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Bariloche: guia de viagem para o inverno

Como chegar, hotéis, restaurantes, estações de esqui, passeios de barco, qual moeda levar e tudo o mais que você precisa saber para ter uma viagem perfeita

por Bárbara Ligero Atualizado em 9 jan 2024, 10h56 - Publicado em
17 jun 2023
01h12

Espremida entre as montanhas da Cordilheira dos Andes e o Lago Nahuel Huapi, Bariloche se consolidou como o destino onde muitos brasileiros debutam na neve.

São três as montanhas com atividades de inverno: Catedral, onde fica a estação de esqui; Otto, para brincar nas pistas de esqui bunda e tubing; e Campanário, o mirante mais sublime de todos. O esqui, ainda que seja o carro-chefe, vem se tornando só mais um pretexto para a viagem.

Quem não tem interesse em aprender ou não pretende praticar o esporte todos os dias encontra várias outras opções de diversão na neve. Além disso, vem crescendo a procura pela cidade para além do inverno, quando as temperaturas mais elevadas permitem fazer trilhas, passeios de bicicleta e de quadriciclo.

Em qualquer época do ano, somam-se a essa lista de atrativos o charme das construções de pedra e o centro da cidade, que é muito completo e tem um cardápio variadíssimo de restaurantes, lojas e as clássicas chocolaterias, que hoje disputam em popularidade e quantidade com as cervejarias artesanais.

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Por fim, fazem parte da equação a facilidade da língua, o câmbio muito mais favorável a ‘nosotros’ quando comparado a outros destinos de neve e a proximidade com o Brasil. O acesso à Bariloche fica ainda mais simples com os voos diretos de São Paulo da Aerolíneas Argentinas, que levam menos de cinco horas e são operados diariamente durante a temporada de esqui e semanalmente no restante do ano.

A seguir, confira tudo o que você precisa saber para planejar o seu roteiro por Bariloche. No menu à esquerda (ou acima caso você esteja lendo no celular), clique para acessar o índice e ir direto ao assunto do seu interesse. E boa viagem!

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QUANDO IR

Degradê de cores outonais no Cerro Otto
Degradê de cores outonais no Cerro Otto (Geronimo Giqueaux/Unsplash)

A melhor época depende de qual Bariloche você espera encontrar.

A temporada de inverno começa em meados de junho e termina no início de outubro, mas na prática as chances de ver neve e esquiar são maiores no final de julho, em agosto e até meados de setembro.

Durante essa época, as temperaturas ficam em torno de 13ºC e -1ºC na cidade. Na montanha, faz ainda mais frio. Também é importante levar em conta que os dias são mais curtos: o sol nasce mais ou menos às 9h e se põe logo depois das 18h.

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No verão, entre dezembro e março, não espere temperaturas muito altas: os termômetros marcam entre 21ºC e 5ºC. A vantagem são os dias longuíssimos, que favorecem as atividades ao ar livre: o sol nasce um pouco depois das 6h e chega a se pôr só depois das 21h.

A primavera (outubro e novembro) e o outono (abril e maio) são estações intermediárias e têm como trunfo a possibilidade de ver as paisagens mais coloridas, seja pela chegada das flores ou pelas folhas alaranjadas.

FESTIVAL GASTRONÔMICO

O Bariloche a la Carta, realizado anualmente em outubro, é o principal evento de Bariloche. Ao longo de uma semana, é montada uma feira com barracas de comida e foodtrucks no Centro Cívico e os principais restaurantes da cidade servem menus degustação criados especialmente para a ocasião enaltecendo ingredientes locais como os cogumelos, as carnes de caça, o salmão e a truta.

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COMO CHEGAR

O voo direto para Bariloche da Aerolíneas Argentinas, antes restrito à temporada de inverno, agora acontece o ano inteiro
O voo direto para Bariloche da Aerolíneas Argentinas, antes restrito à temporada de inverno, agora acontece o ano inteiro (Allan Rodrigues/Unsplash)

Durante a temporada de inverno, a Aerolíneas Argentinas opera voos diretos entre Bariloche e São Paulo diariamente. No restante do ano, eles acontecem uma vez por semana. A viagem de ida dura 4h45 e, a de volta, 4h10.

No entanto, sai mais barato comprar uma passagem com conexão em Buenos Aires da low cost Flybondi ou da própria Aerolíneas Argentinas: o trajeto de São Paulo a Buenos Aires leva três horas e, o de Buenos Aires até Bariloche, duas. Compare e busque as melhores opções de voos.

VOO COM CONEXÃO EM BUENOS AIRES

Buenos Aires possui dois aeroportos: o Aeroparque, que fica na região central, e o Ezeiza, que está em outro município e a 50 minutos do Aeroparque. Caso a sua viagem tenha conexão na capital argentina, certifique-se que a chegada em Buenos Aires e a partida para Bariloche ocorrerão no mesmo aeroporto. Caso contrário, é importante que o tempo de espera entre um voo e outro seja suficiente para desembarcar, passar pela imigração, se deslocar entre um aeroporto e outro e embarcar novamente – considere ao menos três horas nesse trâmite.

COMO CIRCULAR

No centro de Bariloche, o ideal é circular a pé
No centro de Bariloche, o ideal é circular a pé (Carolina Ferraro/Unsplash)

Espremida entre as montanhas da Cordilheira dos Andes e o Lago Nahuel Huapi, Bariloche tem um formato comprido e estreito. Quase toda a sua extensão pode ser percorrida por uma única estrada à beira do lago que vai mudando de nome ao longo do percurso.

No início, a estrada é chamada de Comandante Luis Piedrabuena, endereço do Aeroporto Internacional Teniente Luis Candelaria, e depois se torna 12 de Octubre ao chegar no centro da cidade. Na sequência, passa a ser Exequiel Bustillo, que dá acesso ao cerros Catedral, Otto e Campanario. O caminho desemboca no Circuito Chico, uma rota que circunda o Lago Perito Moreno.

