No começo de outubro, Paris amanheceu com pilhas e mais pilhas de colchões nas ruas, esperando para serem incinerados. O motivo? Uma infestação de percevejos, também conhecidos como bed bugs, que se espalhou pela França.
Vídeos dos insetos em assentos do transporte público, cinemas, hotéis e até mesmo no Aeroporto Charles de Gaulle viralizaram nas redes sociais. O problema preocupou as autoridades, já que a cidade sediará as Olimpíadas em 2024. Outras cidades francesas, como Lyon e Marselha, também foram afetadas pelo surto.
A infestação começou no fim de setembro. O principal motivo associado à praga foi o aumento no número de turistas na cidade após a pandemia. O fim do verão já é uma época em que a cidade costuma registrar maior número de ocorrências relacionadas ao percevejo.
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O que são os percevejos?
Os percevejos são um grande problema para cidades turísticas porque sua disseminação é rápida: eles são transportados por meio de roupas e malas. Não à toa, um dos locais com foco de contágio são os hotéis, principalmente os colchões e as roupas de cama.
De cor castanha e formato achatado, eles possuem em média de quatro a sete milímetros, de forma que é possível enxergá-los a olho nu. Os bed bugs gostam de lugares escuros e, por isso, podem se esconder embaixo de colchões e assentos estofados.
Os insetos se alimentam de sangue humano, causando pequenas lesões na pele, que podem coçar muito e medir em torno de um centímetro. Mas não é preciso entrar em pânico: eles não transmitem nenhum tipo de doença.
É importante lembrar que a sua aparição não é causada exclusivamente por falta de higiene: a limpeza do ambiente ajuda a afastá-los, mas não garante uma estadia livre de bed bugs.
Embora a infestação mais recente esteja ocorrendo em Paris, os percevejos podem aparecer em destinos pelo mundo todo. Veja algumas medidas que podem ser tomadas para evitá-los e o que fazer em caso de contaminação:
1. Pesquise muito bem sobre o hotel
O primeiro passo começa muito antes de arrumar suas malas. Ao planejar sua viagem, é preciso se informar sobre as condições de higiene e de manutenção da sua hospedagem. Uma dica é ficar de olho nas avaliações de outros hóspedes em plataformas como Booking e TripAdvisor, que costumam apontar situações como essa. Fique atento até se o hotel for cinco-estrelas: mesmo com muita precaução e higiene por parte da hospedagem, os percevejos ainda podem aparecer.
2. Ao chegar no hotel, cheque camas, lençóis e estofados
Além da presença dos insetos, alguns sinais de que eles estão por ali são pequenos pontinhos pretos e manchas de sangue. Olhe embaixo do colchão e atrás da cabeceira, levante os lençóis e cheque os cantinhos do colchão bem na parte das costuras e reentrâncias. Faça tudo isso assim que chegar, e principalmente antes de desfazer suas malas. Outra dica é evitar apoiar a sua mala sobre a cama, já que os bed bugs podem entrar na bagagem e se esconder no meio de suas roupas. Uma dica é deixar a mala no chão do banheiro enquanto fizer a inspeção.
3. Cuidado ao sentar em assentos no transporte público, cinemas e teatros
Um dos locais preferidos dos percevejos são os assentos estofados, que são muito comuns em Paris. Por isso, ao sentar-se, é importante fazer uma pequena vistoria para se certificar de que não há insetos escondidos por ali.
4. Se encontrar percevejos, lave suas roupas em alta temperatura
Os percevejos não resistem a altas temperaturas e essa é a principal forma de exterminá-los. Por isso, caso encontre algum percevejo ou tenha sido picado por um, leve todas as suas roupas para uma lavanderia, já que a temperatura da secadora mata os insetos. O ideal é fazer isso assim que possível, para evitar a proliferação.
5. Se for picado, evite coçar
As mordidas de percevejos podem causar vermelhidão, inchaço e coceira. Além disso, os insetos não costumam picar de forma isolada, mas vão deixando várias pequenas lesões pelo corpo, que podem aparecer alinhadas ou em pequenos grupos. Se identificar picadas, o primeiro passo é atuar contra a proliferação dos percevejos (veja item acima) e evitar coçar. As lesões costumam desaparecer em poucos dias, mas há situações em que é preciso atendimento médico e administração de antialérgicos. A colunista Adriana Setti passou por isso em um hotel na Indonésia anos atrás.