United Airlines barra passageiras porque vestiam roupas justas
Elas foram proibidas de embarcar por usarem leggings; a United alega que, por terem usado um benefício a funcionários, teriam de usar "roupas adequadas"
Desde o domingo (26) a companhia aérea norte-americana United Airlines está entre alguns dos assuntos mais comentados nas redes sociais após impedir que três passageiras seguissem viagem de Denver para Minneapolis, nos Estados Unidos, porque duas delas vestiam calças leggings e isso não condizia com o código de vestimenta para voar naquela categoria.
As passageiras impedidas eram adolescentes e uma delas tinha 10 anos. Mesmo assim, os funcionários não deixaram que as meninas embarcassem a menos que colocassem um vestido sobre a calça, que tem um modelo mais justo.
A United se pronunciou nas redes sociais e justificou que as passageiras barradas não tinham pagado pela passagem. De acordo com a companhia aérea, elas viajavam com um benefício para parentes de funcionários e afirmou que para esse tipo de situação existe um código de vestimenta que deve estar de acordo com os padrões da companhia.
“Os passageiros desta manhã eram beneficiados pela United e não estavam se vestindo de acordo com as normas do programa de vantagens da companhia.”
A internet não engoliu a justificativa. A atriz estadunidense Patrícia Arquette (do filme “Boyhood”), que é ativa nas causas pelas mulheres, questionou no Twitter o fato de a empresa ter barrado uma criança de 10 anos pelos seus trajes.
Na tentativa de melhorar a situação, a United respondeu dizendo que os trajes casuais até são permitidos, entretanto, devem estar combinando com o ambiente ao redor.
A United Airlines tentou encerrar a situação com um comunicado oficial e esclareceu que, apesar do constrangimento passado por esses passageiros que utilizavam o benefício de parentes de funcionários, passageiros convencionais podem embarcar usando leggings. No entanto, segundo a companhia, quem usa a vantagem de voar grátis por ser parente ou amigo de algum funcionário, deve seguir o “dress code” imposto pela empresa.
Como a polêmica começou
O caso tornou-se público depois que Shannon Wats, uma passageira observadora que embarcaria para outro voo e coincidentemente é ativista pelas causas de gênero nos Estados Unidos, assistiu a cena e foi descrevendo o que se passava em sua conta no Twitter:
“Um funcionário no portão de embarque da United não está permitindo garotas embarcarem porque leggings não são permitidas?”
Além de se indignar com o comportamento da empresa, ela classificou essa atitude como machista e que sexualiza as vestes de crianças e adolescentes. Ela ainda relatou no Twitter que o pai das meninas embarcou sem problemas e vestia bermudas acima do joelho.