Em suma, não é difícil se orientar em Bariloche. Porém, as distâncias são longas e só é possível circular a pé no centro, que tem como artéria a Calle Mitre, paralela à 12 de Octubre. Para se locomover entre as demais atrações é preciso recorrer a um carro alugado, táxi, remis ou ônibus. Veja os prós e contras de cada um:

Carro

Alugar um carro garante autonomia, principalmente para quem se hospeda longe do centro. Mas há um porém: dirigir na neve durante o inverno exige uma destreza que o brasileiro geralmente não tem.

Brasileiros precisam apresentar somente a CNH para alugar um carro na Argentina. A retirada do veículo pode ser feita já no aeroporto, que tem lojas das principais locadoras. Alugue um carro pela Rent Cars.

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Há estacionamento gratuito na maioria dos hotéis e atrações. A situação se complica no centro, onde pode ser difícil encontrar vaga. Além disso, em muitas ruas é preciso pagar 45 pesos por hora (procure os funcionários com coletes verde ou laranja).

Para quem não quer se preocupar com nada disso e está viajando em um grupo grande, pode valer a pena contratar um carro com motorista – seja para fazer apenas o trajeto entre o aeroporto e o hotel ou para ficar à disposição durante o dia inteiro. O Adrián, da Traslados En Bariloche, oferece esse tipo de serviço em vans H1, que acomodam até oito passageiros.

Pesquise e compare aluguéis de carro em Bariloche

Táxi ou Remis

Uber e Cabify, que são relativamente comuns em Buenos Aires, não existem em Bariloche. Por outro lado, pegar táxi costuma ser mais seguro do que na capital argentina, onde taxímetro adulterado, carros caindo aos pedaços e notas falsas na hora do troco são mais recorrentes.

Os táxis são pintados de branco e azul, funcionam por taxímetro e ficam parados nas principais ruas e atrações da cidade.

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Outra opção são os remises, que funcionam de forma muito semelhante aos táxis. A diferença é que eles não trabalham com taxímetro, e sim com preços tabelados que costumam sair mais em conta.

Os veículos não possuem uma cor específica e não ficam parados nas ruas: é preciso pedir que o hotel ou o restaurante  solicite. Caso goste do serviço prestado por determinado motorista, vale a pena pegar o contato para acioná-lo por Whatsapp nas ocasiões em que precisar.

Ônibus

A maneira mais econômica de se locomover é também a menos confortável: durante a alta temporada, podem se formar filas nos pontos de ônibus, que demoram para passar e rodam lotados.

As linhas de transporte público são operadas pela Mi Bus e contemplam boa parte das atrações. A linha 72 vai do centro ao aeroporto, a 55 leva ao Cerro Catedral, a 20 para o hotel Llao Llao (Circuito Chico) e também até o teleférico que leva ao Cerro Campanario, e a 10 vai até a Colonia Suiza (veja a relação completa com horários aqui).

A passagem deve ser paga unicamente com o cartão SUBE, que pode ser comprado e carregado em lojas no centro de Bariloche (encontre a loja mais próxima aqui).

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O Cerro Otto disponibiliza ônibus gratuito que parte da esquina da Calle Mitre com a Calle Vilegas e leva até o teleférico que sobe a montanha. Para embarcar, basta mostrar o ingresso para o teleférico, que pode ser adquirido em um quiosque no centro, localizado no mesmo endereço de onde partem os ônibus.

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CERRO CATEDRAL

A vista para os lagos é um dos diferenciais de Cerro Catedral
A vista para os lagos é um dos diferenciais de Cerro Catedral (//Divulgação)

Como é a estação de Cerro Catedral?

Cerro Catedral é a estação de esqui de Bariloche e uma das maiores da América do Sul, com 1.200 hectares para a prática de esqui e snowboard. São 29 meios de elevação, 40 canhões de neve e 58 pistas para todos os níveis, que costumam ficar abertas de julho ao início de outubro.

Os mais experientes contam com cinco hectares para a prática de freestyle no Snow Park, enquanto os iniciantes têm uma área de aprendizagem na base de mais de três hectares, chamada Play Park.

A estação fica a cerca de 19 quilômetros do centro de Bariloche e dispõe de toda a infraestrutura: há oito restaurantes e dois centros comerciais (a Plaza Amancay e o Shopping Las Terrazas), além de escolas de esqui e locais para alugar roupas e equipamentos.

Nos últimos quatro anos, Cerro Catedral recebeu 30 milhões de dólares em investimentos usados na abertura de novas pistas, renovação dos meios de elevação e compra de mais canhões de neve para garantir três meses de operação sem depender do clima.

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Com isso, a estação passou a ter capacidade para receber 32 mil visitantes por hora (antes eram 23 mil). Entre as novidades para a temporada 2023 está um novo teleférico para seis pessoas que promete diminuir as longas filas.

Dá para aprender a esquiar durante a viagem?

Ninguém vira profissional depois de só alguns dias de prática. Mas dá, sim, para brincar com os esquis. Se estiver na dúvida entre esqui e snowboard, fique com o esqui. Aprende-se mais rápido, já que os bastões ajudam no equilíbrio, e os tombos são mais leves.

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De qualquer forma, tentar aprender sozinho não é recomendável: além do risco de se machucar, você pode atropelar outros esquiadores. Contrate o serviço de uma das escolas na base da estação.

As aulas “colectivas”, também chamadas de “bautismo”, podem chegar a ter 12 alunos dependendo da escola. Elas saem mais baratas (cerca de 17.000 pesos por duas horas), mas o aprendizado é mais lento.

Já em aula particular, também chamadas de “exclusivas” e “privadas” (cerca de 60.000 pesos por duas horas), você evolui no seu ritmo.

No meio termo existem as aulas “semi exclusivas”, que garantem turmas menores de 4 a 6 alunos (cerca de 20.000 pesos para duas pessoas).

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E os equipamentos?

Ao contrário da roupa (veja mais em “roupas de inverno”), você pode deixar para alugar o equipamento de esqui no Cerro Catedral. Botas, esqui e bastões saem em média 12.000 pesos por dia.

Eles também podem ser alugados na Calle Mitre, inclusive por preços mais baixos do que os encontrados em Cerro Catedral. Mas saiba que diferença de preço se dá principalmente porque o equipamento é pesado para ficar carregando: alugar na montanha acaba sendo mais prático.

