Imagem Blog Brasis
Continua após publicidade

5 passeios bate e volta a partir de Curitiba

Cidades históricas, Mata Atlântica, colônias de imigrantes e formações areníticas podem ser encontradas nos arredores da capital paranaense

Por Fernando Leite
Atualizado em 5 fev 2019, 14h28 - Publicado em 7 abr 2017, 17h53

Além de ser uma capital bem populosa, Curitiba é um dos maiores entroncamentos rodoviários do Brasil. Dirigindo pelas estradas, encontramos lugares bem bacanas para se conhecer com a família toda.

1. Colônia Witmarsun – Palmeira

No Museu Histórico de Witmarsum temos uma aula sobre a colônia (SamirNosteb/WikimediaCommons/Wikimedia Commons)

Menonita. Em um dia na colônia, essa comunidade religiosa originária no que hoje é a Alemanha, passará de totalmente desconhecida a um povo que você dominará sua história com maestria.

Se tivesse tempo, na volta, você falaria para o cobrador do pedágio na estrada que passou o dia com descendentes de um pessoal que deixou a Alemanha por causa da perseguição religiosa, exilando-se na Rússia e posteriormente se mandando para as Américas.

No Brasil, chegaram na década de 1930 na cidade catarinense de Witmarsun até comprarem a Fazenda Cancela, no Paraná, para praticarem a agricultura e pecuária leiteira em uma vida de simplicidade total.

Para aproveitar o local, a visita tem que ser no sábado ou no domingo, saindo bem cedinho de Curitiba. Aos sábados pela manhã, na Feira do Produtor, fica difícil resistir às mercadorias coloniais: geleias de tudo quanto é sabor, biscoitos, conservas e queijos, muitos queijos.

Já no domingo, uma missa em alemão é celebrada a partir das 9h30 na capela menonita. Dedique o resto da manhã a conhecer a loja Toll, com delicadíssimos artigos provenientes da Floresta Negra alemã.

Continua após a publicidade

Não há muitos locais para se comer por lá, mas a mesa farta é garantida. O Café Colonial Sabores da Colônia exibe uma mesa repleta de salgados, tortas e bolos. Goulash e pierogue (pastelzinho típico do leste europeu) são presenças frequentes no Frutilhas Lowen – sim, é um ótimo local para comprar e provar frutas vermelhas orgânicas.

Reserve uma hora no período da tarde para conhecer o Museu Histórico de Witmarsun. Localizado numa casa de madeira com lambrequins, seria apenas um museu com fotos e documentos dos menonitas.

Não fosse a presença de Heinz Egon Philippsen, um historiador que vai te dar uma Aula (no maiúsculo mesmo, aqui vale a licença poética) sobre a cultura menonita, daquelas que você senta para aprender.

O dia pode terminar com um passeio de trator de 25 minutos pela plantação da propriedade de Maria Luiza Wiens, que também trabalha como guia da região.

Distância de Curitiba: 65 km

Continua após a publicidade

2. Lapa

Centro Histórico - Lapa (PR)
Centrinho histórico é um museu aberto do Cerco a Lapa (Andé Ribeiro/Flickr)

O painel de Poty Lazzarotto no trevo de entrada da cidade denuncia que os tropeiros foram figuras marcantes para desenvolvimento de Lapa.

Geralmente, transportando gado do sul para o sudeste brasileiro, eles passavam metade do ano na região e construíram as edificações do século 18, o centrinho histórico da cidade está muito bem preservado.

Herança dos tropeiros, a quirela lapeana é uma receita feita com milho quebrado, socado no pilão e cozido. Para acompanhar, uma vigorosa costela de porco frita. Você pode prová-la no Restaurante Lipski.

Tropeirismo a parte, a cidade guarda um importante capítulo na história do Brasil: o Cerco da Lapa, em 1894, quando os federalistas do sul do país tentavam chegar à capital Rio de Janeiro tomar a república.

Em muito maior número não imaginavam encontrar tanta resistência na tropa lapeana – foram 26 dias de batalha até que os federalistas saíssem vencedores, mas com cheiro de derrotados.

Continua após a publicidade

Tudo é contado numa caminhada pelo Centro Histórico, começando pelo Panteon dos Heroes (escreve-se assim mesmo), que guarda os túmulos dos combatentes.

O Museu de Armas exibe alguns artefatos usados na batalha, enquanto o Museu Histórico didatiza o confronto.

Terceiro teatro mais antigo do Brasil, construídos nos estilos neoclássico, elisabetano e italiano, o São João serviu de enfermaria para a tropa lapeana. Porém, sua vocação sempre foi para as manifestações artísticas. Se der sorte, você consegue assistir um espetáculo por lá.

