Imagem Blog Vem pra Nova York Rogéria Vianna é publicitária e vive em Manhattan há mais de 10 anos, onde faz produção executiva para programas de TV como o "Entre Mundos com Pedro Andrade", na CNN. Aqui ela não vai poupar sola de sapato nem MetroCard para provar que Nova York é muito mais do que a Times Square

Manhattan e aeroporto JFK agora conectados por mais um trem

A nova linha é uma aquisição e tanto para quem visita Nova York – ao mesmo tempo que está mudando a vida de quem mora na cidade

Por Rogéria Vianna
Atualizado em 5 set 2023, 19h09 - Publicado em 8 fev 2023, 18h23
Grand Central Madison, Nova York, Estados Unidos
As quase intermináveis escadas rolantes da novíssima estação Grand Central Madison. (Marc A. Hermann / MTA/Divulgação)
Continua após publicidade

Nova York ganhou uma nova – e polêmica – estação de trem, a Grand Central Madison, que passou a conectar o east side, que é o lado leste da ilha de Manhattan, à Long Island, especificamente o bairro de Jamaica, na região do Queens. Long Island, vale lembrar, é literalmente a “Ilha Comprida” que fica a leste de Manhattan onde estão o Brooklyn, o Queens e o aeroporto JFK. A novíssima estação faz parte do sistema ferroviário Long Island Rail Road (LIRR) e fica 17 andares abaixo do famoso Grand Central Terminal e da Madison Avenue, ocupando uma área que vai da 43rd Street à 48th Street.

Se você acha que algumas obras no Brasil são lentas, saiba que essa levou seis décadas de planejamento, quase 20 anos de construção e custou aos cofres públicos algo na casa dos US$ 11,6 bilhões. Para se ter uma ideia, entre 1900 e 1904 Nova York inaugurou 28 estações de metrô. Um século depois, foram necessários 17 anos para que fossem construídas apenas três novas estações. 

E essa inauguração é um baita acontecimento. Afinal, durante quase um século os passageiros vindos de Long Island só contavam com a Penn Station para desembarcar no coração de Nova York. Com o novo serviço ferroviário, de um dia para o outro eles passaram a economizar 40 minutos, somados a ida e a volta, em comparação ao trajeto antigo.

A nova estação é reluzente, iluminada e cheia de modernidades. Entre elas, a maior escada rolante da cidade, com 55 metros de extensão e tempo de 1 minuto e 38 segundos de “viagem”. Ou seja, mesmo que você não vá embarcar em nenhum trem, só a escada já é, digamos, um atrativo. E eu mesma fui lá só para dar essa voltinha. Lá embaixo, o que se encontra são oito novos trilhos e quatro plataformas em dois níveis.

View this post on Instagram

A post shared by Grand Central Terminal (@grandcentralnyc)

Continua após a publicidade

Nesse momento, você pode estar se perguntando: 

A nova estação resolve a vida de quem chega do Brasil e pousa no JFK? 

Resolve, sim. A partir de agora, turistas passam a contar com mais uma linha de trem para ir do JFK até Manhattan. Até então, como eu contei nesta outra matéria, os passageiros que chegavam do Brasil pegavam o monotrilho para ir até a Jamaica Station e de lá embarcavam em um trem que em 20 minutos chega na Penn Station. Se o seu hotel estiver no lado oeste (west) da ilha, como Chelsea, Midtown West, Times Square ou Upper West Side, o seu destino continua sendo a Penn Station. Em contrapartida, caso o seu hotel esteja no lado leste (east), como Midtown East ou Upper/Lower East Side, na mesma Jamaica Station você deve embarcar no trem com destino a Grand Central Madison Station.

Grand Central Madison, Nova York, Estados Unidos
Ao corredores da estação estampam obras de diferentes artistas. (Marc A. Hermann / MTA/Divulgação)

Quem mais deve se beneficiar dessa nova estação?

Sobretudo os moradores de Long Island, que antes precisavam ir até a Penn Station, que fica no lado oeste (west), para então fazer uma baldeação e seguir até o lado leste (east). E, claro, os moradores do east side e de Long Island que antes precisavam se deslocar até a Penn Station, no west side, para pegar o trem até a Jamaica Station e de lá seguir até o JFK. E para os viajantes, repito, a nova estação representa mais uma maneira de se deslocar entre Manhattan e o JFK: as duas opções custam US$ 13 e levam 20 minutos até a Jamaica Station, de onde parte o AirTrain – o monotrilho gratuito que circula entre os oito terminais do aeroporto.

Continua após a publicidade

Mesmo que eu não vá usar a nova linha, tem algo ali para se ver?

Tem sim! A começar pela Grand Central Station, que é um ícone e que já foi cenário de vários filmes. Você pode aproveitar para fazer uma boquinha no food hall ou no Oyster Bar (falei de ambos aqui). Seguindo as placas e descendo em direção à nova estação, há uma espécie de galeria com obras de diferentes artistas, mas a mais aguardada ainda está por vir: um mosaico da japonesa Yayoi Kusama. Nas paredes do terminal também estão gravadas homenagens a Nova York feitas por diversos artistas e escritores, como Toni Morrison e Lin-Manuel Miranda. Porém, uma delas deixou a Metropolitan Transportation Authority (MTA) em uma tremenda saia justa. Em uma citação atribuída a Georgia O’Keeffe, o sobrenome da pintora foi gravado com um “f” em vez de dois. A companhia promete corrigir a gafe gravada em pedra.

Grand Central Madison, Nova York, Estados Unidos
Mural feito por Kiki Smith. (Marc A. Hermann / MTA/Divulgação)

Os trens da Grand Central Madison para a Jamaica Station funcionarão inicialmente das 6h15 às 20h durante a semana e das 7h às 23h nos finais de semana. As saídas acontecem a cada 30 minutos em ambas as direções fora do horário de pico e uma vez por hora nos períodos de pico. 

Grand Central Madison, Nova York, Estados Unidos
Mapa da estação Grand Central Madison. (MTA/Divulgação)
Continua após a publicidade

Quer mais dicas? Me siga também no Instagram Vem pra NY!

Leia tudo sobre Nova York

Busque hospedagem em Nova York 

Veja as melhores opções de voos para Nova York

Continua após a publicidade

 

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade