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A melhor maneira de fazer câmbio de dinheiro na Argentina

Mesmo com a desvalorização do peso e a disparada do dólar, viajar para a Argentina segue vantajoso. Veja maneiras seguras e legais para ter a melhor cotação

Por Fabricio Brasiliense
Atualizado em 17 mar 2024, 15h10 - Publicado em 15 dez 2022, 23h47

O desvalorizado peso argentino faz com que o dólar americano se torne a moeda mais desejada, do Ushuaia até Salta. Atualmente, há mais de dez tipos de câmbios atrelados ao dólar, mas os que afetam diretamente o bolso do turista são dois: o oficial e o paralelo (mais conhecido como blue). O oficial é a taxa que você vai encontrar em casas de câmbio no Brasil e também nos aeroportos argentinos de Ezeiza ou do Aeroparque – e que será sempre a pior cotação.

Já o paralelo, ou blue, é a cotação que todo turista busca ao chegar na Argentina, e que já foi uma festa: um ano atrás, a cotação do blue chegou a valer três vezes mais que a oficial, o que deixava o país barato para brasileiros. Com entrada do governo de Javier Milei em dezembro de 2023, o cenário econômico mudou: o dólar oficial alavancou 118% e a moeda argentina passou por uma maxidesvalorização. Em março de 2023, a diferença entre o câmbio oficial e o blue estava na casa dos 17%, o que encareceu o país, mas não a ponto de inviabilizar o turismo. São Paulo ou mesmo o Chile continuam sendo mais caros.

Neste texto, o foco será o câmbio de dinheiro em espécie no paralelo, que não mais duplica (ou triplica) o seu poder de compra, mas segue sendo vantajoso. Desde dezembro de 2022, o Banco Central da Argentina definiu que os gastos feitos com cartões emitidos no exterior passariam a ter uma cotação mais próxima do blue, o que melhorou bastante para o viajante que antes se via proibido de usá-los por conta do desvantajoso câmbio oficial. Ainda assim, é possível conseguir cotações melhores para além dos cartões. Acompanhe.

Como saber a cotação do dia?

De reais para pesos argentinos, você descobre neste link o câmbio oficial do dia e, neste outro link, o câmbio no paralelo (blue)

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Onde trocar dinheiro em Buenos Aires?

Em Buenos Aires, um lugar muito comum para a troca do dinheiro blue são as “cuevas”. Você vai ouvir “câmbio, câmbio” a todo momento que estiver andando pela calle Florida, principal artéria comercial da cidade. A negociação pode acontecer na rua ou em casas de câmbio. Qual a maior chatice dessas transações? A necessidade de negociar o valor do câmbio e a possibilidade de receber alguma nota de peso falsa no momento da troca.

Há opções de câmbio blue mais seguras para além das “cuevas”?

Mais seguras e dentro da legalidade são as lojas da Western Union (rede Pago Fácil), que pagam uma cotação muito próxima do blue.

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Como fazer operação de câmbio pela Western Union?

Pelo aplicativo, que tem versão tanto para Android quanto iOS. É simples: você baixa e abre o app, clica em “Enviar dinheiro”, preenche os dados, escolhe Argentina como país de envio e elege a quantia. Na hora você já sabe a cotação e o valor não varia. Na sequência, surge na tela “Como seu destinatário quer receber o dinheiro?”. Clique “Em uma loja”. Na sequência, “Como você gostaria de pagar?”. A maneira mais rápida de receber é clicando em “PIX ou transferência bancária”. Nessa hora também aparece a taxa de serviço (no caso de R$ 500, são 20 reais) e o IOF de 1,1%. Também aparece o prazo de entrega: em minutos

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Preencha os dados do destinatário nos campos que vêm na sequência, sem abreviações – as informações precisam bater com o seu documento. Há relatos de pessoas que abreviaram o sobrenome e não conseguiram sacar. Na boca do caixa, o atendente pode perguntar um endereço e um número de telefone na Argentina (que pode ser o do seu hotel).

Há desvantagens da Western Union?

Algumas. Por ser uma modalidade conveniente, legal e segura, turistas do mundo inteiro aderiram ao esquema, o que pode significar filas consideráveis ou, no pior dos casos, o dinheiro da loja acabar. Uma das maiores agências da Western Union em Buenos Aires, com vários guichês de atendimento, fica na esquina da Avenida Córdoba com a calle Montevideo, a 10 minutos de caminhada da livraria El Ateneo Grand Splendid. Pelo aplicativo, você consegue localizar a agência mais próxima. Sobre a possível falta de dinheiro, a assessoria de comunicação da Western Union no Brasil disse à VT que as lojas costumam ter uma quantidade maior de papel moeda na parte da tarde por elas também funcionarem como uma espécie de casa lotérica e receberem pagamentos de contas. Outra dica: quanto mais nas bordas do Microcentro e de bairros turísticos como Palermo estiverem as agências, menores tendem a ser as filas e maiores as chances de dinheiro em caixa. As lojas fecham aos domingos e muitas ao meio-dia aos sábados (confira no aplicativo).

Afinal, vale usar cartão de crédito ou débito da minha conta no Brasil?

