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Parque Ibirapuera passa por melhorias e está cheio de novidades

Sob gestão privada, a área verde de São Paulo ganhou restaurantes, novas bikes e câmeras de segurança, mas a Oca e a marquise continuam negligenciadas

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 20 set 2021, 11h20 - Publicado em 26 ago 2021, 18h10

Desde que foi entregue à iniciativa privada em outubro de 2020, o Parque Ibirapuera vem recebendo novidades que podem ter passado despercebidas pelos próprios paulistanos devido às restrições de circulação impostas pela pandemia. Nos últimos meses, a vencedora da licitação, a Urbia, se dedicou a fazer melhorias no local, mas também foi alvo de polêmicas por causa das parcerias com grandes marcas, que estariam descaracterizando o parque.

A principal mudança é na área de alimentação. As opções “gastronômicas”, por assim dizer, nunca foram muito além das três lanchonetes e dos mais de 100 ambulantes que vendiam bebidas e salgadinhos de pacote. O cenário mudou com a chegada dos wraps e tapiocas do Madureira, casa de sucos original do Itaim, e a reformulação do Sabor Ibira, cujos pratos executivos agora seguem a linha “geração saúde”. Na sequência, vieram os foodtrucks de grandes marcas como Casa do Pão de Queijo, Oakberry, Nutty Bavarian e Bacio di Latte.

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A intenção é que esse tipo de negócio se multiplique dentro do Parque Ibirapuera daqui para frente, apesar dos críticos às mudanças argumentarem que a área verde mais querida de São Paulo está ficando com cara de shopping center. Ainda mais com a criação do “Espaço iFood“, espécie de praça de alimentação (à princípio temporária) que funciona aos finais de semana perto da marquise.

O aplicativo de entregas de comida montou até uma roda-gigante de 20 metros de altura por ali, que funciona às sextas-feiras e sábados das 12h às 20h e aos domingos das 11h às 19h. A reserva das cabines, que comportam até quatro pessoas pelo valor único de R$ 30, devem ser feitas pelo Sympla. O brinquedo deve ficar por lá até outubro.

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No meio dessa profusão gastronômica, vendedores ambulantes continuam existindo, mas com uma nova proposta: a Urbia é a fornecedora exclusiva dos itens vendidos nos carrinhos, que no futuro devem passar a oferecer opções mais saudáveis, como frutas.

Também ganhou um novo concorrente a FlavioBike, negócio de aluguel de bicicletas que existe há quase vinte anos no Portão 3. A empresa veterana continua sendo a opção mais barata ao cobrar R$ 7 a hora, R$ 3 a menos que a nova IbiraBike. Porém, a novata possui como grande diferencial a possibilidade de devolver a magrela em praticamente qualquer ponto do parque: há estandes na Praça do Leão e nos Portões 3, 4, 6, 8, 9 e 10. As duas empatam nos critérios método de pagamento, que pode ser feito por aplicativos no celular, e tipos de bike disponíveis – tanto a FlavioBike quanto a IbiraBike oferecem triciclos para as famílias e hankbikes para portadores de deficiência.

Falando em acessibilidade, há um projeto em andamento para tornar o parque mais abordável para pessoas com deficiência motora ou mobilidade reduzida. A ideia é adequar os banheiros de acordo com as normas, construir rampas, diminuir a altura da guia das calçadas e criar novos pavimentos, que também serão capazes de drenar a água da chuva.

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Polêmicas à parte, é indiscutível que a entrega do Parque Ibirapuera à iniciativa privada já trouxe melhorias na limpeza e segurança. Além dos sanitários estarem decentes pela primeira vez em anos, a área verde agora é monitorada por câmeras de segurança com tecnologia de reconhecimento facial. O objetivo é coibir furtos, pegação e facilitar a localização de crianças perdidas.

Também é inédita a instalação do Wi-Fi gratuito, que funcionará em boa parte do parque e deve facilitar o uso do mapa virtual e do novo portal IbiraHub, que permite participar de comunidades de frequentadores de acordo com nichos de interesse (esportes, exposições, atividades para crianças, etc).

E, em meio à pandemia, há uma preocupação, ainda que modesta, com a segurança sanitária: para incentivar o distanciamento social durante os banhos de sol, foram criados 40 círculos com cerca de quatro metros de diâmetro no gramado do Praça da Paz

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O Planetário segue fechado por conta da Covid-19, mas deve reabrir na primeira quinzena de setembro com capacidade reduzida e já passou por melhorias como a limpeza da cúpula, a reforma das poltronas, a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado e da hidráulica dos banheiros. Outros aspectos do parque ainda não estão do jeito que os paulistanos gostariam.

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A Oca, projetada por Oscar Niemeyer, está precisando urgentemente de uma demão de tinta para esconder as marcas da poluição – sem falar dos trincados e dos fungos que crescem pela superfície outrora branca. A reforma já foi orçada pela Urbia em R$ 500 mil, mas ainda não aconteceu por falta de autorização do Condephaat, o órgão que regula o patrimônio estadual.

Já a marquise, outra construção-símbolo do Ibirapuera, ficou de fora da concessão e continua sendo responsabilidade da prefeitura. Mais uma obra de Niemeyer, a estrutura que era o principal point dos patinadores e skatistas está interditada desde 2019 por risco de desabamento causado por infiltrações. Os reparos estão estimados em R$ 15 milhões e ainda não têm previsão para acontecer.

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Eventos

O Ibirapuera também receberá alguns eventos a partir de setembro. O principal é a 34ª Bienal de São Paulo, intitulada Faz Escuro Mas Eu Canto, com obras de 91 artistas expostas até dezembro.

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Também está prevista a segunda edição do Quintal Gop Tun, evento musical que leva DJs para o Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra). Esse ano, o festival acontecerá de 11 de setembro a 3 de outubro com Mari Boaventura, Ubuntu, Gustavo Keno e Cashu. O número de espectadores será limitado a 250 pessoas, que deverão comprovar que receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19, usar a máscara durante todo o evento e permanecer sentados para garantir o distanciamento.

Para ver o Ibira do alto

Os arredores do parque também reservam suas novidades. No dia 24 de agosto, o Vista Balcão passou a ocupar a cobertura do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), onde costumava ficar o bar-balada Obelisco. O novo estabelecimento abrirá às portas de terça-feira a domingo a partir das 17h, bem a tempo do pôr do sol, e servirá drinks e aperitivos. Logo ao lado, continua funcionando o restaurante de comida brasileira Vista, dos mesmos sócios.

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Outra opção é se aventurar no Dinner in the Sky, espécie de restaurante flutuante que ficará montado na Praça Armando de Sales Oliveira, bem na frente do Ibirapuera, até o dia 14 de novembro. A experiência consiste em jantar a bordo de uma plataforma que é elevada a 50 metros de altura. É possível escolher entre brunch (40 minutos de duração; a partir de R$ 250), almoço (50 min; R$ 400), coquetel (40min; R$ 300), lanche ao pôr do sol (55min; R$ 420) e jantar (70min; R$ 600). As reservas devem ser feitas pelo site.

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O Parque Ibirapuera abre diariamente das 5h às 23h, mas as quadras poliesportivas continuam fechadas por causa da pandemia. O uso de máscara é obrigatório.

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