12 razões para querer estar na Costa Amalfitana agora
Por que você deveria conhecer o mar, as curvas, as delícias e os recantos de Amalfi, Ravello e Positano, as cidades da Costa Amalfitana, na Itália
O século 9 marca o início dos “séculos azuis” na Itália. Em plena Idade Média, cidades costeiras começaram a se desenvolver graças ao comércio marítimo.
A prosperidade econômica trouxe independência política, e as chamadas Repúblicas Marítimas, termo cunhado no século 19 para denominar as cidades de Amalfi, Pisa, Gênova e Veneza, mantiveram forte intercâmbio com países não europeus enquanto os outros Estados do continente ainda permaneciam em suas próprias fronteiras. A autonomia das repúblicas durou até o século 18, quando duas das últimas cidades livres sucumbiram a Estados mais fortes.
A primeira a tornar-se independente (e a primeira a cair, três séculos mais tarde) foi Amalfi, no ano 839, que, em seu auge, tinha 70 mil habitantes, número extraordinário e meio inacreditável para quem visita a diminuta cidade hoje (segundo o último censo italiano, de 2010, menos de 6 mil pessoas vivem na comuna).
Há pouco para se ver daquela época por lá: um terremoto varreu para o mar construções e moradores em 1343. Até hoje, pescadores encontram pedaços da cidade antiga no mar, e pesquisadores das universidades de Salerno e Nápoles acreditam que um verdadeiro tesouro arqueológico ainda se esconde sob as águas.
Veja 12 razões para você passar uns dias explorando as belezas de Amalfi, Positano, Ravello e de outros tesouros escondidos em suas encostas.
1. O traçado de Amalfi
A pé, dá para percorrer Amalfi toda em poucas horas. Costeira, a cidade foi erguida em uma parede de rochas e seu desenho é formado por ruazinhas estreitas, típicas do sul da Itália, onde espalham-se lojinhas de artesanato, bares e restaurantes com mesas ao ar livre.
2. Catedral de Sant’Andrea
Um dos orgulhos de Amalfi é o seu duomo, a Catedral de Sant’Andrea, construído entre os séculos 9 e 19. Monumental, o complexo se impõe com uma mistura de estilos arquitetônicos como barroco, gótico e bizantino. O frontão dourado do século 11 e a fachada em preto e branco impressionam do lado de fora, enquanto colunas adornadas e afrescos fazem bonito do lado de dentro.
3. Museo della Carta
Sem a pomposidade do duomo, o Museo della Carta conta a história da fabricação do papel em um moinho da Idade Média, onde se encontram preservadas prensas usadas na manufatura muito antigamente. Elas ainda são funcionais: demonstrações são feitas durante as visitas guiadas (é preciso agendar com antecedência).
A tradição da cidade na produção de papel data da época medieval. A loja de presentes do museu vende mimos diferentes, como conjuntos para treinar caligrafia, além de, claro, papéis produzidos artesanalmente.
4. Grotta dello Smeraldo
A Grotta dello Smeraldo é a atração marinha imperdível de Amalfi. Você pega um ônibus até o estacionamento que fica na entrada da gruta e desce de escada ou de elevador até o píer onde ficam estacionados os barquinhos a remo. O reflexo da luz do sol nas águas dá à caverna um tom esverdeado, que, junto com as estalactites que pendem do teto, compõem um cenário de sonho em pleno mar.
5. Scialatielli, a pasta divina
A Costa Amalfitana não tem nenhum prato típico comum a todas as cidades da região. No entanto, Amalfi consome e serve em muitos de seus restaurantes a scialatielli, massa um pouco mais curta e mais larga que o espaguete.
Essa pasta é associada a festividades na região, já que, antigamente, ingredientes como leite e farinha de boa qualidade eram caros e inacessíveis para o povo. Um dos chamados “pratos pobres” da cidade é a sopa maritata, um caldo de verduras e frango, também muito tradicional em Amalfi.
