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Internet no celular no exterior: roaming, chip pré-pago, e-SIM

Como funcionam e quais as diferenças entre roaming internacional, chip de operadora local, chip internacional pré-pago e o novo chip virtual (e-SIM)

Por Patrícia Figueiredo
Atualizado em 6 fev 2024, 17h35 - Publicado em 5 jun 2023, 07h50

Chamar um carro de aplicativo, checar o caminho até a atração, consultar a previsão do tempo, saber a que horas fecha o museu e abre o restaurante. Ter internet no celular a todo momento durante uma viagem não é mais um luxo, mas uma necessidade. A boa notícia é que está cada vez mais fácil viajar conectado sem depender exclusivamente do wi-fi do Starbucks. 

No passado, para ter internet no celular fora do Brasil as opções eram ativar o roaming internacional (e rezar para não custar uma fábula) ou comprar um chip pré-pago ao chegar no destino. Nos últimos anos, essas duas alternativas ficaram mais fáceis, seja pelo barateamento do roaming internacional em algumas operadoras brasileiras, seja pela popularização de planos pré-pagos em diversos países do mundo. 

Mas há outras opções que vieram depois, como os chips internacionais vendidos online e que são entregues em casa, e o novíssimo e-SIM, um chip virtual que, por ora, só pode ser instalado nos smartphones mais modernos. 

Antes de escolher uma opção, é importante ficar atento aos prós e contras de cada alternativa. Para além do fator custo, a chave para descobrir o que funciona melhor para você pode depender também do país de destino e a duração da viagem. 

Veja, a seguir, os principais meios de ter internet no celular durante uma viagem ao exterior, e suas respectivas vantagens e desvantagens.

Dicas essenciais

⇒ Um dos pontos que mais interfere no preço do plano é a franquia de internet, ou seja, a quantidade de dados que você consome ao usar o celular. Quanto mais você navega ou utiliza aplicativos, mais franquia você precisa. Por isso, se contratar um plano básico com baixa franquia de internet, o melhor a fazer é sempre conectar com o wi-fi do hotel ou de um restaurante, principalmente para aqueles momentos de “escrolar” sem hora para acabar. 

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⇒ Em todas as alternativas, vale prestar atenção nas configurações do chip, chamado de SIM card no exterior. Se optar por um novo chip, assim que ele estiver ativo no celular você deixa de receber ligações ou mensagens de texto no seu número brasileiro. Guarde com cuidado o chip brasileiro caso precise retirá-lo do aparelho ou na volta as chances são grandes de ter que peregrinar até a loja da sua operadora para repor por um novo. 

⇒ Mesmo com um número gringo no telefone, as configurações do celular se mantêm, inclusive o WhatsApp (ao acessar o app pela primeira vez com seu chip internacional, é possível escolher não mudar para o novo número). 

ROAMING INTERNACIONAL

Já houve um tempo em que ativar o roaming internacional de uma operadora brasileira era algo proibitivo. Nos últimos anos, no entanto, algumas empresas lançaram produtos que baratearam o uso da internet fora do país e tornaram essa possibilidade um pouco mais acessível para quem viaja a turismo. 

Hoje, há planos pós-pagos mais completos que já incluem, no valor mensal, o roaming internacional para algumas regiões. Em outros casos, pode ser necessário contratar o serviço adicional por um período mínimo de um ano. Essa cláusula de fidelidade é uma desvantagem, especialmente para quem viaja pouco.  

O modo de cobrança e os pacotes oferecidos variam bastante de acordo com cada operadora. De modo geral, o serviço mais acessível é o da Claro, mas a Vivo tem como diferencial estender a oferta a clientes pré-pagos. 

Se decidir não usar o roaming internacional, não se esqueça de desativar o uso de dados móveis no exterior nas configurações do seu celular, ou mantenha o celular no modo avião durante toda a viagem para evitar cobranças inesperadas.

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celular
(Unsplash/Reprodução)

Passaporte Claro

O primeiro pré-requisito da Claro para a compra de pacotes de roaming é ser cliente de um plano pós-pago: a empresa não oferece o serviço em planos pré-pagos ou do tipo Controle. 

Os planos mais completos da operadora já incluem, sem custo extra, o chamado Passaporte Américas, que engloba 18 países da região. Já os pacotes para outros continentes são cobrados à parte: o mais abrangente é o Passaporte Mundo, que cobre 80 países e custa R$ 30 por mês, com vigência mínima de 12 meses. A quantidade de dados disponível para uso no exterior é a mesma que o plano disponibiliza todo mês no Brasil. 

Se o pacote desejado não estiver incluído no plano, é preciso pagar o valor adicional por pelo menos um ano, então é bom colocar na ponta do lápis. Além disso, a empresa exige que o aparelho se conecte à rede brasileira ao menos uma vez a cada 30 dias. Por isso, não dá para usar este método em viagens de mais de um mês. 