Além disso, algumas escolas costumam vender combos de aula coletiva já com o empréstimo dos equipamentos, que custam de 29.000 a 32.000 pesos.

Que passe eu compro?

Existem vários tipos de passes para utilizar os meios de elevação. O que dura meio dia, que dá direito a usar os lifts das 13h até o fechamento, custa 25.000 pesos para pessoas de 12 a 69 anos e 20.600 pessoas para as crianças de 6 a 11 anos. Mas tenha em mente que o tempo que você terá para esquiar, cerca de quatro horas, é pouco.

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Já o passe de dia inteiro, que dá direito a usar os lifts da abertura ao fechamento, custa 29.000 pesos (12 a 69 anos) e 24.100 pesos (6 a 11 anos). Esse é o tempo ideal para você se situar, fazer aulas de esqui e curtir o restante da estrutura com calma.

Se você pretende visitar Cerro Catedral mais de uma vez, mesmo que em dias alternados, vale a pena investir em um dos flexi pass. O de dois dias, por exemplo, custa respectivamente 57.500 pesos e 47.600 pesos. Quanto mais dias, maior o desconto. O bilhete não precisa ser utilizado em dias consecutivos.

Menores de 5 anos têm gratuidade. O tarifário e o link para a compra de passes está no site da estação.

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E se eu quiser só ver a neve?

Mesmo que você não vá esquiar, dá para subir na montanha pelo bondinho exclusivo para pedestres, que custa 13.500 pesos para pessoas de 12 a 69 anos e 10.800 pesos para crianças de 6 a 11 anos. Menores de 5 anos não pagam.

É bem comum brasileiros visitarem a estação só para sentir o clima, brincar na neve e passear. Lá em cima, você pode comprar bilhetes para escorregar de esqui bunda ou em boias.

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PASSEIOS

O Bosque de Arrayanes é parada nos passeios de barco em Bariloche
O Bosque de Arrayanes é parada nos passeios de barco em Bariloche (Turismo de Bariloche/Divulgação)
5 PASSEIOS IMPERDÍVEIS NO INVERNO

– Esquiar no Cerro Catedral
– A vista sublime no alto do Cerro Campanario
– Fazer o Circuito Chico por conta
– Brincar de esqui bunda em Piedras Blancas
– Navegar pelo Lago Nahuel Huapi com paradas na Isla Victoria e no Bosque de Arrayanes

Circuito Chico

Espécie de passeio introdutório, o Circuito Chico nada mais é do que uma estrada de cerca de 65km de extensão pelas paisagens mais bonitas de Bariloche, margeando o Lago Nahuel Huapi e o Lago Moreno.

As agências vendem como um passeio, mas vale mais a pena fazer por conta própria, seja de carro alugado ou de táxi/remis (veja em “como circular”), para curtir as paisagens sem pressa e ir conhecendo o que der vontade.

Os tours organizados por agências de passeio geralmente têm quatro horas de duração e fazem paradas no Cerro Campanario (veja a seguir), no Punto Panorámico, mirante onde é feita a foto clássica de Bariloche, na Fábrica de Rosa Mosqueta para comprar produtos à base do óleo, na Capela de Santo Eduardo, toda construída em madeira em 1938, e em frente ao hotel Llao Llao (veja em “Onde Ficar”).

Cerro Campanario

O Cerro Campanario, que pode ser acessado pelo quilômetro 17,5 da Avenida Exequiel Bustillo, é um morro de 1.050 metros de altura que possui vista para o Lago Nahuel Huapi. Para subir ao topo, os visitantes embarcam em um teleférico de cadeirinha (aerosilla) que faz o percurso em cerca de sete minutos. Lá em cima há uma confeitaria e um mirante de onde se tem uma das vistas mais incríveis de Bariloche (só vale a pena ir se o tempo estiver aberto).

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Cerro Otto

Gôndolas panorâmicas sobem até o topo do Cerro Otto em 12 minutos. Lá no alto, uma confeitaria giratória faz uma volta de 360º enquanto você aprecia a vista para Bariloche e o Lago Nahuel Huapi. É um bom passeio para quem busca contato com a neve, mas não tem interesse em esquiar.

Além da confeitaria, existe também um espaço com réplicas de esculturas de Michelangelo, como o David e a Pietà, e uma matinê que é focada nos adolescentes argentinos em viagens de formatura. No inverno, vale mais permanecer do lado de fora para apreciar a vista do deck panorâmico com vista para a parte sul do Lago Nahuel Huapi, curtir as pistas de esqui bunda (apesar das pistas serem melhores e mais numerosas em Piedras Blancas; veja abaixo) ou fazer uma caminhada com raquetes de neve.

Piedras Blancas

O passeio mais popular entre os brasileiros em Bariloche é disparado o complexo de Piedras Blancas. Ele fica no Cerro Otto (veja acima), mas em uma parte do morro diferente de onde estão as gôndolas panorâmicas e a confeitaria giratória.

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A principal atividade por lá é o famoso esqui bunda, em que se desliza pelas pistas sentado em uma espécie de trenozinho de plástico individual. Dizem que é para as crianças, mas os adultos se divertem tanto quanto. São mais de três mil metros de pistas exclusivas para a brincadeira, algumas mais íngremes e outras com mais curvas.

Lá pela terceira descida eu já estava craque em controlar os movimentos do trenozinho: a dica para mudar de direção é colocar a mão direita ou esquerda no gelo, então é importante usar luvas impermeáveis.

Me diverti tanto que nem senti falta da pista de tubing, que estava fechada para manutenção naquele dia. A ideia do tubing é parecida, com a diferença que nesse caso se escorrega sentado em uma boia. Há também a possibilidade de fazer o Snow Safari, passeio em um trenó puxado por uma moto de neve.

Piedras Blancas ainda guarda o circuito de arvorismo e tirolesa Euca e a tirolesa Zipline, em que você fica de barriga para baixo como se estivesse voando sobre a paisagem nevada. A experiência garante muita adrenalina no começo, mas como o percurso tem 1.500 metros de extensão, sobrou tempo para eu me acostumar com a posição de bruços e curtir a vista belíssima para o bosque nevado abaixo de mim.