6. Panorâmicas de Ravello
Ravello é a favorita para um bate e volta a partir de Amalfi: empoleirada numa costa íngreme – “mais perto do céu que do mar”, nas palavras do escritor francês André Gide – fica a um pulo e reserva uma vista incrível da costa. Por estar a 350 metros acima da água, favorece as fotos panorâmicas, os suspiros e os votos de seja eterno enquanto dure. Por lá, a Villa Rufolo tem bonitos jardins de onde, claro, se vê o mar. O local inspirou o alemão Richard Wagner a compor um dos cenários de sua ópera Parsifal e o local abriga um festival de música em homenagem ao artista que é realizado em um auditório projetado por Oscar Niemeyer. Na foto, escultura do artista Igor Mitoraj.
7. Recantos em Praiano
Tanto Ravello quanto Amalfi não são convidativas na hora de pegar uma praia (a primeira tem uma nesga de orla, Castiglione). Para tomar sol e aproveitar o Mar Tirreno, o melhor é contratar os serviços de um barco e passar umas horas longe da costa ou, então, mudar de cidade. Em Praiano, distante cerca de 30 minutos de carro de Amalfi, a praia mais badalada é a Marina di Praia, faixa de pedrinhas incrustadas na rocha, banhada por um Tirreno esverdeado-Caribe. Bonito e bom para nadar, o lugar não ajuda no quesito bronzeado: cercada por paredões rochosos, a praia fica na sombra durante boa parte do dia. Na foto, o Fiorde de Furore, próximo a Praiano.
8. O charme de Positano
Positano é a cidade certa para quem quer praia, e só praia – não há museus nem restaurantes estrelados. Da Spiaggia Grande se vê a imensa pirâmide de construções coloridas que avançam sobre as escarpas até o topo da colina. Em frente à orla, brotam charmosos restaurantes com mesinhas externas. O centrinho, bom para fazer compras, passear e tomar limoncello, bebida típica da região, fica a um pulo do mar.
9. As curvas de Positano
Os preços de hospedagem são altos em Positano e as opções mais econômicas, principalmente se a viagem estiver programada para os meses de calor, devem ser reservadas com antecedência. É bom estar informado sobre a localização do hotel antes de chegar à cidade: saber se ele fica mais perto do mar ou do topo da colina faz muita diferença para quem não estiver de carro e preferir optar pelos micro-ônibus, que sobem e descem pela estrada e por ruas mais estreitas. Se decidir ir à praia ou passear a pé, corte o caminho das vias cheias de curvas pegando as ruas-escadas (tenha coragem para enfrentá-las, são muitos degraus). As plaquinhas “spiaggia” e “Spiaggia Grande” indicam as vias certas.
10. O visual de Sentiero degli Dei
Quem tiver tempo e quiser um pouco de aventura, deve tentar fazer, a pé, o caminho entre Positano e Praiano, uma trilha conhecida como Sentiero degli Dei. São 12 quilômetros de trechos íngremes e rochosos, percorridos em cerca de cinco horas. A sinalização não é das melhores, mas não há como se perder muito por ali. De qualquer forma, convém levar um mapa do Sentiero e preparar-se para a vista, que faz qualquer um hiperventilar de emoção.
11. As curvas da SS-163
A região inteira tem boa estrutura para receber milhares de visitantes por ano, mas movimentar-se por ali não é tão simples. A SS-163, que liga as cidades pela costa, é uma estrada de pista simples e muito sinuosa. Os turistas, em sua maioria, preferem rodar a região de carro para ter mais flexibilidade no ir e vir.
Quem opta pelo ônibus precisa organizar o itinerário e checar os horários com antecedência: nem mesmo na alta temporada a oferta aumenta – por isso, a chance de você ter de esperar muito caso perca o horário do transporte é grande.
Além disso, os veículos ficam presos no trânsito e os atrasos são bastante frequentes nos dias mais quentes. Tendo em mente que a lentidão será inevitável, o melhor é curtir o engarrafamento, os atrasos, até os xingamentos que os italianos eventualmente irão desferir aos que forçarem ultrapassagens – se olhar para a costa e o mar, não será difícil relaxar.
12. As onipresentes lambretas
Itália sem as míticas lambretas não é Itália. Um alerta: como em quase toda cidade turística italiana, veículos motorizados são vetados no centro histórico e a restrição aumenta nos meses de verão. É importante informar-se sobre os bolsões de estacionamento (paga-se para parar na maior parte das ruas). Na orla, é ainda mais difícil encontrar uma vaga.