Vivo Travel

O roaming internacional da Vivo está incluído, sem custo adicional, em alguns dos planos mais completos da operadora. Para checar o que está previsto em cada contrato, a operadora recomenda consultar a aba Meu Plano no aplicativo da Vivo. Em alguns planos, o limite gratuito é de apenas sete diárias de roaming por ano. 

Para os clientes que não têm o Vivo Travel incluído, o roaming pode ser contratado em pacotes mensais ou diárias avulsas por meio do app, nas lojas da empresa ou por telefone.

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Os pacotes mensais custam R$ 10 (Américas), R$ 20 (Europa) ou R$ 30 (Mundo) por mês e têm vigência mínima de 12 meses. Já as diárias avulsas custam R$ 40 ou R$ 60 por dia, de acordo com a região escolhida, e não têm fidelidade. 

O limite de dados disponível por dia varia entre 200mb a 1gb, dependendo do país. Além do limite diário, há também um limite mensal, que é o mesmo para uso no Brasil: assim, se o plano é de 10gb por mês, o roaming internacional também será limitado a 10gb por mês. 

A Vivo também tem roaming internacional para clientes pré-pagos, mas neste caso o uso da internet é cobrado de acordo com a quantidade de dados utilizada – e a conta final pode ficar mais salgada. Atualmente, como o preço é de R$ 0,19 por mega navegado, um consumo de 1gb no exterior vai consumir R$ 190 em créditos. 

Tim Roaming Internacional

As opções da Tim para roaming internacional são mais complexas e o tarifário é, no geral, menos transparente do que o de outras operadoras. Além disso, os planos são mais caros do que os oferecidos pela concorrência, especialmente para os clientes pré-pagos, que pagam por megabyte consumido. 

Apesar disso, clientes Tim Black, que têm os planos pós-pago mais completos, têm direito a sete dias de WhatsApp e Instagram ilimitados em uma lista de países das Américas que inclui Estados Unidos, Argentina, Chile, Uruguai e México. O uso de dados em outros apps, no entanto, é cobrado, e o valor varia de acordo com a região e o período. Esses clientes também ganham minutos extras e franquia de internet adicional caso paguem a fatura mensal no app do banco C6 Bank. 

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Para clientes pós-pagos que não têm plano Black, a cobrança pode variar de acordo com o país e a franquia de dados disponível. As diárias de internet custam a partir de R$ 30, mas podem chegar a quase R$ 100, dependendo do destino, e o limite diário de dados pode variar entre 5mb a 1gb, segundo o país de destino. 

Já os clientes das linhas pré, Controle e Express são cobrados de acordo com a quantidade de dados usada. Nesses casos, o valor é extremamente alto, então o melhor é deixar essa alternativa reservada apenas para emergências. O preço para usuários do esquema pré-pago ou Controle é de R$ 33 por megabyte navegado, o que equivale a R$ 33 mil pelo uso de 1gb de internet no exterior, ou R$ 9,90 por megabyte para clientes dos planos Liberty Express. 

Mãos femininas com celular xícara de café

CHIPS PRÉ-PAGOS DE OPERADORAS LOCAIS

Chegar no destino escolhido, encontrar uma operadora de celular e comprar um chip pré-pago para usar durante a viagem: o método mais antigo para garantir internet no exterior é simples, funciona bem e, geralmente, custa menos do que outras alternativas. 

Para viagens que passam por vários países da Europa, este esquema ficou ainda melhor desde 2017 quando a União Europeia instaurou uma regra, válida pelo menos até 2032, que obriga operadoras a oferecer roaming gratuito entre os países do bloco. Assim, não é preciso comprar um novo SIM card em cada país visitado: um chip adquirido na França deve funcionar também na Espanha ou Portugal, por exemplo. 

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Na maioria dos casos, a franquia de dados disponível é menor fora do país de origem do pacote, então vale ler com atenção os detalhes de cada opção para não acabar gastando toda a internet antes do fim da viagem. 

Fora da Europa, o esquema de comprar um chip local também funciona e costuma ser bastante econômico. No entanto, o roaming entre países não está incluído na maioria dos pacotes, o que pode ser uma desvantagem em casos de viagens por diversos países. 

A dificuldade de comprar um chip em um país em que você não domina a língua – em inglês, peça um “prepaid SIM card” – e o tempo que se perde para encontrar a loja de uma operadora também são empecilhos que assustam os viajantes menos assíduos. No geral, não há regras que impeçam estrangeiros de adquirir um chip pré-pago, mas é preciso apresentar um documento oficial com foto, como passaporte, e às vezes um endereço local, que pode ser do hotel. 

Ao escolher a operadora, dê preferência às grandes marcas, já que elas costumam ter sinal melhor e mais lojas. Assim, se você tiver alguma dificuldade, pode recorrer a um ponto de venda e pedir ajuda aos funcionários. No geral, é bom evitar compras em lojas de conveniência ou quiosques que muitas vezes exigirão que você vá até uma loja para ativar o número. 

