facilidade de acesso ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros: a entrada fica em São Jorge. No entorno da área de preservação há diversas cachoeiras em propriedades particulares.
ONDE COMER
Em algumas partes do país, a palavra “matula” é sinônimo de marmita. Em Goiás é diferente: trata-se de um tutu feito de feijão-branco ou mulatinho, engrossado com farinha de mandioca. Cremosa, a mistura ganha pimenta-verde, alho, pedaços de linguiça, de carne de sol e de lata (curada em banha de porco). A substanciosa receita surgiu nas viagens que tocadores de gado empreendiam pelo interior do estado, sobretudo entre o fim do século 19 e o início do 20. Na estrutura simples do Rancho do Waldomiro, um dos poucos que ainda servem a receita, a matula vai à mesa junto de um banquete sertanejo, composto por mandioca frita e cozida, abóbora, paçoca, arroz, além de pedaços das carnes que entram no preparo do feijão.
COMO CHEGAR
Brasília é a capital mais próxima da Chapada. De carro, pegue a saída para Planaltina/DF (BR-020), rode 41 km e pegue o acesso para a BR-010/GO118 na direção de Alto Paraíso de Goiás, a 167 km. Da rodoviária até Alto Paraíso, são três horas de viagem (Real Expresso, 11/2142-7100; R$ 40; todos os dias às10h e 21h). De Alto Paraíso a Cavalcante são 91 km pelas asfaltadas GO-118 e GO-241 – mas para conhecer as cachoeiras e mirantes do entorno, roda-se bastante por estradas de terra. De Alto Paraíso até São Jorge são 22 km asfaltados e 14 km de terra pela GO-239.
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