Você sabia que o chapéu-panamá surgiu numa cidade no Equador?
Foi em Cuenca, no Equador, que o chapéu-panamá foi inventado; saiba por que ele tem esse nome
Também território cañari convertido em inca, Cuenca preserva a arquitetura espanhola do século 16. Terceira maior cidade do Equador, fica a 2500 metros de altitude e ganhou, no século 19, importância por ser o berço produtor de um fenômeno fashion: os chapéus de palha toquilla.
Por ter sido exportado pelos espanhóis via Canal do Panamá, o adereço acabou ganhando o nome de “chapéu-panamá”. Hoje as fábricas que o produzem, ainda artesanalmente, se tornaram atrações turísticas – ainda que alguns desses souvenires possam custar até US$ 2 mil.
Mas o deleite principal dos visitantes está em flanar pelas ruas de pedra de Cuenca, ladeadas por bem cuidados casarões históricos com jardineiras floridas, e que abrigam de hotéis-butique a restaurantes refinados.
Pacata, a cidade de 417 mil habitantes é ideal para observar costumes como o de ir à missa aos domingos – programa sempre seguido de um sorvete na praça.
Como na irmã Quito, boa parte das atrações de Cuenca fica nos arredores, caso do Parque Nacional El Cajas, que se exibe no caminho para Guayaquil, ponto final desse rolê de carro e metrópole que merece ao menos um dia para caminhar no malecón à beira-rio e nas ladeiras do bairro boêmio de Las Peñas.
Perfeito para trekking, Las Cajas confirma a força de um dos maiores trunfos do Equador: a natureza. Como eu viria a aprender em seguida em Galápagos, podemos não saber nada da existência: quem somos, de onde viemos… Mas o Equador mostra que a beleza da vida pode estar nas coisas mais simples, pequenas e discretas.
Um fim de ano bem diferente no Equador
Se o seu Natal e o Réveillon foram mais do mesmo, considere o Equador daqui a um ano: lá, as duas festas são experiências bem diferentes.
No período natalino, acontecem as Pases del Niño – procissões em que as beatas carregam estátuas do Menino Jesus e são seguidas por dançarinos mascarados e por gente usando todo tipo de fantasia – de Chapolim a Homem-Aranha.
No Ano-Novo, é hábito queimar nas ruas os bonecos artesanais de “anos viejos”, semelhantes aos nossos Judas. Assim, as experiências ruins do ano passado são expurgadas. Homens travestidos de “viúvas” do ano que morre saem às ruas simulando choro e pedindo dinheiro.
Revista Viagem e Turismo — Janeiro de 2016 — Edição 243