Na maioria dos casos, os chips pré-pagos já vêm carregados com os créditos equivalentes ao pacote escolhido. Em alguns países, no entanto, é preciso comprar o chip e depois recarregá-lo com créditos na própria operadora, em uma loja de conveniência ou ligando no atendimento ao cliente. 

Principais empresas:

— Europa: Orange e Vodafone

—  Estados Unidos: T&T e T-Mobile

— Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai: Claro e Movistar 

— México: AT&T e Movistar 

CHIPS PRÉ-PAGOS INTERNACIONAIS

Vendidos pela internet, esses chips funcionam de forma similar aos chips pré-pagos de operadoras locais, mas são comercializados por empresas sediadas no Brasil. Apesar de terem um custo mais alto, essas empresas oferecem como diferenciais o atendimento ao cliente em português e a entrega do chip em domicílio. Isso facilita a vida de quem vai chegar no destino e já quer ter internet desde o primeiro momento. Além disso, esta é uma alternativa interessante para quem tem menos familiaridade com smartphones, já que tanto suporte quanto instruções são em português e pensados para brasileiros. 

Os planos vendidos pelas empresas podem abranger um só país, uma região inteira – Europa ou América do Sul, por exemplo – ou funcionar no mundo todo. Alguns planos também incluem minutos de chamadas para o Brasil. Os preços são listados em dólar e variam de acordo com a quantidade de dados e a duração do plano – os mais curtos, de cinco dias, começam em US$ 30. 

A duração é calculada a partir da ativação do chip. Por isso, é importante comprar com antecedência, já que os prazos de entrega podem ser demorados. Vale a pena ter atenção com aparelhos da marca Motorola, que muitas vezes necessitam de planos específicos.

Algumas empresas:

— America Chip

— EasySim4U

— O Meu Chip

— Brasil Roaming

Homem usando o celular na rua em NY
(Jose Luis Pelaez Inc/Getty Images)

CHIP VIRTUAL (E-SIM)

Os chips virtuais, ou e-SIM, podem ser um jeito mais econômico de ter internet no exterior sem depender de ninguém – nem mesmo do atendimento ao cliente da sua operadora no Brasil. Isto porque o processo é todo feito digitalmente, ou seja, não é preciso abrir o aparelho para colocar outro chip ou contratar um serviço por telefone. 

Outra vantagem é poder escolher planos regionais, que são especialmente úteis para viagens fora da Europa que englobam mais de um país, como um mochilão pela América do Sul ou pelo Sudeste Asiático. No entanto, uma desvantagem desta opção é funcionar apenas em celulares mais modernos – a lista de aparelhos compatíveis está no site das empresas que os vendem.

Com o e-SIM instalado, o chip brasileiro continua no aparelho, mas com a função “roaming internacional”, e o chip digital fica ativo na função “dados móveis”. Apesar de parecer complicada, a configuração é rápida para quem tem alguma familiaridade com smartphones, e há instruções detalhadas para iOS e Android. O jeito mais fácil de instalar o e-SIM é ler um QR code com a câmera do celular, então a melhor estratégia é comprar o chip digital usando um computador ou notebook, e usar o smartphone para ler o código que vai chegar por email. O chip pode ser comprado e configurado com antecedência, já que a duração do plano começa a contar só a partir do momento em que o aparelho se conecta a uma rede no exterior.

A principal diferença do e-SIM para os chips comuns é que a versão digital não vem com uma linha telefônica, ou seja, não é possível fazer ligações ou receber mensagens, exceto pelo WhatsApp. Apesar de não terem número próprio, os chips digitais usam a rede móvel de operadoras consolidadas, como Orange e Vodafone, então o sinal de internet costuma ser estável e potente. 

Principais marcas:

  • Airalo: pioneira no mercado de e-SIM, a marca baseada em Cingapura costuma ter preços mais baixos e mais opções de pacotes do que a concorrência. 
  • Holafly: um pouco mais cara que a Airalo, a empresa ganha pontos por oferecer principalmente planos com dados ilimitados.

A tabela a seguir compara as principais características de cada meio:

Vantagens Desvantagens É bom para…
Roaming Internacional Praticidade, conexão desde a chegada Planos têm cláusula de fidelidade, custo alto a longo prazo Quem já é cliente pós-pago e pretende viajar para o exterior mais de uma vez no ano
Chip pré-pago de operadora local Custo baixo Ter que ir até uma loja Quem quer economizar e domina o mínimo do idioma local
Chip pré-pago internacional Atendimento em português, conexão desde a chegada Custo alto Quem nunca viajou para o exterior e quer estar conectado desde o começo da viagem
Chip digital (e-SIM) Custo baixo, conexão desde a chegada Limitado a aparelhos mais modernos, configuração mais complicada Quem tem smartphones novos e  mais familiaridade com tecnologia

 

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