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O que eu não esperava era sentir o frio na barriga que eu senti no K1 Mirador: o balanço instalado na beira de um precipício pode parecer tranquilo, mas tive bastante vertigem quando ele atingia a sua altura máxima. A vista para o lago é cinematográfica.

A contrapartida é que Piedras Blancas fica lotada durante a temporada de inverno, então vá ciente de que pode haver muitas filas para usar os teleféricos e uma quantidade insana de gente nas pistas — o que aumenta o risco de se chocar com outras pessoas caso alguém perca o controle do trenozinho.

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Os ingressos funcionam da seguinte forma: você pode pagar apenas pela entrada ou pela entrada somada a uma, duas ou três atividades dentre esqui bunda, tubing e Zipline. O Euca, o Snow Safari e o K1 Mirador são sempre pagos à parte. Mais informações no site de Piedras Blancas.

Refugio Neumeyer

A 40 minutos do centro de Bariloche, o Refugio Neumeyer realizada caminhadas com raquetes de neve em meio ao bonito bosque de lengas da Reserva Natural Estricta Valle del Challhua-co. O passeio inclui uma parada para degustar uma tábua de frios e tomar uma cerveja, vinho ou whisky.

Ali também é realizada uma caminhada a pé, com a ajuda de bastões para se apoiar, até o mirante da Laguna Verde, que congela durante o inverno. Nesse caso, o passeio inclui almoço e uma parada para tomar um chá e comer um alfajor.

Depois das atividades, os visitantes podem permanecer mais tempo no complexo para brincar de esqui bunda e fazer bonecos de neve.

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Refugio Roca Negra

O Refugio Roca Negra fica a dois mil metros de altura, no Cerro Lopez, e organiza caminhadas com raquetes de neve. No fim do passeio, é servida uma fondue numa cabana no topo da montanha. Se o tempo não estiver encoberto, os visitantes têm uma vista deslumbrante dos lagos e montanhas. Caso contrário, a caminhada não é tão empolgante.

Passeios de barco

Mesmo no inverno, é possível fazer um passeio de barco que parte do Puerto Pañuelo e cruza o Lago Nahuel Huapi rumo à Isla Victoria, coberta por bosques de coihues, árvore nativa de crescimento rápido, e ao Bosque Arrayanes, árvore com troncos e galhos tortuosos em tons caramelos que dão um ar de contos de fadas ao lugar.

Outra opção, também saindo do Puerto Pañuelo, é a navegação até a Cascata de Los Cántaros, cachoeira cercada pela vegetação, e ao Puerto Blest, onde há um mirante para admirar as águas verdes do Lago Frías.

Ambos são passeios mais contemplativos, operados por empresas como a Cau Cau e a Turisur. As crianças adoram oferecer biscoitos para as gaivotas que sobrevoam o barco.

Passeios noturnos

Há três principais passeios noturnos em Bariloche, todos com preços salgados, mas uns mais bem avaliados do que outros. No Refugio Arelauquen, o percurso é feito em motos de neve, subindo até 1.300 metros de altura pela face sul do Cerro Otto (veja acima). O destino é um restaurante onde são servidas tábuas de frios e fondues de queijo e chocolate.

No Noche Nórdica, você percorre de quadriciclo um bosque de lengas coberto de neve. Na metade do percurso, há uma parada para se aquecer em torno de uma fogueira tomando um vinho ou um chocolate quente. Depois, o tour continua até um restaurante instalado em uma cabana de madeira onde são servidos aperitivos, fondue e sobremesa.

No La Cueva, a travessia começa na base do Cerro Catedral (veja em “Cerro Catedral”). De lá, os visitantes seguem de quadriciclo ou moto de neve (vai depender da quantidade de neve acumulada) até o restaurante. No jantar, que recebe reclamações por ser pouco farto e muito corrido, é servido fondue ou algum prato típico.

Bate e volta para Villa La Angostura

A menos de uma hora e meia de Bariloche, Villa La Angostura é uma cidadezinha em estilo alpino que serve como porta de entrada para os Sete Lagos. O Correntoso, primeiro da lista, fica bem próximo, e suas prainhas de areia vulcânica são ótimas para caminhar.

Ali também está a estação de esqui boutique de Cerro Bayo, própria para iniciantes por ser menos íngreme que Cerro Catedral (veja em “Cerro Catedral”) e por ter pistas longas. É uma ótima opção para quem quer aprender a esquiar em um lugar mais tranquilo e com menos filas.

+ Veja também sugestões de passeios em Bariloche durante o verão

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SUGESTÃO DE ROTEIRO

Árvores cobertas de neve à beira do lago em Bariloche
Árvores cobertas de neve à beira do lago em Bariloche (Guille Pozzi/Unsplash)

Reserve o primeiro dia de viagem para conhecer a Calle Mitre, onde você pode aproveitar para trocar dinheiro (veja em “Dinheiro”) e alugar roupas de neve (veja em “roupas de inverno”), e visitar as cervejarias (veja em “cervejarias”) e chocolaterias (veja em “chocolaterias”) da cidade.

No segundo dia, você pode combinar o Circuito Chico com a subida ao Cerro Otto ou ao Cerro Campanario. Ou então ir direto brincar de esqui bunda em Piedras Blancas e depois fazer o Circuito Chico.

Reserve o terceiro dia inteiro para o Cerro Catedral. Se sobrar fôlego, dá para tentar encaixar nesse dia um passeio noturno.

No quarto dia, a pedida é fazer um dos passeios de barco ou brincar de esqui bunda em Piedras Blancas, caso você não tenha feito isso ainda.

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Com mais um dia à disposição, dá para programar uma caminhada com raquetes de neve ou fazer um bate e volta para esquiar no Cerro Bayo, em Villa La Angostura (tenha em mente que você vai ficar uma hora e meia no carro).

Agora, se a sua ideia é permanecer um total de seis a sete dias na região, considere percorrer os 108 quilômetros que compõem a Ruta de Los Siete Lagos (apesar do nome, o roteiro passa por onze lagos). Você pode partir de Villa La Angostura e seguir até San Martín de Los Andes, que fica a três horas de carro de Bariloche e guarda a estação de esqui de Cerro Chapelco. Saiba mais sobre a rota aqui.

