A cena já é um clássico paulistano: às tardes do domingo, o vão da marquise do Parque do Ibirapuera ecoa os sons de derrapadas, frenagens, quedas e gritos de apoio enquanto muita gente cruza o salão aberto sobre rodas. Ou melhor, sobre rodinhas. Esse é o ponto mais tradicional da patinação na cidade de São Paulo, onde muita gente aprendeu pela primeira vez a se equilibrar em cima de equipamentos inline. Atualmente, contudo, as opções são muito mais amplas. É sobre elas que vai falar o #hellocidades, projeto de Motorola que estimula novas experiências nas principais cidades brasileiras.
Quando tinha dez anos, Lara Castro ganhou seu primeiro par de patins. Mas as primeiras deslizadas aconteceram de uma forma pouco convencional. Uma amiga mais velha não os usava mais, e o pai da garota sugeriu uma brincadeira. “Ele disse que eu teria que aprender a andar primeiro em um pé só e, então, me daria o outro. Passei o dia todo tentando me equilibrar”, recorda. Lara usou o brinquedo por dois anos, até que ele quebrou.
Já adulta, ela sentiu bater a vontade de voltar a andar de patins. Comprou um par novinho em folha e chegou à Marquise do Ibirapuera com ele ainda na caixa. “Quando me viu com os patins, o pessoal já veio falar comigo para andar com eles. A galera que patina nos parques é muito receptiva com quem vai pela primeira vez”, conta Lara, que hoje tem 26 anos.
Desde 2009 frequentando o Ibirapuera, hoje ela é praticante de slalom, a modalidade mais popular em São Paulo. É uma atividade que consiste em realizar manobras em torno de uma fileira de cones espaçados. O objetivo é passar pelos cones do jeito mais criativo possível, sem derrubá-los, é claro.
Essa mesma modalidade já trouxe diversas medalhas para o peito de Rodrigo Morgado, um dos principais exemplos do garimpo de talentos que é a marquise do mais famoso parque paulistano.
Inspirado pela febre dos patins dos anos 1980 e 1990, ele praticou a patinação por muito tempo como uma brincadeira. Até que, em 2008, começou a levar o slalom mais a sério e percebeu que havia muito potencial em desenvolver o esporte por aqui. No ano seguinte, Rodrigo disputou sua primeira competição nacional e conquistou uma medalha de bronze. No mesmo ano, foi à Argentina, onde ficou em quarto lugar no Sul-Americano.
Modalidades e espaços de treinamento
Atualmente, Rodrigo é diretor de Freestyle na Confederação Brasileira de Patinação. Freestyle compreende as modalidade slalom, jump (mede-se quem consegue pular mais alto de patins) e freio (competição de habilidade durante a frenagem).
Há diversos outros jeitos de patinar. “Uma modalidade que muita gente gosta de praticar é a corrida, a velocidade. Outra bastante popular é o street, que é mais agressiva, exige manobras em rampas, corrimãos, escadas”, explica Rodrigo. Ele cita outras práticas, como o downhill (descidas de ladeiras), o fitness (focado na queima de calorias) e o roller derby (competição entre dois times que combina ataque e defesa).
Grupos dessas diversas modalidades se distribuem por toda a cidade. À frente do Museu do Ipiranga, no Parque da Independência (Av. Nazaré, s/n; 11 2273-7250), patinadores de street se reúnem para treinar suas manobras. A Avenida Paulista também é ponto de encontro de grupos variados, entre eles os de downhill.
Parques como o Villa Lobos (Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2001; 11 2683-6302) e o da Juventude (Av. Cruzeiro do Sul, 2630; 11 2089-8600) são os mais procurados pelos patinadores, atrás apenas do tradicional Ibirapuera. No “Ibira”, Rodrigo comanda o evento conhecido como Treinão de Patins. Funciona assim: voluntários mais experientes de qualquer modalidade agendam horários e dão aulas abertas e gratuitas a quem aparecer no parque.
De patins na balada
Não é preciso comprar patins ou estar disposto a treinos coletivos para curtir o esporte. Aliás, dá para patinar, dançar e curtir uma festa, tudo ao mesmo tempo. Essa é a proposta da pista de patinação Roller Jam (R. Fernando Falcão, 393; 11 4561-0090).
“É tipo uma balada, é animado. Tem vídeos de pessoas dançando e músicas dos anos 1980 e hip hop”, descreve Paloma Loredana, que patina desde criança. Hoje, sem o equipamento adequado, aluga um par de patins quad (de rodas paralelas, e não enfileiradas) e os acessórios de proteção para se divertir na pista fechada.
O ambiente de 450 metros quadrados tem visual retrô e, além de fornecer aluguel de equipamentos (o kit com patins e proteção sai por R$ 15), dispõe de instrutores na pista. De quarta a domingo, durante a noite, a patinação vira também festa com música e jogos de luzes. A entrada custa R$ 20.
Outra pista fechada que faz sucesso entre os patinadores é a Mega Roller Skate Park (R. José de Oliveira, 1011; 11 2255-2112), uma estrutura de 2 500 metros quadrados que compreende arena de street e rinque, ambos com serviço de aulas (pagas à parte). O aluguel dos patins é R$ 10, e a entrada custa a partir de R$ 20.
Agora que você sabe que dá para explorar diversos pontos da cidade de patins, é hora de perder o medo e ocupar as rua (ou pistas de dança) na sua modalidade preferida! Registre esses momentos nas redes sociais e use a hashtag #hellocidades. Também vale tirar foto dos tombos! Para saber mais sobre São Paulo, acesse o hub hellomoto.com.br.