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Roteiro pelos ateliês de cerâmica de Cunha (SP)

A capital da cerâmica em alta temperatura é lar de artesãos e ceramistas talentosíssimos

Por Malu Jansen
Atualizado em 25 ago 2024, 16h24 - Publicado em 25 ago 2024, 12h00

Destino de serra charmoso no interior de São Paulo, Cunha é conhecida principalmente pela produção de cerâmica, que deu à cidade o título de Capital Nacional da Cerâmica em Alta Temperatura. 

Nos ateliês de cerâmica, estão à venda peças que são decorativas, como esculturas, vasos e peças artísticas, ou utilitárias, como louças, travessas, panelas, luminárias, cubas para pia… 

São mais de 20 ateliês concentrados na pequena cidade e suas imediações. Vale a pena visitá-las mesmo sem a intenção de comprar, já que as peças são um encanto e, em alguns casos, verdadeiras obras de arte. 

Como é a produção de cerâmica em Cunha

A queima em forno noborigama é a primeira e mais tradicional técnica usada entre os ceramistas de Cunha, mas também há outros tipos de equipamentos elétricos, a gás e o chamado raku, em forma de tambor. 

Construído em declive, o noborigama é alimentado por lenha e seu interior ultrapassa os 1.300°C. É possível conhecer o equipamento em alguns dos ateliês que utilizam a técnica. Ali, também dá para ter uma ideia dos bastidores desse processo, já que as oficinas possuem várias peças inacabadas, utensílios e mesas de trabalho dos artistas. 

Cunha, São Paulo, Brasil
Os fornos noborigama são alimentados com lenha e chegam aos 1300ºC (Malu Jansen/Arquivo pessoal)

As peças de argila são moldadas a mão e depois levadas ao forno, que é ligado em duas queimas durante mais de 30 horas. Ao esfriar, a abertura da fornada, que acontece cerca de cinco vezes por ano, já se tornou um grande evento no calendário da cidade.

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A mais conhecida é a do ateliê Suenaga e Jardineiro, que divulga as datas das fornadas por meio do Instagram. A entrada é gratuita e a próxima abertura da fornada será no dia 14 de setembro. 

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Na técnica da queima de raku, as peças recebem acabamento ainda incandescentes. Visitantes podem assistir ao processo no ateliê Gaia Arte e Cerâmica, que realiza noites de queima de cerâmica algumas vezes por ano. A programação também está disponível no Instagram

Principais ateliês de cerâmica em Cunha

Uma característica importante da geografia de Cunha é que a cidade tem formato de “U”. Há uma parte alta na direção oeste, rente à rodovia Paraty-Cunha, onde fica a Rua Alcides Barbeta, também conhecida como Rua dos Ateliês. 

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Então, há uma descida, cujo ponto mais baixo fica no charmosinho Parque Lavapés. Depois vem mais uma ladeira (bem íngreme) que sobe até o centrinho bucólico da cidade, onde ficam duas igrejas, o Mercado Municipal e a maioria dos comércios. 

Além disso, vários dos ateliês, restaurantes e passeios ficam ao longo da rodovia Paraty-Cunha.

Essas três regiões são os principais pontos de interesse para quem quer conhecer melhor a tradição dos ceramistas na cidade e circular de carro é a melhor opção. Veja onde dar uma passada:

Rua dos Ateliês

Cerâmica CassinhaO forte desse ateliê são os produtos utilitários: xícaras, pratos, vasos e panelas em tons de azul e branco são a marca-registrada da artesã Erica Cassinha. Esse também é um dos ateliês com melhor custo-benefício. Rua Alcides Barbeta, 337. De segunda a sexta-feira, das 10h às 17h; sábados, das 10h às 18h; e domingos, das 10h às 16h. 

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Carvalho CerâmicaO artesão Renato Carvalho, que possui mais de 50 anos de experiência na produção de cerâmicas, expõe suas peças decorativas, que são um encanto, no seu charmoso ateliê. 2024 será o último ano do mestre Carvalho em atividade no seu ateliê na Rua Alcides Barbeta, 190. De quarta-feira a sábado, das 9h às 17h. 

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Casa do Oleiro – O diferencial desse ateliê é a pintura delicadíssima e feita à mão, que lembra a de azulejos portugueses. Os pratos decorativos, para pendurar na parede, são um charme à parte. Rua Alcides Barbeta, nº 250. Entre em contato para saber o horário de funcionamento durante sua estadia em Cunha.

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Casa do Oleiro, Cunha, São Paulo
Os pratos pintados à mão são lindíssimos; destaque também para as panelinhas de fondue e cumbucas (Malu Jansen/Arquivo pessoal)

Atelier da Vila RicaEssa charmosa casinha na Rua dos Ateliês guarda peças com um toque mais rústico, mas com acabamento impecável. Há peças decorativas e utilitárias, e o ateliê fica no piso inferior da casa. Rua Alcides Barbeta, 260. De segunda a sábado, das 9h às 18h; e domingos, das 9h às 16h. 

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Mieko e Mario um dos ateliês mais tradicionais de Cunha, a dupla Mieko e Mario produz peças utilitárias e decorativas com a técnica em forno noborigama. Rua Alcides Barbeta, 510.  A loja só abre aos fins de semana, das 10h às 17h. Nos dias de semana, é preciso agendar com antecedência. 

Alameda Lavapés e parte baixa

Casa do ArtesãoA Casa do Artesão é um galpão bem grande que reúne não só ceramistas, mas artesanatos de todo tipo produzidos na cidade. Entre os destaques, está o colar de aromaterapia da Yas. Rua José Arantes Filho, 27. Todos os dias, das 9h às 17h. 

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Olivia LeãoEsse pequenino ateliê perto do centro tem peças utilitárias e acessórios, como colares e anéis em cerâmica, que são uma graça. Alameda Lavapés, 17. Segunda a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 9h às 14h. 

Augusto Campos e Leí Galvão – O único na parte mais baixa da cidade, esse é um dos ateliês com maior variedade de peças, que são principalmente utilitárias. As cubas para pia feitas em cerâmica são espetaculares. Também dá para conhecer o forno noborigama usado no ateliê (veja na foto abaixo). Av. Antônio Luiz Monteiro, 816. De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h; aos sábados, das 9h às 18h; e aos domingos, das 10h às 18h. 

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Rodovia Paraty-Cunha

Suenaga e JardineiroProvavelmente o ateliê mais famoso de Cunha, o Suenaga e Jardineiro é também pioneiro na técnica noborigama. As peças decorativas são obras de arte lindíssimas, e há peças utilitárias bem diferentes, como imãs, números para a casa e fontes de água. Rua Dr. Paulo Jarbas da Silva, 150. Todos os dias, das 10h às 17h. 

Antigo MatadouroO Antigo Matadouro é o primeiro ateliê de cerâmica de Cunha, inaugurado em 1975. O responsável é o ceramista Alberto Cidraes, que até hoje produz peças artísticas em forno vertical, com técnica de queima ancestral. Rua Manoel Prudente de Toledo, 461. De segunda a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 10h às 14h. 

SansAntigo Doiis, o Sans fica escondidinho no fim de uma ruazinha de terra, do outro lado da Paraty-Cunha. Os bustos abstratos e sem rosto são a marca registrada da produção do artista Leandro Moreira. Rua Jesuíno de Oliveira, 235. Segundas, quartas e sextas-feiras, das 10h às 16h; às terças e quintas-feiras, das 10h às 17h; e aos fins de semana, das 10h às 18h. 

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