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ONDE FICAR

Llao Llao, o hotel mais icônico de Bariloche, na estação que a gente mais ama
Llao Llao, o hotel mais icônico de Bariloche, na estação que a gente mais ama (//Divulgação)
5 HOTÉIS PARA VOCÊ CONSIDERAR

– O clima acolhedor, a estrutura de lazer, o golfe e a piscina aquecida do Llao Llao
– O isolamento, as paisagens cinematográficas e a alta gastronomia do Isla Victoria Lodge
– Os janelões com vista para o lago e a distância caminhável até a calle Mitre do Design Suites
– O Pire Hue para sair do hotel com esqui nos pés
– O Águila Mora pela conveniência da cozinha dentro do quarto

+ Veja uma uma seleção de casas incríveis para alugar em Bariloche pelo Airbnb

Centro

Quem se hospeda no centro encontra uma grande variedade de restaurantes e lojas a uma curta caminhada de distância, além de acesso facilitado aos pontos de ônibus. Por outro lado, os hotéis costumam ter estruturas menores e mais antigas: piscina aquecida, por exemplo, é coisa rara por aqui. Outra queixa recorrente é o café da manhã, que não costuma ser dos mais fartos.

Durante o inverno, certifique-se de que o seu hotel não receberá grupos de adolescentes em viagens de formatura, que podem ser bastante barulhentos, para dizer o mínimo.

A menos de 300 metros do Centro Cívico, que marca o início da Calle Mitre, o Hampton by Hilton possui quartos modernos, com tomadas USB. O NH Bariloche Edelweiss, logo em frente, tem como diferencial a piscina aquecida e a academia.

Com bom custo/benefício e bem localizados, em plena calle Mitre, estão o Soft Bariloche Hotel e o Hotel Cristal, que tem piscina coberta.

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O Hotel Ayres del Nahuel entrega quartos mais novos em uma travessa da rua principal e, a uma quadra de distância, o Hotel Nahuel Huapi tem alguns quartos reformados – peça por um deles.

Também estão a uma quadra da Calle Mitre o Hotel EcoSki by Bund, moderninho para os padrões da região, e o Hotel Tres Reyes, cujo restaurante tem vista para o Lago Nahuel Huapi.

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Busque outras opções de hospedagem em Bariloche pelo Airbnb

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Avenida Exequiel Bustillo

Em geral, os hotéis enfileirados ao longo da Avenida Exequiel Bustillo possuem vista para o Lago Nahuel Huapi e são mais luxuosos e estruturados – para quem viaja com crianças, uma piscina aquecida pode ser uma salvação nos dias de chuva. A contrapartida é depender de transporte para se locomover até restaurantes e lojas.

Ainda bem próximo do centro de Bariloche, o Cacique Inacayal Lake serve um elogiado café da manhã e possui uma piscina coberta de frente para um janelão que emoldura o lago. A piscina com vista também é o destaque do Alma Del Lago, um pouco mais adiante.

O Design Suites, por sua vez, tem banheiras de hidromassagem em parte dos quartos, janelas que vão do chão ao teto e uma piscina externa de borda infinita. No Huinid Bustillo Hotel & Spa, os quartos são antigos, espaçosos e, o café da manhã, variado.

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Distante do burburinho da Calle Mitre, o El Casco Art Hotel tem decoração classuda, com móveis de couro e madeira escura e jacuzzi ao ar livre. O Charming Luxury Lodge & Private Spa arranca elogios pela vista, mas o diferencial é ter o seu próprio mini spa dentro do quarto: algumas unidades têm ducha escocesa, sauna e banheira de hidromassagem.

O La Cascada Casa Patagónica by DON está instalado em um casarão antigo, mas o interior tem design moderno. E um plus daqueles: praia particular com espreguiçadeiras à beira do lago. O Nido del Cóndor Hotel & Spa tem decoração rústica e aconchegante.

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No Águila Mora, os quartos são verdadeiros apartamentos com janelões que emolduram as árvores e, dependendo da unidade, o lago. Todos possuem uma sala de estar com sofá-cama, que é integrada a uma cozinha completa — ótimo para quem viaja com crianças ou pretende fazer refeições no quarto (ainda que um café da manhã básico esteja incluído na diária). Os dormitórios ficam sempre em um ambiente separado.

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No ponto em que a Avenida Exequiel Bustillo se transforma no Circuito Chico, o Llao Llao ainda segue soberano como o melhor e mais luxuoso hotel de Bariloche. Um dos símbolos da hotelaria argentina, ele é o único que pode ser considerado resort, com campo de golfe de 18 buracos, quadras de tênis, piscina externa e outra coberta e aquecida.

Aqui, vale fazer uso de uma licença poética para mencionar o Isla Victoria Lodge, que não fica na Avenida Exequiel Bustillo, mas é de lá que partem os barcos que atravessam o Lago Nahuel Huapi rumo à Isla Victoria, onde fica este hotel-boutique de apenas 22 quartos. Além da localização excepcional, o esquema é pensão completa e a gastronomia é elogiadíssima.

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Na base de Cerro Catedral

Por fim, existem os hotéis que ficam na base do Cerro Catedral, recomendados para quem quer se dedicar totalmente ao esqui.

O top é o Pire Hue, único ski-in/ski-out, ou seja, do qual é possível sair já com os esquis nos pés. Ele fica ao lado de um dos teleféricos, possui piscina coberta com vista para as montanhas nevadas e brinquedoteca para as crianças.

Outra opção é o Galileo Boutique Hotel, composto por apartamentos e chalés com cozinha que acomodam famílias inteiras.

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ONDE COMER

Instalado em uma cabana de madeira, o Alto El Fuego é especializado em carnes
Instalado em uma cabana de madeira, o Alto El Fuego é especializado em carnes (//Divulgação)
4 RESTAURANTES IMPERDÍVEIS

– As carnes assadas na brasa do Foco
– As carnes dry aged do Madurado
– A paisagem para o lago e o clima de balada do Fuegos de Patagonia
– O clima despojado e a vista para as montanhas do Punto Panorámico

Centro

No centro ficam os restaurantes clássicos de Bariloche. Entre os favoritos dos locais estão o La Fonda del Tío, que abriu as portas em 1978 e conquistou sua fama pelas milanesas gigantes, e o El Galpón del Salo, que serve carnes preparadas em uma parrilla.

