Quem estiver com passagem comprada para Paris, deve ter uma caminhada muito mais tranquila pela cidade. Isso porque, desde o dia 4 de novembro, veículos individuais como carros e motos estão banidos do centro da capital francesa, que passará a priorizar o transporte público, os ciclistas e, principalmente, os pedestres.
A decisão, tomada pela prefeitura local, visa diminuir a poluição sonora e do ar nos bairros centrais da cidade: especificamente, no 1º, 2º, 3º e 4º Arrondissement. Trata-se de uma área de aproximadamente 5,5 quilômetros quadrados, dentro da qual estão algumas das principais atrações da cidade, como o Museu do Louvre, o Jardim das Tulherias e o Musée de l’Orangerie.
A região agora se enquadra como uma ZTL (zona de tráfego limitado) e só poderá ser acessada por veículos de emergência (como ambulâncias), ônibus e táxis, além de carros de pessoas com mobilidade limitada, de moradores e de trabalhadores da região.
A prefeitura abriu uma exceção também para veículos cujo destino final esteja dentro dos quatro primeiros arrondissement, como por exemplo, quem estiver indo a um restaurante ou evento por lá. Nesses casos, porém, será necessário apresentar a reserva no local ou o bilhete de entrada do evento para não sofrerem com a restrição. As regras serão, inicialmente, fiscalizadas por um sistema de câmeras espelhadas pelo centro da cidade e seu descumprimento acarretará multas ao motorista.
Com a mudança, a cidade de Paris espera reduzir o tráfego de veículos em até 30% dentro do perímetro estabelecido. Tal redução deve melhorar a qualidade do ar e reduzir a poluição sonora no centro da cidade, melhorando o ambiente para os que caminham e pedalam por lá.
É importante lembrar que, de acordo com uma pequisa recente do Instituto Paris Região (IPR) — um consórcio de empresas públicas e privadas da região da capital francesa — os motoristas são minoria em Paris: apenas 4,3% dos que se deslocam pela cidade. A maioria dos parisienses se desloca a pé (53,3%) ou opta pelo vasto sistema de transporte público da cidade (30%). O carro é preterido ainda pela bicicleta, escolha de 11,2% dos locais.
Paris seguirá outros grandes centros europeus como Roma, Milão e Madri, que adotaram normas semelhantes em seus centros históricos e comerciais.