Tudo começou em 2009, quando a família turca Asfuroğlu iniciou a construção de um hotel de luxo nos arredores de Antakya, quase na fronteira com a Síria. O objetivo era que a construção tivesse vista para Saint Pierre, a primeira igreja dentro de uma caverna do mundo.
Porém, logo no início da obra descobriu-se que a localização do terreno era ainda mais privilegiada: embaixo da terra, foram descobertas ruínas da antiga cidade de Antioquia, fundada no século IV a.C.
A descoberta tornou o projeto original inviável, mas os Asfuroğlu decidiram abraçar a causa e contataram o governo de Antakya, o Museu Arqueológico Hatay e o Conselho de Conservação de Bens Culturais e Naturais Adana.
Em parceria com essas organizações, eles começaram a maior escavação arqueológica da Turquia desde 1930. Foi descoberto o maior mosaico enterrado que se tem notícia de tamanho considerável, quase 1 050 metros quadrados. Foi descoberta também uma estátua grega do deus Eros praticamente intacta.
Para não afetar nenhuma dessas relíquias, a solução foi contratar o renomado arquiteto turco Emre Arolat, que projetou um hotel, digamos, flutuante. Para fazer uma construção suspensa, foram necessárias 20 mil toneladas de ferro – a Torre Eiffel, em comparação, pesa cerca de 10 mil toneladas.
A empreitada acabou levando quase dez anos para ficar pronta e custou US$ 120 milhões, valor quatro vezes maior do que os proprietários pretendiam gastar inicialmente.
Batizado de Museum Hotel Antakya, ele teve que fechar as portas algumas meses após a inauguração por conta da pandemia de coronavírus, assim como outros diversos hotéis do mundo.
Seja lá quando for possível viajar de novo, o hotel de luxo de 200 quartos estará pronto para receber os hóspedes com um lobby, um bar e um restaurante debruçados sobre as ruínas.
A estrutura também conta com o maior spa da cidade, que fica sobre os antigos banhos romanos de Antioquia.