Com mais de 40 anos de experiência no manejo da parrilla, o El Boliche de Alberto prepara um bife de chorizo famoso, mas vale provar também as massas. O Alto El Fuego, instalado em uma cabana de madeira na parte alta do centrinho, é mais um que manda bem nas carnes e por isso costuma encher (reserve).

As fondues e raclettes são as especialidades do La Casita (antigo Casita Suiza), do La Marmite e do Chez Philippe –  este possui apenas sete mesas, então é essencial reservar.

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Os ingredientes locais são o foco do La Tavola, dentro do hotel NH Bariloche Edelweiss. O Almado, único do centro a ter vista para o lago, tem menu variado com saladas, pokes, hambúrgueres e massas. Já o Chimi Deli prepara pratos para vegetarianos, veganos e celíacos.

Avenida Exequiel Bustillo

Ao longo da Avenida Exequiel Bustillo estão restaurantes mais novos e sofisticados. Aberto no início de 2022, o Foco prepara na brasa carnes bovinas, cordeiros, trutas, frutos do mar e saborosos cogumelos. Não deixe de pedir a empanada de cordeiro de entrada e o crème brûlée de sobremesa. Vale provar também o carpaccio de cervo.

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Outra novidade em Bariloche, o Madurado abriu as portas no segundo semestre de 2022 em um salão com acabamentos em cobre, iluminação baixa, assentos de veludo e mesas de madeira rústica. O lugar é muito agradável, à beira do lago às margens do Club Regatas Bariloche. A especialidade do restaurante são as carnes dry aged, ou seja, que passam por um processo de maturação em baixa temperatura e umidade controlada dentro de um refrigerador que fica no meio do salão. O resultado é uma carne incrivelmente macia e de sabor intenso.

O Fuegos de Patagonia tem uma localização e tanto à beira do Lago Nahuel Huapi. Por isso, há vários sofás, poltronas, cadeiras e redes voltadas para a água e espalhadas pela propriedade, tanto na área externa quanto na interna. Foi uma delícia ter ficado do lado de dentro bem aquecida em uma poltrona coberta por um pelego e de frente para um janelão de vidro.

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Não raro o lugar recebe festas embaladas por DJs. Na noite em que eu estive lá, a proposta era escutar música em fones de ouvido enquanto era servido um menu degustação de pratos feitos a partir de ingredientes locais, como cervos e cogumelos. A música e a comida eram bons, mas teriam funcionado melhor se tivessem sido “servidos” separados.

O Quiven é um restaurante de cozinha autoral que trabalha somente com menu degustação de cinco a oito passos. Segue esse mesmo estilo o Quetro, que abriu as portas no início de 2022 com menu confiança de seis tempos proposto pelo chef.

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Os ambientes são mais despretensiosos no El Patacón, que se destaca pelo T-Bone e pelo cordeiro patagônico, e nos Las Morrillas, que serve carnes e também fondue.

Cerro Catedral

Existem oito opções de restaurantes dentro da estação de esqui de Cerro Catedral que vão de fast food até comidas típicas. Um dos destaques é o La Roca, bem no alto da montanha, que tem saladas, sanduíches e pratos à base de cordeiro.

Na base da montanha, o Rodeo é versátil: serve tanto hambúrguer quanto carnes preparadas na parrilla e massas recheadas.

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Outras localizações

À beira do Lago Gutiérrez e dentro de um bosque, o Cassis é a pedida para uma refeição mais romântica e sofisticada. Ali, a chef Mariana combina suas raízes húngaras e alemãs aos ingredientes da região, alguns deles provenientes de sua própria horta orgânica.

No passeio batizado de Circuito Chico, o mais popular de Bariloche (veja mais em “Passeios”), duas opções se destacam. O Punto Panorámico tem janelas de vidro que vão do chão ao teto para garantir a vista para o lago. No menu, há hambúrgueres, pizzas e massas. O Anima, mais sofisticado, é um restaurante de poucas mesas que trabalha com pratos autorais em pequenas porções.

VIDA NOTURNA

Não espere muito da vida noturna. Muitos estabelecimentos fecharam as portas ou perderam o seu apelo durante a pandemia. As baladas que resistem nos arredores da Juan Manuel Rosas, entre o centrinho e o início da Avenida Exequiel Bustillo, costumam receber apenas menores de idade. Você leu certo. Casas como Cerebro, Roket e By Pass focam nos adolescentes argentinos que vão para Bariloche em viagens de formatura do ensino médio.

Fora isso, há o bar de gelo Ice Bariloche e o Casino Club, dois espaços pequenos que valem a pena se você estiver com tempo e dinheiro sobrando. Por isso, a melhor programação para os adultos é tomar um vinho nos restaurantes que ficam abertos até tarde da noite ou um pint em uma das muitas cervejarias artesanais da cidade (veja abaixo). Vale acompanhar também a programação do Fuegos de Patagonia.

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CERVEJARIAS

Restaurante da microcervejaria Patagonia, que abriu em 2016
Restaurante da microcervejaria Patagonia, que abriu em 2016 (//Divulgação)
3 CERVEJARIAS IMPERDÍVEIS

– O pioneirismo e o clima vintage da Blest
– A visita à fábrica e o delicioso pátio ao ar livre da Berlina
– O cenário à beira-lago e o clima de luau da Patagonia

As chocolaterias de Bariloche concorrem em popularidade com o crescente número de cervejarias artesanais. O boom se deu no início dos anos 2000, mas muito antes disso já existia a pioneira Blest.

Fundada em 1989, a marca trabalha com doze rótulos que podem ser experimentados no bar da Avenida Exequiel Bustillo. Ali são servidos porções de batata e provoletas para beliscar e também pratos mais fartos de massa e de carne. O menu traz opções de comidas e cervejas sem glúten.

A segunda cervejaria de Bariloche surgiu em 1999, a Bachmann, que tem doze rótulos servidos diretamente das torneiras de suas duas unidades, uma na Calle Elflein e outra na Calle Vicealmirante O’Connor.

