Belo Horizonte foi a primeira capital moderna planejada do Brasil, sendo o conjunto da Pampulha o seu exemplar mais famoso. Mas nem é preciso ir tão longe. Em pleno centro de BH, o cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas guarda um edifício projetado por Oscar Niemeyer que passou por uma longa reforma e foi reaberto em maio.
A região, marco zero da cidade, é das mais fotogênicas, com edifícios de esquinas arredondadas que transmitem leveza e são um descanso na paisagem urbana, quase sempre de linhas retas. O principal marco daquele pedaço é o obelisco da Praça 7 de Setembro, ou simplesmente “pirulito da Praça 7”. Logo em frente, o prédio de Niemeyer ocupa uma das esquinas com fachadas que se estendem ao longo da Rua Rio de Janeiro e da Avenida Amazonas. O edifício tem quebra-sóis horizontais que contornam a fachada, os chamados brise soleils, que dão à edificação um toque de Copan. A composição fica ainda mais interessante com o prédio vizinho, o Cine Theatro Brasil, inaugurado em 1932 como o primeiro da cidade sob influência do art déco; veja foto abaixo:
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No Niemeyer, inaugurado em 1953 e com 25 andares, funcionou o Banco Mineiro de Produção, que depois ficou conhecido como o prédio do Bemge. Tombado desde 2016, a construção passou por um processo longo de restauração e acaba de ser reaberta para abrigar o polo da economia criativa de Minas Gerais, o P7 Criativo, ligado ao governo do estado.
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Até domingo (10), o lugar abriga a exposição Modernos Eternos. Ao longo de seis andares, arquitetos, designers e decoradores ambientaram os diversos espaços recriando apartamentos inteiros. Começar pelo 23º andar é a pedida, com a visita à sala montada por Rodrigo Câmara, idealizador do antiquário Casa Câmara, com sede em Ouro Preto, que apresenta uma curadoria impecável de móveis e objetos de decoração. E, como se não bastasse, a vista da cidade é um arraso, vale ir durante o dia!
A pedida, na sequência, é subir até o café do terraço, de onde se tem praticamente uma panorâmica de BH, para depois descer de escada parando de andar em andar. Nos ambientes virados para a Avenida Amazonas, a ausência dos brises deixa a cidade entrar, caso do ambiente idealizado pela arquiteta Luciana Garcia, chamado de “quarto da solitude”.
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O prédio passará a funcionar como polo criativo e será possível alugar estações de trabalho, como um coworking. Mais informações aqui.
Modernos Eternos 2022
Terça a sexta, 15h às 22h; Sábado, 13h às 22h e Domingo, 13h às 19h; até 10 de julho
Edifício P7 Criativo: Rua Rio de Janeiro, 471 – Centro (Praça Sete).
Ingressos a R$ 70 (inteira) pelo site e mais informações no Instagram da mostra.
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