Usar cartão deixou de ser uma desvantagem. Até o início de dezembro de 2022, não valia em absoluto porque as operadoras de cartões tinham como base para o fechamento das faturas o câmbio oficial. Na tentativa de fazer com que a moeda americana circule menos no mercado paralelo, o governo argentino decidiu incentivar que turistas passem a fazer mais pagamentos com cartões. Para isso, definiu utilizar um câmbio mais favorável nas faturas, que costuma ter uma cotação 10% inferior ao blue. A Visa e a Mastercard possuem calculadoras online onde é possível saber o câmbio do dia para compras no cartão. Considere que o cartão de crédito cobra 4,38% de IOF. Já os cartões de débito internacional como Wise, Nomad e C6, o IOF é de 1,1%.

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Diária de hotel vale pagar com dinheiro ou cartão?

Os preços dos hotéis na Argentina são anunciados em dólar, mas o grande negócio era poder negociar o pagamento pelo câmbio oficial e passar o valor na maquininha em pesos. Em dezembro de 2023, com a decisão do novo governo de valorizar o dólar oficial em 118%, os hotéis encareceram. Mas o que torna o pagamento de diárias de hotéis no cartão ainda uma vantagem é a isenção de 21% do imposto IVA, equivalente ao nosso ICMS (o IVA sempre será cobrado quando o pagamento das diárias for em espécie). Vá sempre de cartão. Os pagamentos de diárias com cartão débito internacional (Wise, Nomad e C6) ainda têm a vantagem do IOF mais barato (1,1%) em relação aos cartões de crédito (4,38%). Pelo Airbnb, os valores das diárias são em reais e pode ser mais prático sair do Brasil já com tudo pago.

Cartões de débito internacional são bem aceitos?

Na experiência da VT em fevereiro de 2024, o cartão Wise funcionou para comprar no site da Claro um pacote de dados, mas não em todos os restaurantes. O cartão também não funcionou no site do teatro Colón e um mercadinho de Palermo cobrou ágio de 10% sobre o valor total. O cartão da Nomad costuma funcionar melhor. Lembre-se: para que seja aceito na Argentina, o cartão de débito internacional precisar estar abastecido em dólares. Saiba mais sobre cartões de débito internacional.

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E dólares em espécie?

A moeda americana não só é bem aceita, mas muitíssimo desejada em lojas, restaurantes, hotéis e tem a cotação mais favorável de todas. Os argentinos preferem fazer suas poupanças em dólares por conta da inflação, então se você tiver as verdinhas em casa, leve-as. Para valores a partir de US$ 600 é possível conseguir uma cotação muito próxima do blue para trocas feitas nas agências do Banco de la Nación Argentina tanto de Ezeiza quanto do Aeroparque (certifique-se de estar viajando com o passaporte). O esquema não vale para câmbio de reais e só é vantajoso se você pretende gastar acima de US$ 600 (voltar para o Brasil com pesos não é um bom negócio por conta da inflação). Nesse caso, prepare-se para sair com bolos de dinheiro. Caso você não tenha dólares, prefira levar reais para trocar por pesos blue in loco ou no esquema da WU pelo aplicativo.

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Existe algum meio de pagamento ideal na Argentina?

Não aposte suas fichas em um único meio de pagamento. A regra é diversificar. É importante ter dinheiro em espécie para pagar táxi, abastecer o cartão Sube para utilizar no transporte público e também para deixar gorjeta (10%) nos restaurantes. Na Argentina, a gorjeta não é acoplada à conta e o atendente espera que você pague em espécie. Tenha algum cartão de débito internacional, mas leve também o cartão de crédito que você usa no Brasil, mesmo que seja só para emergência (lembre de fazer o “aviso de viagem” junto ao banco).

E comprar pesos no Brasil?

Será sempre o pior dos negócios por se tratar de câmbio oficial.

É seguro andar com dinheiro em Buenos Aires?

Há uma sensação esquisita de sair de uma agência da Western Union com um bolo de notas. Mas há também um efeito psicológico positivo em se ter uma moeda “fraca” no bolso: a perspectiva de perder dez mil pesos é menos dramática do que perder cem dólares. Ainda assim, caminhar nas regiões turísticas como Palermo, Recoleta e Chacarita é muito menos apreensivo do que andar em qualquer bairro de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Andar a pé por Buenos Aires continua sendo um dos programas mais agradáveis e tranquilos de se fazer.

Para Bariloche, o esquema de levar dinheiro é o mesmo?

No caso da Western Union é um pouco mais complicado porque há poucas lojas em Bariloche e a superlotação no inverno faz com que o dinheiro esgote rapidamente. O melhor é que a sua viagem nunca dependa exclusivamente da WU e que você também leve cartões e reais em espécie para trocar na cidade – há várias “cuevas” espalhadas pela calle Mitre. A boa notícia é que no auge da temporada de esqui o real vira moeda corrente e é facilmente aceito.

E Mendoza?

Na calle General San Martín, quase ao lado do prédio onde funciona a central de informações turísticas da cidade, costuma haver uma concentração de ‘arbolitos’, mas não espere um mercado consistente para a troca de moeda no paralelo como é o caso de Buenos Aires. Reais dificilmente são aceitos no comércio. Há diversas lojas da Western Union nas proximidades da Plaza Independencia.

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