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Coronavírus: turismo na Itália pode regredir meio século

Federação Italiana do Turismo acredita que o país fechará o ano com um número 60% menor de visitantes em relação ao ano passado

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 20 mar 2020, 21h36 - Publicado em 20 mar 2020, 16h17
Coliseu, Roma, Lazio, Itália
A área em torno do Coliseu, que costumava ser abarrotada de turistas, está vazia durante a pandemia de coronavírus (Antonio Masiello/Getty Images)
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Segundo estimativa da Federação Italiana do Turismo divulgada na quinta-feira (19), a Itália fechará o ano de 2020 com cerca de 172 milhões de visitantes. Isso representa uma queda de 60% em relação ao ano passado, quando recebeu 432 milhões de pessoas. O país foi o mais afetado da Europa pela pandemia de coronavírus, com número de mortes causadas pela doença superior ao da China.

O presidente da associação, Vittorio Messina, explica que um número tão baixo quanto o estimado não é registrado desde a metade da década de 1960, época em que as viagens aéreas eram um luxo para poucos. Segundo ele, mesmo que a emergência sanitária da Itália seja solucionada em breve, o efeito do surto do Covid-19 no mercado internacional e na confiança dos viajantes prejudicará fortemente o turismo no país.

Messina espera que a Itália se livre do coronavírus em meados de abril e volte à normalidade gradualmente a partir de maio. Ainda assim, pode demorar muito mais para que a situação se estabilize do ponto de vista turístico: provavelmente, fronteiras e ligações internacionais continuarão bloqueadas até que a pandemia tenha fim nos principais mercados turísticos do exterior, que devem se recuperar, na melhor das hipóteses, só em 2021.

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Uma interrupção desse nível levaria a 29,1 bilhões de euros a menos em gastos com turismo. Isso impacta não só companhias aéreas, hotéis e serviços de hospitalidade como também bares, restaurantes, lojas e locadoras de carros. Messina afirma que “é preciso fazer algo por um setor que, direta ou indiretamente, equivale a 13% do PIB e mais de três milhões de vagas de trabalho”.

Como forma de impedir a transmissão do vírus, desde 9 de março a população italiana só pode sair de suas casas para trabalhar, fazer compras e ir à farmácia. Nessa matéria, italianos e brasileiros que moram no país contam como estão lidando com a pandemia. Com a ausência de turistas, fotos mostram cenas inéditas das principais atrações turísticas do país completamente vazias, incluindo a cidade de Veneza, que está com as águas dos canais limpas e cheias de peixes.

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