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A Berlina, por sua vez, foi fundada por três irmãos em 2004 em um edifício da Avenida Exequiel Bustillo, onde hoje funciona um pub com mesas ao ar livre e playground para as crianças. Em 2008, a produção se mudou para o bairro da Colonia Suiza e as instalações podem ser visitadas durante tours guiados.

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A Wesley fabrica cervejas artesanais desde 2010 e atualmente são sete rótulos fixos e outros sete sazonais. É possível visitar a fábrica, que fica em uma travessa da Avenida Exequiel Bustillo, ou o pub, que fica no centro. Os dois ambientes possuem carinha de Velho Oeste e servem hambúrgueres e empanadas para acompanhar.

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Literalmente vizinha da Blest, na Avenida Exequiel Bustillo, a Manush também possui uma segunda unidade no centro. A unidade começou a operar em 2011 e hoje produz oito tipos de cerveja. Para comer, vá de hambúrguer.

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Todas as cervejarias citadas até aqui foram fundadas em Bariloche, mas a cidade também abriga empreendimentos portenhos como é o caso da Antares, cujos 18 rótulos, além de algumas edições limitadas, são servidos em um bar no centro.

Mas o exemplo mais relevante é o da cervejaria Patagonia. Fundada em Buenos Aires em 2006, ela recebeu esse nome por utilizar lúpulos patagônicos, mas só foi ter uma unidade na região em 2016 com a abertura de uma microcervejaria no Circuito Chico.

Além de uma pequena plantação de lúpulo, o complexo possui uma fábrica que produz uma quantidade limitada de cerveja apenas para consumo e venda no local. As instalações podem ser visitadas durante o Tour Cervecero: você sai de lá entendendo direitinho cada etapa da produção e a diferença entre pilsens, lagers, pale ales, bocks e weissbiers.

Ao lado da fábrica, há um bonito e disputado restaurante que serve as variadas cervejas da marca em pints, além de pratos e aperitivos. Outra opção é comer do lado de fora, em uma área com foodtrucks. O terreno se estende até as margens do Lago Moreno, onde há dois mirantes com cadeiras e mesas ao ar livre — o visual é maravilhoso e a visita vale mesmo para quem não bebe cerveja.

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CHOCOLATERIAS

A chocolateria Abuela Goye fica em uma fofíssima casinha de madeira no bairro da Colonia Suiza
A chocolateria Abuela Goye fica em uma fofíssima casinha de madeira no bairro da Colonia Suiza (//Divulgação)
4 CHOCOLATERIAS IMPERDÍVEIS

– A textura suflair do chocolate em ramas que derrete na boca da Riche Patagonia
– A dobradinha chocolate quente e patinação no gelo da Rapanui
– A pegada meio Tiffany dos alfajores do El Reino de Los Chocolates
– O astral casa de avó patagônica da aconchegante Abuela Goye

A Calle Mitre concentra as principais chocolaterias de Bariloche. A Rapanui já se tornou uma atração turística obrigatória: além do espaço onde são vendidos os chocolates, há uma sorveteria, um amplo café e também uma pista de patinação no gelo.

A Del Turista é outra loja gigantesca que hoje serve sanduíches, wraps, medialunas, tortas, bolos e sorvetes. A variedade de chocolates por lá é grande e tem bom custo/benefício, o que a torna uma boa opção para comprar lembrancinhas. Na Arrayán, você encontra também geleias e licores.

A Mamuschka se diferencia pelas embalagens fofíssimas com desenhos de matrioscas, as bonecas russas que são colocadas umas dentro das outras. Ali você também pode comprar sorvetes e doces para comer em uma das mesinhas na calçada.

No quesito decoração, a mais bonita é a El Reino de Los Chocolates: da calçada já chamam atenção o carrossel turquesa, que é símbolo da marca, e o festão com luzinhas pendurado no teto. Os chocolates podem vir embalados em latas de metal igualmente lindas, que também rendem bons souvenires. Não deixe provar os ótimos alfajores.

A melhor descoberta da reportagem da VT foi a Riche Patagonia, novo empreendimento dos antigos donos da Abuela Goye (veja abaixo). A caixa com chocolates em ramas e bombons sortidos são uma perdição e os alfajores são simplesmente os melhores.

A Abuela Goye, com mais de 40 anos de tradição, continua firme e forte e mantém uma unidade no bairro da Colonia Suiza. A chocolateria e o café ficam em uma casa de madeira pintada de branco, enquanto a sorveteria está instalada em uma cabana cor-de-rosa mais ao fundo do terreno.

Por fim, a popular marca de alfajores Havanna mantém o Museo del Chocolate no número 1200 da Avenida Exequiel Bustillo, mais exatamente no espaço da antiga fábrica de chocolates da família Fenoglio, fundadora da Rapanui e da Del Turista.

A exposição, que conta a história e explica como é produzido o chocolate, é pequena e tem poucos artigos à mostra – de fato não empolga. Por outro lado, metade do valor do ingresso pode ser revertido em compras na loja e há também um café para quem só deseja comer um alfajor.

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ROUPAS DE INVERNO

O segredo para não passar frios é se vestir em três camadas
O segredo para não passar frios é se vestir em três camadas (Turismo de Bariloche/Divulgação)

Manter o corpo aquecido, protegido do vento e da umidade é essencial para curtir a neve – o ideal é vestir-se com três camadas de roupa.

A primeira consiste em blusas de mangas longas e calças do tipo ceroula feitas com tecido térmico que fazem o efeito de segunda pele, minimizando a perda de calor e absorvendo o suor.

A segunda camada pode ser uma blusa de fleece, um tecido levíssimo, altamente térmico, de toque aveludado.

Já a terceira varia dependendo da atividade que você pretende fazer. Se for apenas circular pela cidade, cubra-se com um bom casaco, como uma jaqueta corta-vento ou uma puffer jacket acolchoada. A calça pode ser um jeans ou equivalente. Finalize com gorro, cachecol e luvas, que devem ter o máximo de vedação. Nos pés, meias quentinhas e botas tradicionais funcionam.

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Agora, se a ideia for brincar ou praticar esportes na neve, é necessário usar casaco, calça e luvas próprias para esqui, que são peças impermeáveis com elástico nas extremidades. Da mesma forma, as botas devem ter forração térmica e solado isolante, próprio para terrenos com gelo.

