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Países criam vistos para atrair quem trabalha em home office

Barbados, Bermudas, Estônia e Geórgia querem incentivar estrangeiros que trabalham à distância a permanecer por até um ano

Por Giovanna Simonetti
Atualizado em 30 jul 2020, 09h53 - Publicado em 30 jul 2020, 09h42

Já em alta antes da pandemia do novo coronavírus, o home office se consolidou de vez com a quarentena. Obrigados a trabalhar de casa, funcionários de empresas do mundo inteiro constataram que muitas de suas funções poderiam perfeitamente ser realizadas à distância – e os patrões se deram conta do tamanho da economia que esse modelo traz. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que 30% das empresas brasileiras manterão o trabalho em casa quando a pandemia terminar. 

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Mas se é possível trabalhar remotamente, importa de onde? No caso dos nômades digitais, a resposta é não. Esses profissionais são pessoas que adoram conhecer novos destinos e não se preocupam em fixar raízes em um lugar só – para eles, basta ter um bom acesso à internet para desempenhar suas atividades em qualquer região do mundo. Este regime de trabalho e estilo de vida itinerante vem se tornado cada vez mais popular nos últimos anos, especialmente entre os autônomos, e tem sido incentivado inclusive por governos internacionais. 

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É o caso da Estônia, por exemplo. Em junho, a nação báltica anunciou a criação de um visto especial para nômades digitais que, ao invés dos típicos 90 dias de permanência, agora poderão viver (e trabalhar) legalmente por até um ano em terras estonianas. Segundo o governo, até 1.800 vistos serão disponibilizados por ano e o principal critério será a comprovação de renda remota. 

O intuito da nova categoria é atrair novos trabalhadores para viver e gastar dinheiro dentro do país – tudo isso sem “tomar” empregos dos locais. A novidade complementa o já existente programa e-Residency, no qual estrangeiros ganham acesso aos serviços digitais do governo da Estônia e podem abrir uma empresa com residência na União Europeia, sem a necessidade de estar presente fisicamente na região. 

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A diferença entre os dois é que, enquanto o e-Residency não confere nenhum direito de entrada ou moradia na Estônia e na UE, o visto para nômades digitais autoriza que profissionais vivam e trabalhem no país. O governo estoniano afirmou que a novidade será implementada em breve, mas nenhuma data foi divulgada. 

Outro país que abriu as portas para estrangeiros trabalharem foi a Geórgia, nação que faz fronteira com a Turquia. O país também atualizou a sua política de visto para atrair freelancers e autônomos: estes profissionais poderão permanecer e trabalhar remotamente por pelo menos seis meses. Os interessados precisarão preencher um formulário online – que estará disponível em breve –, mas os requisitos ainda não foram detalhados. Como medida de segurança, será necessário fazer uma quarentena de 14 dias às próprias custas ao chegar no país. 

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Meu escritório é na praia. No caso, no Caribe

Para além do continente europeu, o Caribe também é uma opção para quem quer um novo tipo de vida e de escritório. Isso porque a primeira-ministra de Barbados, Mia Amor Mottley, recentemente anunciou o lançamento do “selo de boas-vindas de 12 meses”, espécie de visto especial para estrangeiros trabalharem remotamente na ilha por até um ano.

Com o selo de boas-vindas, profissionais podem trabalhar remotamente por até um ano em Barbados – e ter acesso à praias como essa (alfback2003/Flickr)

A primeira-ministra anunciou que o visto permitirá que pessoas dos Estados Unidos, Europa e América Latina venham para Barbados trabalhar remotamente por alguns meses. Com o visto especial, Barbados tem uma intenção parecida com a Estônia: atrair visitantes pós-pandemia, principalmente porque a economia da região é bastante dependente do turismo e teve um baque com o coronavírus.

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Ao contrário da Estônia, conhecida por ter um custo de vida mais baixo que a média europeia, Barbados está longe de ser um destino barato. Pelo contrário: o preço de uma diária de hospedagem, por exemplo, pode facilmente ultrapassar os 500 reais. Pelo Airbnb, é possível alugar um studio a 5 minutos da praia a partir de 180 reais a diária (locações mensais têm 10% de desconto)

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Apenas para se candidatar, os solicitantes precisam pagar 2 mil dólares por pessoa ou 3 mil por família. E detalhe: além do seguro saúde, um dos principais requisitos é apresentar renda mínima de 50 mil dólares ao ano – correspondente a um salário de cerca de R$21.500 por mês no Brasil, considerando a cotação atual do dólar. Veja aqui detalhes sobre o visto de Barbados.

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Outra alternativa para trabalhar pertinho de águas cristalinas são as Bermudas. O arquipélago autorizará a permanência por até um ano de estrangeiros interessados em trabalhar ou estudar à distância. O visto especial custará US$ 263 e, para consegui-lo, é preciso ter mais de 18 anos, ter seguro saúde e comprovar vínculo empregatício ou matrícula em uma instituição de ensino superior. Solicitações poderão ser feitas a partir de 1º de agosto no site oficial do governo.

Com o novo incentivo do governo das Bermudas, praias como essa podem ser seu escritório (Larry White/Pixabay)

Países com outros tipos de vistos que incentivam trabalho temporário e nômades digitais

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