Distância de Curitiba: 72 km

3. Morretes

Barread, prato típico do Paraná no Armazém Romanus, em Morretes (PR).
O Barreado, prato típico paraense, mistura cortes menos nobres do boi cozidos em panela de barro com toucinho, cebola, alho, louro e cominho. A tampa é lacrada, ou “barreada” com uma massa de farinha mandioca e água. Após 12 horas a carne fica muito macia e saborosa (Joel Rocha)

Impossível deixar de fora essa simpaticíssima cidade que, certamente é um dos bate e voltas mais famosos do país.

Continua após a publicidade

Situada aos pés da Serra do Mar, é o ponto final do mais belo passeio de trem brasileiro, que deixa Curitiba, desce a serra e, três horas depois termina na histórica cidade, esparramando uma multidão de turistas em suas ruazinhas.

Esbaforidos de fome, todos são “intimados” a almoçar um barreado, vigoroso prato típico da região, feito com cubos de carne cozidos entre 10 e 12 horas em uma panela lacrada, servida com farinha de mandioca e banana.

Um rango desse no estômago pede uma caminhadinha pelas ruas de paralelepípedo às margens do Rio Nhundiaquara, tirar àquela selfie na Ponte de Pedra e comprar artesanato e balas de banana nas lojinhas.

Quem puder retornar a Curitiba pela Estrada da Graciosa, nem pense duas vezes. Construída em 1873, boa parte do traçado de curvas fechadas ainda tem piso de paralelepípedo. No caminho, há sete descansos para apreciar a linda vista do litoral com a Mata Atlântica.

Distância de Curitiba: 67 km (via a duplicada BR-277) e 72 km (via Estrada da Graciosa)

Continua após a publicidade

4. Parque Estadual de Vila Velha – Ponta Grossa

A escultura símbolo do Parque Estadual de Vila Velha lembra o formato de uma taça
A escultura símbolo do Parque Estadual de Vila Velha lembra o formato de uma taça ()

A estrada é pouco empolgante, um enorme campo com algumas baixadas e muitos caminhões. De repente, ao lado direito, as formações areníticas quebram esse cenário: você chegou em Vila Velha.

O nome remete a uma cidade medieval e, exageros à parte, garante momentos de diversão para a toda a família. O parque é dividido em três partes, mas o suprassumo são as trilhas em meio às formações.

A cada 10 minutos, um ônibus com um guia leva a turistada do Centro de Visitantes ao início das trilhas – uma bem sussa praticamente plana e outra maior e mais complicada, passando por escadarias.

O intuito é mesmo: passear em meio as formações e checar se o nome que receberam confere com o que está sendo visto. A Taça (símbolo do parque) e a Cabeça do Camelo são bem semelhantes, mas há umas forçações de barra.

Do outro lado da estrada, em quatro horários (9h30, 11h30, 15h30 e 17h30), ônibus seguem para as Furnas e a Lagoa Dourada – a primeira são enormes crateras com água subterrânea (antigamente, um elevador descia até alcançar a água, pena que foi desativado), enquanto a lagoa tem esse nome devido à coloração quando o sol incide sobre ela ao entardecer.

  • Distância de Curitiba: 92 km
  • Onde fica: Rodovia BR-376, km 515
  • Horário: de quarta a segunda, das 8h30 às 17h30 (entrada até as 15h30)
  • Preço: R$ 10 (Arenitos) e R$ 18 (Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada)
  • Telefone: 42/3228-1138

5. Reserva Natural Salto Morato – Guaraqueçaba

NG - A famosa figueira do rio do Engenho, na RPPN Salto Morato, litoral norte do Paraná
A famosa figueira do rio do Engenho, árvore monumental, que lançou uma de suas raízes a seis metros, na outra margem do riacho, na RPPN Salto Morato, litoral norte do Paraná (Luiz Claudio Marigo)

Para valer a pena dirigir por 70 km em uma precária estrada de terra, o atrativo tem que ser espetacular. O Salto Morato cumpre essa função com maestria e sua dificuldade de acesso acaba sendo um selecionador natural.

Localizado em Guaraqueçaba, com acesso por Morretes e Antonina, ocupa uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) com abundante Mata Atlântica.

Se foi difícil chegar lá, as trilhas não oferecem tanto sacrifício. Com 2 km bem light, uma trilha segue até uma figueira centenária. Serve de aperitivo para a atração principal. O caminho para a queda d’água passa primeiro por um aquário natural, onde é possível nadar com uma infinidade de peixinhos. Revigorado, siga em frente pela mata até o esperado encontro com a cachoeira, que despenca de uma altura de 100 metros. Nessa hora, você esqueceu da estrada de terra e nem lembrou que vai pegá-la novamente dentro de instantes.

Birdwatchers também encontram um lugar especial para praticar a atividade – a reserva contabiliza 325 espécies de aves.

  • Distância de Curitiba: 162 km
  • Onde fica: PR-405 (Comunidade Morato)
  • Horário: de terça-feira a domingo, das 8h30 às 16h
  • Preço: R$ 10
  • Telefone: 41/3375-9671
Publicidade