Vale investir também em meias específicas para neve, já que as comuns de algodão tendem a molhar, e substituir o cachecol por um protector de cuello, uma espécie de gola rolê que não fica escorregando (no Brasil, elas são chamadas de gola de esqui, protetor de pescoço ou aquecedor de pescoço).

Comprar ou alugar?

As peças de segunda pele, os fleeces, as meias e os casacos comuns são de uso pessoal e podem ser comprados em lojas especializadas ainda no Brasil, para que você não chegue em Bariloche passando frio.

Já as roupas e os calçados impermeáveis específicos para a neve podem ser alugados em estabelecimentos nos arredores da Calle Mitre como a Patagonia Showroom.

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O combo com casaco, calça, luvas e botas costuma sair entre 5.500 e 6.500 pesos por dia (quanto mais dias, maior o desconto). Vale muito a pena, especialmente se você não vai com frequência a lugares de frio rigoroso.

Na loja de aluguel de roupa, você pode experimentar os tamanhos e escolher as cores que gostar. Não deixe para fazer isso no próprio dia do passeio. O ideal é reservar um tempo no primeiro dia da viagem para pesquisar preços e provar as roupas e botas com calma.

Também vale deixar a vaidade um pouco de lado. Na minha experiência, os casacos geralmente tem cores ou estampas de gosto duvidoso e penei para achar uma opção mais básica. Além disso, você terá que repetir aquele look mais de uma vez: boa parte das lojas não aceitam fazer trocas durante o período do aluguel e uma minoria cobra uma taxa extra para isso.

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DINHEIRO

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(jopstock/Getty Images)

O primeiro passo para decidir como levar dinheiro para Bariloche é entender que existem três tipos principais de câmbios atrelados ao dólar. O oficial, que pode ser encontrado em casas de câmbio normais, é sempre a pior opção (consulte a cotação aqui). Já o paralelo, também chamado de blue, geralmente dobra o seu poder de compra (consulte a cotação aqui).

Cuevas

Para conseguir o câmbio blue, você pode trocar seus dólares ou reais em espécie nas chamadas “cuevas” que ficam espalhadas pela Calle Mitre — você vai ouvir “câmbio, câmbio” a todo momento quando estiver andando por ali.

A parte chata é ter que negociar o valor do câmbio e correr o risco de receber alguma nota de peso falsa no momento da troca. Vale alertar ainda que não costumam ser aceitas notas de dólar antigas e/ou que estejam amassadas, rasgadas ou danificadas de qualquer outra forma.

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Western Union

Uma alternativa às cuevas, mais segura e dentro da legalidade, é a Western Union. A corretora de câmbio especializada em transferências internacionais paga uma cotação muito próxima ao câmbio paralelo, mas cobra uma taxa de serviço de 3% e o IOF de 1,1%.

Basicamente, você faz o pedido através do aplicativo, transfere a quantia através de um PIX e recebe o dinheiro em uma loja na Argentina. O esquema costuma funcionar bem em Buenos Aires (saiba mais aqui), mas há menos lojas da Western Union em Bariloche e o dinheiro disponível para os saques costuma se esgotar rapidamente, especialmente durante a alta temporada de inverno.

Ou seja: o ideal é que você não dependa só da Western Union e leve também um pouco de dólar ou real em espécie para trocar nas cuevas da Calle Mitre.

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Cartão de crédito

Até dezembro de 2022, não valia a pena usar o cartão de crédito do Brasil durante uma viagem pela Argentina porque o valor usado como base para o fechamento da fatura era o câmbio oficial.

Em 2023, porém, passou a existir um terceiro tipo de câmbio chamado “dólar tarjeta”, mais próximo ao paralelo (consulte a cotação nas calculadoras online da Visa e da Mastercard).

Isso significa que usar o cartão de crédito e também os cartões de débito internacionais são ótimas opções para quem não quer perder tempo negociando em cuevas ou nas filas da Western Union. No entanto, a cotação do paralelo continua sendo ligeiramente melhor que a do “dólar tarjeta”.

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DOCUMENTOS

Para viajar a turismo para Argentina, brasileiros devem apresentar o RG ou o passaporte. A CNH não é aceita como documento para ingresso nos países do Mercosul.

O seguro de viagem não é obrigatório, mas continua sendo recomendado por geralmente cobrir despesas com bagagens atrasadas ou extraviadas, voos atrasados ou cancelados e despesas médicas. Existem ainda planos específicos para quem pretende praticar esportes de neve.

A CNH brasileira é aceita para alugar carro e dirigir na Argentina. Quem estiver viajando com o seu próprio carro deve portar a Carta Verde, um seguro internacional que é vendido em agências de turismo. Lembrando que, a não ser que você esteja muito acostumado a dirigir na neve, essa não é uma opção segura no inverno.

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PACOTES

A CVC, em parceria com a Latam, tem voos fretados de São Paulo (Guarulhos) para Bariloche com saídas em todos os domingos de julho. Além das passagens aéreas, o pacote da agência inclui sete noites de hospedagem no Hotel Nevada com café da manhã, traslados de chegada e saída, passeio pelo Circuito Chico com subida ao Cerro Campanario e um dia de esqui no Cerro Catedral. Custa a partir de R$ 9.209 por pessoa em apartamento duplo.

Na Agaxtur, o pacote básico de sete noites em Bariloche prevê hospedagem no Cacique Inacayal com café da manhã, traslados de chegada e saída e passagens aéreas da Aerolíneas Argentinas. Custa a partir de R$ 6.760 por pessoa em apartamento duplo. Há a possibilidade de incluir os adicionais de aluguel de roupa de neve por seis dias (R$ 450 por pessoa) e de seis dias de esqui ou snowboard no Cerro Catedral, com transporte de e para a estação, passes para usar os meios de elevação e aluguel de equipamentos incluídos (R$ 3.070 por pessoa).

Com a SKIBrasil, as sete noites custam US$ 1.792 por pessoa com acomodação no Hampton by Hilton, café da manhã, passes para usar os meios de elevação e aluguel de equipamentos para esquiar em Cerro Catedral. Não inclui passagens aéreas.

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