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Santos, Santos, Gol!

Santos com baladas fervidas, restaurantes bacanas, novidades no centro histórico e festa na Vila Belmiro: a cidade do litoral é só alegria

Por Fernando Souza
Atualizado em 16 dez 2016, 09h15 - Publicado em 12 set 2011, 19h55

Endereço do maior porto da América Latina e um dos grandes centros universitários do país, Santos vira e mexe exibe fases auspiciosas no turismo, mais ou menos como sua atração mais famosa – o Santos Futebol Clube. E, em 2010, Santos, a cidade, assim como o Peixe, o time, vive um momento para se orgulhar. Com a revitalização do centro histórico iniciada nos anos 1990, o bairro ganhou atrativos nostálgicos, arquitetônicos e culturais. A região superou o risco de nova degradação, conquistou o público e atraiu investimentos em bares, restaurantes e danceterias. Mas havia mais por vir com a recuperação do Teatro Guarany, a ampliação do passeio de bonde, a inauguração de casas badaladas, como o restaurante Silva e a danceteria Bikkini Barista e, principalmente, com a liberação do Trecho Sul do Rodoanel, no início de abril, que deixou as coisas mais rápidas: uma viagem desde Campinas, por exemplo, que antes levava três horas, agora dura 2h20. Passado um mês da inauguração da obra, estima-se que mais de 1 milhão de veículos tenham trafegado pela nova rodovia em direção à Baixada Santista.

Localizada na Rua 15 de Novembro, ao lado do principal corredor boêmio do centro histórico, a Bikkini Barista caiu rapidamente nas graças dos universitários, sobretudo às sextas, quando a frequência é mais jovem. Ao som de house dançante e hits de FM, moças com decotes generosos e saias curtas instigam os surfistas sarados da Baixada, mas não só de lá. Caçador de boas baladas, o empresário Elton Rogério de Almeida, de 30 anos, sai regularmente de São Paulo para curtir o lugar.

“Em termos de atendimento, gastronomia, meninas e área vip, é quase imbatível”, diz. Adepta do conceito multiflexclub, a Bikkini também funciona como cafeteria e um concorrido restaurante para almoço executivo, de segunda a sexta.

Fora do centro histórico, a Seven Disco é outra nova balada que vem seduzindo a juventude dourada santista. Aberta em janeiro, na Rua Senador Feijó, tem decoração inspirada em hotéis de luxo e, como a Bikkini, atrai mais mulheres que homens. O professor de educação física Marcos Hahn, de 31 anos, também sai de São Paulo para cair na night de Santos. “As mulheres são bonitas e simpáticas, e, ao contrário do que rola em São Paulo, não tem só rico, todo mundo se mistura”, considera ele.

Tanto quanto a vida noturna, a gastronomia da cidade vive um momento próspero, fato comprovado pela inauguração de uma boa safra de restaurantes nos últimos dois anos. No cardápio local, os enormes pratos de pescados das casas na orla começam a perder espaço para receitas mais elaboradas e servidas em ambientes charmosos. Fazem parte desse cenário o italiano Da Sorata, no Gonzaga, que tem clima romântico de bistrô; a Enoteca Decanter, uma mescla de empório, wine bar e restaurante, no Boqueirão; e o Silva, cuja simplicidade no nome contrasta com a decoração contemporânea em pleno centro histórico.

Para as famílias, a melhor e recente surpresa foi a ampliação do passeio de bonde, no centro histórico, para 55 minutos. A publicitária Mônica Andrade, de São Paulo, curtiu o programa. “Tem muita coisa que eu não conhecia na cidade, vários prédios lindos, alguns muito bem conservados”, conta. Um dos edifícios que ela menciona é o da antiga Bolsa do Café, de 1922, exemplar do período em que o Porto de Santos se transformou no maior ponto de exportação mundial do produto. Aberta à visitação, a construção preserva o salão do pregão intacto, com mosaico de mármore europeu no piso, cadeiras de jacarandá e painel referente à cidade assinado por Benedito Calixto. O fim do passeio pede um expresso na Cafeteria do Museu, feito com encorpado blend de três variedades de café gourmet.

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Ainda no centro histórico, o Teatro Guarany, erguido com o dinheiro do café em 1882 e reinaugurado em 2008, vale a visita pelos espetáculos gratuitos e pela linda pintura do artista Paulo von Poser, no teto da plateia, reproduzindo cenas do clássico do romantismo brasileiro O Guarani, de José de Alencar. A essa altura, se a criançada estiver reclamando que o bonde é lento demais, que os prédios são velhos e que a história de Santos ficou chata, há boa dose de emoção no íngreme bondinho funicular que sobe o Monte Serrat (contíguo ao centro), lugar com vista espetacular do porto e do estuário de Santos. Na orla da cidade, há mais programas “família”, como o Aquário de Santos, na Ponta da Praia, e o Parque do Emissário, inaugurado no começo de 2009, na Praia do José Menino.

Projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, o espaço reúne ciclovia, pista de cooper e de skate, playground e uma privilegiada arquibancada para campeonatos de surfe de cara para as ondas. À beira-mar, a chamativa escultura vermelha que homenageia a imigração japonesa é da artista plástica Tomie Ohtake, mãe do arquiteto. Sobre as praias em si, Santos continua padecendo de águas impróprias para banho na maior parte do ano. Mas, antes de chegar à areia, há a orla ajardinadaque se estende por 6 quilômetros.

A prefeitura ainda não possui dados que comprovem um fluxo maior de visitantes desde a inauguração do Rodoanel, mas as expectativas são as melhores, como enfatiza seu atual prefeito, João Paulo Tavares Papa: “Nossa estrutura hoteleira está sendo ampliada com mais 1 920 leitos”. Mais um motivo para a cidade manter suas atrações turísticas em alta.

O futebol fez sua parte: o Santos é de novo o time da “moda”, aplicando goleadas sucessivas em seus adversários (e, até o fechamento desta edição, na final do Campeonato Paulista). Mesmo quem não gosta tanto de futebol vai curtir conhecer a Vila Belmiro e o Memorial das Conquistas do Santos, para ver troféus, uniformes, exibição de gols e espaço dedicado a Pelé, o maior jogador da história do time. Também é possível entrar no gramado onde Neymar, Paulo Henrique Ganso, André, Robinho e outros meninos são agora os que dão a bola. 

Atenção ao mosquito

A epidemia de dengue que atinge diversos municípios do estado – principalmente Ribeirão Preto e região, com mais de 14 mil casos confirmados – também afeta a Baixada Santista. Foram mais de 9 mil ocorrências registradas entre janeiro e abril. Guarujá (3 247 casos) e São Vicente (2 847) encabeçam a lista. Santos (2 127) vem em terceiro, sendo 15 mortes, segundo a Secretaria de Saúde da cidade. Os bairros com as maiores incidências são Ponta da Praia, Boqueirão e Embaré. Agora no outono, quando as chuvas diminuem, os casos tendem a decrescer, mas é bom tomar cuidado com o mosquito transmissor (o Aedes aegypti). Os sintomas da dengue são febre alta, manchas no corpo, dores de cabeça, nas articulações e nos olhos. Vale a pena levar na mala o repelente Exposis (www.exposis.com.br), usado largamente em Ilhabela contra borrachudo.

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